Prólogo

4995 Words
Era uma vez, há muito tempo, tipo uns 20 anos atrás, a Bela se casou com a fera diante de seis mil de seus amigos mais íntimos. Teve um bolo grande... É, enfim, em vez de uma lua de mel, a fera uniu todos os reinos e se elegeu a rei dos Estados Unidos de Auradon, e ele juntou todos os vilões e os malvados e os enviou para a Ilha dos perdidos, e fez uma barreira mágica para os manter lá. Sem Magia... Sem Wi-fi... Sem saída... Enquanto isso, no centro de Auradon ficava o mais grandioso Castelo com suas varandas e torres luxuosas - as mais altas tinham bandeiras azuis e douradas, com o tradicional brasão dos EUA. A joia da coroa era o charmoso príncipe Ben, de 15 anos, que estava destinado a ser o rei de Auradon. Não houve nenhuma fada em seu batizado para abençoá-lo com dons, talvez porque ele não precisasse de nenhum. Ben era bonito como o pai, com sobrancelhas marcantes e rosto bem esculpido, mas tinha os olhos gentis da mãe e seu intelecto sagaz. Ele era um menino de ouro de todas as maneiras possíveis, com bom coração e espírito de campeão: capitão do time de Tourney, amigo de todos e destinado a governar Auradon um dia. Benjamin tinha tudo pra ser um grande rei, o seu único problema era o seu amor pela Ilha. {...} O príncipe Benjamin ajeitava seu terno azul enquanto observava o horizonte, o tal do horizonte que apontava para a Ilha dos perdidos. Seu sonho sempre foi visitar o local, aquele pequeno borrão cinzento que impedia a paisagem de ser perfeita, então o Príncipe tomou coragem para ir falar com o seu pai, pois em 6 meses ele seria coroado rei. Sempre ouvira das pessoas que um verdadeiro homem nunca terá vivido sem uma grande aventura antes do 16 anos. Estava na hora de colocar as cartas na mesa... Ben foi caminhando até o escritório de seu pai. Chegando lá, colocou a testa sobre o toque amadeirado da porta, respirou fundo e deu duas batidas com o punho fechado. - Pode entrar! - Adam disse com a voz grossa como sempre, isso o tornava um rei mais firme, afinal, um rei tinha que fazer as melhores escolhas para o seu povo, mas não podia deixar com que os mesmos o intimidasse, era exatamente isso que o príncipe Benjamin temia quando se tornasse rei. Ben abriu um pouco a porta e colocou apenas a cabeça para dentro do escritório. - Pai... Posso falar com você? - Ah, oi, filho. Claro, entre. - Licença - disse Ben, adentrando o escritório do pai e fechando a porta atrás de si. Adam se levantou da cadeira e deu um aperto forte na mão do filho e o abraçou, dando duas batidinhas em suas costas. - Sente-se, filho - Adam disse, sentando-se em sua cadeira. Ben sentou-se na cadeira em frente da mesa, determinado. - Pai, eu gostaria de pedir autorização... Eu quero ir para a Ilha dos perdidos - Ben disse com um certo receio da resposta do pai. - O QUÊ?! Perdeu o juízo?! - Adam berrou em um tom furioso. - Pai, me escuta até o fim - Ben continuou firme, mantendo a calma, apesar do nervosismo. - Eles são culpados por um monte de crimes! - Adam elevou a voz ao máximo. - Mas os filhos são inocentes! - Ben lhe respondeu com a voz alta, também. - Pai, o senhor sempre me disse que um homem não está completo antes de sua aventura; daqui a seis meses irei ser coroado rei, não posso governar Auradon como um garoto. Por favor, pai, a Ilha também há pessoas que estão sob nosso reinado, precisamos saber quem e como realmente são! - Ben dizia com firmeza e abaixando o tom da voz aos poucos, tentando parecer mais razoável. Adam sentiu-se confrontado, pois de fato foram suas palavras que foram usadas contra ele. - Suponho que esteja certo – Adam relutantemente cedeu aos dizeres do filho. - Tudo bem... Se deseja tanto, assim será... Mas irá ter de estudar os filhos dos vilões antes, precisamos descobrir o que podemos enfrentar pela frente. - Adam respondeu, tentando se manter calmo, mas talvez aquilo realmente fosse bom para o reino, principalmente para o filho. Ele precisava enxergar que vilões são e sempre serão apenas vilões, uma macieira pobre cujas frutas nunca caem longe da árvore. - Vamos avisar a sua mãe - Adam continuou, levantando-se da cadeira e caminhando em direção à porta. Bem o seguiu, mas com um enorme sorriso que mal cabia no rosto. - Sabia que iria entender, pai – Disse Bem, satisfeito. Já em outra sala, Ben e Adam encontraram Bela. Ela estava sentada lendo um bom livro. Durante todos esses anos, Bela não mudou seu jeito e não aparentava possuir a idade que tinha, com certeza o tempo não andou junto dela. - Bela. Eu e Ben temos uma notícia para dar - Adam falou com um certo receio de seu único filho, herdeiro da coroa, ir para uma Ilha repleta de vilões e sujeitos perigosos. Bela desviou sua atenção do livro e olhou para a face preocupante de seu Marido e para o semblante alegre de seu filho. Ben até tentava disfarçar a felicidade, mas Bela conhecia o filho melhor que ninguém. Ela fechou o livro com o marcador e o depositou na mesa de centro, e olhou para o filho e o marido novamente. - Qual notícia? - O Ben vai... O nosso filho vai para a Ilha dos perdidos - Adam disse firme e sem rodeios, já imaginando a reação de Bela. - O quê?! O meu bebê! Naquele lugar terrível e cheio de gente eu pode matá-lo? – Bela gritou, mais exaltada que nunca, embora a feição de surpresa, fúria e descrença fosse incapaz de ofuscar seus traços eternamente belos. – Não, nem em sonhos! O meu filho não vai a lugar algum! Ela correu para abraçar Ben, como se seus braços pudessem protegê-lo do mundo. - Bela, vai ser bom pra ele, e ele não vai lá à toa. Ben vai com o propósito de estudar os filhos dos vilões, uma iniciativa que ele mesmo tomou - disse Adam pousando a mão sobre o ombro de Bela. - É isso que você quer, filho? - Bela perguntou, abraçando Adam e voltando seu olhar, que está a ponto de chorar, para o filho. - Sim, mãe. Eu acredito verdadeiramente que isso vai ser bom para o reino. – Disse Ben, e logo em seguida foi abraçar a mãe, pois não suportava ver a mãe assim tão abalada, mas ele precisava provar que os filhos dos vilões eram inocentes e não tinham culpa dos pais que tinham. - Quando que ele vai partir, Adam? - Bela perguntou, ainda abalada. - Bom, se tudo ocorrer bem, planejo que seja daqui dois dias - Adam respondeu um pouco aflito, ele não acreditava que o seu único herdeiro iria praticamente se jogar em uma cama de espinho, pois nem mesmo Adam foi para a Ilha. Já à noite, Ben estava em seu quarto, deitado na cama, conversando pelo mensagens de celular com sua amiga Layla, filha da Branca de Neve. - Então você conseguiu, finalmente vai para a Ilha. - Sim. Eu realmente estou feliz, consegui o meu maior sonho. - Ben, olha, você sabe que eu te apoio e tal, mas você não acha que foi longe demais? Sabe que pode ser perigoso. - Layla, eu te entendo, mas, de qualquer jeito, vai servir para eu abrir os olhos, sendo bons ou maus os filhos dos vilões. - Quando você vai? - Meu pai me disse que se tudo ocorrer bem, daqui dois dias. - Você vai me abandonar por quanto tempo? - Hahaha... Layla! Eu vou, mas eu volto. - Mas por quanto tempo você vai ficar lá? - Um mês. - Benjamin! - O que foi!? Haha... Relaxa, Layla. - E a escola? Como os seus pais vão ficar? Se você não voltar vivo, eu te ressuscito para depois te matar eu mesma, Benjamin Florian! - Layla, você está pior que a minha mãe. E eu vou estudar em Dragon Hall, a escola dos filhos dos Vilões. Eu vou voltar vivo e bem, ou pelo menos eu espero que sim. - Mas e a sua namorada, Audrey, a incrível, magnífica, maravilhosa e perfeita filha da Aurora e do Príncipe Philipe? Hahaha. - Ela não é minha namorada, Layla, você sabe que eu não a amo. - Mas não é isso que ela diz, e, afinal, já contou para ela? - Ainda não. Eu vou contar para ela e para o pessoal amanhã na escola. - Se ela ter um treco, não diga que eu não avisei. - Com certeza ela vai. A Audrey consegue ser muito dramática às vezes. Benjamin desviou sua atenção para a porta, achando ter ouvido algumas batidas. - Entre – Disse o Príncipe. Quando a porta se abre, Lumière surge. - Com licença, Alteza. O jantar será servido em cinco minutos – Disse ele, fazendo uma reverência. - Agradeço, Lumière. Já irei descer, pode se retirar. Lumière fez outra reverência e saiu, fechando a porta. - Layla, tenho que ir jantar. Amanhã nós nos falamos na escola. - Ok, também vou jantar. Até amanhã na escola então. Depois de jantar, Ben ajudou o pai no escritório, e em seguida foi se preparar para dormir; tomou um banho quente e se permitiu relaxar na grande banheira, e depois de sair e se secar, vestiu um pijama azul celeste e penteou os cabelos castanhos. Ele se deitou na cama e ficou olhando para o teto, pensando na ilha. Por um momento, fechou os olhos por um instante e deu um grande suspiro, então foi até a janela do quarto, abriu o vidro e se debruçou sobre a mesma, deixando a brisa da noite bater sobre seu rosto. Ele novamente dirigiu o olhar para a ilha. Seus pensamentos se questionaram sobre como seria sua aventura na a ilha e se voltaria à salvo para casa, mas seu coração rezou para que sua tese tivesse certa e que alguns filhos dos vilões não fossem tão ruins assim. Ele fechou a janela e apagou a luz, e logo em seguida se deitou na cama e se cobriu. Naquela noite, o príncipe vagou pelo seus sonhos. Não sabia direito se era um sonho ou pesadelo. Ele estava andando por uma vila estranha, cheia de pessoas miseráveis vestindo trapos, que comiam frutas podres e bebiam café preto, sem leite ou creme, sem bolinhos para mergulhar no café. Sem sequer açúcar. Um horror! Então o chão sob seus pés cederam e uma vala se formou. Ele caiu, tombando de costas e estendendo as mãos aos céus como se implorasse por ajuda. Então alguém o ajudou. Uma linda garota de cabelo púrpura, diferente de qualquer pessoa em Auradon. - Obrigado - disse ele, agradecido - Quem é você? A imagem da garota desvaneceu antes de ele descobrir seu nome. Ben acordou pela manhã com o despertador, ele estava sonolento e confuso pelo sonho estranho, mas não era o sonho em si que o perturbava, e, sim, a linda garota de cabelo púrpura. Ben se levantou da cama, coçou os olhos e foi até o closet para pegar a roupa com a qual iria para a escola. Já pronto, o jovem príncipe pegou sua mochila e desceu para o café-da-manhã, ele não estava com muita fome, então tomou apenas um copo de suco de morango e comeu apenas uma torrada com geleia de amora, despediu-se dos pais e foi direto para o carro que o levaria para a escola. Ben chegou à escola e avistou Layla na porta. Ela parecia estar esperando alguém. Ele se aproximou dela e a cumprimentou. - Está esperando alguém? – perguntou Ben. - Sim, um príncipe chato que vai me abandonar. Você o conhece? Se chama Benjamin Florian – Disse ela, tentando ficar séria, mas não se aguentou e acabou rindo. Ela sabe que Bem detestava ser chamado de Florian, mas, antes que ele pudesse falar algo, o sinal tocou e ela o puxou para dentro da escola. As duas primeira aulas foram de ciências, depois duas aulas de história com a Fada Madrinha. Eles estudaram as lendas e histórias dos lugares magníficos de Auradon, mas uma em questão chamou a atenção de Ben, um lago encantado sobre um antigo templo, localizado na floresta após ultrapassar uma ponte de corda e madeira; bem ao fundo do lago se podia ver uma pequena cachoeira atrás das folhas de árvores. Dizia a lenda que se você achasse uma pedra bonita e fizesse um pedido, e a jogasse de volta ao mar, esse pedido se realizaria. Benjamin ficou impressionado com isso. Mas então veio o intervalo, quando ele teria de contar para alguns amigos sobre sua "aventura" na Ilha dos Perdidos. Já no refeitório, ele pegou seu lanche e se sentou em uma mesa no canto superior junto a Layla, Doug, Jane e Lonnie, e pediu para a Lonnie ir chamar o Chad e a Audrey. Lonnie era uma bela japonesa, filha, Mulan e Li-Shang, ambos guerreiros, então o desejo por lutas estava em seu sangue. Doug era um rapaz gentil e inteligente. Apesar de não ser príncipe, ele tinha sua beleza própria; ele é filho do Dunga, o que pertenceu, e ainda pertence, ao grupo de anões das minas que sempre buscavam pedras raras e preciosas. Jane é a filha tímida e insegura da Fada Madrinha. Ela é fascinada por magia, mas sua mãe não a deixa praticá-la. Chad, nascido na previdência Encantada Auradon, é o filho atlético, bonito e, bem, encantado do príncipe Encantado e Cinderela. Logo Lonnie voltou trazendo Audrey e Chad. - Chamou, Benyboo? - Audrey falou dando um beijo na bochecha do herdeiro do trono. - Sim, eu gostaria de falar que talvez amanhã seja meu último dia aqui em Auradon. – disse ele, sorrindo. - Vai viajar? - perguntou Chad. - Não exatamente. Eu vou para a Ilha dos perdidos para estudar os filhos dos vilões. - Demais! - Lonnie comentou, sorrindo. - O quê?! Por quê? Ai, meu Deus! E você só fala isso agora? - Audrey falou já começando a entrar em pânico. - Calma, Audrey, também não é para tanto - Layla falou tentando acalmá-la. - Mas é muito perigoso! E se ele não voltar? E se os vilões o sequestrarem? - Audrey se sentou, colocando as duas mãos sobre a cabeça. Ben olhou para a Layla, e ela solta um olhar que dizia um "eu te avisei". - Ben, a Audrey tem razão, a Ilha é muito perigosa, e se você der de cara com a Malévola e ela descobrir que você é herdeiro da coroa? - Jane falou com uma certa preocupação. - Jane tem um pouco de razão, mas você pode não contar o seu passado e não usar esse tipo de roupa, tente com roupas mais comuns. - Doug se pronunciou. - Isso definitivamente não está acontecendo! É somente um pesadelo, Audrey! – disse ela mesma, tentando se convencer, respirando fundo e passando as mãos sobre o pescoço. - Audrey, fique calma. Ben, isso é sério mesmo? - Chad perguntou, olhando para Ben com uma mão sobre o ombro direito de Audrey. - Sim, estou firme nessa decisão – o Príncipe respondeu com firmeza. - Hoje, às 2h da tarde, nós vamos dar um passeio pelo jardim do meu castelo. Veja se pensa direito e decide te juízo até lá, Benyboo - a princesa deu um beijo na bochecha do príncipe Benjamin e seguiu caminhando ainda um pouco transtornada, o arrastando o filho da Cinderela. - Eu avisei – disse Layla, encarando o príncipe Ben. Durante o restante intervalo, Ben ficou conversando com Layla, Jane, Doug e Lonnie sobre a ida para a Ilha. Quando o sinal bateu e Ben se dirigiu à sala de artes, o professor entrou e começou e iniciou a aula, que se seguiu dentro da normalidade até a atividade final. - Bem, pra finalizar, vocês irão ter que desenhar algo espontâneo, a primeira coisa que vier na cabeça. - o professor deu um aviso e se sentou em sua cadeira. Benjamin, sem perceber, começou a desenhar a garota de cabelos púrpura, os olhos verdes brilhantes, os lábios rosados e a pele pálida. Ele deu um suspiro, seu coração estava um pouco acelerado. Quando terminou, ele analisou o desenho da garota. - Será que um dia eu irei descobrir quem é você? - o garoto disse para si mesmo como em um sussurro para apenas ele ouvir. O sinal bateu, finalizando as aulas daquele dia. - Bom final de semana a todos - Anunciou o professor enquanto liberava os alunos. Após Ben sair da sala, ele se despediu dos amigos e se dirigiu até o carro, indo para sua residência real. Adam e Bela estavam no escritório, então Ben preferiu não os incomodar e ir direto para o quarto para se preparar para o almoço e para o passeio com Audrey. Ele tomou um banho, penteou os cabelos, colocou seu terno azul, dispôs-se a sentar na cadeira em frente ao computador e começou a procurar mais sobre a Ilha. Ben já sabia demais sobre o lugar cinzento e marrom, mas ele queria achar uma coisa que o interessava muito, quem eram os filhos dos vilões? Mas não encontrou nada, talvez aquela garota de seu sonho fosse isso, apenas um sonho... Quando deu o horário certo, Ben entrou no carro rumo à "Cabana de Lua de Mel", como a maioria chamava o domicílio real de Aurora e o Príncipe Encantado. Sua mãe era uma famosa beleza em uma terra de belezas famosas, então era de se esperar que a princesa Audrey, filha da Aurora, também tivesse o dom da voz harmoniosa, um lindo cabelo volumoso, pescoço esguio e olhos negros e profundos que poderiam envolver um príncipe em um abraço aconchegante. Como um bichano sentindo cheiro de erva-de-gatos - ou talvez como uma Ilha do ex-vilões banidos pressentindo magia -, um jovem príncipe dificilmente resistirá a tal esplendoroso encanto de covinhas. Na verdade, a Princesa Audrey, assim como sua mãe antes dela, era exatamente o tipo de princesa que conferia às princesas essa reputação - até a última mecha de cabelo cacheado e o último brilhante em seu vestido de seda. E foi à princesa Audrey que o príncipe Ben se dirigiu naquela tarde, para curar suas feridas e buscar conforto após o estranho sonho e sua angústia e ansiedade ao ir para a Ilha como um filhotinho procurando erva-de-gato que ele achava que era. - É uma confusão - Ele contou à garota enquanto caminhava pelo jardim. -Então, o que acontece agora? - Audrey perguntou, arrumando a flor em seu cabelo. Ela combinava com o forro de seda de seu corpete rosa-claro. - Certamente não se espera que um príncipe faça tudo direitinho. Para você é fácil falar, pensou Ben. Um pombo pousou no ombro de Audrey, arrulhando suavemente. Ela levantou um de seus dedos com esmalte rosa-claro e o pombo voou gentilmente para sua mão. Ben olhou ao redor, procurando o retratista real. O retratista estava sempre por ali nessas horas. Foi quando o pombo voou da mão da princesa que ela se pronunciou. - Ben... Você tem certeza de que quer ir para a Ilha? - Audrey disse com uma expressão triste em seu rosto. - Eu tenho... - Ben respondeu com uma expressão normal e deu um sorriso. - Dança comigo, doce princesa Audrey? - pediu ele, rindo. - Mas é claro, Vossa Alteza! - Audrey respondeu sorrindo. Ben não soube naquele momento, mas as bochechas da princesa coraram. Ele fez um cumprimento. – Fico feliz em satisfazer minha donzela - Dançar na floresta era a coisa que ela mais gostava de fazer, e ele sabia disso. O rapaz a envolveu em seus braços. Ela era linda. Perfeita. Uma princesa, apaixonada por ele. Audrey cantou suavemente: foi você, o sonho bonito que eu sonhei... Era a música deles. E, pior ainda, ele nunca tinha sonhado com ela. Nem mesmo uma vez. Para Audrey, a canção podia ser sobre ele. Mas, para Ben, a música não era sobre ela. Não. Não Audrey. Ele tinha sonhado com outra garota. Uma de cabelo púrpura e olhos verdes brilhando no escuro, e um sorriso travesso e astuto nos lábios. Quem era ela? Onde ela estava? Será que um dia ele a encontraria? E será que um dia ele conseguiria tirá-la da cabeça? Ben fechou os olhos e tentou se concentrar na melodia e na princesa à sua frente, mas a garota de seus sonhos era difícil de esquecer. Ben gostaria que Audrey fosse mais compreensiva, mas sua vida havia sido encantada desde o começo como a princesa mimada de dois pais babões - especialmente Aurora, que havia sido separada da própria mãe e forçada a viver seus primeiros anos em um lar adotivo com fadas, sob a ameaça de uma maldição mortal. - Minha filha nunca vai conhecer nada além de amor, beleza, paz e alegria - havia declarado Aurora. E ela falava sério. Então não era difícil perceber por que Audrey não conseguia entender o que Ben estava sentindo. Como quase tudo em Auradon, Audrey era perfeitamente doce, perfeitamente gentil, e, sinceramente, para Ben, às vezes perfeitamente tediosa. Havia outras cores além de rosa e lilás. Havia outros animais que gostavam de fazer outras coisas além de emitir barulhos e se aconchegar. Talvez houvesse outros assuntos além de vestidos e jardins e bailes e carruagens - não importa o quanto fosse boa a pintura customizada da última carruagem. Ben dançava e Audrey rodopiava, os dois sorriam e gargalhavam. Depois se sentaram no gramado para descansar. Audrey encostou a cabeça no ombro do príncipe e ele a abraçou. - Você pensa neles, Audrey? - Nos vilões? - Sim. Audrey recostou-se, balançando a cabeça. - Não. Já vão tarde. Minha mãe disse que um deles tentou fazê-la dormir por cem anos! E isso depois de ela ter passado a infância inteira em um lar adotivo e sob custódia! Minha própria mãe. E depois a mesma mulher terrível se transformou em um dragão e tentou matar o papai - ela se arrepiou. Audrey deve ter ouvido a história mais vezes do que gostaria, Ben imaginou, mas os dois nunca tinham falado a respeito. Ele não culpava a garota por não querer tratar do assunto e amaciou a voz, pegando a mão dela. - O nome dela é Malévola - disse Ben, que tinha estudado os contos de fadas. Sua mãe havia lido os antigos contos para ele, antes mesmo de ele aprender a ler. - Ela era a Senhora das Trevas, a feiticeira mais malvada que já existiu. Audrey lançou um olhar ainda mais assustado. - Não diga o nome dela aqui - murmurou. Era praticamente um sussurro, de tão temerosa que estava. - Ela pode ouvir e amaldiçoar você! Ela acaba com tudo e todos que minha família ama. Agora era a vez de Ben sorrir. - Não há como ela fazer isso. Aquela barreira vai contê-los para sempre. - Ele se inclinou, deitando sobre a grama. - E quem exatamente sua família ama? Audrey sorriu de volta. Uma piscadinha e a tempestade em seus olhos já havia passado. - Minha família ama todos que são bons e gentis e merecedores de amor, Vossa Alteza. - Ela ofereceu sua mão delicada e ele a beijou gentilmente. Depois do encontro com Audrey, Ben foi se encontrar com Layla, Doug e Lonnie para comprar roupas mais casuais para a Ilha. Eles entraram antes em umas quatro lojas e somente na quinta acharam as roupas perfeitas. A loja ficava num vilarejo próximo à Escola Prep. de Auradon. Depois das compras, os quatros foram tomar sorvete e conversar. Depois ele voltou para a sua "casa" com Layla e se despediu da melhor amiga no jardim de seu castelo. Ele adentrou os portões e um dos empregados levou as sacolas para seu quarto. Ben se dirigiu ao escritório de seu pai. Lumière tinha avisado que o pai queria conversar com ele. Benjamin bateu à porta, e assim que o pai deu permissão para entrar, ele o fez. - Queria falar comigo, pai? -Sim, filho, e imagino que saiba sobre qual assunto se trata. - Sim... - disse Ben, sentando-se na cadeira em frente à mesa de escritório do pai. - Quero que tome cuidado, filho. Os filhos dos vilões podem ser tão traiçoeiros quanto os pais. - avisou Adam, olhando nos olhos do Filho. - Sobre isso... - Ben viu uma chama de esperança nos olhos do pai, como se achasse se o filho fosse desistir. - Você sabe como são as aparências dos filhos dos vilões? Ou tem alguma informação sobre eles? Adam balançou a cabeça em sinal negativo. - Você irá ter que procurar! – Adam disse enquanto revirava a gaveta da mesa do escritório, tendo em mãos uma câmera e um caderno de anotação. - Tome, irá precisar para anotar e registrar certas informações. - Ben pegou, confirmando com a cabeça. - Você vai domingo de manhã, então amanhã descanse e arrume suas coisas. - Tudo bem. - Benjamin disse com um sorriso de canto. - Posso ir? - Claro, filho... - Adam disse suavemente. Ben se levantou e se despediu do pai. Quando o príncipe saiu do escritório, Adam colocou suas mãos sobre o rosto e desceu para o pescoço em sinal de tensão. Dando um leve suspiro, ele se encostou na cadeira tentando relaxar. Benjamin subiu para o quarto e começou a preparar as bagagens. Ele preparou duas mochilas e uma mala. Após o preparo, ele conferiu se não estava faltando mais nada. Então, quando acabou, ele se jogou na cama deixando o corpo relaxar. "O destino do povo da Ilha estava sobre os seus ombros." No dia seguinte, o castelo central de Auradon estava cheio de pessoas de toda as linhagens reais. E o motivo era a viagem do herdeiro da coroa. Todos estavam muito elegantes com suas vestes reais, principalmente o Príncipe Benjamin, o terno na cor azul com detalhes dourados destacava o Príncipe com seus cabelo castanho-mel bem penteados em baixo da coroa. Ben foi tomar um ar no jardim quando ouviu alguém o chamando. - Ben. - disse Audrey, envolvendo seus braços no dele. - Audrey - Ben a cumprimentou com um sorriso encantador. Audrey sem dúvida estava linda, o vestido rosa acima do Joelho, uma linda tiara em cima da cabeça com os cabelos soltos, uma maquiagem leve que destacava o seu lindo rosto. Ela utilizava em seu pescoço o colar de brilhantes que Ben havia dado a ela em seu aniversário de 15 anos. Ela gostou tanto do colar que o usava em quase todas cerimônias que ocorreram desde então. - Gostando da festa? - Audrey indagou, olhando para a vista que Ben olhava antes de ela chegar. - Um pouco, mas estou meio tenso. – disse ele, encarando a garota, e isso fez com que ela o olhasse, principalmente o lindo reflexo em seu olhar. - Não precisa ir, se não quiser. Você sabe disso. - Audrey realmente estava preocupada com o Príncipe. - Eu quero ir - ele respondeu com um meio sorriso, mas aquela situação toda com a filha de Aurora estava o fazendo repensar sobre seus atos, principalmente a ida dele para uma Ilha repleta de vilões. No meio do salão, o Príncipe Benjamin dançava com a Princesa Audrey. Mesmo com a música, ele podia ouvir os murmúrios das pessoas ao redor dizendo o quanto eles dariam um casal perfeito, mas Ben não amava a garota e ela sabia bem disso. Talvez há um tempo atrás ele poderia tê-la amado, mas neste momento ele só pensava na garota de seus sonhos... E como ele nunca iria conhecê-la por se tratar de um sonho, um delírio, será que aquela garota era o tipo de namorada que o jovem príncipe buscava? Audrey estava começando a achar que os sentimentos de amor do Príncipe Ben estavam começando a ser destinados a ela. Ele era tão carinhoso e gentil com ela, sem dúvida a garota estava lisonjeada e com muita alegria de saber que ele poderia estar sentindo algo por ela, algo do passado estava voltando, ela só não sabia direito se era por parte dele ou por parte dela. No dia seguinte, bem cedo... Chegou finalmente o grande dia de ir para a Ilha dos perdidos. Ben estava com as malas prontas e também com um pouco de frio na barriga, e ficou se perguntando se se daria bem por lá. O mordomo pegou as malas e as levou para a limusine. - Filho... – Bela disse com os olhos cheios d'água e abraçando o filho. - Se cuida, está bem? Não deixe que ninguém te faça mal algum, está bem? - Pode deixar, mãe. - Ele respondeu e correspondeu o abraço de Bela após soltar um suspiro pesado. Certamente ele sentiria muita falta da mãe. - A mamãe te ama muito. - Eu também te amo muito, mãe. – disse ele, desfazendo o abraço e beijando as costas de sua mão. - Bom... Bom, filho... Se você não quiser ir... - mencionou o pai. -Tudo bem pai, eu vou. Eu te amo, pai. – Então se abraçaram e logo em seguida Ben entrou na limusine. Pela janela, Bem podia ver minha mãe chorando abraçada com o pai, que estava aflito, e ver essa cena lhe deu um aperto no coração. Logo, a limusine partiu rumo à Ilha dos perdidos. Quando Bem finalmente chega na Ilha dos perdidos, vê que a Ilha é toda acabada, escura, sombria e parece meio... Deserta. Bem... Eu cheguei muito cedo, pensou, pegou minhas malas e ficou ali parado por um instante, analisando a Ilha decrépita.
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