Capítulo 10

791 Palavras
  Os empregados m*l podiam acreditar no que ouviam. A mulher do Dante tinha tentado seduzir o sobrinho dele?! Um deles correu para avisar o Dante e o Gustavo. Os outros ajudaram a Renee a entrar e a deitar no sofá.   Ela estava pálida e fraca. Levará um chute nas costas, um tapa no rosto, sem contar a violência da queda. Quando o Dante desceu as escadas, congelou ao vê-la naquele estado — e correu para o sofá.   Gustavo franziu as sobrancelhas brancas e bateu a bengala no chão.   "O que aconteceu? Quem fez isso com a moça?!"   Fabiano deu um passo à frente, tentando soar convincente:   "Vovô, essa funcionária tentou me seduzir na estufa. O senhor sabe que não gosto desse tipo de gente — misturar com gente de nível baixo não é aceitável —, então dei um jeito pra ela aprender o lugar dela."   Gustavo encarou o neto. Já ouvira rumores de que Fabiano se aproveitava dos empregados. Sem provas, nunca confrontara, mas agora tinha certeza: ele estava mentindo.   Antes que falasse, o Dante trovejou:   "Ela te seduziu?!" A voz vinha carregada de raiva.   Fabiano engoliu seco.   Todos tinham medo do temperamento do Dante.   Mas precisava manter a mentira.   "Sim, ela me seduziu. O tio conhece bem mulheres assim — deve ter armado pra dormir comigo e me amarrar com um filho. É uma interesseira típica."   Renee queria gritar, se defender, mas estava fraca demais. Só conseguiu olhar pra ele com ódio.   Lágrimas encheram seus olhos.   Será que o Dante acreditaria no sobrinho?   Com esforço, esticou a mão e segurou a dele.   Imediatamente, ele se abaixou pra olhar pra ela.   Viu a dor e a injustiça nos olhos dela — e percebeu na hora que Fabiano mentia.   Sem hesitar, a levantou nos braços e pediu às criadas que chamassem o médico da família.   Fabiano ficou atônito.   Havia algo especial naquela empregada?   "Tio, o que está fazendo? Ela é só uma funcionária."   Dante lançou um olhar que podia matar.   "Mais tarde eu cuido de você."   E saiu com a Renee no colo.   Fabiano ficou perplexo.   "O que deu nele? Será que a empregada já seduziu ele também?"   Gustavo bateu a bengala, irritado.   Fabiano caiu de joelhos, segurando a perna. "Vô, o que foi…"   "Cala a boca! Como ousa mexer com a única coisa pela qual o Dante passou a se importar?! Ela é a noiva dele — e pra ele, já é esposa! Se realmente tentou algo com ela, está num problema dos grandes!"   Fabiano emudeceu.   Ela não era empregada?!   Era a noiva do tio?!   O pai até comentara do noivado, mas ele não dera bola — imaginou que a mulher fugiria como todas as outras.   Só que o tio realmente encontrara alguém que ficaria.   E ela não era qualquer uma… Lembrou como a Renee parecia linda na estufa, antes de se aproximar. Uma beleza pura, daquelas que dava vontade de descobrir.   Naquele momento, Fabiano não sentia só medo — sentia inveja.   -------------------------------------------------------------------   O médico da família chegou e cuidou da Renee.   Ela tinha um ferimento no rosto que afetou o tímpano esquerdo — causou dano temporário, e ela teria dificuldade para ouvir por um tempo, mas logo se recuperaria.   O pescoço estava vermelho de quando Fabiano tentou enforcá-la.   Após o tratamento, ela ainda parecia pálida. O médico desconfiou de algo nas costas e, ao examinar, encontrou um hematoma grande e lesões nos tecidos em vários pontos.   Dante observava em silêncio a dor que o sobrinho causara nela.   Se ela não fugira por causa das cicatrizes, será que iria embora por isso?   Sentiu que era demais pra ela. Ela não merecia nada daquilo.   Seus olhos ficaram vermelhos. Desceu as escadas apressadamente.   Assim que Fabiano o viu, tentou correr em direção à porta.   Dante foi atrás, acertou-o forte nas costas.   “Dante… tio… por favor…”   Puxando-o de volta, Dante deu um soco no rosto de Fabiano, que caiu no chão.   Jogou-o no chão e continuou socando até o rosto sangrar.   “Por favor, tio… Tô implorando. Para! Foi m*l. Nunca mais faço uma coisa dessas…” Fabiano cuspiu sangue. “Vai me matar por uma mulher que acabou de conhecer? Ela não vale isso.”   “Não vale?”, repetiu Dante.   Por anos, achou que ninguém poderia tocá-lo. Sentia que perdera seu propósito na vida — que passaria o resto dos dias fazendo as pessoas temerem-no.   Mas aquela garota tocou seu coração.   Trouxe calor pra sua vida, e ele queria tê-la pra sempre.   E aquele i****a teve a coragem de machucá-la.   Seus olhos estavam brutais.   Gustavo, sabendo como o filho fica quando enraivecido, interveio rápido:   “Dante, chega. Já deixou o rosto dele sangrando — assim você mata o rapaz! Ele é o único filho do seu irmão!”
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