GÊNESIS
Levantar só fez minha dor de cabeça piorar, m*l consegui ficar de pé no estado em que me encontrava. Mas eu precisava, tinha que trocar as roupas de festa que usei para dormir por algo mais adequado antes que me arrastassem para o hospital.
Então, me levantei devagar da cama e fui em direção ao banheiro com Nate me segurando firmemente, como se eu pudesse cair sem ele. E não duvidava que isso pudesse realmente acontecer.
Eu ainda sentia muito frio, mas fingi estar melhor, pois faria qualquer coisa para não ter que ir ao hospital. Simplesmente odiava hospitais.
Tirei a roupa e, com muito esforço, vesti a roupa que ele me trouxe e me sentei na tampa do vaso, sentindo-me realmente fraca e assustada com meu estado. Sabia que meu corpo não era meu, não era a mesma Gênesis da noite anterior e não podia negar que não estava bem.
"Gênesis," Nate chamou da porta.
"Sua mãe vai ficar tão preocupada se você aparecer doente depois da sua formatura, você..." ao mencionar minha mãe, a dor de cabeça parecia rachar minha cabeça ao meio.
Nossa, só de pensar nos meus pais e em como eles têm lutado, eu ficava imediatamente com a preocupação martelando na minha cabeça. Para não dizer que sou egoísta, mas faço o melhor para não pensar neles, isso sempre me levava à depressão e quase morri uma vez porque estava num estado depressivo por pensar tanto neles e na minha irmã e um dia desmaiei a caminho de uma prova muito importante.
O médico falou um monte de coisas confusas e me fez passar semanas no hospital e, no fim do ano letivo, decidi empurrar os pensamentos sobre eles para longe da minha mente para me concentrar mais nos estudos.
Minha cabeça imediatamente ficou pesada ao pensar neles de novo, e logo comecei a ficar tonta.
"Amor..." desta vez ele entrou no banheiro e me olhou preocupado.
Lhe dei um sorriso fraco e me levantei da tampa do vaso, mas isso foi um erro porque uma dor incômoda disparou na minha cabeça e foi o que bastou.
ABIGAIL CONNOR
Senti meu corpo fraquejar ao ver minha filha Ava. Lágrimas escorriam pelo meu rosto de um jeito assustador, meu coração batia tão rápido, não conseguia reagir ao ver minha pequena Ava deitada ali, tão sem vida. Sua pele parecia pálida e sua respiração estava difícil.
"O que você está fazendo?" Meu marido gritou e me empurrou para o lado. Pegou Ava nos braços e saiu correndo da cozinha. Enxuguei minhas lágrimas e corri atrás dele até sairmos de casa.
Ele literalmente correu para a estrada para parar um veículo, qualquer veículo, para que pudéssemos levar Ava ao hospital. A maioria dos veículos o ignorou, passando por ele enquanto a maioria começava a gritar e xingar, como se ele fosse um louco. Assim que ele estava gritando e implorando por ajuda, notei um comboio vindo a toda velocidade.
"Connor... Connor..." gritei para que ele pudesse me ouvir e sair da estrada, mas ele não me ouviu. Ele não saiu do lugar e continuou fazendo o que fazia, gritando e pedindo ajuda para os carros e táxis que passavam.
"Connor..." gritei novamente, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Sai daí, Connor, sai..." o comboio estava perto, muito perto.
"Não...ooooooo"
Gritei ao ver o impacto do carro com meu marido e o comboio parou de forma assustadora. Meus olhos se arregalaram quando não vi mais meu marido de pé, ao lado de Ava no meio da estrada como antes.
A maioria dos carros também parou, e homens de terno desceram do comboio. Eu senti minhas pernas caminhando até o lugar onde ele estava, com o coração na boca. Abri caminho entre os homens e a multidão que se formava, e corri até onde ele estava caído.
Seu corpo cobria o de Ava, protegendo-a.
"Connor..." sussurrei com medo e pânico. O medo de ter perdido os dois, o medo de que algo tivesse acontecido, algo que eu não poderia controlar. Eu era uma pessoa terrível quando estava sob pressão.
Ele gemeu e se moveu para o lado, enquanto Ava permanecia inconsciente.
"Estou bem", ele disse imediatamente, me tranquilizando e evitando que eu tivesse um ataque cardíaco. Então ele se levantou enquanto eu respirava aliviada, e me aproximei enquanto ele tentava carregar Ava nos braços novamente.
"Você está bem, senhor?" perguntou um dos homens que desceu do comboio.
"Sim..." ele respondeu.
"Você está realmente implorando pela morte?" uma mulher disse friamente enquanto os homens de terno abriam caminho para ela. Quando ela se aproximou, eu imediatamente percebi quem era. Era a esposa do ex-chefe de estado. A visão dela me assustou; parecia zangada e irritada com o que havia acontecido entre a comitiva dela e meu marido.
"Você não pode simplesmente pular na estrada feito um louco, sua miséria o cegou tanto a ponto de não perceber a diferença entre a vida e a morte, você quase..."
"Senhora, sinto muito. Minha filha está morrendo, preciso levá-la ao hospital", meu marido disse imediatamente, interrompendo o desabafo dela e ignorando os insultos.
"O que há de errado com ela?" a voz dela suavizou enquanto seus olhos imediatamente se voltavam para Ava com preocupação.
"Ela... ela..." gaguejei.
"Entre no carro," ela ordenou imediatamente, sem esperar resposta.
ABIGAIL CONNOR
Assim que o carro chegou ao hospital, Connor saiu correndo com Ava nos braços. Corri na frente dele e chamei a atenção dos enfermeiros e médicos, mas a maioria parecia ocupada e me olhavam como se eu fosse uma louca.
"Ajuda, ela está morrendo, ela está..." minha voz estava rouca de tanto chorar, m*l conseguia me ouvir. Corri até a recepção e bati no balcão.
"Por favor, por que ninguém está ajudando?" eu chorava. A enfermeira na mesa levantou a cabeça do computador e me deu um olhar rápido antes de voltar para o que estava fazendo.
"Você já foi registrada neste hospital antes, senhora?" a enfermeira na recepção perguntou sem olhar para mim uma vez sequer, e eu a encarei horrorizada. Como ela podia perguntar isso quando alguém estava morrendo?
"Não, não..." respondi rapidamente.
"Senhora, você precisa se registrar," ela disse sem interesse.
"Por favor, alguém deveria atendê-la primeiro, por favor," meu marido implorou e ela ficou em silêncio.
"Alguém pode ajudar enquanto eu registro ela?" Eu perguntei, e ela permaneceu calada.
"Você não vê que ela está morrendo?" Eu gritei.
"A senhora precisa registrar seu nome" ela disse indiferente.
"Alguém, por favor, leve ela agora mesmo", Connor implorava ainda.
"Você está atrasando, se ela morrer, a culpa é sua", a enfermeira disse com rudeza, e mais lágrimas escorreram dos meus olhos.
"É assim que você fala com as pessoas por aqui?" uma voz fria gritou por trás de nós, e nos viramos. Era a esposa do ex-chefe de estado, a senhora que havia nos ajudado.
"Senhora... Eu... você..." a enfermeira atrás do balcão gaguejou.
"Dêem a atenção imediata a eles agora", ela ordenou à enfermeira, que parecia assustada e imediatamente saiu do balcão e nos pediu para segui-la, o que fizemos sem demora.
Seguimos a enfermeira, que nos indicou outra enfermeira, que nos levou a uma sala diferente, onde colocamos Ava.
"Por favor, saiam da sala", um médico entrou imediatamente, seguido por vários enfermeiros.
"Por favor, salvem ela", consegui murmurar ao ver como Ava estava pálida, antes de Connor me puxar para fora da sala.
"Meu Deus... o que vamos fazer? Eu não posso perdê-la", eu chorei, e Connor me envolveu em seus braços.
Eu não podia perder meu bebê, ela era minha filha, carreguei ela no meu ventre e ela estava sofrendo há tanto tempo que eu não aguentava mais.
"Me leve no lugar dela, por favor, eu não posso perdê-la..."
"Shhh, não vamos perder ninguém. Ninguém vai no lugar de outra pessoa. Todos vamos ficar bem, agora você tem que ser forte", Connor me segurou mais firme, como se minha vida dependesse disso.
"Você tem que ser forte pela Gênesis, pela Ava, por mim", ele soava assustado, mas eu podia perceber que estava fazendo tudo o que podia para permanecer forte por mim.