Ponto de vista de TYLER
“Fico feliz que você tenha considerado minha sugestão, Tyler.” O Sr. Clark sorriu abertamente. Sua turma de Álgebra estava ocupada discutindo projetos em grupo, conversando animadamente, sem prestar atenção em nós.
“O que preciso fazer, Sr. Clark?” Perguntei, sentindo-me nervoso.
Ele sorriu e pegou uma caneta e um papel — uma tabela com dezenas de nomes de alunos.
“Vamos indicar um tutor e vocês combinam os horários. Será simples.” Ajustou os óculos e bateu o lápis na mesa, percorrendo os nomes. Aguardei para ver qual pesadelo enfrentaria.
“Aqui! Valerie Lawrence. É uma excelente aluna e já tutora outra pessoa. Tirou B+, se não me engano.” Apontou para uma garota baixinha e magra que me observava como uma presa.
Embora não parecesse r**m, não conseguiria me concentrar se ela ficasse me flirtando.
“Desculpe, mas seria melhor se meu tutor fosse um cara.” Ele concordou.
Seus olhos voltaram ao papel, escaneando os nomes masculinos, e seu rosto iluminou-se. “Jim Rivers. É o melhor aluno em Matemática que tive em anos. Sem dúvida, ele ajudará a melhorar suas notas para que você continue jogando.”
“Continuar jogando? O que quer dizer?” Franzi a testa. Não poderia jogar futebol se minhas notas fossem ruins?
“Lamento, Tyler, mas falei com o técnico Lee, e ele exige que você melhore as notas, ou ficará no banco pelo resto da temporada.”
“O quê? Ele não pode fazer isso! Você não pode! Preciso jogar para ser descoberto!” Retorqui, irritado.
“Eu sei. É por isso que estou te ajudando.”
“Tudo bem. Que seja. Jim Rivers, então!” Disse, pegando minha mochila. Quando ia saindo, o Sr. Clark me chamou.
“Tyler, espere!” Gemi e me virei. O que ele queria agora?
“Desculpe a intromissão, mas o Chris me contou que está com dificuldades em três matérias.” O quê? Chris não conhecia a palavra "confidencialidade"?
“E daí?” Encolhi os ombros.
“Bem, na minha opinião, seria mais fácil encontrar um aluno que possa ajudá-lo em tudo, em vez de três tutores. Não acha?”
Suspirei e ajustei a mochila no ombro. “Acho.” Não tinha tempo para isso. Ainda precisava conversar com Maxine sobre a competição.
“Nesse caso, posso sugerir outra pessoa.” Olhei para Jim Rivers. Ele parecia inteligente, e certamente nos daríamos bem. Precisaria ser bom em mais que Matemática e História.
“De quem está falando?” Perguntei, impaciente, batendo o pé no chão.
“Stella Hemmings.” Meu corpo congelou. Ele dissera Stella, a nerd? Ah, não!
“Não.” Recusei secamente. Não queria ser ajudado por Stella Hemmings, a menos que quisesse cometer suicídio social.
“Por que não?” O Sr. Clark pareceu confuso, franzindo a testa. Como não entendia? Quase ninguém queria.
“Já disse, me sinto mais confortável com um cara. A maioria das garotas aqui me persegue porque sou famoso, rico—”
“Eu sei, Tyler. Mas a Stella é diferente.” Ele riu, colocando o lápis atrás da orelha. “Posso garantir que é doce, adorável e perfeita para sua situação.” Perfeita? Soava como um pesadelo.
“O que há de errado com Jim Rivers?”
“Jim é inteligente, mas tem média B em Matemática e História. Seria melhor ter alguém excelente em todas as matérias para tornar as sessões mais eficientes.”
Ele fez uma pausa, e eu refleti.
“A Stella tirou nota A em todo o ensino médio.” Claro que ela estudava muito. Senão, perderia a bolsa.
Será que realmente queria que Stella, a nerd que eu provocava, me ajudasse? Pela expressão do Sr. Clark, parecia não ter escolha.
“Tá bom, aceito.” Teria que estabelecer regras. A última coisa que queria era ser visto com ela. E não queria que Maxine soubesse. Ela é ciumenta, mas, com a aparência da Stella, quem sabe? Se sentiria ameaçada pela nerd bonitinha? Bonitinha? Não, droga!
O Sr. Clark franziu a testa e removeu o lápis de trás da orelha. “A questão, Tyler, é que a Stella pode ser seletiva com os alunos que ajuda.”
O quê?
“Pensei que os tutores fizessem isso por créditos extras ou pagamento.” Sabia que era assim que o sistema funcionava.
“A Stella é extremamente inteligente — a mais esperta do campus, na minha opinião. Quase não precisa de créditos extras. E quanto ao pagamento, ela faz de graça para ajudar alunos que não são... tão inteligentes.”
“E o que eu faço, então?” Resmunguei. Não tinha tempo para isso.
“Peça a ela.”
Como é?
“Peça a ela?” Repeti. Tipo, falar com ela? Nem pensar!
“Não é difícil, Tyler. É só pedir, e ela provavelmente considerará.” Droga, teria que realmente falar com ela, em vez de provocá-la?
“E se eu não fizer?”
“Então colocarei Jim, mas receio que você não atinja as notas necessárias nas três matérias e, pior, não poderá jogar futebol.”
Tenho que fazer isso pelo meu futuro, certo?