04°

1620 Palavras
GIOVANNA HERNANDEZ Enrolei-me na toalha e saí do banheiro, enxugando meus cabelos. Soltei um grito de susto quando encontrei o culpado das minhas imaginações pervertidas materializado bem na minha frente, com um sorriso predador de merda. — O que faz aqui? Quem o deixou subir? — Segurei firmemente a toalha entre meus dedos, temendo que a bendita resolvesse sair sozinha do meu corpo. Ainda sentia vestígios do orgasmo que acabara de ter chamando por ele. — Um: vim te ver; dois: sua empregada deixou. — Enumerou as respostas nos dedos. — Ela não soube me dizer “não” depois que prometi me comportar e não causar problemas. — Lembre-me de demiti-la por tal traição! Se veio me ver, já viu; agora, vaze! -Ele sorriu, mordendo a ponta do dedo e me observando do seu único e particular jeito sacana. — Nervosa com minha presença, corazón? — Seu olhar desceu do meu rosto até minhas coxas e subiu de novo. — Não me chame assim! E, sim, estou nervosa. Se alguém nos pegar aqui, estarei frita. — Estaria muito mais enrascada se ele descobrisse que a queridinha me deu a virgindade na varanda do capo. Engoli em seco, sabendo que ele tinha percebido realmente esse detalhe; um do qual duvidou naquele dia. — Vai usar isso contra mim? — inquiri nervosa. — Jamais faria isso com você, Gio. Pode confiar em mim. — Fez uma pausa, inclinando a cabeça. — Não consigo te esquecer. — Eu disse que era coisa de uma única vez, Alejandro. — retruquei sua tentativa de trazer à tona detalhes sobre o assunto proibido. Como se não bastasse eu ficar o revivendo a cada minuto, teria ele me perseguindo também? — Trate de achar uma maneira de esquecer o que aconteceu entre nós dois! — Juro que até tentei, Giovanna, mas você não sai da p***a da minha cabeça. — Sua sinceridade era tão tocante que chegava a doer. Não sou boa para você, Alejandro, nem para ninguém. Sou suja, marcada. Peguei a primeira roupa que encontrei no closet e corri de volta ao banheiro, temendo não ser forte o suficiente e cair em tentação. Quando saí de lá, ele estava deitado sobre minha cama, com os braços embaixo da cabeça, o cenho franzido e os olhos presos na porta por onde saí. Seu olhar se prendeu ao meu e, naquele pequeno silêncio, tudo parecia gritar tão alto, que fiquei com medo de que ele ouvisse meus pensamentos mais profundos. — É tão linda! Não há um dia sequer que eu não me lembre de você sendo perfeita junto ao meu corpo. — Sua confissão quase trouxe um sorriso aos meus lábios, no entanto tratei de escondê-lo, não querendo lhe dar esperança. — É melhor ir. Minha mãe terá uma síncope se te encontrar aqui, sozinho comigo. — tentei dissuadi-lo. — Eu deveria te dizer “obrigado”, Giovanna, só que não vou fazer isso. Acho que seria errado. — Levantou-se rapidamente e se aproximou de mim. Colocando uma mão em seu peito, tentei manter nossa distância, contudo seu cheiro era tão gostoso e inebriante, que o deixei me segurar por alguns segundos antes de levantar minha cabeça. — Agradecer pelo quê? — sussurrei, trocando o peso de um pé para o outro ao perceber que estava ficando muito exposta. — Por ter se entregado a mim. — E, por que acha que não deveria? — Porque, de alguma maneira, sempre achei que você fosse ser minha. Então, não faria sentido. Nada mais justo do que eu ter sido o privilegiado. -Apertei os lábios juntamente. Ele tinha o poder sobre mim de me fazer parecer uma louca, surtada. — Não pertenço a você, nem a ninguém. Nunca pertenci e nunca vou pertencer. “Nós dois” não existe. — Odiava que me tratassem como posse. — Nunca diga “nunca”, Giovanna! — Seus lábios ficaram pairados a centímetros dos meus e cada palavra aparentava ser bem hipnótica. — Você não é especial, Alejandro; foi somente o disponível naquele momento. -É mentira minha mente gritou comigo desesperadamente. — Provavelmente, eu teria me entregado a qualquer um que tivesse disposto a tirar aquela coisa do caminho. — complementei com indiferença. — Convença a si mesma de que foi somente isso! Negue que não pensa naquele dia e no quanto gostou de ter sido empalada por mim, mi amor! A verdade é que seu corpo te desmente sem precisar de estímulo algum. Eu estou ligado a você, Gio, e você a mim. - Pisquei, tentando entendê-lo. Oh, meu Deus! Ele era tão sujo e cínico. E o pior de tudo era que eu gostava desse seu jeito tosco; e cada palavra que saía de sua boca pervertida mexia comigo onde menos deveria. — Está enganado. — menti. — Baby, posso ver o desejo em seus olhos e quase posso sentir o gosto da sua lubrificação em minha boca. Deixe-me te mostrar quão melhor posso ser na sua segunda vez! — Elevou-se sobre mim, encostando-me no batente da porta, cercando-me e fazendo cara de cachorro pidão. Eu queria gritar “sim”, para que ele me fizesse sua de novo, e cada parte minha o clamava. Verdade seja dita: amei cada segundo em seus braços. Ele era uma p***a louca gostosa. Mas nós não podíamos mais deixar acontecer, já que havia muita coisa em jogo. Droga! Desejava chorar de frustração. Estava tão confusa e assustada. — Está ultrapassando todos os limites que coloquei. O combinado foi só aquela vez. Por favor, desista! — Giovanna, é só um pouquinho. Juro que vou embora depois. — Não vai acontecer, Don Juan. Saia daqui! - ele tinha raiva desse apelido. — Eu viajei por horas para vim te ver. É assim que me trata? — Alexandro! Estou perdendo a paciência. — Cruzei os braços, vendo-o se sentar descaradamente na poltrona. Ele me olhou tão profundamente que, mesmo com toda a roupa em meu corpo, senti-me despida em sua frente. — Assuma, Gio, que me quer tanto quanto eu te quero! Nós dois sabemos. — Um cafajeste como você jamais daria certo com uma menina da máfia. — Eu não era cafajeste quando você estava pulando gostoso em meu colo. — Balançou as pernas como se tivesse alguém trotando nele. Eu não deveria me surpreender, no entanto minha boca caiu aberta com tal ousadia. — Desisto! — gritei. — Ok. Eu me contento só com um beijo. -Eu queria bater nele por conta de sua audácia tanto quanto queria beijá- lo. Podia sentir os formigamentos de seus toques em meu corpo ainda. Droga! Tinha perdido as contas de quantas vezes repassei aquele momento nosso, e isso nunca havia me acontecido antes. — Só um. Então, você irá parar de me perseguir? — perguntei, duvidando que desistiria tão facilmente. Era muito pouco para ele. Estava certa de que tramava algo. — Sim. — Piscou sedutoramente. — Não pode voltar atrás. — Tudo bem. — Aproximei-me dele. Antes que eu o alcançasse, parei chocada ao vê-lo se levantar e abaixar a calça, junto com a cueca, deixando seu p*u pular, em toda sua glória, para fora. — Ma-mas, o que está fazendo? — gaguejei, paralisando no lugar. — Você disse que seria um beijo. — Sim. Só não falei onde. -Meus olhos se prenderam à sua mão, que estava acariciando seu m****o rijo. Não queria bater nele. Não mais. Desejava matá-lo por ser tão imoral. — Você é inacreditável, Alejandro. . — É mesmo? Por que está ofegante e lambendo os lábios, então? -Eu estava? Oh, Deus! Virei-me de costas, prestes a correr para longe dele, antes de fazer uma besteira que terminaria conosco sem roupas e entrelaçados no chão. — Vá embora! — gritei sobre os ombros, vendo-o arrumar a roupa no lugar. Com uma rapidez descomunal, ele ficou em minha frente, segurando meu pulso com delicadeza. Seus dedos massagearam o local. — Não sei porque tenta negar algo que está mais do que óbvio: é minha. Pare de me empurrar quando, na verdade, quer me puxar para si! — Estou noiva. — dei a desculpa de sempre — Essa conversa nem deveria estar acontecendo. — Contra a sua vontade. Ou não teria deixado que outro te tocasse. Do que tem medo, Giovanna? -De que me faça te amar e me machuque, como todos faz. — Engoli cada palavra e não as pronunciei em voz alta. — Não daríamos certo. Coloque isso na sua cabeça! Foi só sexo e acabou. — Nunca foi só sexo, Giovanna, e vou te provar. — Selou sua promessa tomando minha boca e me beijando daquela maneira que me deixava atordoada, com várias borboletas sobrevoando meu estômago. Seu toque fez meu núcleo pulsar de desejo e ficar sedenta por mais, como se estivesse esperando-o, por uma vida inteira, tocar assim em mim. Era estranho que tivesse me soado muito familiar, porque nunca tinha me imaginado tendo algo com ele, antes de fazê-lo aquela proposta absurda. Se eu m*l dava uma segunda olhada em sua direção, como podia reconhecê- lo e o ansiar dessa forma desesperada? Alejandro separou sua boca da minha, arrastando seu polegar pela minha lateral lentamente e absorvendo, com fome, cada expressão do meu rosto. Com a ponta da língua, molhei meus lábios ressecados, e ele seguiu o movimento. No instante em que seu dedo alcançou meu pescoço, sentindo minha pulsação acelerada, ofeguei, e um sorriso conhecedor, ciente do que fazia comigo, espalhou-se pela sua bela e perfeita boca carnuda. — Não vou desistir de você, corazón. - Acariciou minha bochecha como se estivesse se despedindo e, sem dizer mais nada, virou-se e foi embora, deixando-me atordoada e chorando por todos os lugares errados.
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