Capítulo 4

999 Слова
  Anneli   Os guardas me empurraram para fora e bateram a porta na minha cara.   “Marceau! Marceau!”, gritei, batendo com força. “Sou sua esposa! Não pode me tratar assim! Abra!”   Vendo que não adiantava, decidi implorar.   “Marceau, por favor. Sei que foi repentino, mas podemos resolver. Me deixe entrar, estou implorando…” Parei ao ouvir latidos.   Lembrei que ele mandara soltar os cães.   Que cães?   Olhei na direção do som e vi dois cachorros correndo em minha direção.   Se não soubesse, diria que eram lobos – lobos grandes e ferozes.   Comecei a correr o mais rápido que podia.   Não.   Não estava pronta para morrer.   Tinha apenas vinte e dois anos.   Minha vida talvez tivesse rumos que nunca quis, mas ainda assim não queria morrer.   Acreditava que ainda poderia haver dias melhores pela frente.   Corri para o jardim. Ainda os ouvia latindo e correndo atrás de mim.   Pareciam dispostos a me rasgar em pedaços.   Vi uma cabana não muito longe e corri para dentro, trancando a porta.   Fechei as janelas rapidamente.   Para meu desespero, houve um impacto na porta – os cães tentando entrar.   Sério?   Eles eram treinados para matar?   O pânico tomou conta enquanto olhava em volta. Vi uma mesa.   Corri e a empurrei contra a porta.   Os latidos continuavam do lado de fora enquanto eu sentava no chão, tentando recuperar o fôlego.   Estava tremendo e assustada.   O lugar era escuro e sujo, como se abandonado.   As janelas eram frágeis – temia que os cães as quebrassem.   Encostei-me na parede e abracei os joelhos. Fiquei murmurando palavras de encorajamento.   Iria sobreviver. Tinha que sobreviver.   Não faço ideia de quanto tempo passou, mas os latidos pararam. Não sabia se os cães ainda estavam lá ou se tinham sido recolhidos.   Não queria descobrir, então continuei sentada.   Estremeci ao ouvir batidas na porta.   Cachorros sabem bater?   Engoli seco e não disse nada.   “Sei que está aí, Sra. Remy.”   Era a voz do mordomo.   Viera me buscar?   “Os cães se foram?”, perguntei ansiosa.   “O Sr. Remy mandou que a levasse para casa.”   Franzi a testa. “Casa?”   “Para a casa de seus pais.”   Ele estava me mandando de volta?   Para os Aubert?   Imaginava como seria.   Zelda e Faical me humilhariam por não conseguir me manter casada.   E a Nana…   Ah, a Nana.   Eu implorara e fora obediente para que continuassem seu tratamento.   Se eu voltasse, cortariam tudo.   Deus sabe o que fariam comigo.   Não queria voltar.   “E se me recusar?”   “A senhora precisa voltar. Não pode passar a noite aqui. Faz muito frio. Além disso, o Sr. Remy disse que é melhor ir para casa e que manterá os cães afastados.”   Engoli seco.   Acho que passaria a noite ali.   Mas estava preparada para essa vida?   Aquele homem literalmente não tinha coração.   Soltara cães selvagens em mim, sabendo que me fariam m*l.   E se fizesse coisas piores se eu insistisse em ficar?   Sentei-me novamente.   Que escolha tinha?   Só me restava tentar não ser morta por aquele homem perigoso.   “Sou a Sra. Remy, Henrik. Não vou a lugar nenhum”, respondi em voz alta.   E assim passei a noite na cabana, tremendo o tempo todo.   Não sei quando consegui dormir, apesar do frio insuportável, mas acordei com a porta se abrindo.   Levantei alarmada ao ver dois homens empurrando a mesa.   Estavam trazendo os cães?   Franzi a testa ao ver uma cadeira de rodas entrando – e nela, Marceau.   Deu vontade de socá-lo.   Ele parecia relaxado ao me olhar.   “Esperava um cadáver, Sr. Remy? Lamento decepcioná-lo”, retruquei.   Ele sorriu levemente. “Hmm, o que fazer com você?”   Aproximei-me. “Posso dar uma ideia. Comece a me tratar como sua esposa! Disse que faria isso se eu sobrevivesse”, lembrei.   Agia com firmeza, mas estava aterrorizada. Com medo que se levantasse e me matasse.   Mas sentia que ser firme reduziria chances de morrer.   Ele esfregou a têmpora. “Está tão desesperada para ser minha esposa, Anneli? É divertido.”   Desviei o olhar.   “Sou homem de palavra, então não voltarei atrás. Mas espero que esteja preparada para tudo que envolve ser minha esposa. Especialmente, quero ver como se sai na cama.”   Engoli seco.   Na cama?   Fazia parte, não?   Não devia estar chocada, mas estava.   Ficava chateada por ter minha primeira vez com ele.   Droga!   Aquele homem da boate devia ter me levado em vez de me insultar!   “Na cama, você estará no controle, dada minha deficiência”, continuou.   Meus lábios se abriram ao encará-lo.   Deficiente, sim.   Por que fingia?   E parecia muito bom nisso.   “Não responde? Significa que não quer mais ser minha esposa?” Havia escárnio em sua voz.   Engoli seco. “Farei o que quiser, Sr. Remy.”   Ele revirou os olhos. “Qualquer coisa? É mais desprezível que imaginei.”   Quase o insultei, mas me controlei.   Não queria reviver a noite passada.   “Então… não me mandará de volta para meus pais?”, perguntei cautelosa.   Precisava ter certeza.   “Veremos.” E ele se afastou.   Saí da cabana e senti tontura.   Abaixei-me para me recompor, mas me senti fraca.   Era o susto da noite?   Sentia muita fome também.   Perdi o equilíbrio e caí. A escuridão me envolveu.   Quando abri os olhos, estava deitada numa cama. Fechei-os por um instante, confusa.   Ao abri-los novamente, vi que estava no quarto que Henrik me mostrara.   Soro na minha mão. Percebi que desmaiera.   Suspirei, jogando os cobertores de lado – estava suando.   Respirei fundo, tentando planejar meu próximo passo. Não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que precisava ser cautelosa.   Não podia ofendê-lo. Precisava ignorar sua deficiência. Fingir que era real e não perguntar. A curiosidade matou o gato – e podia me matar também.   Ouvi batidas na porta.   “A senhora está acordada, Sra. Remy?”   Era Henrik.   “Sim.”   “O Sr. Remy quer vê-la.”   Meu Deus.   O que seria agora?
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