Capítulo 5

1677 Слова
  Leila se levantou devagar. Talvez eles estivessem se dando bem agora, mas ela ainda não estava pronta para ser íntima com ele. Ele ainda era um estranho para ela, um estranho familiar.   Seu coração bateu mais rápido, ela teve dificuldade para respirar enquanto arrastava um pé na frente do outro. O telefone de Kelvin tocou antes que ela chegasse à cama e eles se encararam.   Franzindo a testa, ele saltou da cama. “Preciso atender,” ele disse.   Ela não encontrou palavras para responder, ele lhe deu um aceno curto, e seu peito se aliviou quando ele saiu do quarto. Leila correu para o guarda-roupa para pegar seu pijama. Um pijama de manga longa de bolinhas. Olhando para a roupa, pensou que se soubesse que ele dormiria ali, poderia ter escolhido outro conjunto. Algo mais atraente.   Kelvin voltou para o quarto antes que ela pudesse se recompor, e ela se virou para o outro lado da cama. Ele a olhou com um sorriso, e ela limpou as palmas suadas nas pernas. Seu nariz franziu ao sentir o leve cheiro de cigarro.   "Você fuma?" ela se ouviu perguntando.   Ele se ajeitou na cama, apoiando as costas na cabeceira, ficando de frente para ela. Leila mordeu o lábio enquanto o olhava, apertando o lençol e limpando a garganta.   “De vez em quando.” Ele deu de ombros levemente, sem saber como responder. “Você tem problema com fumantes?” Ela balançou a cabeça e o cabelo caiu sobre seu rosto. Kelvin observou-a prender o cabelo em um coque pequeno, com um sorriso discreto. Ele alcançou o abajur ao lado da cama, e a escuridão tomou conta do quarto. “Vá dormir.”   “Sim, senhor.” Kelvin riu e ela cobriu o rosto com a mão, aliviada por ele não poder ver sua vergonha no escuro. Ele a deixava tão nervosa. E se ele tentasse algo à noite? “Quero dizer, sim. Boa noite.”   “Boa noite, Leila.”   Segundos, talvez minutos se passaram e ela não conseguia dormir. A cama rangia enquanto Kelvin se mexia. Ela apertou o lençol, os olhos arregalados fixos no teto. Eles eram casados, era de se esperar que ele quisesse mais dela. Era parte de suas obrigações de esposa para com ele.   “Não estou pronta,” ela soltou de repente.   A voz de Kelvin veio após alguns segundos. “Pronta para o quê?” O silêncio dela entregou a resposta, e ele soltou uma risada curta. “Sim, somos casados, mas não vou forçar você a fazer algo que não queira.” Ela afrouxou o lençol enquanto suas palavras a acalmavam. Ela acreditava nele. “Estarei pronto quando você estiver, Leila.”   “E se eu nunca estiver pronta?” ela sussurrou.   O silêncio carregou suas palavras, ela imaginou Kelvin com as mãos atrás da cabeça e os olhos no teto. “Então acho que nada vai acontecer.”   Seus nervos relaxaram completamente com a resposta dele; eles consumariam seu casamento, mas isso não seria hoje. Suspirando, satisfeita com a sorte de estar casada com um homem como o Kelvin, ela fechou os olhos. Quando acordou, o quarto estava claro demais e a cama vazia.   O sono ainda nublava sua mente enquanto ela pegava o celular. "Droga." Ela pulou da cama ao ver a hora na tela. Como havia perdido o alarme? Isso nunca tinha falhado antes. Onde estava seu marido?   Falando em marido, Kelvin entrou no quarto com uma caneca. Ele tomou um gole pequeno e a colocou sobre a cômoda. "Você está acordada."   Foi decepção que ela percebeu na voz dele? Não podia culpá-lo por estar decepcionado com ela. Lá estava ele, o chefe da sua empresa, já pronto para o trabalho, enquanto ela estava só acordando com baba nos cantos dos lábios. Ela mordeu os lábios.   Baixou a cabeça. "Eu perdi o meu alarme."   "Você não perdeu." Ela levantou os olhos para seu rosto bonito. A voz dele pela manhã era tão sedutora quanto o resto dele. "Você parecia precisar de mais descanso, então desliguei o alarme." Leila ficou dividida entre apreciar a consideração dele ou culpá-lo. Ela se atrasaria para o trabalho. Nunca tinha acontecido antes. "Você está bem?"   "Sim. Eu preciso me preparar." Ela correu para a porta do banheiro, mas parou. De olhos fechados, respirou fundo. "Preciso preparar o café da manhã primeiro."   Ela sentiu a presença dele atrás de si e a coluna ficou tensa. Ele estava tão perto que ela podia sentir o cheiro do perfume dele. Não se virou, não conseguia. Seu corpo reagia à presença dele de formas que eram novas para ela. Agarrava-se ao batente da porta para se firmar quando ele colocou uma mão no ombro dela. Ela precisava se controlar.   "Não se preocupe com o café da manhã. Eu fiz algo." Ela virou um pouco a cabeça para espiá-lo. Ele assentiu. "Eu vou te esperar para comermos juntos."   Um sorriso se espalhou por seus lábios, e ela entrou no banheiro sem responder a ele. Assim que a porta se fechou, ela se encostou nela e colocou uma mão no peito. Seu coração batia rápido, forte. Seu marido estava fazendo ela sentir coisas, coisas que não queria sentir.   Risos do lado de fora da porta a tiraram do transe e ela foi para o banheiro. O banho levou apenas alguns minutos. Enquanto se vestia, tudo em que conseguia pensar era que seu marido estava esperando por ela. Enfiou a camisa dentro da saia preta que realçava suas curvas e cintura fina. Depois de uma última olhada no espelho, apagou as luzes e saiu do quarto.   Seus passos hesitaram com o aroma que vinha da sala de jantar. Que cheiro delicioso era aquele? A comida espalhada na mesa fez sua boca salivar e ela olhou em volta para se certificar de que estava no lugar certo.   O celular na mesa chamou sua atenção e seus pés pararam imediatamente. "O que é isso?"   "Um celular," ele disse ao pegar o Samsung idêntico ao que estava em sua bolsa. "A tela do seu está trincada."   "E está funcionando perfeitamente bem." Os lábios dele se estreitaram. "Kelvin, eu não preciso de um celular novo."   "Não é reembolsável."   Eles mantiveram contato visual, mas ela optou por ignorar ele por enquanto. Apontando para a mesa, perguntou: "Você fez tudo isso?"   As torradas pareciam deliciosas, e tudo estava perfeitamente arrumado. O que estava acontecendo aqui? Na noite anterior, ele disse que não sabia cozinhar.   Kelvin puxou uma cadeira para ela quando percebeu que ela ainda estava de pé; ela sorriu para ele e se acomodou na cadeira com um suspiro agradecido. Fazia tanto tempo que alguém não cozinhava para ela. Era bom ser mimada. Kelvin empurrou um copo de leite morno em sua direção.   "Um dos meus cozinheiros mandou isso."   Leila engasgou com o leite. Kelvin correu para o lado dela, esfregou suas costas até que seus ombros parassem de tremer. Os olhos dela estavam marejados, e ela ofereceu um sorriso apertado enquanto ele voltava ao seu lugar. Precisava se comportar na presença dele.   Pegando o guardanapo, ela limpou os lábios. "Você tem cozinheiros?" Ele assentiu. Ela se perguntou brevemente se o colega de quarto que ele mencionou na noite passada realmente existia. Ela cortou um pedaço da torrada. "Quem é você?" perguntou com uma risada.   "Kelvin McKenna", ele respondeu com a voz neutra. Ele manteve o olhar dela e um arrepio percorreu seus braços. "Seu marido." Seus lábios se contraíram. "Sou exigente com comida, então meu cozinheiro prepara minhas refeições antecipadamente, a não ser que eu peça o contrário." Ela acenou com a cabeça enquanto roubava outro pedaço de torrada do prato. Ele era seu chefe, o que mais ela esperava? Ele tinha que ser rico. "Não achei que você se importaria."   "Não me importo," disse ela. Honestamente, estava grata por ter um tempo longe da cozinha. "Só surpresa."   "Certo."   Leila não sabia se foi sua resposta que o fez se fechar, mas o rosto dele assumiu aquela expressão entediada novamente enquanto comia. A torrada derreteu em sua boca, ela suspirou de satisfação. Estava tão gostosa quanto parecia.   De vez em quando, ela lançava olhares furtivos para ele. Ele era perfeito e facilmente passaria por um nobre britânico.   "Tem algo no meu rosto?" Kelvin perguntou.   Ela largou o copo de leite. Moveu a cabeça para a esquerda, depois para a direita. "Não."   "Você estava me encarando," ele murmurou e desviou o olhar.   As bochechas de Leila ficaram rosadas, e ela enfiou a torrada na boca para evitar falar. Esse homem era enigmático, tagarelava sem parar em um momento e ficava em silêncio no instante seguinte. Isso a deixava confusa. Ela gostava e odiava isso ao mesmo tempo.   “Se você quiser, posso pedir para enviarem café da manhã mais vezes,” ele murmurou, já tendo terminado sua refeição.   A torrada perdeu o sabor na boca dela, e ela empurrou o prato para o lado enquanto uma onda de culpa tomava conta de seu corpo tenso. Ela não deveria se sentir ofendida com a sugestão dele, mas estava.   “Eu não queria dormir até tarde. Sou perfeitamente capaz de fazer nosso café da manhã todos os dias.” Leila virou o copo de leite de uma só vez. “Você não precisava se dar o trabalho.”   Ele riu. “Termine sua refeição, Leila.” Ela espetou a torrada, lançando um olhar irritado para ele enquanto a mastigava. Estava agindo como uma criança agora, mas as palavras dele a incomodaram. Kelvin puxou a cadeira para mais perto dela e cutucou seu braço com o cotovelo. “Não quis te ofender.” Bem, quis sim. “Você é minha esposa, Leila. É meu dever tornar a vida mais fácil para você.”   “Ah. Certo.”   Pela segunda vez, suas bochechas ficaram vermelhas de constrangimento. Seus lábios se curvaram em um meio sorriso. Ele estava pensando no conforto dela. O pensamento fez com que seu sorriso crescesse, e ela terminou sua refeição sem maiores problemas. No final das contas, esse casamento não era tão r**m assim.
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