Capítulo 6

1356 Mots
  PONTO DE VISTA DA CHLOE   Empurrei a porta do quarto do Sr. Gonzalez e demorei um pouco para observar o ambiente masculino e moderno, com paredes em tons de creme, cortinas cinzas e um sofá de couro preto ao lado. Ajudei o Sr. Gonzalez a entrar no quarto e o deixei deitar na cama. Respirei fundo antes de me abaixar para tirar seus sapatos, deixando apenas as meias brancas. Puxei os lençóis para cobri-lo, e estava prestes a sair quando ele estendeu a mão e segurou a minha. "Fique..."   A confusão tomou conta dos meus olhos enquanto eu me virava para encará-lo.   "Você pode dormir aqui ao meu lado, Chloe..." ele murmurou, e meus olhos se arregalaram. Por que eu gostaria de dormir ao lado dele?   "Uh... eu vou ficar, mas... eu vou dormir no sofá..." respondi, mordendo o lábio de nervosismo.   Esperei por uma resposta, mas ele afrouxou o aperto em minha mão e logo a soltou... e, no instante seguinte, já estava roncando alto.   Balancei a cabeça enquanto me dirigia ao sofá de couro preto, a poucos metros de distância da cama dele. Dei mais uma olhada na forma adormecida do meu chefe antes de me deitar no sofá e fechar os olhos.   Tentei de tudo para adormecer, mas não conseguia entender o porquê de não conseguir. Fiquei pensando no que havia acontecido mais cedo naquela noite. Easton teve um colapso e não conseguia parar de pensar em sua esposa. Ele a amava tanto que não suportava a ideia de deixá-la ir. Mas ele não teve escolha a não ser fazê-lo, ou Rosie continuaria a machucá-lo repetidamente.   Logo, minhas pálpebras ficaram pesadas e, quando estava prestes a cair em um sono profundo, ouvi Easton murmurar. Pulei de pé e corri até ele.   "Rosie…" ele chamou. "Rosie, por favor…" O peito de Easton subia e descia, e ele suava profusamente, apesar de o quarto estar completamente climatizado. Ele estava sonhando com sua ex-esposa.   "Senhor…" Dei-lhe um leve sacudir no ombro. "Senhor… você está tendo um pesadelo."   Suas pálpebras tremularam e de repente ele encontrou meu olhar. "Rosie…?"   "Não… eu não sou--"   Ele sorriu e, antes que eu pudesse falar algo, ele me segurou pela nuca e pressionou seus lábios nos meus.   Oh, não!   Meus olhos se arregalaram antes de eu apertá-los com força. Meus sentidos ficaram à flor da pele quando senti o gosto dos lábios dele, uma mistura de menta e uísque. Eu ofeguei, e ele aproveitou, deslizando a língua na minha boca, degustando, acariciando, explorando. Eu não sabia o que fazer. Devido à embriaguez dele e à sua percepção de mim como Rosie, eu precisava pará-lo.   Por outro lado, meu subconsciente estava me dizendo para retribuir o beijo. Droga, não!   Quando Easton colocou a mão no meu seio e acariciou delicadamente a pele através do tecido fino do meu vestido, eu fiquei tensa e desconfortável. Abri os olhos e percebi que era a hora de empurrá-lo para longe de mim. E foi o que fiz.   Ele resmungou, ainda com os olhos fechados, enquanto voltava a dormir. Oh, Deus! Por que eu deixei meu chefe me beijar?!   Voltei para o sofá me sentindo tão perdida. Preciso dormir agora e sair cedo. A última coisa que eu quero é que o Easton me veja quando acordar de manhã.   …….….******……….   Uma hora depois, eu estava deitada no sofá ainda bem acordada, minha mente relembrando o beijo que compartilhei com meu chefe uma hora atrás. Ainda parecia surreal, ainda parecia que o beijo tinha sido apenas fruto da minha imaginação—algo que minha mente cansada havia inventado.   Por outro lado, o som do ronco de Easton confirmou que os eventos realmente aconteceram.   ……….************…………   PONTO DE VISTA DE EASTON   Fiz uma careta ao sentir uma dor de cabeça latejante, e os raios de sol da manhã entrando pela janela não ajudavam em nada a aliviar o incômodo.   "Droga!" murmurei ao sentar, segurando minha cabeça com as duas mãos. Eu não lembro quantos copos de uísque tomei na noite passada. Tentei lembrar de algo, mas não consegui. A última coisa que lembro é que estava prestes a terminar a garrafa no restaurante quando Chloe chegou e me impediu.   Chloe?   Pisquei os olhos e franzi a testa ao perceber que estava na minha própria cama, no meu próprio quarto. Não sei como acabei aqui. Levantei-me com cuidado, tentando não balançar demais a cabeça. Olhei ao redor e franzi as sobrancelhas em confusão ao ver uma mulher de rosa deitada no meu sofá.   Ela está aqui...   Mas o que ela estava fazendo no meu quarto? Eu a toquei? Nós fizemos sexo na noite passada? Ah... droga!   Coloquei os pés no chão e comecei a andar em direção à minha assistente adormecida. Os eventos perturbadores da noite passada voltaram rapidamente à minha mente, e me lembrei de como eu desmoronei e pedi para a Chloe ficar e dormir ao meu lado. Merda! Foi embaraçoso. E eu não conseguia me lembrar do que aconteceu depois disso.   "Chloe..." Os cabelos castanho-claros dela estavam caindo na frente do rosto, então me inclinei e os afastei. Então, parei por um momento ao perceber o quão linda ela parecia dormindo.   Não... Eu não podia sentir nada por ela. Somos amigos. Parceiros... Sim, parceiros de negócios. Trabalhamos no mesmo lugar, e não quero que isso gere fofocas no escritório. Além disso, ainda sou casado.   "Chloe..." Passei a mão suavemente no braço dela e suspirei ao sentir a suavidade da pele. Droga! Eu não deveria estar tocando nela. Isso me deu uma sensação estranha. Mas como eu ia acordá-la sem tocá-la?   E se eu desse um peteleco na testa dela? Não... Poderia machucá-la.   Soprar no rosto dela? Mas ainda não escovei os dentes.   E se eu fizesse cócegas nos pés dela? Hmm...   Levantei-me para ir até os pés dela, e foi quando ela abriu os olhos, que se arregalaram ao me ver em pé na frente dela.   Eu limpei a garganta e endireitei minhas costas. Coloquei uma expressão séria no rosto, com as mãos na cintura. Ela se levantou e usou as mãos para arrumar a roupa e o cabelo. "B-bom dia, Senhor..."   "Bom dia, Chloe..." Eu disse enquanto voltava para a cama e sentava na frente dela, minhas sobrancelhas seriamente franzidas. "Diga-me, Srta. Bell... nada aconteceu entre nós na noite passada, certo?" Eu precisava ser sério e ir direto ao ponto.   "O quê?"   "Eu não te toquei... Eu não te beijei... não tivemos sexo na noite passada, certo?" Entrei em pânico um pouco quando ela abriu levemente a boca em choque, os olhos dela se moveram como se procurasse uma resposta. Depois, ela fez um movimento com a cabeça de modo hesitante. Graças a Deus!   "Nós..." ela começou, pausando por um segundo antes de cair na risada, para meu espanto. "Claro que não fizemos isso! Como você pode sequer pensar numa coisa dessas? Quero dizer, você estava tão bêbado a ponto de nem conseguir entrar no seu próprio quarto? Não, absolutamente nada... nunca!"   "Tem certeza?" perguntei, levantando uma sobrancelha para ela. "Podemos conversar sobre isso e---"   "Tenho certeza!" ela exclamou, me interrompendo.   "Você sabe bem que fico totalmente fora de mim quando estou bêbado, então se algo deu errado, peço desculpas, Srta. Bell..."   "Confie em mim, senhor... Nada aconteceu." Ela disse com os olhos fixos na mão que brincava com a barra do vestido.   Soltei um suspiro de alívio, mas os lábios se cerraram enquanto cravava meu olhar no dela quando ela levantou os olhos. Mesmo parecendo que ela estava escondendo algo de mim, não poderia estar mentindo, certo? Eu confiava nela porque ela é uma mulher de bom coração e de boa reputação.   "Ok... De qualquer forma, Srta. Bell, muito obrigado por me levar para casa ontem à noite..." Levantei-me. "Você se importaria de esperar por mim lá fora? Vou apenas me arrumar para o trabalho, o que levará poucos minutos, e depois eu a levo para casa para que possa trocar de roupa também."   "Claro..." Ela assentiu, com o olhar baixo enquanto saía do meu quarto. Soltei um suspiro pesado enquanto me dirigia ao banheiro para tomar um banho e me preparar para ir trabalhar.
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