Milena Narrando,
O tempo que passei fora foi como um divisor de águas, eu não sabia que precisava ficar longe até estar, por aqui as coisas não pareciam estar fora do eixo, e DJ se surpreendeu ao saber da ameaça, não era ele que queria confronto então tínhamos que descobrir de onde estava saindo essas ameaças com o seu nome, mas teríamos bastante tempo para isso. Os bailes eram surreais aqui e havia muitos gatinhos, DJ era meu amigo desde a época da escola, sabíamos tudo um do outro e ele sabia muito bem sobre Eduardo, e deixou claro que iria perturbar bem o juízo dele, ou ele assumia de vez que sentia algo ou iria desistir de tentar algo, e eu nem liguei para suas ideias mirabolantes. Quase duas semanas fora foi dia de voltar, minha vó me atualizada de todas as fofocas, e a mensagem do Eduardo não me convenceu nadinha. Quando cheguei no morro ele subia chegando da faculdade, fui em sua direção com a pior cara mas meu alvo era quem estava logo atrás, ele me olhou assustado mas eu fingi que não vi, passei direto de desci logo o tapa na cara da minha prima, pois a bonita havia desrespeitado a minha vó e a empurrado, queridos me deem um tiro mas não mecham com a minha vó. Minha prima gritava e esperneava e eu já estava cansada das graças dela e isso foi só a gota d'água, aproveitei que estava com uma tesoura no bolso e lancei um corte novo fazendo com que ela me olhasse indignada assim como o Eduardo também.
— Eu avisei que a sua graça não iria passar batido.
Ela esqueceu que eu não me importa com a vida dela, e muito menos com a classe ela vêm, poderia ser a minha irmã, se encostar na minha vó o assunto é outro.
— Se acha só porque comanda aqui, fique sabem que um dia o seu trono ainda vai cair.
Não me importo com quantas ameaças faça, você é insignificante de mais para ser le vada a sério. Eu virei as costas com a minha vó e fui em direção ao meu carro, Eduardo me olhava com uma cara de poucos amigos, era uma mistura de susto e indignação ele que não me venha com lição de moral.
— Eu queria saber o que se passa na cabeça daquele garoto, o bixinho estava tão assustado, será que pensou que você deixaria ele careca também.
Passava logo a zero.
— Voltou afiada né, eu gosto assim, pode ir me contando tudo que aconteceu lá pois estava bem curiosa, aquele traste do DJ parou de dar em cima de você.
As mesmas graças de sempre.
— Parece que tem mel, eles não largam.
E quem eu quero não me quer né vó.
— Não podemos ter tudo na vida, segue o baile.
Em falar em baile, descobri umas coisas sobre o velho do forró, e você não vai gostar nadinha.
— Sabia que aquele velho me cheirava a encrenca, eu conheço de longe, de onde ele é?
É aposentado da polícia, mas ainda atua em alguns casos, a minha preocupação é ele te usar como isca, ou moeda de troca, você e todos sabem que se for preciso dar a minha vida pela sua eu não penso duas vezes, e isso me preocupa ele pode te usar para me atingir.
— Veio safado, vai passar ele quando.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Não posso dar bobeira vó.
— Eu vou evitar ir no forró nas próximas semanas, até que a poeira se abaixe, ainda não to caduca de ir na covio do leão.
Obrigada vó, isso me alivia pois sua segurança é minha prioridade. - Ela me abraçou agradecendo e seguimos para casa, eu tomei um banho demorado queria por meus pensamentos em ordem, as noites de amor com Eduardo ainda estavam bem vivas em minha memória, e pensar que talvez seguir em frente seja o melhor caminho me assusta, eu idealizei por muito tempo uma vida a dois ao seu lado, e por esse motivo eu ainda me sinto presa a essa obsessão que me faz querer cometer grandes loucuras, pois se tem uma coisa que eu herdei de família foi a loucura do meu pai quando o assunto é o coração.
O dia amanheceu e eu nem vi a manha passar, acordei tarde e quase na hora do almoço, estava precisando desse descanso, ao pegar meu celular muitas marcações e fui ver era na pagina de fofocas, fui logo ler pois a fofoqueira que habita em mim não pode ficar sem saber dos babados.
Bota Fora Comunidade,
A comunidade amanheceu um furdunço isso porque a patroa nem apareceu ainda, Eduardo com a sua maior cara de sonso trouxe sua turminha da faculdade para fazer seus respectivos trabalhos, até ai tudo normal, bom seria se uma das amiguinhas estivesse dando em cima dele descaradamente, alô patroa tem gente querendo ficar careca apareça mulher pelo amor de Deus.
Quando eu penso que nada pode piorar a mona que é do asfalto e pelo visto deixou a noção lá também, ficou sabendo que o Eduardo é da patroa, audaciosa disse que ele jamais seria dela e que ele já tinha dona, o que mais irrita é que esse sonso não abre a boca nem para confirma e nem para negar nada, eu queria estrangular ele nesse momento, sabemos que ser imparcial é até bom, mas sempre não da né Eduardo.
A nossa querida Dona Verá esta observando de longe com a maior cara de paisagem do jeito que gostamos, na melhor ela joga o veneno o que arranca grandes gargalhadas dos vapores que apenas riem pois se contrariar sabe que a bronca vem certa.
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Ainda tinha mais um monte de assunto e eu já estava ficando com dor de cabeça, tomei um banho já almocei e só depois sai de casa, fui pro Q.G. como se não tivesse lido nada das fofocas, alguns me olhavam querendo saber qual seria a minha reação, mas eu também me mantive imparcial, comecei a fazer a contabilidade na maior calma, e não demorou muito para a minha porta ser aberta as pressas.
— Que sono é esse, meu deus cheios de fofocas para te contar e você dormindo.
Pelo visto a senhora acordou bem cedo né.
— Calada, me fala uma coisa vai da uma situada no Eduardo não, acho que ele está fazendo isso pois ficou enciumado por você ter ficado fora.
Eu não vou fazer nada vó, ele também nunca faz, nunca desmente nada então eu também não vou, acho que é preciso deixar isso de lado.
— Se eu não te conhecesse eu acreditaria, mas como conheço eu vou esperar até o dia que você não vai aguentar mais e vai prender ele no porão. - Olhei pra ela indignada quando a mesma me olhava no maior deboche, e nem tive tempo de responder quando um vapor veio até a minha sala.
— Patroa, a amiga do Eduardo ta ai querendo falar com você.
— Mais uma que quer ficar careca certeza.