08° Capítulo

1066 Palavras
DIEGO Ela me olha e eu percebo todo aquele ar de inocência que está me deixando louco nos últimos dias. Isobel fecha os olhos, as mãos pousadas no colo e os lábios entreabertos, como se não soubesse o que esperar, mas ainda assim mantivesse a expectativa, fazendo eu me sentir como um garoto t**o e jovem que não sabe a forma correta de beijar uma mulher. Eu posso listar uma infinidade de motivos para não beijar minha linda e problemática vizinha. O namoro desastroso de que acabou de sair é o item do topo, mas não consigo resistir ao desejo. Lentamente toco seu rosto, sentindo a maciez de sua pele na ponta de meus dedos. Brinco com seus lábios rosados e bonitos e traço os contornos com o polegar, fazendo minha respiração beijá-la antes. Delicadamente lambo seu lábio inferior, fazendo com que arfe e deixe a boca entreaberta. Chupo sua boca e quando ela estremece, a beijo, deixando meus lábios se moldarem aos seus para só então tocar sua língua. Isobel suspira e passa os braços ao redor do meu pescoço, correspondendo ao beijo timidamente e gemendo baixinho quando eu chupo seu lábio inferior, para então unir minha língua a sua, sentindo o desejo percorrer meu corpo e se alojar no espaço entre minhas pernas. Passo a mão por baixo de seus longos cabelos e a seguro firme na altura da nuca, a mantendo no lugar perfeito para que eu possa continuar explorando sua boca gostosa. Ela se aproxima mais de mim e eu sinto seus s***s macios se apertarem contra meu peitoral nu. Estou tão duro que me forço a afastá-la para que não a leve para meu quarto e a f**a em minha cama. Isob abre os olhos lentamente e me olha, suas bochechas adquirindo um lindo tom rosado. — Isso foi... bom — ela diz, parecendo procurar pelas palavras adequadas. Sorrio, sabendo que ela gostou do beijo, mas está se sentindo muito tímida para falar. — Você é muito bonita, Isobel.-Eu falo isso mais para eu mesmo do que para ela, mas ainda assim Isobel me olha e sorri. — De tanto você falar, capaz de eu acreditar mesmo. — Eu quero que acredite. -Ela morde o lábio inferior e eu tenho que me controlar muito para não beijar sua boca saborosa de novo. Sei que não irei conseguir parar em apenas um beijo. — Posso te perguntar uma coisa? — ela questiona baixo e então me olha, seus olhos brilhando de lágrimas não derramadas. — Claro que pode, neném. — Os homens classificam as mulheres em quem merece uma aliança e em quem só merece ser enrolada? -A princípio não entendo a origem de sua pergunta, mas quando noto suas mãos trêmulas e os ombros caídos, sei que está se referindo ao idiota que a magoou. Isobel sempre assume esse postura medrosa quando fala de Guilherme como se a simples menção pudesse quebrá-la. — Acho que não, querida. — Respondo com sinceridade. — Aliança é apenas um símbolo, não quer dizer muita coisa. Adianta colocar uma aliança na sua mão e te trair no dia seguinte? — Não, mas eu fiquei três anos com ele e sempre quis uma aliança. Fui criada no interior, Diego. Lá na minha terra quando um homem e uma mulher namoram, o símbolo desse compromisso é uma aliança de prata. Não sei se na cidade grande essas coisas se perderam, mas eu sempre quis isso para mostrar para minha família e sentir que estava sendo a promessa de alguém. Guilherme deu uma aliança para aquela garota que engravidou, mas gritava comigo sempre que eu sugeria que déssemos esse passo. - Isobel suspira e começa a retorcer as mãos. Tudo que se refere a Guilherme a magoa profundamente e eu entendo o motivo. O cara a traiu e a humilhou e a mãe dele ainda conseguiu tripudiar em cima de alguém que já havia sido tirada de combate. — Qualquer um que grite com você e não valorize seus princípios não te merece, neném. — Eu sei disso. Eu não o amo, não amava há muito tempo. Era um namoro de conveniência que acabou caindo na rotina. Sabe quando é cômodo estar com alguém? Era isso. Eu tinha medo de colocar um ponto final e ficar sozinha e hoje eu entendo que não preciso dele para nada, mas também não consigo evitar esse sentimento de que não me esforcei o bastante. Minhas primas dizem que quando o homem não tem em casa acaba procurando na rua. Será que fui eu a culpada por tanta humilhação? - Ela repete a todo momento que não o amava, mas ainda assim está tão machucada que eu tenho vontade de me vestir e ir até a casa do infeliz socar a cara de almofadinha dele. — Venha cá. - Puxo Isobel a meu encontro e a abraço, apoiando o queixo em seus cabelos cheirosos e estreitando os braços ao seu redor. — Você está ferida, querida. Sabe a melhor forma de curar esses machucados? — Não. — Parar de segurar o que te fere. Tem perguntas que ficam mesmo sem resposta e está tudo bem. Ele tinha um caráter duvidoso e você um lindo coração puro. Pessoas assim não combinam e se continuar tentando segurar a corda que mantinha esse relacionamento, irá ficar ainda mais machucada. — Você tem razão. — É claro que eu tenho e sabe qual a melhor forma de você mostrar que quem perdeu foi ele? — Não. — Mostrando a linda mulher que você é. Está na hora de tirarmos as fotos que você tem tanta vergonha de fazer e mostrar para todos que não é um cachorrinho perdido na chuva, mas uma mulher gostosa e dona da própria vida. - Isobel se afasta dos meus braços e então me olha, parecendo mais tímida. — Acha mesmo que sou tudo isso? — Eu tenho certeza, neném. - Ela sorri e é o tipo de sorriso que faz meu estômago ficar embrulhado e meu coração pular desgovernado. — Mas eu não quero te dar trabalho, Diego. — Eu amo minha profissão, Isobel. Nunca é trabalho fazer o que se gosta e eu também adoro minha vizinha com péssimo gosto musical. - O sorriso dela aumenta e eu sinto que estou fazendo a coisa certa. Irei ajudar essa linda garota a voar e nunca mais ser humilhada por ninguém.
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