Medusa Narrando,
Não sei em qual momento eu dormi, não me lembro do barulho da chuva e nem dos meus medos, há bastante tempo eu não dormia tão bem assim, acordei com ele agarrado na minha cintura e eu sabia que ainda teríamos uma conversa, me afastar dele foi o certo a se fazer ele percebeu o que realmente sentia e agora podemos caminhar juntos, eu levantei e fiz as minhas higiene, tomei café e fui trabalhar, a chuva de ontem deixou alguns estrados e duas famílias com as casas instável, mas não seria algo dificil de resolver, fiquei toda a manhã na correria de dar assistência e resolver todos os problemas da comunidade, minha porta foi aberta no mesmo instante em que sentei na minha cadeira relaxando o corpo pois eu estava muito cansada.
- Eu acordei e você não estava mais na cama e nem em casa, porque não me acordou, eu trouxe seu almoço. - Eu cheguei a respirar fundo com tantas perguntas, ele veio e me beijou e em seguida colocou a marmita na messa junto com um suco, ele me olhava analisando cada parte do meu corpo.
- Você está cansada, descansa um pouco, os caras já estão terminando de arrumar as casas dos moradores.
Não se preocupe.
- Não precisa dar uma de durona comigo, mas agora eu queria avisar que peguei a caixa e levei para sua casa.
Acha que alguém estava te vigiada ou ficou observando demais a caixa?
-Não fiquei atento aos detalhes, mas tem um cara que eu vi ele me seguindo até a sua casa.
Me passa a ficha completa dele, se for quem eu estou pensando ele não passa de um defunto hoje.
-
Enzo Narrando,
Eu passei toda as informações que sabia sobre o cara e ela riu desacreditada, em seguida passou um rádio para um dos seus seguranças e não demorou para que ele entrasse na sua sala, ela falava em códigos e eu não entendia nada e ele apenas confirmou e saiu sem nada dizer.
O que vai acontecer agora?
- Esse cara estava sendo vigiado a algum tempo, sempre na espreita e já peguei ele vigiando a minha casa, sempre querendo fazer a segurança de lá, descobri que ele quase não fica no morro, está sempre pelas bandas do morro da roca.
Esse é o morro de onde a mina que meu irmão ficava, ela era de lá.
- Tem certeza?
No celular dele tem mensagem dele perguntando porque ela estava nesse morro, foi uma das últimas mensagens enviada, ela respondeu apenas perguntando se eel estava seguindo-a.
- Será que ele foi até lá, e por isso o confronto, essa mulher ainda ta viva?
Não sei nada dela e nem se ainda mora lá, esse cara poderia ser um informante dele, será que não foi ele que atirou no meu irmão?
- Vamos descobrir isso agora. - Ela saiu da sua sala e eu fui atrás, os seguranças vieram atrás, andamos por alguns becos e chegamos em uma casa que nunca havia visto por aqui, o cara estava acorrentado e gritava muitos palavrões, os caras batiam nele, mas ele parecia não sentir nada.
Podem me matar eu não vou falar nada.
- Eu não te perguntei nada, não se precipite, a sua filha está muito bem sua mulher cuida bem dela, mas é bem desatenta no parquinho, já pensou se por um descuido ela for sequestrada.
Você não é nem louca de encostar na minha filha.
- Sou pior do que você pode imaginar, achou mesmo que estava passando despercebido no meu comando, aqui eu tenho olhos e ouvidos em todo lugar.
Você não sabe de nada, não era nem pra ta no comando.
- Que bom que não é você quem decide, mas eu confesso que estou curiosa, porque matou o JJ? Pelo seu silêncio eu já tenho uma resposta, qual foi o motivo?
Não tenho nada para falar.
- Então vamos fazer pelo jeito mais difícil. - Medusa pegou o telefone e abriu um sorriso grande olhando fixamente para o cara acorrentado na nossa frente.
- Me traga a garota, e pode dar fim a mãe dela.
Você não tem esse direito.
- E nem você tinha o direito de matar o JJ, mas mesmo assim atirou nele, tirou alguém importante da família, então eu vou fazer o mesmo com você, sua mulher, sua filha, sua irmã e a sua vó, já pensou ela tomar uma queda na pracinha e rolar toda aquela escadaria, certamente ela não iria aguentar.
Você é um monstro, eu vou acabar com você.
- Não vai, mas antes de você morrer vai ver um por um da sua família parar de respirar, te dou uma chance, se me contar a verdade eu poupo a sua família.
Quem me garante que não está blefando?
- Eu tenho palavra, é pegar ou largar.
-
Medusa Narrando,
Eu via incerteza e medo em seu olhar, ele poderia ter todo ódio guardado em seu coração e ainda assim não acreditar que o que eu havia mandado fosse verdade, somente quando ouviu um grito de socorro ele parou de gritar me encarando com ódio, sua família estava ali, sua filha estava dormindo, sua mulher estava chorando e com a perna sangrando, sua irmã com os cabelos cortados e chorava compulsivamente, faltava só a sua vó, ele olhava atenta a cada uma delas e principalmente sua filha que não acordava e nem iria pelo menos pelas próximas duas horas.
Ainda acha que estou blefando?
- Você é um mostro.
Não, mas posso ser facilmente confundida com a filha dele, vou te fazer uma pergunta e se a resposta não for a que eu quero uma delas vai morrer, a cada resposta errada terão uma parte do corpo quebrada.
- Não toca nelas.
Só depende de você, então vamos lá?
Porque matou o JJ e quem era a mulher que ele estava se envolvendo?
- Ela era umas das amantes do chefe da roca, e lá as amantes só podem servir ao chefe do comando.
Porque matou ele?
- Ordem do chefe, todos que tocam no que é dele morrem.
Aonde essa mulher está, ainda está viva?
- Ela sumiu logo depois da morte do JJ, nem o chefe sabe dela.
Porque vive vigiando a minha casa?
- Chefe disse que você é a próxima a morrer, JJ sempre queria proteger você, e ele morreu tentando te proteger mesmo que a morte dele fosse certa ele ainda tentou correr para te esconder, ele sabia que iriam atrás de você.
Ele era meu homem de confiança, alguém da família.
- Quanta babaquice, enquanto você só tinha olhos para esse mimado ele sofria em silêncio pois te amava desde a infância, você é tão burra que nunca percebeu que ele te dava todos os sinal, ele amava o irmão, mas ele te amava muito mais, e em um lapso de desespero ele se envolveu com alguém que não deveria, agora o mimadinho pode ficar emburrado de novo e novamente te culpar pela morte do irmão, é somente isso que ele sabe fazer, kkkkkkkkkkkkkkkk o que é surpresa com tudo isso ficou sem palavras, eu posso morrer hoje minha família pode morrer, mas a culpa eu não carrego, e eu nem tenho certeza que ele morreu mesmo, caixão fechado chuva forte, não sei se há um corpo naquele buraco em que ele foi enterrado.
O que quer dizer com isso?
- Que ele pode estar vivo, que talvez o amor se transformou em ódio, ou que ele esteja a todos esses longos dois anos planejando como ama-la ou matá-la.
-
Enzo Narrando,
Eu escutava tudo calado e não acreditava em nada, não era possível meu irmão vivo e amando a mulher que eu sempre amei impossível, em um determinado momento Medusa pediu que fosse até aonde meu irmão havia sido enterrado, eles iriam abrir o caixão e confirmar se havia corpo lá ou não, e em menos de uma hora os caras voltaram e confirmaram que lá não tinha nada mais que pedras, dois anos se passaram e aonde ele esteve esse tempo todo e em silêncio.
- Imaginei que ele não estivesse morrido, mas até que estou curioso, pensa um pouco voce sabe bem aonde ele pode estar todo esse tempo, era a unica que o conhecia como ninguém, afinal vocês tiveram muitos momentos íntimos juntos não é mesmo. -
Ela respirou fundo e eu via que ela estava perdida em pensamentos, como assim tiveram momentos íntimos eles já namoraram como, quando isso aconteceu.
- Vai Medusa, vai atrás das suas respostas eu sei que não vou a lugar algum, afinal esse mimadinho que quis desvendar essa história agora ele aguente as consequências dela, ele fara grandes descobertas. - Ela saiu de perto e foi saindo da casa, eu fui andando atrás dela e via como ficou abalada com tudo isso.
O que ele disse é verdade, você e meu irmão já ficaram juntos, quando foi isso?
- Isso não é o momento para essa conversa.
Então é verdade, não acredito nisso.
- E vai fazer o que, me virar as costas de novo vá em frente você e ótimo nisso, e sim eu fiquei com seu irmão todas as minhas primeiras vezes foram com ele, em tudo, quanto no íntimo quanto no profissional, mas nunca rotulamos nada aí você veio morar com a sua vó e eu me apaixonei por você.
Quer dizer que se eu não tivesse vindo, você e meu irmão estariam juntos até hoje.
- Não sei, talvez.
Então sua obsessão é carência pois o seu primeiro não estava mais aqui.
- Não fala o que voce não sabe.
Ficou claro como água tudo isso.
- O que quer dizer com isso Enzo.
Vai atrás dele, e fica com ele.
- Da para de ser infantil.
Eu não sou, mas não tem como eu conviver com isso.
- Primeiro virou as costas por me culpar pela morte dele, agora por saber do meu passado.
Eu acho que sempre soube que ele gostava de você, mas eu queria ser mais e era comigo que você dormia.
- O que ta falando?
Isso ainda não acabou, vai e traga o temos muito o que conversar e contas a acertar.
- Se o que eu estou pensando for verdade, as suas contas vão ser acertadas comigo Enzo.
-
Medusa Narrando,
Eu olhava para o Enzo com uma misto de raiva e indignação, não era possível que ele desconfiasse do que eu sentia, do que vivemos nossa história começou antes dessa falsa morte do irmão dele, como pode ser tão raso, ter sentimentos tão fracos assim, como pode não sentir o que eu sempre senti por ele, como pode ser incapaz de olhar nos meus olhos e não ver o sentimento que há em mim, é uma obsessão claro era alguém novo na comunidade sem nenhum envolvimento com o comando era algo que eu idealizava, mas hoje eu realmente tenho dúvidas se eu deveria ter insistido tanto tempo nisso.
- Não tenho nada para acertar com você, estou sendo claro com meus sentimentos e expressando o que estou sentindo, e nesse momento é algo r**m, você ficou mexida clareamento incomodada com tudo que descobriu, dá pra ver em seus olhos que há algo diferente aí.
Como pode desconfiar tanto assim, como pode não acreditar que o que vivemos é real, não esqueça que nós começamos a ficar antes daquela invasão.
- E sempre foi escondido, ninguém sabia era só eu e você.
E lembre-se que foi por uma escolha sua, eu não vou mais insistir nisso Enzo, se decida por favor foram dois longos anos, um filho que perdi, e quando eu decidir te deixar partir do meu coração você me apareceu na minha casa revirando toda a minha vida de ponta cabeça, e agora mais desconfianças mais insultos e achismos da sua parte.
- Não precisa mais se cansar, vai atrás do meu irmão e traga ele de volta, temos muito o que conversar.
Você não tem ideia do que está me pedindo.
- O quê? tem medo de não resistir e relembrar as primeiras vezes que teve com ele, tem medo de ir parar na cama dele.
NUNCA MAIS OUSE INSINUAR ALGO AO MEU RESPEITO, VOCE AINDA NÃO SABE DO QUE SOU CAPAZ ENZO, E NÃO QUEIRA CONHECER O MEU OUTRO LADO. - Eu virei as costas formigando de ódio e com vontade de ir lá e encher ele de soco, eu sou bem certa com as minhas coisas e em toodas as áreas da minha vida, eu jamais iria agir de forma impensada isso só prova que ele realmente não me conhece, vou para a minha casa e coloco umas roupas na minha mochila aviso o meu braço direito peguei dinheiro minha arma e meu carro blindado, agora eu tinha um assunto para resolver e respostas para descobrir, aonde eu iria não era fora do estado mas demoraria quase duas horas para chegar, eu estava apreensiva e não sabia o que iria encontrar, dois anos se passaram como ele ficou todo esse tempo longe sem se comunicar ele não é assim alguma coisa deve ter acontecido, e isso eu iria descobrir agora, entrei na estrada de terra e bem no final dela aquela enorme cabana ainda estava lá, me lembrava bem quando ele me trouxe aqui aonde me fez mulher e me mostrou como os prazeres da vida funcionam, tivemos momentos e uma história e eu não entendia o porque ele nãome procurou, estacionei o carro e eu ainda tinha a chave reserva do lugar, estava calma e bem silencioso, mas pela chamine saia fumaça havia alguém ali, engatilhei a arma pois não sabia o que poderia esperar e entrei sentinso aquele perfume que eu ainda me lembrava.
Eu entrei devagar e não havia ninguém, mas a lareira estava acessa a noite era bem fria aqui, subi tentando não fazer barulho e me lembrava que no final da escada dava direto a um escritório e quase tive um infarto ao ver ele ali de cara fechada como se soubesse que viria.
- Achei que esse dia nunca fosse chegar, pensei que jamais iria me encontrar de novo, minha doce menina.