Capítulo 5

1511 Palavras
  Ponto de Vista da CHLOE   Peguei uma toalha de papel e a umedeci com água antes de encostá-la nos olhos. Olhei no espelho mais uma vez e passei os dedos pelo meu cabelo castanho-claro. Satisfeita com a expressão tranquila que vi, abri a porta e saí para o corredor escuro, refazendo meus passos.   Enquanto voltava para nossa mesa, notei Easton rindo sozinho com uma taça de vinho na mão. Ao me aproximar dele, franzi o cenho. Do que ele estava rindo e, pelo amor de Deus, por que ele estava bebendo?   Um misto de espanto e desapontamento tomou conta de mim enquanto eu apressava o passo e arrancava a taça da mão dele antes de colocá-la de volta na mesa com firmeza.   "Ei... Chloe!" Ele sorriu e passou o braço ao redor da minha cintura, me puxando para mais perto dele. "Me conta, por que demorou tanto, querida?" Enquanto tentava afastar o braço dele da minha cintura, ele perguntou, e eu me encolhi com o apelido que usou.   "Senhor, vamos te levar para casa... Você está bêbado," falei enquanto o ajudava a se levantar da cadeira.   "Claro que não!" ele riu, me empurrando um pouco para o lado para poder se levantar sozinho. "Viu? Posso ficar de pé sem sua ajuda," disse ele, tentando me mostrar que conseguia, mas acabou cambaleando de volta para a cadeira e rindo novamente.   Revirei os olhos, me abaixei um pouco mais e segurei sua mão, passei-a ao redor dos meus ombros antes de ajudá-lo a se levantar novamente. Ai, meu Deus! Por que me deste um chefe como ele? Por que me torturas assim? Gemia internamente, todo pouquinho de entusiasmo para a noite à frente sumindo rapidamente.   "Sabe, eu estava pensando no seu primeiro dia na empresa e não pude evitar rir. Você era tão barulhenta!" Ele riu de novo enquanto saíamos do compartimento reservado, pressionando seu corpo contra o meu.   Era o cheiro do Easton—um aroma quente e amadeirado que impregnou minhas narinas, tornando impossível respirar sem inalar a própria essência dele. Me lembrou de noites quentes e corpos entrelaçados em lençóis de seda, um pensamento indesejado que, no entanto, causou ondas de calor que viajaram pelo meu corpo, indo para lugares que eu não queria pensar no momento.   O mesmo, Easton... Eu estava pensando do mesmo jeito.   Droga!   Meu apoio nele começou a fraquejar, fazendo-o cambalear, mas um homem alto vestido com uma camisa branca e uma gravata borboleta preta o pegou de repente.   "Precisa de ajuda, senhorita...?" ele perguntou e eu assenti.   "Sim, por favor..." respondi com um sorriso agradecido, mas meu humor mudou instantaneamente, e franzi o cenho ao olhar para o rosto de Easton, que ainda estava rindo naquela hora. Ter pensamentos sexuais sobre meu chefe não era algo em que eu deveria estar pensando. Ele ainda é casado com a esposa dele. Droga!   “Ok… Alguém já chamou o manobrista, e ele está esperando por vocês lá fora,” ele me informou, antes de pegar o braço do Easton e envolvê-lo em seu pescoço, guiando-o para fora do restaurante. “Você consegue dirigir, senhorita... ou precisa de alguém para levá-la para casa?”   “Está tudo bem… eu consigo. Obrigada...” Seguindo-os e chegando lá fora, onde o manobrista já estava esperando, soltei um longo suspiro de alívio. Logo após, ele fez uma reverência para mim e me ofereceu as chaves, que recebi sem tirar os olhos de Easton, que já tinha sido auxiliado pelo garçom a se acomodar no carro.   Abri minha bolsa e peguei duas notas de vinte dólares, que dei para o garçom e o manobrista dividirem. Depois de agradecê-los, caminhei até o lado do motorista do carro e abri a porta antes de me acomodar no banco. Olhei para meu chefe e seus olhos estavam fechados, sua cabeça reclinada confortavelmente contra o assento.   Liguei o motor e entrei na rua, mas então ouvi meu chefe falar, me fazendo dar um pulo de surpresa. “Obrigado, Chloe...” ele sussurrou com a voz rouca.   Sorri, sem tirar os olhos da estrada. Sentia os olhos dele me observando atentamente e não pude evitar de corar. Limpei a garganta e parei em um sinal vermelho, virando-me para olhar para ele, mas seus olhos estavam fechados novamente.   Meus olhos percorreram de seus cílios longos e espessos, até seu nariz proeminente, e desceram até seus lábios naturalmente rosados e beijáveis. O quê? Sacudi a cabeça para afastar o pensamento de seus lábios sendo beijados por mim.   Quando o sinal ficou verde, voltei minha atenção para a estrada.   Estacionei o carro bem em frente à mansão do Easton e saí cuidadosamente. Fui até o lado do passageiro do carro e abri a porta para ele. “Senhor Gonzalez, chegamos à sua casa...” eu disse enquanto agitava levemente seu ombro, mas ele não respondeu nada, apenas murmurou. “Senhor Gonzalez...”   Ele abriu os olhos com um movimento suave e piscou várias vezes. “Chloe...?”   “Sim, senhor... Estamos em casa...”   Easton assentiu e saiu do carro enquanto minhas mãos ainda o seguravam. Caminhamos até a porta de entrada e paramos no vão da porta.   “Onde está a chave da sua casa?” perguntei, sem querer acordar as empregadas batendo ou tocando a campainha. Easton respondeu apontando para o bolso da calça. “Pegue...”   “Você que pegue...” Com uma expressão de deboche, Easton ordenou. Revirei os olhos e enfiei a mão no bolso dele, na esperança de encontrar as chaves, mas não havia nenhuma ali.   “Onde está sua chave, senhor?” Ele estava brincando comigo de novo. Esperei pacientemente pela resposta, mas ele apenas gargalhou na minha cara. Este era meu chefe, senhoras e senhores, que agia como uma criança sempre que estava bêbado. “Senhor...” Enquanto agitava levemente seu braço, gemi em voz baixa.   Sua expressão ficou séria, e ele de repente agarrou meus ombros e me prendeu contra a porta, fazendo minhas pupilas dilatarem.   "Senhor... O-o que está fazendo?" Perguntei, com um misto de emoções passando pelo meu rosto enquanto mordia o lábio.   Easton se inclinou em minha direção e meus olhos se arregalaram antes de fechá-los, esperando pelo que ele faria a seguir. Mas, então, senti as chaves do carro sendo arrancadas da minha mão. "Está junto com as chaves do meu carro..." ele disse, e eu abri os olhos de novo.   Ver ele lutando para abrir a porta me fez dar uma risada, enquanto me afastava dele. Eu não sabia bem o que sentia naquele momento, mas sabia que estava fazendo o possível para não me irritar com o comportamento do meu chefe, porque sabia que ele só estava agindo assim porque tinha bebido demais.   Peguei as chaves de volta e abri a porta para ele. Ele riu, endireitou-se e entrou na sala. Acomodou-se no sofá de couro branco. "Chloe, pode me pegar uma garrafa de vodka no bar, por favor...?"   "Sinto muito, senhor..." disse, posicionando-me na frente dele. "Mas você não vai beber de novo."   Deixei minha bolsa ao lado dele no sofá e fui para a cozinha preparar um café. Ele não precisava de mais uma garrafa de bebida forte, ele precisava de algo para ajudá-lo a ficar sóbrio.   Peguei uma xícara da despensa e coloquei na cafeteira, enquanto observava o líquido escuro se acumular na xícara. Levei a xícara até a sala de estar e entreguei para Easton, que estava olhando para o teto, perdido.   "Você precisa beber isso, senhor..."   "Eu não quero..." ele disse, com a voz trêmula. "Eu quero minha esposa..." e então começou a chorar.   "Senhor..." sentei-me ao lado dele no sofá, depois de colocar a xícara na mesa de centro. Puxei gentilmente seu pescoço, e ele se aninhou no meu ombro, deixando que chorasse em meu ombro.   Meu coração apertou por ele, enquanto eu murmurava palavras reconfortantes e passava a mão suavemente pelas suas costas.   Uma mulher com quem ele esteve casado por sete anos, e que ele achava ser sua companheira para a vida toda, simplesmente o traiu.   "Eu dei tudo a ela..." O peito de Easton subia e descia, e eu tinha a nítida impressão de que meu próprio peito estava prestes a explodir. "Dei a ela tudo de que precisava e queria, e isso é o que recebo em troca."   Sua dor era palpável, e o mundo parecia desmoronar.   Uma lágrima caiu no meu rosto, seguida de outra e mais outra. Elas não paravam, assim como as lágrimas que escorriam pelo rosto dele.   "Senhor..." Apertei-o com a mão trêmula. Minha garganta doía, meu coração estava despedaçado. Pude sentir a dor, como se um punhal estivesse rasgando meu peito. Quanto maior devia ser a dor que ele sentia?   Easton amava Rosie de todo coração. Ele não merecia isso.   Cobri minha boca com a mão, fazendo o possível para não emitir nenhum som enquanto chorava com ele. Quase me engasguei, porque m*l conseguia respirar.   Não sabia quanto tempo ficamos assim, mas os soluços de Easton ainda ecoavam em meus ouvidos, e meu coração não parava de doer por ele.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR