Milena Narrando,
As semanas seguintes foram em prol da preparação do tal baile, Manu e minha vó não me deram sossego, e eu para não ter mais nenhuma dor de cabeça aceitei por livre e espontânea pressão, Manu e seu jeito peculiar que ama uma confusão conseguiu não sei como o telefone do tal colega de classe do Eduardo, e já o convidou para o baile, sério eu não sei lidar com essa garota. Muitas coisas mudaram por aqui, uma delas foi a minha vó que disse que iria ignorar o Eduardo por completo e falaria só o necessário quando fosse no mercadinho, ele sempre me encara como se tomasse coragem para me perguntar algo, mas é covarde de mais para seguir em frente. Uma pena não ter DJ nesse baile ele estará em missão e não poderá vir, mas não faltara oportunidades.
— Cheguei, na quadra já está tudo pronto e os sons já estão sendo repassados, o colega do paspalho vai trazer alguns amigos e eu liberei todos eles, e com direito a camarote.
Manu, o que você está aprontando?
— Eu não sou mulher de aprontar, mas assim eu bem disse ao colega lá que você ficou sabendo que ele ta afim e que achou ele uma gracinha.
Manu, pelo amor de Deus, esses meninos da pista são maior problema.
— Eu sei, mas eu sei também que você bem gosta, e sua vida ta precisando de uma adrenalina, mas aqui mudando de assunto o paspalho lá estava comentando que iria trazer uns amigos da faculdade, eu não falei nada quanto mais gente melhor.
Eu estou entendendo bem o que você pretende viu.
— Garota esperta. - Eu rir pois sabia muito bem a confusão que isso daria, mas segue o baile, o restante do dia foi corrido e só fui para casa me arrumar quando o baile já tinha começado, e quando cheguei parecia que além do morro a pista estava em peso aqui, o paspalho como se diz a Manu estava na entrada com os amigos e a afrontosa, eu nem ia parar ali, mas ai Manu apareceu com o colega e sua turminha, percebi logo o clima estranho entre ele e o paspalho e taquei bem o f**a-se, o cumprimentei com direito a um beijinho bem no canto da boca e abraço apertado, bom o boy estava bem cheiroso e tinha uma pegada gostosinha, subimos pro camarote e deixei ele e seus amigos a vontade, Manu ria adorando toda a cena que só piorou quando a minha vó apareceu com a sua típica latinha de cerveja na mão.
— Olha se eu contar você não vai acreditar, o paspalho do Eduardo não para de encarar você, ele está desacreditado eu bem rir na cara dele e passei direto, deve estar se perguntando porque você está aqui com esses meninos e ele nunca foi convidado para subir aqui.
Há privilégios que nem todos tem direito vó.
— Eu gosto assim, aproveita e da uns beijinhos porque o bichinho ali é gatinho e da pro gasto. - Eu ri e ela foi de encontro com as veias que andava com ela, encostei na grade vendo que a maioria se divertia e outros apenas observava algumas pessoas, entre elas o paspalho que me olhava com a cara fechada tentando entender toda a situação, assim como eu também tentei por diversas vezes entender toda a nossa situação e todos os meus sentimentos, eu queria poder não sentir mais nada, mas sei que eu ainda vou chegar no dia que vou dizer que ele não significa mais nada pra mim, mas por hora eu vou começar a seguir em frente um dia de cada vez.
— Atrapalho?
Nem um pouco, está se divertindo?
— Sim, obrigado por me convidar, eu nunca tinha vindo a um baile antes, é bem diferente do que eu já tinha ouvido falar.
Fico feliz que a sua primeira vez seja aqui então.
— Gostaria de ter outras primeiras vezes aqui. - Ele disse chegando mais perto colocando a mão na minha cintura e pondo meu cabelo atrás da orelha, beijou meu pescoço e deu um pequeno sorriso fazendo o hálito quente contra minha pele me fazendo arrepiar, eu não tinha nada a perder mesmo e só deixei que ele conduzisse a situação, o beijo se iniciou lento e com a pegada mais intensa, há bastante tempo que eu não tinha um beijo bem gostosinho assim e por algum momento eu cheguei esquecer aonde estava, e quando paramos por falta de ar, as pessoas nós olhavam curiosas e eu apenas rir e fui curti o baile como se nada estivesse acontecendo, eu bebi dancei, fui pra pista e me joguei, e quando voltei pro camarote eu beijei mais a noite foi bem prazerosa mas ainda não era a hora de levar ninguém para a minha cama, não queria que fosse só por fazer, e nem com alguém que acabei de conhecer, então eu dormi sozinha, mas acordei acompanhada com a Manu deitada do meu lado abraçada a minha cintura como ela sempre fazia.
Que horas você chegou aqui?
— Umas onze horas, vim te atualizar das fofocas mas como estava dormindo eu so deitei e dormi também.
Tenho até medo de perguntar sobre as fofocas.
— A página de fofoca está bombando, e tem até vídeo do paspalho bêbado parecendo brigar com alguém mas não da pra ver quem é o rapaz, mas estão falando que é o colega e que brigaram porque ele te beijou.
Era só o que me faltava.
— Isso ne é nada, a mona lá que diz ser namorada dele estava bem ficando com um vapor, mas nem sabia que o bofe era casado e tomou uma surra cedo.
Eu não consigo entender, eles casam e todo dia trai com uma diferente, e elas perdoam e seguem o baile como se nada tivesse acontecido.
— Cada um com seus chifres, em falar em chifre DJ ligou dizendo que semana que vem ta de volta e vai querer um baile só pra ele.
To falando.
— Sua vó to doida lá embaixo, parece que o vei do forró conseguiu o numero dela e não para de lugar querendo sair com ela.
Eu coloquei um cara na cola dele, eu preciso saber o que ele pretende, não posso deixar que use a minha vó.
— Imaginei, e por isso eu fiz algumas pesquisas, e você não vai acreditar nó que eu descobrir, duas fotos dele com duas pessoas diferentes e são daqui do morro, então vamos ter que ter muito cuidado.
Esses dois, será?
— Ao que parece sim, estão juntos e vamos descobrir em que...