A mother's concern

1668 Palavras
Quando Ren aceitou a proposta de Damian para acompanha-lo até em casa, não achou que seria levado de carro pelo motorista particular do alfa. Pensava durante todo o caminho que provavelmente estaria sendo um fardo por desviar do percurso que o outro precisaria fazer para chegar em casa, porém Damian insistia em acalmar ele dizendo que estava tudo bem. - Sobre o nosso trabalho, está tudo bem para você se fizermos na minha casa? – o alfa sugeriu – Eu tenho alguns livros em casa que talvez possam nos ajudar na pesquisa. Eu poderia dizer para usarmos a internet, mas eu sou do tipo que adquiriu o hábito de aprender pelos livros, eles costumam ser mais completos, são melhores que um breve resumo da internet. Mas se preferir fazer diferente também podemos. - Também prefiro os livros, costumo ir a bibliotecas quando tenho tempo. Desde pequeno eu tenho o costume de buscar aprender mais sobre as coisas, obter informações a respeito de tudo, já que tenho essa facilidade de aprendizagem. - Você deve ser mesmo muito inteligente, já que não é qualquer um que consegue acertar quase todas as questões do exame da MA. Quando a notícia saiu nos jornais eu fiquei muito surpreso, porque sei que a academia deixa o nível das questões altas para que as chances de entrada sejam reduzidas. - Realmente não foi fácil, mas eu consegui depois de me dedicar muito. Minha mãe me apoiou desde que eu tomei a decisão de estudar para o exame, estudei por conta própria, já que eu não queria fazer ela gastar com cursinhos para mim. - Você é mesmo incrível, Ren! – soou animado o olhando nos olhos. O ômega ruborizou e desviou o olhar – Bom, eu já sabia disso desde a primeira vez que te vi. – finalizou com um sorriso nos lábios. - Isso não é verdade... Damian percebeu que Ren estava com as bochechas rosadas, concluiu que ele havia ficado envergonhado e achou tal reação muito fofa. Não conseguiu conter a sua vontade de afagar os fios alheios e antes que pudesse dizer mais sobre o quanto o admirava, notou que o carro havia parado. - Chegamos, jovem mestre. - Nós já chegamos. – se mostrou descontente – Descanse, Ren. - Farei isso. Obrigado pela carona. – disse sorridente – Nos vemos amanhã na escola? – perguntou esperançoso. - Mas é claro! Eram necessários poucos passos até a entrada da casa, mas mesmo assim o alfa fez questão de esperar que o outro entrasse. Recebeu um aceno do ômega e não pode deixar de sorrir. Assim que Ren entrou, Damian logo recebeu uma ligação. Na tela estava escrito ‘CEO da KG’, optou por não atender porque provavelmente seria repreendido. - Como ele já está sabendo? – expeliu um ar pesado deixando o celular jogado sobre o banco do carro. - O senhor Kurosawa sempre sabe o que acontece com o jovem mestre, independente de estar no país ou não. - Sabe Johan, um pouco mais de privacidade seria melhor... Parece que ele não confia em mim para nada. Onde quer que eu vá sempre tem alguém me observando, como se a qualquer momento eu fosse fazer algo que não devia. – dizia inconformado com tal fato. - Bem, o jovem mestre fez algo de errado, não fez? – Damian franziu o cenho e logo cruzou os braços. - Eu não machuquei ninguém, só precisei colocar algumas pessoas no lugar delas. – soou simplista. - Ou seja, o jovem mestre quebrou regras do acordo. “Não deixar suas emoções tomarem controle independente da situação” e também “não ficar dizendo aos outros que é um lúpus”. Aqui no Japão qualquer conhecimento sobre os lúpus se tornou limitado, apenas pessoas específicas sabem sobre eles totalmente, pessoas do alto escalão e mesmo sabendo evitam repassar alguma informação, até mesmo para família. - Porque eles sabem que os status não são nada perante um lúpus. Nos primórdios quem detinha o poder eram os lúpus, mas com o passar dos anos essa linhagem foi se perdendo até chegar ao ponto de ser “desconhecida” por muitos. – suspirou – Bem, o fato de meu pai querer que eu me mantenha submisso me incomoda. - Futuramente o jovem mestre conseguirá entendê-lo. Por enquanto seja mais cauteloso, assim não será repreendido. - Está bem. - Mas a propósito, o jovem mestre gostaria de falar sobre o seu novo amigo? Ele parecia ser aquele de quem tanto falava quando era menor. Foi por causa dele que decidiu frequentar a academia MA, estou certo? - Saiu do sermão para fofocar sobre minha vida particular, Johan? - Ah! Me desculpe. Irei leva-lo para casa. – disse saindo com o carro. O alfa riu. Johan era como um segundo pai já que ele havia sido designado para cuidar de si. Gostava de tê-lo por perto, um beta com seus quarenta anos, que o viu crescer bem de perto e tinha muitas histórias e conselhos para dar. Damian se achava muito sortudo por isso. - Me deseje sorte com o Ren. – dito isso viu o beta sorrir pelo retrovisor. - Não precisa de sorte, apenas vá com calma. ... Já era de noite e Ren terminava de por a mesa para o jantar. Sua mãe chegaria em poucos minutos e por chegar tarde, deixava a casa arrumada e a comida pronta, assim sua progenitora poderia descansar sem se preocupar com mais nada. - Ela deve chegar a qualquer momento. – dito isso, instantes depois escutou a porta sendo aberta e foi recebê-la – Bem vinda de volta, mãe! – disse sorridente logo recebendo um abraço apertado da alfa. - Senti tanto sua falta, Ren! – beijou sua testa – Como foi na escola hoje? Estudou muito? Brincou com os seus amigos? Me conta tu- parou a fala ao ver que o filho estava com os joelhos enfaixados. Foi de imediato a reação de pegar o filho em seus braços e caminhar com ele até o sofá. O sentou e se ajoelhou na frente do filho – O que aconteceu? – perguntou com uma expressão séria. - Eu ralei os joelhos. - Ralou os joelhos? É só isso o que tem para dizer? Por que a escola não me ligou? – questionou indignada. - Eu pedi para que não ligassem, afinal não queria te atrapalhar durante o trabalho. Eu estou bem, apenas me ralei mãe. – dito isso percebeu a feição desconfiada da mais velha – Não acredita que eu esteja bem? – a alfa expeliu um ar pesado. - Eu acredito em você, Ren. – afagou os fios da cabeça do filho – Mas me deixe saber se algo de r**m acontecer com você, não é a primeira vez que me impede de ficar sabendo das coisas. Eu posso estar trabalhando, mas isso não significa que eu não possa sair correndo do trabalho até você, ainda mais se estiver precisando de mim. - Eu sei. Mas hoje não era necessário tanto alarde, o senhor Azumaya cuidou bem de mim. - Se você está dizendo... – soou pensativa. Ao se reerguer, notou que havia um odor diferente vindo de Ren – Veio com alguém hoje? – perguntou curiosa. - Como a senhora sabe? – soou um tanto surpreso. - Estou sentindo feromônios de outro alfa vindo de você. – estranhou. Mesmo que ele tivesse ficado próximo de amigos na escola, não seria tão nítido outro cheiro cobrindo o do filho, era o que ela pensava. - Sério? Mas eu tomei banho. – disse tentando sentir o próprio cheiro, mas não notava nada de diferente – Está incomodando a senhora? Se quiser eu posso tomar outro banho. - Não, está tudo bem... Vamos jantar. Essa exaltação me deixou com mais fome ainda! Hoje m*l tive tempo de comer a minha marmita no expediente, estava meio conturbado no hospital. - Então vamos. – sorriu. Ren gostava muito de passar um tempo com a mãe, mesmo que pouco afinal ela mais trabalhava do que parava em casa. A alfa trabalhava num hospital e algumas vezes era escalada para trabalhar no turno da noite. Tinha vezes que nem conseguia ver a mãe antes de sair para ir para escola. E esse momento de jantar ao lado dela o deixava muito feliz. - Por que fica me olhando tanto? – a alfa perguntou parando de comer – Tem alguma coisa no meu rosto? Eu me rabisquei com a caneta? - Não. Eu só gosto de te olhar, a senhora é muito bonita. De fato ela era. Onde quer que fosse, chamava a atenção por conta dos seus cabelos ruivos e olhos âmbar, seus traços eram ocidentais sem dúvidas. - Se eu sou bonita, isso significa que o meu filho é mais ainda. – ambos sorriram – Você se machucou hoje, mas sinto que alguma coisa boa aconteceu também. – dizia olhando para o filho cheia de expectativa – Bem, mesmo eu sendo sua mãe quase nunca me diz as coisas. Me deixe ao menos saber quando começar a namorar, ok? - Mãe! - Não quer mesmo me dizer o que aconteceu? Eu já te contei essa história, mas quando eu e a sua mãe começamos a namorar tínhamos mais ou menos a mesma idade que tem agora. Os filhos acabam seguindo os mesmos passos que os pais, então... - Já posso ir para o meu quarto? – Ren demonstrou desinteresse pelo assunto – Já terminei de comer. – disse e a alfa viu que havia irritado o seu filho. - Sim. Me desculpa. – suspirou a mais velha. Mesmo que ela tivesse introduzido um assunto que deixara o filho desconfortável, assim que Ren se levantou, caminhou até a alfa e beijou o topo da sua testa. - Boa noite. - Boa noite, Ren. – ouviu os passos do filho se distanciarem. Um sorriso mínimo formou-se – Eu não consigo vencer ele. – disse em baixo tom – Ele me lembra muito você, Eva.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR