Noite m*l dormida

1893 Palavras
Anya Acordo antes do despertador tocar, olho no relógio e são 06:30. Ainda tenho uma hora para ficar enrolando na cama, mas não tenho sono. Então me levanto e vou para o banheiro tomar um banho e escovar os dentes. Visto uma calça jeans, camiseta preta, blazer da mesma cor e tênis allstar branco. Desço para a cozinha e decido preparar o café da manhã para quando minha mãe acordar. Faço café na cafeteira, panquecas e ovos mexidos, depois arrumo a mesa e deixo tudo pronto. Sento em uma cadeira na cozinha e espero minha mãe acordar, já são quase 07h30.  --- Bom dia, filhota. Dormiu bem? Espero que sim. -- minha mãe entra na cozinha e me dá um beijo de bom dia na testa. Ela está elegantemente vestida com uma saia lápis azul marinho, blusa preta, blazer da mesma cor e sapatos scarpin também pretos. Seu cabelo castanho está preso em um bonito coque. --- Bom dia, mãe. Se dormir bem significa pegar no sono às 04h00 da manhã, então eu dormi feito um anjo. Sente-se, eu fiz o café da manhã. --- Obrigada, Any. Nossa você deve ter acordado muito cedo para dar tempo de fazer tudo isso. --- ela me olha preocupada. --- Isso não é bom, Anya. --- O que eu posso fazer, mãe? Eu não consigo dormir melhor. -- digo derrotada. --- Nós iremos procurar um novo médico para você, você vai melhorar eu te garanto. --- ela segura minha mão por cima da mesa. --- Tudo bem, mãe. Agora coma, eu fiz tudo isso para a senhora. -- digo rindo. --- É claro que eu vou comer. -- diz ela provando uma panqueca. --- Está incrível, não te falei que você é uma ótima cozinheira? --- diz ela sorrindo. --- Você é minha mãe, é suspeita para falar. -- digo, fazendo biquinho. Ela apenas balança a cabeça e ri, depois disso comemos em silêncio. Eu me levanto para lavar a louça do café, mas ela me impede: --- Pode ficar sentada bem aí! A louça é minha, já que você cozinhou. -- ela diz se levantando e levando os pratos para a pia. ---- Já que a senhora insiste, eu não vou me opor. -- nós duas rimos. --- A senhora vai almoçar em casa hoje? Devo esperá-la? -- pergunto. --- Ah, meu bem. Eu não sei ainda... qualquer coisa eu te aviso na hora do almoço, tudo bem? --- ela diz, parecendo um pouco nervosa por causa de uma simples pergunta. --- Sem problemas. --- Você quer que eu te deixe no trabalho? --- ela pergunta, secando as mãos no guardanapo. --- Quero sim, vou pegar minhas coisas. --- de forma alguma eu poderia enfrentar outra caminhada com o peso de tantos cadernos assim. --- Vamos? Minha mãe pega a bolsa e as chaves e nós saímos, eu tranco a porta com a minha chave. Dona Berta já se encontra de pé a essa hora, regando suas amadas orquídeas. --- Bom dia, Dona Berta. --- minha mãe e eu dizemos juntas. --- Bom dia Eliza, bom dia Anya. Como estão bonitas hoje. -- ela diz, sendo agradável como sempre. --- Imagina Dona Berta, a senhora é que está sempre elegante. --- minha mãe diz. --- Mentira sua, vocês é quem estão. -- ela diz com as bochechas coradas. --- Acredite Dona Berta, minha mãe nunca mente. --- eu digo e vejo minha mãe ficar séria de repente. --- Tenha um bom dia, minhas queridas. --- A senhora também. -- digo. Entramos no carro e minha mãe dirige em silêncio, ela ficou estranha do nada e eu não imagino o porquê. --- Mãe? --- Sim? --- Tá tudo bem? A senhora parece distante... -- Tá tudo bem, meu amor. Não se preocupe. Só pensando no tanto de trabalho que me espera no escritório. -- ela sorri e eu sorrio de volta. --- Chegamos. --- minha mãe encosta o carro em frente a escola em que eu trabalho, os alunos já estão começando a chegar. --- Obrigada mãe, tenha um bom dia de trabalho e não esqueça de me ligar na hora do almoço, sabe que eu não gosto de comer sozinha. -- digo saindo do carro. --- Eu sei, Anya. Eu vou ligar, prometo. Tenha um ótimo dia, filha. Amo você. --- Amo você mãe. --- minha mãe se afasta e eu caminho com o peso dos cadernos nos braços. --- Bom dia, professora. Quer ajuda com esse peso ai? --- a voz é do meu colega de trabalho, professor Vinícius que ministra aula de História no fundamental II. Não posso deixar de reparar que para um professor de História, ele foge bem do estereótipo: Sempre bem vestido com calça jeans um pouco apertada demais que deixa em evidência o músculo das coxas, camisa social e blazer e por cima é claro, o bom e velho jaleco branco. Além de ser bem bonito. --- Bom dia professor Vinícius, por acaso eu quero sim, obrigada. --- digo entregando metade dos cadernos para ele. --- Você deu conta de corrigir tudo isso? Estou impressionado -- ele diz com um sorriso bonito. --- Eu tenho bastante tempo livre depois do trabalho. -- digo sorrindo também. --- Você ainda está sofrendo com a insônia? -- ele pergunta enquanto entramos no corredor principal da escola. Vinicius é uma das poucas pessoas que sabe do meu problema com o sono, ele tem sido um bom amigo desde que eu comecei a trabalhar aqui. --- Estou, acho que vou precisar trocar de médico, o remédio não está fazendo efeito. Está cada vez mais difícil. -- digo suspirando. --- Você vai ficar bem, Any. Se precisar de alguma coisa, eu estou aqui, tá bom? -- ele diz colocando uma mão sobre o meu ombro. --- Obrigada, Vi. --- digo sorrindo. --- Bom, está entregue. Tenha um ótimo dia. -- ele diz, deixando os cadernos em cima da minha mesa na minha sala do 1° ano. --- Você também e obrigada por me ajudar. --- As ordens. -- ele sorri e sai. Arrumo os materiais em cima da mesa e me preparo para receber os meus alunos que vão entrando um por um. Assim que todos chegam, eu começo a minha aula. --- Bom dia, turminha. Como vocês estão hoje? --- Bom dia, professora. ---- todos dizem de uma vez. --- Eu tô bem. --- diz Nicolas, que é ruivo e cheio de sardinhas no rosto. --- Eu brinquei com o gato da minha prima ontem, prof. -- diz Isabela, com os dois dentes da frente faltando. --- Espero que tenha se divertido, Isa. Hoje nós iremos começar a estudar a letrinha M. Lucas Acordo cansado por ter dormido m*l a noite, entro no chuveiro e tomo um banho. Escovo os dentes, penteio o cabelo e passo um perfume. Visto uma calça jeans, camisa de manga longa azul, botas e pego o meu chapéu. Desço para tomar café e meu pai já se encontra sentado à mesa, nossa cozinheira, Helena, está servindo-o. --- Sua benção, pai. Bom dia, Helena. -- digo --- Deus abençoe, meu filho. --- Bom dia, Seu Lucas. O senhor vai querer ovos mexidos? -- Helena pergunta prestativa. --- Não Helena, obrigado. Vou comer o que tem aqui mesmo. --- ela assente e se afasta. --- Como dormiu essa noite? --- meu pai pergunta. --- Não muito bem, acho que vou me consultar e ver se o médico me passa algum remédio para dormir. -- digo, enchendo minha xícara de café. --- Ainda com problemas com a insônia? -- meu pai perguntou, franzindo a testa. --- Sim, mas vai ficar tudo bem. -- nós dois sabíamos que não era bem assim, mas nos mantivemos calados. --- Posso ir ao médico com você, se você quiser, é claro. -- ele diz, um pouco constrangido. --- Tudo bem, pai. Não esquenta, eu vou sozinho. -- digo. --- O senhor vai para o haras hoje? --- Depois do almoço, tenho algumas coisas para resolver na cidade. --- Almoçamos juntos então? -- pergunto. --- Se eu conseguir resolver tudo até lá, sim. Caso contrário, almoçarei em algum restaurante por lá. --- Tudo bem então, tenha um bom dia pai. --- digo me levantando. Eu quis perguntar o que ele tem para resolver na cidade, mas achei melhor não. Não quero soar invasivo. --- Você também, meu filho. -- eu pego as chaves e a carteira em cima do aparador na sala e saio. Confesso que fico decepcionado quando meu pai não aparece no haras, aquele lugar também precisa dele, EU preciso dele. Só queria que ele enxergasse isso sem eu precisar dizer. Entro na minha caminhonete e dou partida, hoje o dia será longo. Estou pensando em chamar o Henrique para ir em alguma boate hoje a noite, já faz algum tempo que não vamos e eu estou louco para t*****r, chego cansado demais demais do trabalho para me aliviar sozinho. Chego no haras, que já está bem movimentado a essa hora do dia e vou direto para o estábulo verificar como os cavalos estão. Espero que hoje o nosso veterinário apareça e me dê um bom motivo para não mandá-lo embora. Entro no estábulo e observo os cavalos, para um olho destreinado como o meu, eles parecem bem. Espero que estejam mesmo. Ouço passos atrás de mim, me viro e me deparo com meu amigo Henrique. --- Bom dia, meu patrão. Madrugou hoje foi? -- ele diz com o bom humor de sempre. --- Bom dia, amigo. Dormi m*l essa noite de novo para variar, então tomei café mais cedo e já vim trabalhar. Passei aqui para ver como os cavalos estão reagindo. --- Eles parecem bem. O veterinário do haras vai vir hoje? -- ele pergunta. --- Eu não sei, mas se ele tem amor ao emprego, é bom que apareça. Senão ele pode se considerar desempregado. --- Afiado como uma navalha. --- ele brinca. --- Só corto quem encosta. --- Então, eu vou ficar bem longe de você. ---- ele diz, rindo. --- Tá afim de ir em uma boate hoje? --- eu pergunto. --- Hoje é dia semana cara. -- ele diz sério. --- Isso nunca foi problema para você, desde que eu me lembre. -- digo desconfiado. --- Tá bom, vamos. Até porque, faz tempo que não pego ninguém. --- Eu também. --- O que?! O garanhão do Sr. Carreira está na seca? --- ele gargalha. Eu reviro os olhos. --- Achei que o flerte com os clientes do haras estavam dando frutos. ---- Não, não tem ninguém DANDO nada ultimamente. Vou ter que ir à caça e você vai comigo, como o amigo fiel que você é. -- digo, passando um braço pelo seus ombros, enquanto saímos do estábulo. --- Como eu poderia dizer não pra você, neném. --- ele brinca. --- i****a. Como se não tivesse pensando em benefício próprio. Vamos juntos? Passo na sua casa às 21h00. --- Fechado, patrão. --- saímos do estábulo e eu vou para o escritório resolver as pendências que ficaram de ontem, torcendo para que o bendito veterinário dê o ar da graça. No caminho não consigo deixar de olhar para cada mulher linda que tem no haras hoje, preciso ficar com alguém, senão vou ficar louco. Tenho que parar de flertar com as clientes, não se mistura trabalho com prazer, nunca.
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