Episódio 20

1035 Palavras
Milena Narrando, Eu poderia ter muitos defeitos mas ninguém poderia dizer que eu não era justa, tudo que fiz e que ainda posso fazer será apenas consequências dos seus atos, a forma como você me trata ou trama contra os meus me mostra claramente como sera o seu fim, é insano pensar que a loucura humana pode acarretar em grandes tragédias, eu posso morrer mas irei com a plena certeza que os meus estão em segurança. O abraço que a minha vó me deu chorando de alívio ao saber que eu estava viva era um grande conforto para a minha alma, eu sabia que por ela eu era capaz de tudo e estava no caminho certo. Ao voltar para o morro na calada pelo mesmo caminho que saímos sem alarde ou qualquer barulho, cada vapor retornou em segurança para sua casa fui clara que não teria gritos e nem tiros pro alto, quem era de fora precisava ter a mesma sensação dos últimos dias, que a comunidade estava desamparada e a mercê de qualquer um. Mas após um longo banho e uma comida da vovó, eu já estava na minha sala no QG traçando novo plano e anotando no quadro aonde os vapores olhavam as suas funções do dia. Eu sabia que todos os familiares estavam preocupados e cheios de perguntas, mas a ordem dada era apenas para dizer que estavam em segurança, ninguém sabe ao certo se há mais alguém pronto para trair o comando aqui, e muito menos se os de casa são totalmente confiáveis, o dinheiro corrompe até quem é o mais de fé. Mas eu não consegui ficar calada diante da insistência e da chinela da minha vó, com ela eu precisei dizer tudo que aconteceu, mas também não dei a localização exata de onde estavamos, para segurança dela é melhor que não saiba de todos os detalhes, e isso me custou dois tapas e um vai se ferrar garota ingrata bem alto, mas eu sei que ela também sabe que é um m*l necessário. Eu fui até o topo do morro na zona proibida, observava a comunidade do alto era insano de mais, o vento cortando a pele as águias sobrevoava próximo era algo lindo de se ver. — Não devia vim aqui em cima, é perigoso. Não tanto quanto o senhor, mania de aparecer feito um fantasma. — Eu moro nesse lado, você que é enxerida. Medo de morrer passou longe né. — Nunca tive, mas você deveria se preocupar, sua vida vai dar uma reviravolta e de um todo nem tudo será bom, você vai sentir o amargo minha filha infelizmente sera necessário passar por todo esse processo. Vou morrer? — Ainda não. Não gosto das suas resposta enigmáticas. — Não podemos ter tudo na vida, mas nunca perca a sua essência mesmo que esteja a ponto de enlouquecer. Vou corta a sua língua. — Vai nada. Abusado, tem precisado de alguma coisa? — Não, e não se preocupe comigo, agora se manda da minha área quero paz e você cheira de longe a confusão. Velho abusado. - Esse é alguém de máximo respeito, alguém sábio e com um dom divino, além que adivinhar certas coisas, tem o dom da irritação. Dois messes depois. Eu estava sentada no chão do banheiro com o teste na mão, DJ me olhava sorrindo tentando aliviar toda a minha preocupação, estar grávida nesse momento é complicado, a polícia tem intensificado as buscas e cada vez mais aumenta o valor da recompensa eu não poderia ser presa agora. — Eu estou ao seu lado amor, vamos passar por isso juntos, e vocês vão ficar bem. Obrigada, mas eu sei que algo vai acontecer, promete que vai cuidar do nosso bebê que vai proteger e contar para ele que eu o amo muito. — Farei isso, mas sei que você vai participar de cada momento juntinho comigo. - Eu sorri feliz mas sabia que essa felicidade era passageira, as semanas assim como os messes seguintes foram de um grande desafio eu sentia medo até porque eu não poderia sair do morro e nem ir até um hospital, eu teria que ter o bebê em casa ou no posto da comunidade esse que não tem uma estrutura para partos. Tenho medo de não consegui de não ser capaz de dar a minha filha um futuro na qual eu esteja presente, eu quero tanto poder participar de cada momento da sua vida, quero viver todas as experiências ao lado da minha princesa. Os final dos nove messes chegaram e com ele o topo da ansiedade, medo e desespero andava lado a lado, DJ não saia do meu lado e minha vó já tinha feito promessa para tudo que é santo, havia uma parteira e uma médica que o DJ trouxe, a dor aumentava e minha respiração se desregulava a cada segundo, parecia que estava me quebrando por dentro eu tinha medo a todo instante de não conseguir, mas eu precisava e após 6 horas de trabalho de parto e muita dor a minha filha nasceu cheia de saúde e com um fôlego incrível, fez muito barulho mas não foi maior pelos barulhos de fogos que foram lançados em sinal que o morro estava sendo invadido, o desespero no olhar do DJ e da minha vó me fez entender que aquela vida eu não poderia viver, eles fizeram todo o procedimento as pressas Dj corria colocando as malas do bebê e as minhas no carro atras da casa, minha vó pegou suas coisas e o bebê indo pro carro fui pega no colo e colocada no carro, fraca e sangrando eu não tinha forças para comandar a invasão nem para guiar o caminho, eu pude ouvir o choro da minha filha mais uma vez era como se ela sentisse que a mamãe não estava bem, mas ainda sim a mamãe lutava pela vida. Ao chegar no morro do DJ aonde tínhamos tudo preparado, para a chegada da pequena que resolveu vim alguns dias antes da data prevista, eu pude pegar ela no colo e chorar tudo aquilo que eu guardei em mim durante todos esses anos. Mamãe dará a vida, para que você sobreviva. Eu te amo.
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