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Verdinha

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Blurb

Quando Naiara se vê no aperto pra pagar suas dívidas, arruma um jeito de se virar, mesmo que isso a envolva no risco com drogas. E entre toda essa confusão, encontra a confusão completa.

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1
Naiara Acordo mais uma vez com batidas na minha porta. Bufo e levanto da cama ainda tonteada e abro a porta resmungando um já vai. Dou de cara com ninguém de especial, a não ser a alugadora irritante, dona Selma. -Vocês enchem o cu de cachaça e maconha, mas me pagar que é bom nada, dona Naiara - Reclama com certo deboche. -Bom dia, dona Selma. Quando vai parar de me acordar às seis da manhã e começar a cuidar do seu marido que pula o muro da vizinha pra comer ela? - Falo sem dar muita importância e bocejo. -Por que eu ainda alugo meu apartamento pra você? -Por que você não me deixa em paz? - Retruco com outra pergunta. -Tem até amanhã pra me pagar. Nem um dia a mais, nem um dia a menos. Ou será rua na certa, Naiara. -Valeu ai, velha - Fecho a porta na sua cara e sigo pra dentro. Toda vez essa palhaçada. Faltando uma semana pro aluguel, ela me perturba todos os dias como um lembrete. Se eu quisesse um lembrete, colaria na geladeira, colocava como aviso na tela do celular ou coisa parecida. Nem que fosse uma notificação no calendário com direito a alarme o dia inteiro. Vou até o meu banheiro e tomo um banho gelado pra gastar menos na conta de luz. Me enrolo na toalha, escovo todo o meu cabelo bem rápido. Procuro por uma calça jeans escura na cômoda, já que guarda-roupa é caro demais e uma blusa masculina da nike branca, que nem minha é. Visto meu tênis branco desgastado e arrumo minha mochila. Dou uma ajeitada no meu quarto, arrumo a cama e a deixo bem esticadinha. Vou até a cozinha e procuro o que comer, e nem me surpreendo por não ter mais nada. Bufo com frustração e fecho o apartamento, desço as escadas bem rápido, já que não posso pagar por um que tenha elevador. Caminho até o ponto de ônibus ignorando a minha querida sindica e dona do apartamento onde eu moro, gritando perguntando aonde eu vou. Como se ela fosse minha mãe e eu devesse explicações a ela. Assim que vejo o meu ônibus, faço um querido sinal, dou bom dia ao motorista, o coitado não tem culpa da minha vida ser uma droga. Passo pela roleta e me espremo com todo aquele povo às sete horas da manhã já fedendo. Coloco minha mochila no chão entre os meus pezinhos e tento me acomodar em um cantinho segurando no banco. Logo sinto algo roçando na minha bunda, e isso tá me encomodando. Odeio ter que lidar com esses idiotas todos os dias que cismam que podem se esfregar em qualquer mulher e como querem. -Com licença - Viro minha cabeça a um homem que aparenta ter seus trinta anos que murmura um hum - Será que o senhor pode parar de ficar me sarrando ou vou ter que lhe deixar alejado, meu senhor? - Falo bem alto pra todos escutarem. Atraio olhares assim como planejado e ele se afasta envergonhado - Passar bem. Tenha um ótimo dia torturador de trabalho - Debocho com meu melhor sorriso. Desço no meu ponto, no pé do morro, onde meus pais moram. Sai da casa deles pelo apartamento ser mais perto da faculdade, da até mesmo pra ir a pé. Subo o morro em pequenos passos, desacostumei subir isso aqui. Uma moto para ao meu lado e nem me assusto. -Me erra, Marcos - Resmungo. -Você não tem aula hoje, dona Naiara? - Paro ao seu lado. -Pego às nove - Explico - Vai me levar em casa ou vai ficar me fazendo interrogatório? -Toda grossa. Sobe aí - Subo na garupa e Marcos acelera com tudo até o meu portão. Nem me amedronta essa velocidade, fico super de boa, diferente de outras - De nada - Fala assim que desço da moto. -Valeu - Lhe dou um selinho - Sabe que tu é o meu mano - Pisco pra ele. -Só se aproveita de mim - Estala a língua e sorrir - Quer que eu te leve hoje? -Não tem aula agora? -Por você eu mato po. -Toma juízo e vai pra aula - Bato em sua testa. -Um beijinho, eu ganho? - Faz bico. -Quem ver até pensa que é meu namorado - Me aproximo dele e lhe dou um beijo rápido - Gama não bichinho - Entro no quintal de casa sem esperar ele me responder. Só escuto a buzina da moto e rio. Caio Acordei com o caralho da claridade batendo no meu rosto e não recomendo. Sério que esqueci de fechar as cortinas? Por que o ser tem que entrar no meu quarto e abrir todos os dias? Bufo impaciente e pego meu celular no criado mudo, vendo ser oito horas. Legal. Me atrasei pra primeira aula. Foda-se também, nem ligo se vou perder mesmo. Estou nessa merda a força rodeado de idiotas que não tenho mais paciência. Levanto da cama e vou direto tomar uma ducha bem demorada, só pra me atrasar mais. Enrolo a toalha na cintura e paro em frente ao espelho redondo acima da pia, penteo meu cabelo curto loiro, que pintei e meu pai odiou, por isso mesmo continuei a renovar a pintura, só pra ver o ódio nos seus olhos. Procuro por uma bermuda jeans escura e uma camisa branca da Lacoste. Visto, calço meu tênis branco, burrifo bastante perfume Malbec Amadeirado. Pego minha mochila e coloco nas costas e desço as escadas. — Atrasado, senhor Beltrame — Um dos seguranças me chama a atenção. — Não conte ao meu pai, George — Peço. — Me desculpa, tenho que contar. — Não ligo se vai contar, é bom que me divirto o irritando um pouco — Sorrio cínico e saio de casa indo direto à garagem e entrando no meu BMW X2 preto. Jogo a mochila no banco do passageiro e arranco o carro de uma vez pelas ruas pegando o caminho mais longo até a faculdade. Travo o carro e ajeito a mochila no ombro esquerdo. Entro pelo portões do inferno cheio de idiotas que se acham melhores que os outros, principalmente os que tem dinheiro. Nadam no dinheiro sem ter um pingo de dignidade. Eu não tenho dinheiro, meu pai tem o seu dinheiro sujo que não quero herdar. Única coisa que quero é viver dentro de um trailer, chapando a noite inteira e quem sabe comer algumas meninas em boates, quero nenhuma no meu pé. — Ursinho — Escuto aquela maldita voz dos meus pesadelos matinais e me viro com um sorriso de merda. — Me deixa, Gabriela. Não precisa fingir aqui, vai pegar um menino por ai e me deixa — Reviro os olhos. — Não precisa disso, Caio. Mesmo que nossos pais nos forcem a ter um relacionamento, eu gosto de você — Se aproxima de mim — E sabe muito bem disso — Faz um bico ridículo. — Desfaz esse bico que comigo tu não compra — Me afasto dela. — Por que me trata assim? — Você mais do que ninguém sabe que só namoramos — Faço aspas com os dedos — Por pura pressão e não livre e espontânea vontade de se amarem, Gabriela. Só que você gosta de praticar esse teatrinho por todo lugar que vai. — Não é bem assim. Deixa eu mostrar que posso te amar de verdade — Segura minha blusa na altura da cintura. — Gabriela — Coloco uma mecha do seu cabelo atrás da orelha — Você de vez em quando é legal, quando não pega no meu pé e força na frente dos nossos pais — Sorrir sem mostrar os dentes — Mas você sabe que eu sou um filha da puta que nunca vai te amar. — Mas, Caio... — A interrompo. — Você é bonita, pra caralho — Sorrio de canto junto com ela — Mas nunca serei capaz de te fazer o impossível pra te ver bem e feliz. Esquece isso tá bom? — Beijo sua testa e sigo meu caminho pelo campus. Ela merece coisa melhor, nunca serei capaz de ama-lá. Principalmente por ter sido o meu pai que arrumou esse relacionamento pra ver se Gabriela me mudava, o que não vai ajudar em nada. Minha missão nessa vida é destruir sua vida, assim como fez com minha mãe.

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