Júlia percebeu um movimento estranho do lado de fora de sua casa, no dia seguinte. Ela fez o mesmo percurso, pulou a janela de seu quarto - com cuidado, já que o mesmo ficava no primeiro andar- e saiu pelos fundos do jardim, em uma passagem que quase ninguém conhecia.
Durante muitos anos aquele foi o seu ponto de fuga, e agora havia retornado a ser.
De longe, ela conseguiu ver uns dois homens de sentinela nos fundos da casa, como se esperassem por alguém. Ela não tinha reconhecido as pessoas, mas podia jurar que tinha dedo de seu pai. Eles estavam um pouco afastados do muro de sua casa e até disfarçavam, mas Júlia percebeu que estava sendo vigiada. A moça esgueirou-se para fora do jardim, com cuidado, caminhou até o carro de praça mais próximo.
Em alguns minutos Júlia estava na vila, como tinha acordado com Thomas. Os dois foram juntos para a casa do lago, passariam o dia lá.
Dessa vez, dispensaram o banho no lago, estava frio demais para se aventurar. Eles tentaram cozinhar algo para o almoço que combinasse com o vinho tinto merlot da safra de 1932.
— A única vez que tomei um pouco de vinho foi no ano novo, quando o meu tio já estava tão embriagado que dormiu antes de terminar a taça.— Comentou Júlia, enquanto servia a mesa.
— Ninguém deveria ser privado de um bom vinho.— Opinou Tom, enquanto servia a mesa.
— "Vinhos e livros são um perigo para as mulheres", já dizia o meu avô. Mas eu sempre fiquei com a frase do nosso querido Monteiro Lobato... Uma nação se faz por homens e livros.
— Uma nação se faz por homens e livros.— Tom respondeu em uníssono com ela.— Sim, ninguém deveria ser privado do aprendizado. Um dia tenho esperanças de que será um direito de todos.
— Bom, vou aproveitar as poucas horas que terei para desfrutar um bom vinho ao seu lado.— Júlia segurou a garrafa com uma das mãos, mas logo foi surpreendida pela aproximação inesperada do Tom.
Ele envolveu um dos braços ao redor da cintura dela e com a mão livre tomou a garrafa da sua mão e a devolveu para cima da mesa.
Júlia sorriu diante do contacto tão próximo com o rosto dele. Tom esfregou varosamente o seu nariz por cima do dela, antes de envolver delicadamente a boca dela com a sua e iniciar um beijo lento.
Os dedos longos e grossos se enrolaram nas mechas douradas e femininas, enquanto a mão livre deslizava pela curvatura esguia da cintura algumas vezes pressionando-a.
Júlia afastou-se apenas um pouco para caminhar até a vitrola que estava sobre o móvel ao lado do sófa, alguns metros a frente da sala de jantar e a pôs a tocar o disco de vinil de I'll never smile again
Tom segurou as manas largas do vestige azul-claro de algodão, em seguida, deslizou os dedos para a pele morna dos braços esguios. Ele gostava de comparar a maciez da peça com a textura da pele da garota.
Ela prendeu o ar a medida que o rapaz acariciava pontos sensíveis de seu corpo, como a cintura bem marcada e a base dos joelhos logo abaixo da barra do vestido que media logo ali.
Se recusando ficar quieta, Júlia passou a mão pelo terno de algodão cor cinza antes de, um pouco hesitante, acariciar o tórax coberto pela camisa de dentro. O calor que emanava do p.eito dele quase incendiou as pontas dos dedos dela, ainda que estivessem cobertos pela luva rendada na cor branca, e piorou quando o mesmo colocou a sua mão por cima da mão da garota e a conduziu para o seu abdômen. Júlia mordeu os lábios, estava bastante trêmula. Era possível apreciar a definição do corpo bem desenhado e a imaginação de Júlia voava longe.
Tom voltou a beijá-la devagar, saboreando o gosto adocicado da boca dela. Júlia o retribui, sua lingua esperta executando contornos pela cavidade macia da boca dele, antes de encontrar a língua do mesmo e envolvê-la com domínio. Tom a ergueu no colo, skuas mãos apoiadas detrás das coxas grossas. Ele a sentou sobre a mesa da sala de jantar e se colocou por entre as pernas da mesma.
— É melhor pararmos por aqui, porque depois será bastante difícil.— Aconselhoude Tom.
— Eu não quero parar.— Murmurou Júlia, em seguida, levou o seu indicador para o meio dos lábios dele.
Ela estava ofegante, os s.e.i.o.s subindo e descendo devido à respiração inconstante.
As mãos do Tom continuavam segurando firmemente as coxas dela.
— Sofia... Você pode se arrepender. Sequer tomou o vinho para ter tanta urgência.
— Eu tenho muita certeza, Thomas.— ela acariciou o rosto dele, antes de deslizar os lábios por cima dos lábios dele.— Eu sei que vamos ficar juntos independente de qualquer coisa.
— É um passo muito importante e eu não quero que você se arrependa. Vamos esperar até o nosso casamento…
Júlia levou o indicador para o meio dos lábios dele, o fazendo calar.
— Eu me sinto unida a você desde o dia que nos vimos pela primeira vez, Thomas, como eu sei que você também sentiu. Acredito que nos conhecemos há bem mais tempo do que possamos imaginar… Acredito que nossas almas se conhecem há bem mais tempo do que possamos imaginar.
— Já me convenceu…— Murmurou Tom, subindo as mãos para os quadris largos da moça, apertando-os contra os seus próprios quadris.
Júlia arfou com a aproximação í.ntima e repentina. Ele a beijava enfaticamente e suas mãos exploravam minuciosamente o corpo esbelto e curvilíneo da moça.
Ele apertou fortemente as nádegas voluptuosas, as costas estreitas e até mesmo os s.eios médios e bem desenhados - por cima do vestido-, já Júlia, contentou-se em abrir alguns botões de sua camisa para sentir melhor a maciez e o calor de seu p.eito forte.
Ele a carregou novamente no colo, dessa vez, levando para a confortável cama que tinha na sala de estar da cabana.
Delicadamente tirou os sapatos de salto e puxou a meia-calça transparente, até deixar a moça completamente sem roupa.
Tom beijou-lhe o dorso do pé, as pontas dos dedos e subiu os lábios para as pernas. Beijou e mordeu cada ponto delicado até ultrapassar os joelhos e alcançar as coxas com a boca.
Involuntariamente, Júlia afastou os joelhos enquanto arqueava a coluna. Formigamentos quentes se espaçaram do final de sua barriga para toda a extensão da sua perna e aumentaram quando a boca dele se aproximou da i.ntimidade dela.
Tom afastou a peça í.ntima da moça, antes de abocanhar a carne macia localizada no meio das suas pernas. Júlia se contorceu quando ele sugou suas dobras quentes e introduziu a língua profundamente e devagar.
Ele a explorou intimamente com a língua, massageando a pele sensível e rosada que a revestia por dentro.
Júlia agarrou os cabelos dele com afinco, os espasmos musculares impossibilitavam suas pernas de ficarem firmes, ela nem sequer sentia as pontas dos dedos devido aos formigamentos de seu corpo.
A língua do Tom alcançou a pequena protuberância que ficava escondida, estimulando aquele ponto sensível. Logo um ponto de calor parecia nascer no final da barriga de Júlia e prontamente explodiu e escorreu por entre suas pernas como um liquido morno e incolor.
Ela havia chegado ao seu ápice, ainda com a boca dele na i.ntimidade dela.
A carne macia da garota ainda pulsava na boca dele.
Júlia nem sequer tinha forças para se mover, estava paralisada. Suas bochechas vermelhas e a sua respiração irregular indicavam o seu estado de estupor.
— Sofia… Você precisa me mandar parar, agora.— Implorou Tom.
Ela precisava ter auto-controle, porque ele já estava perdendo o dele.
— Eu não quero que você pare.— Murmurou a jovem, ficando de joelhos no colchão para diminuir a distância entre os rostos.
Tom prendeu a respiração em um ato involuntário, mas logo a soltou para devorar a moça em mais um beijo. Júlia envolveu os braços ao redor do pescoço dele e ele a deitou sobre a cama. A janela ficava logo atrás, a chuva caia violentamente. Através da vidraça embaçada, Tom assistiu rapidamente o temporal, antes de observar Júlia.
Ela estava maravilhosa em sua completa nudez. Com a mão trêmula, ele acariciou a curvatura pálida de um s.eio, seus dedos se prendendo na auréola rosada.
Júlia arfou com o contato frio da pele dele. O homem também tocou o meio do tórax e a barriga bem definida, logo depois, seus lábios também tocaram ali. Ele se posicionou no meio das pernas da moça, antes mesmo de abrir os botões de sua calça.
Júlia contemplou a nudez do corpo masculino a cada peça que Tom removia de si mesmo.
— Não tem mais volta, Sofia… Se eu seguir em frente…
— Siga em frente, pode seguir. Eu quero, Thomas. Eu estou pronta… Eu estou pronta para você.
Tom acariciou a bochecha feminina, seus olhos encontrando o verde dos olhos dela. Pouco a pouco ele introduziu o seu m.embro na f***a estreita e se moveu aos poucos, até que Júlia estivesse acostumada com o tamanho dele.
Os gemidos baixos e femininos o estimulavam a querer ir mais rápido, mas Tom sabia se conter.
Aquele momento precisava ser totalmente dela.
Era a primeira vez que Júlia tinha um homem dentro de si.
— Agora você é minha.— Murmurou o homem com a voz rouca.— Oficialmente minha.
A dor já havia se tornado suportável e Júlia aprendeu a gostar dela.
Já era gostoso ter Tom dentro de si.
Eles se beijaram, mais uma vez. Não importava quantas horas se passaram, eles não sairiam tão cedo dali.
Tom agarrou uma das coxas femininas e a ergueu, assim ele conseguiu encaixar melhor o seu quadril no dela. Se moveu, ainda com cuidado, e foi acelerando as estocadas ao perceber que Júlia o recebia bem.
Bastaram mais alguns minutos para Tom explodir a sua semente dentro dela. Com o corpo pesado, ele se atirou ao lado da moça, em seguida, a puxou para si. Assim como ele, Júlia também estava bastante ofegante. Ao encostar a cabeça no tórax dele, ela percebeu o quanto o coração do mesmo estava acelerado. Júlia abriu um sorriso involuntário antes de segurar a mão de Tom e encostar no seu próprio coração.
Assim como o dele, o dela estava agitado.
Tom puxou o canto da boca em um meio sorriso enquanto acariciava os cabelos dourados da garota.
— É assim que eu me sinto quando estou com você…— ele pressionou mais um pouco a cabeça dela contra o p.eito dele.— Vivo.
Ela fez o mesmo, pressionou a mão dele no tórax dela.
— Perceba que é totalmente recíproco.— Sussurrou, virando o corpo um pouco mais de lado para ficar frente a frente com ele.
— Se eu não percebesse, não estaríamos aqui.— ele acariciou a bochecha dela, antes de aproximar a sua boca da boca da mesma.
Novamente, eles se beijaram com intensidade.
— Agora nada mais nos separa… Nosso amor foi consumado.— disse Júlia.
— Final de semana que vem já estaremos bem longe daqui, recomeçando nossas vidas.
…
— Final de semana que vem e nenhum dia a mais. Não precisarei mais ficar na agonia da possibilidade de algum desfecho destruir o meu enlace com a Júlia.— Desabafou Rodrigo, com um sorriso de orelha a orelha.
Ele estava na companhia de Davi, um de seus melhores amigos de infância. Os dois frequentavam o mesmo estabelecimento de sempre, uma whiskeria frequentada pela nata da sociedade de Aventine.
Ambos estavam sentados de frente para o balcão e uma garçonete bonita os servia.
— Papagaios… Você é mesmo apaixonado pela Júlia.— Observou Davi.
— A Júlia vai ser muito útil para os meus planos e a princípio era só isso, mas confesso que estou apaixonado por ela.
— E como pretende fazer para colocar as mãos na Dinastia das Jóias? Você só teria alguma chance de Eugênio Santiago…— Davi arregalou os olhos antes de completar a frase.— Não me diga que você…
— Eu vou começar uma guerra semelhante com a que teve há quatro anos, no início da década de 40, quando ainda estávamos na segunda guerra mundial.
— Está pretendendo começar a terceira guerra, então?
— Quase isso. No início da década de 40 o Brasil participou da guerra, Getúlio, o então presidente, convocou os homens de nosso país para lutarem ao lado dos aliados…
— Alguns homens de Aventine foram convocados, lembro bem.— Comentou Davi.
— Nenhum Santiago, isso garanto, porque os Messina e os Santiago começaram uma guerra particular… Houve uma grande matança, mas Eugênio escapou.
— E como você pretende começar uma outra guerra?
— Negociando com a pessoa certa.— Rodrigo voltou-se para trás, cumprimentando um homem que recém havia adentrado o estabelecimento.
— Boas tardes.— disse o sujeito, parando de frente para Rodrigo e Davi, mas sem apertar as mãos deles.
— Quem é o tipo?— Perguntou Davi, receoso.
— Francisco Messina.— Apresentou-se o sujeito.— O meu sobrenome deve dizer algo.
Davi e Rodrigo se entreolharam. O primeiro, parecia assustado, o segundo, satisfeito.
— Francisco é a minha carta na manga.— disse Rodrigo.