Sapo, Com Certeza

1678 Palavras
Após, meia hora de carro finalmente chegamos ao bar onde acontecia a festa dos amigos de Lucas. Haviam fechado o local apenas para eles, acabo me lembrando de como era fácil fechar um estabelecimento apenas pagando um bom valor. Lucas: Vem, vamos entrar. - Lucas me puxa pela mão e adentramos ao local, onde vários jovens dançavam e se beijavam, bebiam e fumavam. Era estranho, pois sempre fui acostumada estar no meio de tudo aquilo, mas, sentia como se fosse um peixe fora d'água. Se Lucas e eu fôssemos ter algo, eu precisava voltar a quem sempre fui, todo esse tempo com Maria e Gabriel tinha me deixado complicada demais, não era bom ser assim quando se está no meio de pessoas despreocupadas com as contas do mês. Ariane: Lucas!! Eita, já arrumou outra? - Uma garota alta de cabelos amarelos, abraça Lucas lhe beijando a bochecha e me olhando com desdém. Lucas: Essa é a Gata! - Ele grita, pelo som da música estar extremamente alta. Agatha: Prazer, eu sou a outra! - Grito, não por causa do som, mas, sim pela irritação. A garota se afasta nos deixando a sós, se é que pode se dizer isso. Lucas: Não liga para ela, é uma chata. Vou pegar uma bebida para você. - Diz beijando o canto de minha boca, fazendo meu corpo se estremecer por inteiro. Sento-me em um sofá que havia no canto do bar, enquanto Lucas conversa com todos convidados, sentindo-se em casa. O barulho estava tão alto e haviam casais ao meu lado fazendo coisas, além de beijos. Levanto-me e caminho para fora, sentando-me em um banco no exterior do Dumont. Agatha: O que eu estou fazendo aqui? Lucas: Eu que te pergunto, toma...bebe isso aqui. Você precisa relaxar. - O mesmo me entrega um copo de cerveja e dou um bom gole, cuspindo logo em seguida. Agatha: Credo, como alguém bebe algo assim? Parece, sei lá...óleo de motor. - Falo e ele me olha sem entender. Eu nunca havia bebido óleo de motor, mas, deve ser parecido. Lucas: Vem aqui, já sei do que precisa. - O mesmo me puxa, encostando-me em seu carro e passando sua mão por todo meu corpo. Agatha: Lucas... Lucas: Calma, vai ficar tudo bem... - Ele beija meus lábios e sinto meu corpo se aquecer a cada vez que o beijo se intensifica mais. Vamos nos beijando e um desespero começa tomar o lugar do prazer, meu coração palpita, sinto v*****e de vomitar, é como se eu estivesse beijando...qualquer coisa nojenta que vocês imaginarem, era possível sentir até mesmo o cheiro e Lucas não tinha bafo, isso eu posso garantir. Agatha: Melhor pararmos. - Me afasto rapidamente, conseguindo me desvencilhar de seus braços. Lucas: Chata. Agora que estava ficando bom. Vou pegar outra bebida. - Fala voltando para dentro da festa, enquanto ajeito minha roupa. Ariane: Cuidado, ele não gosta nada das santinhas. - A garota irritante se aproxima de mim. Agatha: Parece conhecer ele muito bem, vocês tiveram algo sério? - Indago e ela gargalha. Ariane: Lucas e sério não fazem parte do mesmo mundo, bebê. - Diz por fim caminhando até um cara que lhe esperava encostado em um carro no fim da rua. Agatha: Da para a gente ir embora? Isso aqui tá um saco. - Digo quando Lucas se aproxima com mais um copo de bebida. Lucas: Você que é um saco! Agatha: Então beleza, eu vou embora sozinha!! Lucas: Então vai!!! - Esbraveja voltando para a festa e me deixando sozinha naquela rua deserta. Tiro meus saltos e caminho devagar, deveria ter pego a blusa de frio, pois todo meu corpo tremia. Meu celular toca e o atendo, ouvindo a voz de quem eu menos esperava e mais precisava. Gabriel: Oi Agatha, a mamãe está preocupada contigo. Tá tudo bem? Agatha: Não, o Lucas me deixou aqui sozinha...não sei como voltar para casa. Gabriel: Calma, vou buscar você...onde está? Agatha: No Dumont Bar. Gabriel: Tudo bem, não sai daí...já já eu chego. Desligo o telefone e me sento na calçada, sentindo meu rosto aquecer pelas lágrimas que caiam, eu era uma i****a e tinha absoluta certeza disso. Gabriel: Oi Gath, vem aqui. - Gabriel se aproxima, descendo do carro e me cobrindo com um terno. Estava delirando, mas, Gabriel parecia lindo vestindo roupas sociais e os cabelos escuros perfeitamente penteados. Agatha: Como você está lindo, parece um anjo. - Balbucio e o ouço sorrir, me pondo dentro do carro. Fecho os meus olhos e durmo encostada em seu ombro, acordando no outro dia em minha cama, vestida seu terno e embrulhada por um cobertor. Maria: Gath, trouxe um café forte para você. Depois de ontem, acho que precisa. - Maria fala entrando em meu quarto. Abro meus olhos e me levanto devagar, pegando a xícara de suas mãos. Agatha: Obrigada e me desculpe, ontem eu fui uma boba. Se não fosse o Gabriel, com certeza estaria morta na rua ou pior. Maria: Jovens erram até quando acertam. - Ela brinca. Agatha: Ele virá aqui hoje? Preciso me desculpar. Maria: Não. Na verdade ele pediu, para que vá até a faculdade. O Biel conseguiu que você faça uma prova para ganhar uma bolsa. Agatha: É sério? Mas, como assim? Maria: Disse que "Deus prove todas as coisas" - Diz e apenas tomo mais um gole de café amargo. Tomo um banho e vou direto para faculdade, queria saber como e quando poderia fazer a prova e ganhar essa tal bolsa. Ao chegar na faculdade dou de cara com Lucas, que parecia sofrer de ressaca moral. Lucas: Gata, me desculpa por ontem...a Ariane me contou o que fiz. Estou tão arrependido. Agatha: Não quero saber, Lucas. Se não fosse o Gabriel eu teria ficado perdida naquela rua. Lucas: Então é por isso que não ficou comigo? Por que está apaixonada por aquele cara? Agatha: Que? Claro que não! Foi você quem me deixou. Lucas: Me perdoa, eu fui um i****a, mas, é que você não me deixava com os meus amigos. Te levei para mostrar que eu tinha a sorte de ter encontrado alguém incrível, aí você quis ir embora e estragou tudo. - Lucas diz e acabo sentindo pena. Confesso que realmente havia sido infantil na noite anterior, com toda aquela minha caretice. Agatha: Ta bom, me desculpe...não vou ser mais tão careta. - Digo e o mesmo sorri, me puxando para um longo e intenso beijo. Gabriel: Agatha, oi? Agatha: Gabriel, oi! Então...vim saber sobre a bolsa. - Falo e Gabriel olha para Lucas que abraça meu pescoço, demonstrando possessividade. Gabriel: Vocês estão juntos? Lucas: Claro que sim, não Está vendo? Agatha: Lucas, não... Gabriel: Conversamos em casa...a prova vai ser daqui um mês. Até mais Agatha, tenho trabalho agora. - Gabriel se despede de forma fria, seguindo embora e me deixando ali sem saber nada sobre a prova e com uma ponta de dor no meu peito, que não entendia o porquê. Os dias se passaram e Lucas e eu estávamos cada vez mais íntimos um do outro, íamos a festa todos os dias, bebíamos e nos divertiamos muito. Era nítido que havia paixão, claro que às vezes brigávamos e ele me culpava de tudo que nos acontecia de r**m, mas, eu sei que não sou fácil de lidar, que acabo dizendo ou fazendo coisas que lhe irrita e então preciso dar um carinho e pedir desculpa pelo que fiz. Na maioria das vezes, confesso que nem sei muito bem qual foi meu erro, mas, o vejo ali tão triste que posso imaginar que toda essa minha angústia tem nos atrapalhado. Agatha: Eu sinto muito por tudo que faço, sou uma boba. Sempre falo coisas que te machuca. - Digo encostada no carro de Lucas, após uma de nossas festas regadas a bebidas. Lucas: É como eu te disse, precisa parar de dar risada alto, parece que está flertando com os outros caras...e, bom essas suas roupas, quando saímos a primeira vez estava linda, agora só usa essas calças jeans... Agatha: É que não me senti bem, quando usei aquele vestido. Lucas: Mas, eu gosto de você com aquele tipo de roupa...agora vai me negar isso também? Já basta estarmos juntos a quase um mês e só rolar beijo. Agatha: Lucas, já falamos sobre isso. - Sinto lágrimas descerem por meus olhos e ele se aproxima. Lucas: Olha, eu gosto de você gata, mas, tenho minhas necessidades como homem. Vou fazer uma viagem à casa das minhas tias, preciso saber que também gosta de mim. Agatha: É claro que gosto, eu...eu gosto muito de você. Lucas: Então se entrega para mim, será como uma prova de amor. Agatha: Eu...eu não posso, nunca fiz isso antes. Quero que seja algo especial. Lucas: Que mané especial, você não é mais adolescente. s**o e só s**o e pronto. Agatha: Sinto muito, não penso assim. - Sussurro e Lucas se irrita, entrando em seu carro e batendo a porta. Me afasto e o mesmo dirige rapidamente, me deixando em frente a "minha casa". Limpo meus olhos e entro para dentro, encontrando Gabriel a mesa lendo um livro. Gabriel: Oi Agatha, está tudo bem contigo? - Ele pergunta. Estou tão irritada por ver ele todo certinho, que de tanto viver com Gabriel tenho me tornado essa chata. Agatha: Cuida da sua vida, deixa o meu relacionamento em paz. Gabriel: Ok. Só quero lhe dizer, que se alguém lhe faz se sentir m*l por ser quem é, essa pessoa não te ama de verdade. Agatha: Você deveria parar de ouvir a conversa dos outros, sua religião não ensina isso?! - Grito e corro para o meu quarto, deitando em minha cama e chorando. Ps: Não deixe que ninguém dite quem você deve ser, como deve agir ou se comportar. Se alguém faz isso no seu relacionamento, tanto amoroso quanto de amizade, você está vivendo um relacionamento a***o. Ame aqueles que te amam do que jeito que você é, e que querem lhe ajudar a ser melhor e não transformar a si no que eles tem idealizado.
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