Capítulo 07 - Bernardo Desgraçado

1524 Palavras
Adam Jones Não consigo me acalmar, eu estou tentando com todas as minhas forças, mas apenas quero socar esse i****a do Bernardo. Fazia duas horas que a festa havia começado. Estávamos eu, Môni, Ariel, Julie, meus pais e mais dois amigos, conversando. Ríamos de alguma palhaçada da minha irmã até que Ariel ficou mais séria se sentindo incomodada. Claro que ninguém da roda notou já que nenhum deles estava comendo a ruiva pelos olhos como eu estava. Segui seu olhar e vejo Bernardo entrando na festa. Porra, eu queria que ele tivesse ido embora ou que sofresse um grave acidente e morresse, alguma coisa tranquila assim. Ele varre o lugar com o olhar e encontra com o de Ariel, ele sorri e ela retribui com um sorriso amarelo. Se ela não gosta dele, por que em raios continua sendo tão simpática? - Não é mesmo, Adam? - Pergunta minha mãe me fazendo voltar minha atenção à roda. Droga, de que p***a eles estavam falando? Fico uns segundo sem entender e minha mãe bufa. - Adam, você não estava nem prestando a atenção? - Ela pergunta claramente irritada. - Claro que estava prestando a atenção. Quem não estava prestando a atenção? Que acidente grave? Quem é simpática? - Me atrapalho e logo fico puto. O sangue e a língua dos Jones são uma p***a. - Meu Deus, o que você está falando? - Pergunta Môni rindo junto com todos da roda. Ariel me olha e sorri. - O Ogro se atrapalhou um pouco, achei tão fofo. - Comenta Ariel colocando a mão no meu braço involuntariamente. O toque daquela pequena mão fez meu corpo se sentir quente. p***a, o que essa ruiva tem? - Sereia, você não pode achar um ogro fofo, isso magoa a minha masculinidade. - Digo sorrindo e logo meu sorriso se desfaz quando Ariel tira a mão do meu braço rindo. Ela mexe no cabelo que caiu sobre seus olhos e permanece com um lindo sorriso. Queria poder gravar esse momento, ela é tão linda... Droga! Estou parecendo um adolescente i****a outra vez. - Olá. - Diz Bernardo se chegando ao nosso grupo e o sorriso de Ariel se desfaz. Ela fica tensa e começa a morder o lado de dentro da bochecha. Bernardo cumprimenta a todos e quando é a vez da ruiva, da minha ruiva, ele se aproxima e lhe dá um abraço sussurrando algo em seu ouvido. Ariel assente e sai da roda ao lado daquele filho da p**a que coloca a mão na cintura dela. Coço a cabeça nervoso, p***a, essa é uma festa com familiares e amigos, não posso simplesmente perder o controle, hoje não. Repreendo a mim mesmo e fico no lugar onde estou. O grupo continua conversando coisas aleatórias e eu me imagino indo lá para cima do Bernardo e socando a cara daquele infeliz. Calma, p***a, calma! Repito para mim mesmo e respiro fundo. Preciso beber! Sigo até o bar e peço um whisky. - Eae, qual é a fita? - Pergunta Lucian. Esse filho da p**a me conhece como ninguém, somos amigos desde o ensino médio, mas sua carreira de DJ muitas vezes não nos deixa passar tanto tempo juntos. - p***a, Lucian, vou te falar. - Digo depois de beber todo o líquido do copo, sentindo a bebida queimar suavemente. - Eu estou fodido. - Oxe, fala aí. - Pede ele se sentando em uma banqueta e pedindo alguma coisa ao barman. - Quero bater naquele desgraçado do Falcone. - Resmungo rabugento. - O pai ou o filho? - Pergunta Lucian divertido. Lucian e os Falcones não tem uma relação muito amigável. - Os dois se eu puder, mas se for para escolher: o filho. - Dou de ombros. - Ele é um canalha mesmo, merece uma bela surra. - Lucian fala bebericando do seu copo. - Natal está chegando, vai fazer alguma coisa? - Vou passar aqui, na semana que vem vai estar tudo mais tranquilo. - Digo apontando para todos os convidados. A família Jones passaria o Natal na Califórnia esse ano e o ano novo em Londres. Assim como alguns dos Campbell, e isso me deixava um pouco mais contente, já que a esperança de Ariel estar nesse grupo se fazia presente em mim. Continuo conversando com Lucian até que um grupo no meio do salão muda de lugar e me dá a visão do inferno: Bernardo agarrado à Ariel beijando seu pescoço. p***a! Ela não é nada minha, mas um ciúme doentio se apoderou de mim. Apenas percebi o que estava fazendo quando já estava no meio do salão me dirigindo a eles. Bernardo tentava beijar a boca de Ariel, mas ela estava com a cabeça virada dando apenas permissão para ele lhe beijar o pescoço. Minha mente começa a coordenar os meus atos, tirando o controle das minhas emoções: Ariel não é nada minha, é solteira, assim como Bernardo, ambos estão em um lugar mais escondido perto da saída e não estão fazendo nada de tão indecente. Consigo me controlar e decido ir embora, mas não antes de esbarrar em Bernardo, que pelo impacto se afasta de Ariel. Sigo estressado até o elevador e aperto o botão para subir, o elevador não demora e logo a porta se abre na minha frente, entro e dou um soco na parede tentando não surtar, as portas do elevador começam a se fechar e minha mão se prepara para ser socada contra a parede novamente, mas para quando um par de pequenas mãos impedem o elevador de fechar. Ariel entra e fica em um canto atrás de mim. p***a, ela estava indo embora, isso era um bom sinal, não era? Eles não iriam ficar juntos hoje, certo? Eles já ficaram juntos? Eles eram ficantes? A imagem de Bernardo beijando o pescoço de Ariel me vem à mente e soco a parede novamente. - Está tudo bem? - Pergunta Ariel esticando a mão para segurar meu braço que esmurrava a parede. - Está, me desculpe se te assustei. - Digo me virando para ela, Ariel desvia o olhar dos meus e abaixo a cabeça. Observo que sua mão ainda está em meu braço e... que p***a é essa? Seguro a mão de Ariel e puxo a manga da sua blusa para cima. Ela tenta puxar a mão de volta, mas eu não deixo. - Que porra... - Minha frase morre quando olho para Ariel puto da vida. - Ele fez isso? - Pergunto alto. Era uma marca vermelha em torno do pulso de Ariel, como se alguém estivesse apertando muito forte. - Não, não foi nada... - Ela diz olhando para todo canto, menos para mim. - Ele te machucou e você vem me dizer que não foi nada! - Grito soltando a mão dela, seus olhos me encaram arregalados e cheios de lágrimas. Ela sempre chorava em elevadores? É isso? - Eu vou voltar para lá e socar a cara dele. - Digo apertando o número do andar que acabamos de sair. - Não! - Ela grita e aperta o botão para parar o elevador. - Adam, não. - Ela pede me olhando assustada. - Por favor. - Ariel sussurra e mexe com alguma coisa dentro de mim. Coço a barba nervoso e fico encarando-a, pensando no que fazer. Eu deveria ir lá e destruir a cara do Bernardo por fazer aquilo, mas a voz de Ariel tão triste me pedindo para não fazer isso me quebrou. c*****o, viu! - Me dá um bom motivo para não ir lá socar a cara dele. - Peço batendo o pé e cruzando os braços. Ariel pensa por um momento e olha para as paredes do elevador refletindo. - Porque eu estaria muito encrencada se fizesse isso. Você não estaria me fazendo bem, na verdade esse machucado nem teria mais importância. - Ela diz devagar tentando não me assustar e falhando miseravelmente. Por que ela estaria encrencada se ela foi a vítima de um i****a feito o Bernardo? Levanto as sobrancelhas esperando por mais explicações, mas ela não dá. Apenas abraça a si mesma e se senta no chão do elevador. - Faz o que você quiser. - Diz olhando para o chão, logo eu ouço um leve fungar de nariz e sei que ela está chorando. Me sento ao seu lado e a abraço, ela ajeita a cabeça em meu pescoço e continua chorando. Não sei quanto tempo passamos ali, mas o cheiro do perfume dela já deve estar impregnado em mim, era delicioso. - Eu não vou, mas você vai ter que me contar direitinho o porquê disso e porque estava chorando ontem também. - Falo baixo e ela assente. - Vamos. - Chamo me levantando e trazendo ela comigo. Aperto o botão que leva à cobertura e a levo segurando em uma pequena mão quente para o meu quarto. - Eu não sei se devo... - Ela diz receosa antes de começar a falar, estávamos sentados na cama de frente um para o outro. - Eu estou ouvindo, pode ter o tempo que quiser. - Digo com um sorriso acolhedor. Ariel sorri fraco e me conta coisas horríveis...
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