Capítulo 2

1212 Слова
  Dois segundos depois, Catalina surgiu na porta com a mais pura cara de inocente. Os cantos de sua boca tremiam de tanto conter o riso.   “Aconteceu alguma coisa, moço?”, perguntou, erguendo uma sobrancelha com ar de deboche.   O CEO ainda lutava contra a ardência que lhe queimava a língua. “Água! Me dá água!”, implorou, com a voz rouca.   “Já não servi um copo de água pra você?” A garota fingiu se aproximar do copo.   Antes que Catalina desse um passo, Wesley já havia agarrado seu pulso. “Para com essa palhaçada! Quero água fresca, agora! Não essa água salgada!”   Para sua surpresa, a garota soltou uma risada. Quando se conteve, uma máscara de frieza recobriu seu rosto.   “Sinto muito, mas é só isso que tenho pra oferecer. Se quer água fresca, é melhor cair fora daqui e comprar na vendinha mais próxima. Aff, se ao menos aquele mercadinho no fim da rua ainda existisse… Pena que agora é só um monte de entulho.”   Wesley não conseguiu mais conter a fúria. Sua respiração estava ofegante, e suas mãos coçavam para agarrar a gola da garota. Nunca na vida havia sido humilhado daquela maneira.   “Então não vai me dar água?”, rosnou, num tom baixo e perigoso. Seus olhos afiados deslizaram até os lábios de Catalina, que transbordavam desprezo.   Ela balançou a cabeça sem pestanejar.   “Tá doendo? Foi exatamente assim que me senti vendo este lugar ser demolido.”   Wesley soltou um suspiro abafado. “Então você é do tipo vingativa? Tá bom, entendi. Nesse caso, vou revidar na mesma moeda”, assentiu, com os olhos flamejantes.   “Que bom que entendeu. E agora, tá esperando o quê? Não vai correr atrás da sua água?”   Wesley balançou a cabeça devagar, soltando uma risada baixa. “Você ainda não percebeu? Acabei de encontrar a fonte de água mais perto daqui.”   Os olhos de Catalina se arregalaram. “Aqui? Onde?”   Ela olhou em volta, tentando localizar a tal fonte. Pelo que lembrava, toda a água potável estava trancada na cozinha.   “Aqui.” O CEO levantou o queixo dela com um dedo e capturou seus lábios em um beijo.   A respiração de Catalina parou de vez. Seus olhos, arregalados, tremiam de choque. Ela ficou paralisada.   Por alguns segundos, permitiu que a língua do homem explorasse sua boca. Quando a consciência voltou, ela empurrou o peito de Wesley com força e deu-lhe um tapa.   “Você é doido!”, gritou, esfregando os lábios com o dorso da mão. “Como tem coragem de me beijar!”   “Ué, não foi você que mandou eu procurar a água mais perto?” Wesley respondeu, erguendo as mãos em um gesto de falsa inocência. Seus lábios ainda formigavam com o gosto picante.   “Nojento! Eu falei de água, não de um sem-vergonha!” A garota franziu a testa e marchou em direção à cozinha.   Depois de destrancar a porta com uma chave do bolso, Catalina pegou um copo de água e bebeu. Mesmo assim, uma sensação de queimação persistia em sua língua.   “Agora você sente na pele o gosto do seu café apimentado e da água salgada.”   Os olhos da garota se voltaram imediatamente para a origem da voz.   “Por que você ainda está aqui? Não mandei você ir embora?”   “Nosso assunto não está encerrado, senhorita. Além do mais, você ainda não me deu água.” Wesley olhou para o copo na mão dela, depois para o galão de água.   Os olhos de Catalina piscaram, incrédula. “Você ainda tem a cara de p*u de pedir isso? Depois do que você fez?”   “Já não paguei por isso?”, retrucou o CEO, casual. Um dedo indicador apontou para a própria bochecha, que ainda ardia. “Paguei com isso. Seu tapa foi bem dado.”   A garota ficou atônita. “Perai! Você realmente trabalha na NexaCore? Não é possível que alguém tão sem caráter e raso como você trabalhe lá.”   O sussurro do CEO se transformou numa risada sem graça.   “Tá dizendo que eu sou sem caráter e raso?”   “Sim! Se você tivesse caráter e cérebro, não teria invadido a casa de alguém, causado confusão e depois beijado uma garota que nem conhece.” Os olhos de Catalina cintilavam de raiva.   “Desculpe, moça. Parece que a mente rasa aqui é a sua. Eu vim aqui com boas intenções, mas foi você quem começou essa guerra.”   Catalina balançou a cabeça, exasperada. “É impossível argumentar com alguém que tem um neurônio.”   “É mesmo? Acho que o neurônio solitário é seu. Uma pessoa inteligente não colocaria um pote de pimenta no café.” O olhar de Wesley se fixou no pequeno recipiente vazio, com a embalagem violada, sobre o balcão.   Em vez de sentir culpa, Catalina resmungou e cruzou os braços. “Devia ter colocado dois potes.”   De repente, o CEO fechou a distância entre eles num passo rápido, encurralando-a contra o armário. Seu olhar era intenso e ameaçador. Catalina instintivamente protegeu a boca com as mãos, temendo outro beijo.   “Parece que você é uma menina imprudente, hein? Nesta casa no meio do nada, você ousa provocar um homem”, Wesley sussurrou, com um sorriso enigmático.   A mudança de atitude fez a garota baixar a cabeça. Mesmo assim, seus olhos arregalados espiaram por cima dos dedos.   “O que você pretende fazer?”   Wesley sorriu e apoiou as mãos no armário, enjaulando-a. “Só peço duas coisas. Sua assinatura no contrato e água. Você não está, secretamente, esperando que eu a beije de novo, está?”, disse, em um tom intimidante.   Antes que Catalina pudesse bolar um plano de fuga, a mão do homem já repousava em sua cintura. O medo brilhou em seus olhos. Num movimento rápido, ela enfiou o copo contra o peito do CEO.   “Esse é meu copo favorito. Não quebre!”, disse, com a voz embargada.   O sorriso de Wesley voltou, lento e vitorioso. “Obrigado.” Ele pegou a água e bebeu até saciar a sede.   Só quando Catalina saiu correndo da cozinha é que o homem pôde observar livremente o ambiente minimalista. “Ela realmente mora sozinha?”, pensou Wesley, ao notar apenas um conjunto de talheres no escorredor. Seus olhos então pousaram sobre o copo em formato de urso polar em sua mão. “Por isso é o copo favorito”, zombou mentalmente, ao notar que era o único copo visível na prateleira.   “Aqui está o contrato que você quer. Agora, suma!” Catalina pressionou a pasta contra o peito do homem. Em vez de sair, Wesley a abriu. Ao ver o que a anfitriã havia desenhado, um sorriso irritado surgiu em seu rosto. “Você realmente me acha um i****a?”, disse o CEO, com a paciência esgotada. “Você acha que eu vou acreditar que isso é uma assinatura?”   Dois pequenos círculos que lembravam olhos, sobre uma linha curva simulando um sorriso, encaravam Catalina. “Sim, essa é a minha assinatura. Um emoticon feliz.” O sangue de Wesley ferveu, subindo à sua cabeça num acesso de raiva pura.
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