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Jardim de Infância

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Blurb

Ray Allen é um dedicado e amoroso professor de jardim de infância com uma missão: usar todo seu poder de distribuir amor para ajudar a curar o coração partido da nova aluna Susan Kingsley, que acaba de ficar órfã de pai e mãe. Ele aceita o desafio e se entrega de corpo e alma, mas acaba percebendo que não é apenas Susie que precisa do seu amor, mas j**k Kingsley, o tio e novo tutor da pequena, também. Agora Ray terá que descobrir se está à altura dessa missão ou se vai acabar, ele, com o coração partido.

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Lição Um
Ray Allen estava entregando a mão de uma das vinte crianças da sala carinhosamente para a mão de sua mãe quando avistou o casal se aproximando. O sorriso sumiu de seu rosto por um segundo e ele sentiu a apreensão correr pelo corpo, mas se esforçou para dominar esses sentimentos. Ele já estava esperando por aquilo, afinal. Voltou a sorrir e relaxar antes que pudesse perceber quando uma de suas alunas abraçou-o forte pelas pernas. — Nós vamos nos ver de novo amanhã, não vamos? — perguntou a pequena com a voz manhosa e os olhos enormes brilhando de ansiedade. — Mas é claro, meu amor — Ray afagou os cabelos dela que tinham começado o dia presos em duas impecáveis marias-chiquinhas, mas que agora caíam soltos e revoltos pelas suas costas; os elásticos e as fitas bem guardados na sua mochila do Frozen. — Que dia é hoje? Ela piscou, tentando se lembrar do início da aula quando o professor sempre fazia aquela pergunta. — Segunda-feira! — exclamou radiante. — Isso mesmo. E amanhã será...? — Terça-feira! — E terça-feira tem aula, não tem? A semana está apenas começando. A ansiedade sumiu do rostinho adorável e rechonchudo da menina sendo substituída por um enorme sorriso. Ela abraçou com mais força as pernas do professor, claramente contente. — Eu te adoro, professor Ray! Ray riu, o peito repleto de ternura como nunca deixava de acontecer em momentos como aquele. — Eu também te adoro, minha coelhinha. Ray percebeu que o casal parou a uma curta distância da porta da sala. Eles estavam esperando que o fluxo de pais e alunos terminasse de circular para que pudessem se aproximar. Fez contato visual com os dois. A mulher abriu um sorriso estranho como se estivesse com vontade de rir e o homem só ficou encarando-o de um jeito fixo desconcertante. Ele sorriu para os dois, mas logo voltou a atenção para as crianças que entregava aos pais, atitude um pouco deliberada demais. Não era como se ele estivesse sem graça ou intimidado. Não era isso. Pelo menos era o que ele tentava dizer para si mesmo. Afinal, por que deveria se sentir intimidado por aqueles dois? Por causa do sorriso ligeiramente debochado da mulher? Por causa do tamanho do homem, do seu terno obviamente caríssimo e do seu olhar intenso e enigmático? Pelo fato de a diretora da escola o ter alertado de que aquelas duas figuras importantes apareceriam e que ele devia tratá-los do modo mais especial possível? Ray não era do tipo que se deixava abalar por coisas assim. Quando finalmente todas as crianças haviam sido entregues aos seus pais, o casal andou até a porta. — Boa tarde! — Ray sorriu para eles. — Sou o professor Ray Allen, em que posso ajudá-los? — Que amor! — a mulher soltou a risada que parecia estar contendo até então. — Eu realmente não esperava que o professor fosse... Bem, que não fosse uma mulher. E ainda por cima... — ela riu outra vez, não terminando a frase. — Não é interessante, Jack? Mas o homem não parecia compartilhar dos sentimentos da mulher, porque permaneceu com aquela expressão dura e séria e os olhos fixos em Ray como se estivesse desconfiado dele. — Desculpe, sou Mia Kingsley e esse é meu marido Jack Kingsley. É um prazer conhecê-lo, professor — ela novamente pareceu debochar ao dizer a última palavra. Ray sabia quem eles eram. É claro que sabia. Mia Kingsley era uma mulher lindíssima. Era jovem, com seus vinte e poucos anos; tinha casado cedo. De estatura baixa, pele negra, lábios carnudos e estreitos e olhos castanho-claros ligeiramente amendoados, ela exibia cabelos pretos brilhantes e alisados que desciam até a cintura e um corpo atlético, perfeitamente tonificado e gracioso. Dava para notar os músculos nas pernas firmes dela completamente expostas pela saia branca e justa que estava usando apesar do frio de fevereiro. Ela era uma atleta, afinal. Patinadora artística. Ray não sabia muito sobre o esporte, mas por curiosidade havia assistido a um vídeo de Mia Kingsley na noite passada e ela era ótima no que fazia. E tinha muitos fãs. E Jack Kingsley... Bem... Ele era ainda mais impressionante pessoalmente do que nas fotos dos jornais e da internet, o que já era dizer muito sobre ele.  Era dez anos mais velho que a esposa, alto, possivelmente beirando os 2m de altura, de porte grande com um quê de soberbo. Era negro, tinha um olhar poderoso e penetrante, traços angulosos, sobrancelhas escuras grossas e barba. Ele comandava uma grandiosa e renomada empresa de publicidade, uma das maiores da Inglaterra e de alcance internacional, portanto, era um homem rico e até um tanto quanto famoso; aparecia em revistas e colunas sociais. Sua vida não era exatamente um mistério. Os dois formavam um belo casal. E Ray sabia, também, por que eles estavam ali agora. — O prazer é meu — respondeu ele polidamente. — Por que não entram? Podem me acompanhar, por favor. Ray adentrou na sala sendo seguido pelos dois. Mia ficava olhando ao redor e exclamando, encantada com as múltiplas cores, os trabalhos expostos das crianças, os cartazes educativos e os brinquedos. Havia um cantinho para leitura com uma prateleira cheia de livros e almofadas no chão. Havia enfeites pendendo do teto em formato de estrelas, nuvens, arco-íris e pássaros e até mesmo uma parede inteira só para os desenhos das crianças. E não era como se fosse uma parede para exibir os desenhos em pôsteres ou algo do tipo. Era uma parede onde as crianças desenhavam diretamente nela, exatamente como aquele tipo de travessura que os pais vivem impedindo que os filhos cometam em casa. Ray puxou três cadeiras, duas delas sendo infantis, pequenas e coloridas. Ficou um segundo sem saber bem o que fazer: aquele homem enorme não podia se sentar em uma dessas cadeirinhas. Ficaria parecendo um gigante desconfortável e ridículo. A ideia quase fez Ray rir, mas ele mordeu o lábio, se controlando. Decidiu ceder sua cadeira para ele e se sentar em uma das cadeiras infantis assim como Mia. No entanto, Jack preferiu ficar de pé, o que deixou Ray um pouco irritado. Que tipo de atitude era aquela? Ele tinha aquela postura pomposa de quem se achava superior de alguma forma e parecia estar gostando de estar naquela posição, pairando acima deles. Não que ele precisasse ser o único de pé para isso, de qualquer maneira. Ray pegou-se reprimindo com força uma vontade de revirar os olhos para aquilo. A única coisa que pôde fazer, entretanto, foi ceder e se sentar junto com Mia, ainda assim deixando gentilmente sua cadeira de adulto para quando e se vossa majestade desejasse se sentar. — Então... No que posso ajudá-los? — Ray repetiu a pergunta. — Primeiramente, tem algo me incomodando — disse Jack. Era a primeira vez que ele falava e sua voz pareceu reverberar pela sala e fazer tremer os passarinhos de papel acima deles. Ray tentou não ficar muito nervoso. — Sim? — Por que você está usando essa coisa na cabeça? Ray colocou a mão na cabeça e então se lembrou. Ele ainda estava usando as orelhinhas de urso que tinha colocado para o teatrinho com as crianças. Tinha se esquecido totalmente de tirá-las e ignorava que estava com elas até agora. — Ah... Isso era da aula. Desculpe. Eu me esqueci de tirar — ele tirou o arco da cabeça e colocou-o de lado. Mia riu. — Ah, Jack, você não devia ter dito nada! Ele estava tão fofo assim! Jack suspirou, parecendo estranhamente aliviado. — Estamos aqui por causa da nossa sobrinha Susan. Você deve saber sobre o que aconteceu — disse Jack, seriamente. — Sim, eu sei. E sinto muito, de verdade. Gostaria de poder ajudá-los. — E talvez possa. O fato é que faz alguns meses e desde então a Susie está afastada da escola. Achamos que ela precisava de um tempo para se recuperar, mas sabemos que não podemos ficar estendendo esse tempo indefinidamente. Ela precisa voltar à rotina e à vida normal. A Mia estava com o joelho lesionado, então calhou de poder ficar com ela em casa durante esse tempo, mas agora ela precisa voltar ao trabalho e seria ideal que a Susie voltasse para a escola. Então, o que estamos querendo é, basicamente, o lugar e a pessoa certos para tomar conta da Susie nesse momento difícil. Você acha que pode ser essa pessoa? Acha que esse pode ser o lugar? — Senhor Kingsley, com toda sinceridade, o que eu mais quero é poder ser essa pessoa, o que eu mais quero é poder dar esse lugar à Susie. Com toda certeza ela vai precisar de apoio de todos os lados e concordo que a escola desempenha um papel muito importante nesse sentido. Não sei por que o senhor decidiu escolher essa escola, mas saiba que farei de tudo para dar a Susie o que ela precisa. Gostaria muito que o senhor confiasse em mim para isso. — Na verdade, nós estamos indo a várias escolas tentando decidir qual é a melhor para a Susie — disse Mia. — Exato — disse Jack. E voltou a olhar fixamente para Ray. — Eu não sei o que posso dizer a meu favor. Só que, apesar de ainda ser jovem e ter apenas três anos de profissão, eu amo as crianças. Eu me conecto com elas, sei falar a língua delas. Cada um dos meus alunos significa imensamente para mim. Na verdade, é raro um momento do meu dia em que não esteja pensando neles e no que posso fazer por eles. Então, se é de amor e dedicação que a Susie precisa, tenham certeza de que isso não vai faltar aqui para ela. Jack finalmente abriu um sorriso. Mas era um sorriso estranho, um pouco parecido com o sorriso de Mia; não era exatamente de deboche, mas de algo semelhante. — Que gracinha. O mais engraçado é você falar tudo isso com essa cara séria. — É porque é sério! Muito sério! Jack finalmente sentou-se na cadeira e ficou encarando-o daquele jeito fixo, intenso e misterioso novamente em um momento tenso de silêncio até quebrá-lo com uma exclamação reverberante. — Você tem razão, garoto! O que a Susie precisa é de amor e dedicação. Você tem um discurso muito ingênuo, é menor de idade e não tão experiente assim... — Eu tenho vinte e cinco anos, senhor. — Mas, apesar disso, — Jack continuou falando como se não tivesse ouvido a interrupção — estou disposto a depositar minha confiança em você. Ray não pôde esconder sua surpresa. Até Mia arregalou os olhos. — Mesmo? — ele não conseguiu se impedir de perguntar. Jack puxou a cadeira para mais perto da cadeira de Ray, olhando-o nos olhos tão de perto que ele se retesou um pouco. — A verdade é que eu vejo algo em você. Sinto algo em você. Ray ficou nervoso quando percebeu que Jack estava aproximando o rosto, quase como um animal querendo cheirá-lo. Sentiu a mão pesada dele no seu ombro. — Você é a pessoa certa. Meus instintos estão me dizendo isso. — Seus instintos? — Todos nós temos instintos. Às vezes a melhor decisão é segui-los. Jack soltou o ombro dele e voltou à posição normal sentado na cadeira. — De qualquer forma, faremos uma pequena experiência. Vou trazer a Susie aqui amanhã para uma aula experimental e vamos ver o que acontece. Você vai ter que me provar que meus instintos estão errados para me fazer mudar de ideia. O que eu duvido. Eu não costumo errar. — Certo... Se preferirem, o senhor ou a senhora podem ficar para assistir à aula. — Perfeito — Jack se levantou e Mia fez o mesmo. — Muito obrigado pela confiança — disse Ray. Jack estendeu a mão para ele. Ray apertou-a, sentindo a própria quase ser esmagada. Mas agora Jack sorria. Não um sorriso estranho dessa vez, mas um verdadeiro. — Eu que agradeço — disse ele. — Então, nos vemos amanhã.

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