Pré-visualização gratuita A Traição
Prologo
Dizem que em um relacionamento uma pessoa sempre ama mais que a outra. Quem dera não fosse eu! Mas embora eu estivesse com o coração cortado por uma adaga, e dividido entre o amor e o ódio, eu não estaria em outro lugar que não fosse ao lado dele. Era ali que eu tinha que estar e lutar de alguma forma, para que ele continuasse respirando. Apenas respirando...
A Traição Procurei meu ipod na bolsa antes do avião decolar. Embora eu deteste aviões, ser jornalista me obriga a estar, na maior parte do meu tempo, dentro de uma aeronave.
Eu não via a hora de voltar para casa e fazer uma surpresa para Guilherme, pois eu havia terminado a matéria mais cedo e resolvi viajar um dia antes do combinado.
Ele iria me buscar no aeroporto.
Coloquei o fone no ouvido e apertei o play. Minhas mãos estavam geladas, o típico medo de um desastre aéreo, me assombrava mais uma vez. A aeromoça começou a dar as instruções, o que eu já sabia de cor e salteado, então apertei o cinto e fechei os olhos. Só abri quando o avião já havia levantado voo.
Acho que esse medo nunca vai passar.
Graças a Deus, as duas horas intermináveis de um voo tranquilo e sem turbulência, chegaram ao fim. Desembarquei e aguardei minha mala na esteira. O voo não estava lotado, embora fosse sexta feira.
Eu estava com muitas saudades de Guilherme, pois essa viagem foi a mais longa de todas. Ele me ligava todos os dias, para saber como eu estava, mas não era o suficiente. Tínhamos que estar perto um do outro. Ou pelo menos eu sentia essa necessidade.
Decidi comprar uma caixa de chocolates suíços, que eram os preferidos dele. Peguei um táxi e em trinta minutos eu estava parada no portão.
Nada como estar em casa novamente. O hotel era perfeito, mas não era minha cama, não era o meu quarto.
Agradeci a Deus por estar de volta.
Entrei e vi a luz da entrada acesa. Bom, ele estava em casa. Abri a porta sem fazer barulho, deixando minha mala e minha bolsa na mesinha da entrada.
Ouvi vozes vindas do quarto, então, tirei os sapatos e subi devagar. A porta estava meio aberta, e pelo espelho, vi a cena que me destruiu por inteira. Guilherme estava em nossa cama com outra mulher.
Coloquei a mão na boca para não gritar, mas ao dar um passo para trás, esbarrei no porta retrato de vidro que ficava na mesa em frente a porta. Ele se espatifou em mil pedaços, do mesmo jeito que estava meu coração naquele momento, chamando a atenção das pessoas que estavam no quarto.
Desci as escadas correndo, me segurando para não chorar na frente dele. Fui em direção à mesa onde estava minha mala e abri a gaveta, pegando as chaves do meu carro e da casa de praia.
- Yvi, não é o que você está pensando! - O canalha tentou se explicar ainda.
Minha visão ficou turva e meu coração acelerado. Eu peguei a caixa de chocolate e mantive e expressão fria no rosto.
- Eu só estava pensando que você iria gostar desses chocolates. - eu disse e joguei a caixa de bombons nos pés dele.
- Yvi, me deixe explicar, por favor. - ele suplicou quase.
- Não ouse me seguir! - eu disse e sai batendo a porta.
Entrei no meu carro e dei a partida. Assim que eu cruzei os portões daquela casa linda e gigantesca, não consegui segurar mais as lágrimas. Parte de mim havia morrido naquela noite.
A parte mais importante da minha vida.