Capítulo 3

846 Mots
  Tristan ficou olhando pra pessoa deitada na cama, quietinha, sem se mexer. Um monte de aparelho tava conectado no corpo dele, que ficavam fazendo uns barulhos aleatórios de vez em quando. Ele lembrou de como ele, Sam e Sean eram melhores amigos antigamente, e logo a Amanda entrou no grupo, e viraram os quatro melhores amigos. O Sean sempre foi de ficar mais na dele, mas a Amy, o Sam e ele sempre zoavam muito juntos. A Amy e o Sean também eram médicos. A Amy sempre quis ser uma médica de sucesso, mas depois que casou com o Sean, virou dona de casa em tempo integral, e o mundo dela passou a girar em torno dele. Logo depois do casamento, ela teve Oliver e Olivia, aí parou de sair de casa, a não ser que fosse realmente necessário. O Sean mudou demais a vida dela, e ela teve que aceitar tudo sem reclamar. Agora, por causa do acidente de carro, o Sean estava em coma e o Sam tinha morrido. A Amy tinha que ir pro escritório todo dia pra cuidar não só dos negócios do Sean, mas também da empresa farmacêutica que o Sam tinha começado. Ela não tinha tempo nem pra respirar direito. O Tristan suspirou, pensando em como a vida deles tinha mudado.   “Tristan,” uma voz rouca assustou ele.   “Sean, você acordou,” Tristan perguntou.   O Sam franziu a testa quando ouviu. Sean? Por que ele tá me chamando de Sean? Eu sou o Sam. Por que o Tristan não parece feliz, mesmo achando que eu sou o Sean? Por que ele tá falando com uma expressão tão vazia?   “Sean, tá se sentindo incomodado em algum lugar? Tá com dor?” Tristan perguntou enquanto examinava ele.   “Água,” o Sam pediu. Ele não conseguia falar direito, a garganta tava seca demais até pra formar uma palavra.   “Ah, sim. Toma aqui.” Tristan deu água pra ele com uma colher. Nessa hora, o Sam percebeu como o corpo dele tava fraco. Era difícil até levantar a mão, quem dirá segurar um copo. Tristan foi dando água de colher em colher.   “Vou avisar o seu pai e a sua mãe agora mesmo, e também a senhora,” Tristan disse num tom educado. Isso deixou o Sam ainda mais confuso. Por que o Tristan tá agindo assim? Por que tá falando como se fosse um subordinado falando com o chefe?   “Tristan, por que você tá agindo desse jeito?” Sam perguntou.   “Desculpa, eu esqueci. Fiquei tão animado de ver você acordado que acabei te tratando na i********e. Foi m*l, chefe,” Tristan se desculpou com uma expressão assustada. Isso confundiu o Sam ainda mais.   “Já vou chamar o senhor e a senhora Jacob,” Tristan disse.   “Há quanto tempo eu tô aqui?” Sam perguntou.   “Dois anos,” ele respondeu.   “Sean, meu filho, você acordou. Graças a Deus.” A Lilly entrou no quarto com lágrimas nos olhos.   “Mãe,” ele cumprimentou.   “Você não imagina o quanto a gente esperou por isso há dois anos. Principalmente a Amy. Coitada, ela nem sorriu direito esse tempo todo. Parece que ela esqueceu como é viver desde que você tá aqui. Ela não parou de rezar pela sua recuperação,” disse Lilly. Ela tinha muita pena da única nora que tinha.   “Amy,” Sam murmurou. Como ele podia esquecer daquela traidora que um dia o amou, mas depois foi e casou com o irmão dele, enganando ele também? Ele queria logo esclarecer essa confusão toda e dizer que ele era o Sam, não o Sean, mas resolveu não falar nada por enquanto. Ele queria entender o que tinha acontecido dois anos atrás e o que causou essa confusão.   “Sam,” ele falou devagar, tentando pescar alguma pista.   “Você se concentra em se recuperar primeiro. Quando você tiver melhor, a gente reúne todo mundo. Tá bom, querido?” disse Lilly, apressada.   Vendo aquilo, Sam ficou ainda mais confuso.   “Mãe, por que eu tô aqui?” ele perguntou.   “Você não sabe?” Lilly arregalou os olhos.   “Não, não tô lembrando,” respondeu Sam. Era verdade. Ele não lembrava o motivo de estar ali. Só lembrava daqueles corredores com paredes brancas. Não sabia se era real ou um sonho.   “Você sofreu um acidente,” Lilly disse.   Sam tentou lembrar, mas não conseguiu. Do nada, veio uma dor de cabeça insuportável. Ele gemeu de dor. Vendo aquilo, Lilly entrou em pânico e pediu ajuda. Logo, Tristan e outros médicos chegaram, deram remédio e levaram Sam pra fazer mais exames.   “Acho que o Sean esqueceu muita coisa,” Lilly disse pro Tristan. Ouvindo isso, Tristan teve a mesma impressão. A voz e o tom dele não eram tão afiados quanto antes. O comportamento também tava estranho. Ele nem pediu pra ver a Amy, o que era bem incomum pro Sean. Será que ele perdeu a memória mesmo, ou só parte? Ele precisava avisar a Amy disso o mais rápido possível.
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