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A Cidade de Aurora - Um novo Alvorecer.

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Blurb

A cidade de Aurora, se passa nos anos cinquenta, onde uma jovem curiosa e sua amigas embarcam em uma aventura perigosa, em busca de uma cidade desconhecida no mapa.

Com a aventura e o desejo de uma nova descoberta, Alicia convence suas melhores amigas a acompanharem a mesma nessa viagem, usando como pretexto a sua mudança de país e o tempo que vão ficar sem se ver.

Só que ela não sabia era que essa viagem, não teria uma volta, mas sim que seria uma longa despedida de suas amigas.

Em um acidente fatal, Alicia agora se via sozinha e sem ninguém por perto, e com isso, ela descobriu o lugar que ela tanto procurava, mas agora os seus olhos não tinham o mesmo brilho de antes.

Fadada com a morte que carregava de suas amigas, a jovem desiste de tentar explorar aquele lugar e tenta voltar para casa, mas era impossível, por que quem entra em Aurora, não pode mais sair.

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Capítulo 1” O inicio ”
Capítulo 1 “ O inicio “ Há uma lenda que os antigos contavam, sobre a existência de uma cidade perdida no centro da Amazônia. Onde há a existência de animais natureza peliculares cuja nunca foram estudados pelo ser humano. A lenda também diz que as pessoas, que vivem nessa cidade, são pessoas tristes e solitárias. Há mais de três milhões de anos, aquela cidade não presenciava uma nova vida surgir. Tantos os homens, quanto as mulheres, não eram capazes de se reproduzirem, assim como os seus animais e suas vegetações. E tudo isso aconteceu, depois que uma maldição fora lançada na cidade. Maldição essa, que impedia que a cidade fosse encontrada. Mas algo estava para acontecer, havia uma lenda que circulava entre as tribos, aos arredores que contava onde era possível encontrar a localização da cidade. Nessa lenda uma garota surgiria e salvaria a cidade dessa maldição. Em vinte e um de Setembro de mil novecentos e oitenta , três amigas Alicia, Agatha e Anita estavam se preparando para uma longa jornada até o norte do Brasil, onde a mais empolgada Alicia que se preocupava muito com a viagem. Diferente dela, Agatha a garota de cabelos loiros e lisos, de pele pálida e olhos cor de âmbar, estava sentada ao chão em frente a tevê do quarto de Alicia sem demonstrar nem uma ansiedade com esse passeio . A loira estava acariciando o seu cachorro de porte pequeno da raça zwergspitz de cor caramelo, enquanto esperava suas unhas dos pés secarem. Unhas essas que ela havia acabado de pintar. Anita a garota de cabelos negros, de olhos verdes e pele bronzeada estava deitada de bruços sobre a cama de Alicia enquanto trocava os cartuchos de sua Polaroid 660. — Por que raios vai levar uma tesoura e um canivete Alicia? — Questionou Anita ao olhar para sua amiga que fazia as malas. — Não se sabe o que vamos encontrar no caminho, precisamos levar tudo o que acharmos necessário! — Disse Alicia. — Então nesse caso vou levar o Planplin! — Disse Agatha ao apertar o rosto do seu cachorro em suas mãos. — Desculpa Planplin! Você não poderá ir, essa aventura vai ser um pouco perigosa para você! — Disse Alicia. — Não só vai ser perigoso para ele, mas para todas nós também! Me diz como conseguiu me convencer de ir nessa viagem com vocês? — Questionou Anita. — A nossa amizade! — Disse Alicia e Agatha uníssono. — Tinha de ser! Mas e se essa cidade não existir? Porque afinal, nunca ouvimos falar sobre ela na escola! — Questionou Anita. — Sim, eu sei, parece loucura, sair da cidade se enfiar em uma mata, apenas com a esperança e alguns rascunhos no diário do meu avô! — Disse Alicia enquanto tentava colocar um cachecol em sua mala. — Sim! É realmente uma loucura! — Disse Anita. — Olha! Meninas vocês não são obrigadas a irem comigo, mas de verdade gostaria muito que fossem, quero muito dividir essa experiência maravilhosa com as minhas melhores amigas amigas antes de nova jornada de me mudar para Londres, temos apenas esse ano juntas, e eu fiz tudo o que vocês gostam de fazer. Fui em baladas, bares, até mesmo em um show de uma banda que nunca nem ao menos ouvi falar. Imaginem só quem diria até em restaurantes, que eu particularmente não gosto muito de comer , e tudo isso foi para passar esses últimos meses com as minhas duas melhores amigas, mas eu entendo que não queira ir, não é a sua praia, e caso fique, eu sugiro que cuide do Planplin! — Disse Alicia em um tom convincente. A garota de pele clara, cabelos ruivos, olhos azuis e estatura mediana, sabia muito bem como manipular os sentimentos das pessoas, com a sua doce voz e sua delicadeza. — Quanto drama! Você se divertiu muito nos lugares que te levamos. Está certo, vou me arrumar para podermos viajar! — Disse Anita ao levantar-se da cama de Alicia. A garota de cabelos ruivos sorriu com a sua vitória e tornou a arrumar as últimas coisas em sua mala. A arrumação e a preparação para a viagem nesse momento estava a todo o vapor, e o principal objetivo do trio era floresta Amazônica. Iludida com as histórias sobre a cidade de Aurora, Alicia passou a sua vida estudando sobre esse assunto. Apesar de apenas obter poucas informações sobre essa cidade e apenas possuir o diário do seu avô, onde ele detalhava tudo o que já havia visto, pelo menos ele jurava ter visto. Alicia imaginava todas as aventuras que possuía em Aurora. Águas reluzentes, folhas e flores de ouro, rios que curavam qualquer doença e rejuvenescia, pelo menos era isso e outras coisas que havia escrito naquele velho diário do senhor Zago. — Senhorita Alicia! O senhor seu pai me pediu para avisar que o carro já está à espera! — Disse uma empregada ao aproxima-se da porta do quarto da jovem que estava aberta. — Obrigada Carmem! Já estamos de indo! — Disse Alicia ao pegar sua mala pela alça. — Com a sua licença senhorita, darei o recado ao seu pai! — Disse a empregada antes de seguir o seu caminho. Alicia desposava de uma enorme riqueza, deixada por seu tataravô que era um grande historiador, empresário e dono de uma das maiores logísticas da cidade de São Paulo. E assim como os seus ancestrais, a garota gostava de se aventurar, explorar e obter conhecimento. Anita por sua vez, era uma garota agitada, que amava beber, sair e viver curtindo a vida de maneira única. Ela nasceu em família de classe média, diferente de Alicia, os seus pais não adquiriram a sua fortuna de seus parentes já falecidos. Muito pelo contrário, eles batalharam para dar o melhor a sua única filha, e ter o melhor para si. Agatha era a mais pé no chão, sempre usava a razão ao invés da emoção. E diferente das outras, ela não possuía fortuna alguma, sendo a mais jovem e de família humilde, ela batalhava para ajudar nas despesas de casa, e o seu maior sonho, é conseguir terminar a sua faculdade de medicina. As únicas coisas que elas as três amigas possuíam em comum, era o amor e a dedicação por essa amizade. — Estou pronta e vocês? — Perguntou Alicia. — Prontíssima! — Disse Agatha. — Estou sempre pronta! — Disse Anita. — Então vamos! — Disse Alicia. As garotas saíram do quarto e seguiram em direção as escadas que as levariam ao andar inferior da mansão da jovem Zago. — Já estão indo? — Perguntou o senhor Zago. — Sim vovô! — Disse a jovem ao abraçar o seu avô. — Cuidem-se! — Disse ele ao abraçá-la de volta. — Tchau vovô! — Disse a garota ao distancia-se dele . — Tchau meu anjo! — Disse o senhor Zago. E por fim elas saíram da residência, e agora sim, com o soprar do vento em seu rosto Alicia sabia que a aventura havia começado. Os pensamentos da jovem estavam nas alturas, ela não via a hora, de chegar ao seu destino. — Adoro ser amiga de uma garota rica! — Disse Anita ao seguir rapidamente em direção a limusine, que estava em frente ao chafariz que havia na mansão. A garota se aproximou daquele enorme veículo e passou sua mão sobre o peito do jovem motorista que estava em pé ao lado do mesmo. Ao ver essa cena, Alicia balançou a cabeça em negação e olhou para Agatha que olhou para ela de imediato. — Ela não tem jeito mesmo, não é? — Perguntou Agatha a Alicia. — Não! — Disse a jovem simplista. “— Existe uma enorme importância na sustentabilidade do planeta terra, sabemos bem que, os cientistas estudam e que comprovam muitas coisas, coisas como o surgimento da vida, o início da proliferação do câncer, da diabetes e outras doenças que tomam de conta dos nossos corpos. Sim, eles sabem de tudo, mas lhes digo que eles não sabem de absolutamente nada. E por que isso? Por que existem coisas, que nem mesmo o homem mais estudado do mundo conhece, os mistérios dessa terra são vastos e muito bem guardados!” — Disse Padre Joaquim Vasco da Gama, na missa de domingo que acabou chamando a atenção da jovem Alicia. Agatha, Anita e Alicia entraram na limusine e seguiram ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, e depois seguiriam rumo ao Aeroporto Internacional de Manaus. — O que vamos fazer quando chegarmos em Tabatinga? — Perguntou Agatha. — Vamos pegar uma embarcação e irmos direto em direção a tribo! — Disse Alicia. — Tem certeza de que esses índios vão nos ajudar? — Questionou Anita. — No diário do meu avô, ele explica como nos comunicamos com eles e explica a forma correta de pedir ajuda! — Disse Alicia. — Está me dizendo que, estamos a caminho de uma tribo, sem nem ao menos ter a certeza de que eles vão nos ajudar? E se eles fizerem de nós três o jantar? — Questionou Anita. — Garanto que tudo vai terminar bem! Eles não são canibais! — Disse Alicia. — "Eles não são canibais" Nossa, essa sua frase me consolou profundamente! — Disse Anita. Um breve sorriso surgiu no rosto da jovem garota de cabelos vermelhos, ela abriu a sua mochila, pegou o livro de capa de couro e começou a dedilhar o mesmo. E esse livro não era nada mais e nada menos do que o diário do seu avô. — Pode seguir viagem! — Disse Alicia ao motorista. — Sim senhorita! — Disse o motorista ao dar a partida no carro. As três amigas seguiram viagem até o aeroporto. Em todo o caminho Anita reclamou do fato de não haver nenhum espumante se quer disponível naquele veículo. E Alicia justificava o fato com o mal comportamento de sua amiga todas as vezes que ela consumia bebida alcóolica. Em poucos minutos, o cenário havia mudado, agora no aeroporto na sala de embarque, as amigas esperavam o jatinho pousar. Alicia como uma boa garota estudada, estava a ler um livro de Charles Darwin, enquanto Anita mexia em seu cabelo e fazia leves mechas onduladas que logo se desfaziam assim que ela as soltava. E Agatha tirava fotos com a câmera. ela tirava fotos de tudo, fotos de suas amigas, do banco de espera da sala de embarque, dos vasos com plantas que havia ao lado dela e até mesmo da pista de pouso. — Que tédio! — Exclamou Anita. — Leia um livro, tenho muitos em minha mala! — Disse Alicia sem ao menos retirar os seus olhos do livro que estava a ler. — Para que? Para ficar ainda mais entediada? — Disse Anita ao olhar para Alicia. A jovem de cabelos cor de fogo, olhou tirou os olhos do livro e o fechou em seguida. — O que querem fazer? — Perguntou Alicia a suas amigas. — Não tem muito o que fazer, então vamos conversar! — Disse Anita. — Ou podemos tirar fotos e guardar esse momento lindo da nossa última viagem junta! — Disse Agatha ao sentar-se ao lado de Anita. — Não gosto de fotos! — Disse Alicia. — Sabemos disso! — Disse Anita e Agatha uníssono. — Mas combinamos em gravar todos os nossos momentos juntos antes de você morar em outro país! Você se lembra? — Disse Agatha antes de questionar. Talvez Alicia tenha tentado relutar apenas com um olhar, mas eram as suas amigas, e ela sabia que demoraria para ter momentos maravilhosos com elas como esse. “Será apenas uma foto” disse Alicia a si mesma mentalmente. O que ela não sabia, era que essa foto, seria a única lembrança que teria das delas, por que infelizmente, muita coisa iria acontecer com elas, e muitas delas, seriam coisas ruins. — Só uma foto! Apenas uma! — Disse Alicia ao levantar-se do assento. Agatha animadamente levantou-se do assento, Anita levantou-se logo em seguida, as três garotas juntaram-se para a foto e mesmo com a implicância de ambas, umas com as outras, as mesmas se posicionaram e olharam em direção a lente da câmera. — Digam “X”! — Disse Agatha. — “X”!!! — Exclamou as garotas. O click da polaroide soou e a foto foi tirada, as amigas se sentaram novamente e começaram a conversar sobre os seus planos para os próximos anos. Após quase uma hora de espera, as garotas já estavam no jatinho e para a felicidade de Anita, havia espumante no avião e a mesma já estava desfrutando de tal benefício. — O que tanto lê Alicia? — Perguntou Agatha. — O diário do meu avô! — Disse ela ao se acolchoar na poltrona do avião. — Tem algo de interessante? — Perguntou Agatha. — Sim! — Disse ela. — Nos conte as coisas interessantes que há escrito! — Perguntou Anita. — Além do fato de que as plantas dessa cidade serem ótimas para cura? Também existe a possibilidade de existir um tesouro perdido! — Disse Alicia. — Um tesouro? Gostei disso! Conte-me mais! — Disse Anita. Alicia começou a contar sobre um possível tesouro que existia nas profundezas daquelas águas limpas da cor esverdeada da cidade de Aurora. Ela contou que existia uma tribo antes dos atuais moradores naquela cidade, tribo essa que guardava joias, ouro, pedras preciosas. E tudo naquela tribo era de uma riqueza expendida, e com a chegada dos novos moradores, com o medo de serem roubados, todos da tribo juntaram os seus tesouros e o afundaram naquelas águas onde as ondas se encontra as terras brancas. Após uma longa conversa entre as amigas, todas agora estavam dormindo, ou melhor quase todas, Alicia havia acabado de despertar, e ao abrir os seus olhos, ela olhou diretamente pra a janela ao seu lado, e pode perceber que estava chovendo e trovejando naquele momento. Aquela tempestade estava assustando a garota, que por sua vez, não conseguia mais dormir, principalmente depois do jatinho ter a sua primeira turbulência, que também fez com que as outras jovens despertassem. — O que está acontecendo? — Perguntou Agatha ao saltar da sua poltrona e sentar ao lado de Alicia. — Coloca o cinto! Acho que estamos passando por uma turbulência! — Disse Alicia a sua amiga. “Senhores passageiros, peço encarecidamente que apertem os seus cintos. Nesse momento estamos passando por uma turbulência que logo passará, peço que por favor, mantenham a calma!” — Disse o piloto. Por mais que parecesse que tudo estava bem, na verdade não estava, infelizmente aquela turbulência não iria cessar rapidamente assim como o piloto havia dito, pelo contrário, as coisas estavam prestes a piorar. Enquanto as amigas tentavam manter a calma, o piloto e o copiloto estavam preocupados, por conta da situação em que estavam. Por causa da tempestade eles não estavam conseguindo visualizar nada a sua frente, nem mesmo os embaçadores de vidro estavam dando de conta daquele excesso de água que caia dos céus. — O que vamos fazer? — Questionou o copiloto. — Vamos ter que fazer um pouso forçado! — Disse o piloto. — Isso é muito arriscado! — Disse o copiloto. — Mais ariscado ainda, é ter que continuar sobrevoando nessa tempestade! — Disse o piloto. — Me diga as coordenadas. — Disse o piloto novamente. Mesmo com todo o esforço que eles poderiam fazer, aquela viagem estava prestes a acabar em uma tragédia. Com a falta de comunicação com a central, e a falta da visão clara, aquele avião estava prestes a colidir com uma rocha que estava logo a sua frente. — Cuidado!! — Disse o copiloto ao conseguir ver a grande rocha a sua frente. Mas já era tarde, mesmo com a tentativa de desviar o avião para que ele não colidisse com aquela grande rocha, infelizmente o acidente aconteceu. O impacto do avião contra aquela rocha foi tão forte que os dois homens a frente faleceram de imediato, já no outro lado do avião, os agentes de bordo, assim como as aeromoças, que estavam sem cintos de segurança, foram lançados contra as paredes do avião, que ocasionou o falecimento dos mesmos. Já as três garotas, que até então estavam gritando desesperadas e pedindo a Deus que as tirasse daquela situação, ficaram desacordadas com a segundo impacto do avião contra a rocha. Agora partido em vários pedaços, a explosão havia iluminado o céu, fazendo com que aquele acidente fosse visto por quem estivesse próximo. Os pedaços do avião particular da jovem Alicia, estava caiando sobre as águas daquele profundo rio logo a baixo de si, e assim como os outros passageiros, Alicia e suas amigas haviam caído naquele rio, e aos poucos ambas estavam afundando com o seu próprio peso e com o peso da poltrona que ainda estavam sentadas e presas pelo cinto de segurança. — Não!! Não!! Socorro!! — Gritou Alicia ao despertar e perceber que estava afundando. Com o nível da água do rio em seu queijo, a jovem olhou para tudo em sua volta, e a mesma só conseguia enxergar água e mais água. Até que por fim ela afundou e mesmo com a sua visão embaçada, ela pode ver suas amigas desacordadas, ambas ainda estavam amarradas a suas cadeiras assim como ela. Alicia tentou solta-se de sua poltrona, para que pudesse ajudar as outras meninas, mas o seu esforço era em vão, ela não tinha forças o suficiente para solta-se daquele cinto e muito menos folego para tentar arrebenta-lo. Ela já não conseguia mais segurara a sua respiração, Alicia já estava sem esperança, e tudo que ela conseguia pensar agora nesse momento, era que a sua morte estava por vir. E olhando para as suas amigas que estavam aparentemente sem vida, ela agora se entregava as águas e esperando que tudo chegasse ao fim, e que não houvesse sofrimento para si. Mas algo aconteceu, antes que pudesse finalmente sentir o seu último suspiro de vida do seu corpo, antes que os seus olhos fechassem por completo, Alicia viu algo se aproximar. Ela pode ver uma luz dourada, que possuía um rosto de traços finos e delicados, e de longos cabelos brancos e macios vir em sua direção. “— Alicia!! Vamos, corra, o sol já vai se pôr!” As memorias de sua infância surgiram enquanto a água do rio saia de seus pulmões. — Quem é ela? — Questionou uma voz feminina. — Esses cabelos! são da cor do fogo, será ela? — Perguntou uma voz infantil. — Impossível ser ela! — Disse a voz masculina. — E por que não seria? — Perguntou a voz feminina. — Porque a escolhida não existe! — Disse a voz masculina. — Mas se for, o povo da nevoa vão vir atrás dela! — Disse a voz infantil. — Então vamos nos livraremos dela! — Disse a voz masculina. — Vamos levava para tribo, o pajé nos dirá o que fazer! — Disse a voz feminina. — Não vamos dar trabalho a ele, vamos resolver isso aqui mesmo, ninguém vai saber, apenas vamos jogá-la ao rio! — Disse a voz masculina. — Quem são vocês? — Perguntou a jovem ao abrir brevemente os seus olhos. — Não vamos matá-la, vamos lava-la a tribo, é muita crueldade tirar a sua vida! — Disse a voz feminina. — As minhas amigas, onde estão? — Perguntou alicia ao tentar levantar-se. — Estão mortas! — Disse a voz infantil. — Não fale com ela! — Disse a voz masculina. Ao abrir os seus olhos por completo, Alicia percebeu que estava diante de índios daquela região. Uma jovem índia de cabelos longos e lisos aproximou-se dela e tocou em seus cabelos e olhou fixamente para ela com muita atenção, a pequena criança de sexo feminino estava ajoelhada ao lado da garota de cabelos vermelhos e olhou para cada traço do rosto de Alicia, mas o jovem índio, ele nem se quer olhava para a mesma, a todo o momento ele estava com o seu rosto virado em direção ao rio, com uma expressão séria — Onde está a mulher que me salvou? — Perguntou a jovem. — Que mulher? Quando a encontramos não vimos ninguém, você estava à beira do rio! — Disse a jovem índia que ainda tocava e olhava atentamente os cabelos de fogo de Alicia. — Eu vi uma mulher, ela brilhava, ela me tirou da água! — Disse a garota. — Como assim ela brilhava? — Perguntou o jovem índio ao olhar de imediato para a garota de cabelos ruivos. — Ela tinha um brilho dourado, seu rosto era delicado e os seus cabelos... — Alicia parou de falar quando se deu conta de que poderia estar alucinando. — É ela! ela é a escolhida! — Disse a jovem índia ao soltar os cabelos da garota. — Vamos levava para a tribo! — Ditou o jovem índio. O mesmo aproximou-se de Alicia e segurou em um dos seus braços, a levantou e começou a arrastá-la floresta a dentro. — Onde está me levando? — Perguntou Alicia. — O que está acontecendo? — Perguntou ela novamente. Sem obter respostas a garota foi levada para distante do rio. Ao caminhar contra a sua vontade, a jovem pode avistar ao longe luzes vermelhas vindas de algumas fogueiras gingantes. Ao aproximasse ainda mais, ela pode ver claramente as ocas e alguns habitantes daquela aldeia que estavam curiosos sobre quem aquele jovem índio estava a trazer arrastada para a oca do pajé. — Me ajuda! — Disse Alicia as pessoas que estavam a sua volta. Mas acontece que as pessoas daquela aldeia não estavam dispostas a ajudá-la. — Pajé! — Disse o jovem índio ao entra ainda agarrado no braço da jovem em uma das ocas que havia naquele local. — Quem é essa? — Perguntou um velho índio ao sair em meio a escuridão daquela oca. — A escolhida da deusa! — Disse a jovem índia ao entrar na oca. — Isso não é verdade! — Disse o jovem indo que ainda segurava o braço de Alicia. — Como sabe que ela é a escolhida? — Questionou o velho índio. — Porque ela viu o espirito da luz! — Disse a jovem índia. — Solte-a! — Disse o velho pajé ao jovem índio. De imediato aquele jovem soltou Alicia, que por sua vez tocou em seu próprio braço para massagear o local em que ele havia segurado firmemente. — Peço desculpas pelo mal comportamento do meu filho! — Disse o pajé. — O que está acontecendo? Por que ele me trouxe aqui? eu preciso salvar as minhas amigas! O meu avião caiu, eu preciso avisar as pessoas onde estou, avisar que estou bem e que preciso que me levem para casa! Eu tenho certeza que alguém sobreviveu, eu preciso que alguém tenha sobrevivido! Eu não quero ser a única pessoa viva da minha tripulação! — disse Alicia em um tom desesperado. O pajé olhou para seu filho e ele balançou a cabeça em negação, e nesse momento o pajé havia entendido a seu sinal. — Peça para que os seus irmãos o acompanhem até os corpos! — Disse o pajé. — Corpos? Elas podem ter sobrevivido! Elas não estão mortas! — Disse Alicia agora se dando conta da realidade. — Traga uma fusão de ervas para ela! — Disse o pajé a jovem índia. Ao perceber que aquele homem a sua frente estava com um tom de voz sério e uma expressão nada agradável, ela passou a entender de que infelizmente poderia estar sozinha. — Não! — Disse ela ao deixar as lagrimas percorrer o seu rosto. Fraca do esforço que fez para se salvar, e triste pela perda de suas amigas, Alicia perdeu totalmente a força do seu corpo e caiu de joelhos ao chão. Comovido com a dor da garota, e em respeito a ela, o pajé permaneceu em silêncio e esperou que ela se acalma-se por si só. A jovem índia tentou consola-la, mas o velho sábio não permitiu a sua aproximação de Alicia, a mesma saiu da oca e foi fazer o que lhe foi pedido. Era possível ouvir o choro da garota por toda tribo e todos que a ouvia, se comovia com suas lágrimas. Um longo tempo depois, a garota já havia parado de chorar, ela por sua vez, agora estava com o seu olhar fixo a fogueira a sua frente. — Aqui, o manto vai lhe ajudar a aquecer! — Disse a jovem índia. — Como consigo entender o que vocês estão falando? Pensei que a sua linguagem fosse primitiva! — Disse Alicia ao questionar. — Era isso que iria te perguntar! Como consegue nos entender? — Questionou a índia. — É por causa do espirito de luz, no momento em que você foi tocada por ele, você adquiriu o dom da nossa fala! — Disse o pajé ao surgir das sombras atrás da fogueira. — Com toda a certeza eu estou delirando! — Disse Alicia. — Não está, isso tudo é real! — Disse a jovem índia. A jovem de cabelos ruivos ainda não estava acreditando nos acontecimentos, ela suspirou tristemente e se culpou por todo aquele acontecido. — Ajudem aqui! — Gritou um índio da tribo ao aparecer de repente de dentro daquela floresta. O mesmo trazia consigo a garota Anita em seus braços, logo atrás dele estava o jovem índio que salvou Alicia com Agatha também em seus braços. — São as minhas amigas! — Disse Alicia ao levantar-se rispidamente. A jovem correu em direção a oca onde as suas amigas estavam sendo levadas. Ao entrar naquele local, Alicia pode ver suas amigas sobre as redes e que as mulheres daqueles homens estavam fazendo algum tipo de reza. — O que está acontecendo? — Perguntou ela ao jovem índio. — Um ritual para afastar os maus espíritos! — Disse o jovem índio. — Como elas estão? Pensei que tivessem mortas! — Disse Alicia. — Nós também pensamos, até que as suas amigas voltaram a respirar! — Disse o jovem índio. Como isso era possível? Se perguntava Alicia. Elas estavam mortas, pelo menos era o que parecia no momento em que a jovem as viu no fundo do rio. Alicia foi tirada da oca pela jovem índia Jaci Inaiê, e levada novamente a fogueira. — Fique aqui, quando elas acordarem, eu te avisarei! — Disse a jovem índia. Alicia concordou e permaneceu onde a Jaci Inaiê a deixou. A preocupação era nítida na feição do rosto da jovem, o fogo a aquecia novamente e enquanto ouvia a reza que vinha daquela oca, ela esperava que tudo aquilo finalmente acabasse. O tempo se passou e a noite se foi, Alicia adormeceu ainda sentada perto da fogueira, a sua cabeça estava apoiada em uma grande pedra que havia ao seu lado. O sol que estava aparecendo aos poucos, iluminou o rosto da jovem e a despertou. A garota levantou-se e caminhou na direção da oca onde suas amigas estavam. — Como elas estão? — Perguntou Alicia a jovem índia quando entrou na oca. — Bem, elas estão dormindo, a noite foi longa, elas estavam a ter pesadelos! — Disse Jaci Inaiê enquanto molhava um pano em uma cumbuca com água e ervas. — Quando vão acordar? — Perguntou Alicia. — Não sabemos! O que temos que fazer é esperar! — Disse Jaci Inaiê. Alicia pegou um dos panos que estava sobre uma mesa de barro e molhou o mesmo naquela cumbuca com a fusão de ervas, ela colocou o pano sobre a testa de Anita, que estava tão pálida quanto a Agatha. Mais de três horas se passaram, e nada das garotas despertarem, Alicia caminhava de um lado para o outro, ela estava inquieta, e ainda preocupada. — Alicia! — Disse Agatha ao despertar. — Agatha!! — Disse Alicia ao caminhar em direção da garota. — Você sobreviveu! — Disse a garota de cabelos loiros. — Sim, nós três sobrevivemos! — Disse Alicia ao ajudá-la a levantar-se daquela rede. — O resgate já está vindo? Onde estamos? — Questionou Agatha. — Estamos em uma tribo! — Disse Alicia. — Uma tribo? — Perguntou Agatha. — E o resgate? — Questionou novamente. — Não consegui ajuda, não temos nenhum meio de comunicação! — Disse Alicia. — Então o que faremos? — Perguntou Agatha. Quando Alicia iria responde-la, Anita despertou e chamou a atenção de suas amigas para si. — Anita! — Disse Agatha ao ir em direção da garota de cabelos negros. — Como você está? — Perguntou Alicia. — Bem! Sobrevivemos? — Perguntou Anita. — Sim! — Disse Agatha. — E o piloto e o copiloto? — Questionou Anita. — Infelizmente não conseguimos salvar os dois homens! — Disse o jovem índio ao entrar na oca. — E você quem é? — Questionou Anita. — Raoni! — Disse o jovem índio novamente. — É um prazer, obrigada por nos salvar! — Disse Agatha ao estender a sua mão para o mesmo. O jovem Raoni não pegou na mão da jovem, fazendo assim com que ela recolhesse a sua mão. — Não liga, ele é mal educado! — Disse Alicia. O jovem olhou para a garota e fechou a expressão do seu rosto, ele caminhou em direção a um baú que havia trás de uma das redes. Ele pegou uma espécie de arco acompanhado com algumas flechas e voltou em direção a Alicia. Raoni parou em frente a mesma e a olhou nos olhos e disse. — Precisaremos partir nessa noite, antes que Jaci encontre Guaraci! — Disse Raoni..

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