Casados por Contrato

O pedido

Eu não acredito que Camila convenceu nossos pais de que estou noivo. Não sei aonde eu estava com a cabeça por ter concordado com minha irmã.

Já se passavam das sete da noite, quando terminei de me vestir. Estava casual demais, mas a ocasião pedia. Fui acompanhado pelo meu segurança, André, até o estacionamento do meu prédio. Dentre tantos carros, optei pelo SUV, já que meu segurança me acompanharia até a casa da minha "noiva".

Não demoramos muito para chegar na casa de Babi . Desço do carro e aperto a campainha. Foi coisa de segundos, até que ela sai e... c*****o. Barbara estava linda.

— Boa noite senhorita Mendes. Você está maravilhosa.

— Boa noite senhor Carvalho, muito obrigada pela sua gentileza. O senhor não está nada m*l também. — Ela sorri e retribuo.

Acompanho-a até o SUV, abro a porta de trás e ajudo ela á se acomodar e logo em seguida fecho a mesma. Dou a volta, entro e me sento ao seu lado. Dou sinal para André seguir até o restaurante, que não era muito perto e nem muito longe.

— Leonardo, você está bem com essa situação ? Estaremos mentindo para sua familia.

— Não estou bem e nada confortável com essa situação, Babi. Porém, não quero que o nome da minha familia seja manchado por conta do meu estilo de vida completamente diferente. — Encerro e vejo Barbara me olhar com curiosidade. Por mais que ela seja minha "amiga" e minha secretária na empresa, ela não sabe como é a minha vida fora dela. Meus funcionários só sabem aquilo que conto á eles, nada mais.

Nossa conversa fluía de forma leve. Devo admitir, Barbara era carismática e engraçada. Camila estava certa. Minha familia vai adorá-la.

Chegamos no restaurante, e logo avisto dois jornalistas na frente do estabelecimento:

— Agora o teatro começa, Barbara.

— Então, vamos entrar em cena, meu amor. — Babi diz de forma irônica. Desço do veículo e Babi faz o mesmo, com a ajuda de André. Entrelaçamos nossos dedos, quase fiquei cego com tantos flash's. Babi e eu acenamos para a imprensa e adentramos no restaurante. Logo na entrada, a recepcionista olha pra mim com uma certa malícia.

— Boa noite senhor Carvalho, mesa para quantos ?

— Boa noite, mesa para duas pessoas, por favor. Hoje o dia é de comemoração. — Digo olhando pra Barbara, que faz o mesmo e sorrimos um para o outro.

—Claro, por aqui, por favor. — A mulher nos leva até uma mesa, um pouco afastada. Puxo a cadeira para Barbara que me agradece e se senta. Faço o mesmo com uma outra cadeira e me sento de frente á ela.

— Então, Leonardo. Sua mãe com certeza vai perguntar onde nos conhecemos, vamos dizer o que para ela ? — Bingo. Não tinha pensando nisso. Enquanto penso em uma resposta, o garçom vem com os cardápios. Tanto eu quanto Babi, pedimos dois filés ao ponto e um vinho branco. O homem se retira e digo á Babi o que tenho em mente:

— Nós podemos dizer, que nos conhecemos casualmente numa cafeteria. Eu esbarrei em você. — e ela continua

— Nos desculpamos e começamos a conversar. E dentro de quatro meses, começamos o namoro. — Ela diz e eu concordo.

— Ótimo. Já o noivado, foi com oito meses de relacionamento. — O garçom traz o nosso pedido e sai, deixando somente eu e Babi novamente, na nossa conversa.

O jantar foi fluindo maravilhosamente bem. Babi me contou um pouco mais sobre sua vida, e o que ela fazia em Nova Iorque antes de se mudar para Seattle e começar a trabalhar na Carvalho's Publicity

— Então, você começou a trabalhar na empresa há dois anos, por acaso ? — Pergunto aos risos.

— Foi. Minha amiga Clarice me disse que o grande e misterioso Leonardo Carvalho estava precisando de uma assistente/secretária com urgência, nem pensei muito e fui tentar fazer a entrevista. Tenho que agradecer a Guiliana por ter me dado essa oportunidade. — Ela dá de ombros.

— Eu quem devo agradecer á ela, e claro á você também por estar fazendo um trabalho excelente. — Sorrio e ela me retribui.

— Bom, você sabe que sou da Georgia, perdi meus pais num acidente de carro aos quinze anos e entrei na Carvalho's Publicity por acaso, agora me conta mais sobre você. — Respiro fundo, bebo um pouco do vinho que desce pela minha garganta me refrescando por dentro. Babi, sem querer, me passa confiança, e para esse "noivado" dar certo, tem que ter confiança de ambos os lados:

— Minha mãe biológica era viciada em drogas e era garota de programa. Ela morreu quando eu tinha quatro anos. Levaram ela pro hospital e fui junto.

A levaram para fazerem a autópsia e fiquei na ala pediatrica. Ali conheci a Beatrice que me adotou, junto com o James Na realidade, eu fui o último á chegar na familia Carvalho. Primeiro foi o Andrew, segundo Camila e o terceiro foi eu. Com 21 anos eu inventei de ter minha própria empresa, que hoje é reconhecida mundialmente. Se sou o que sou hoje, é graças á familia que me adotou e me acolheu com tanto carinho. — Digo.

Babi, pega minha mão e a beija carinhosamente:

— Eu sinto muito pela sua mãe. Eu não conheço sua familia adotiva, exceto Camila, claro; mas eu sei que eles estão orgulhosos de você, Leonardo. — Eu afirmo.

Terminamos o nosso jantar, e peço a conta. Mas antes mesmo do garçom vir, eu me lembro do anel que Camila havia me entregado mais cedo:

— Babi Já que estamos noivos, quero fazer isso direito. Aceita se casar comigo ? — Ela sorri e assente

— Claro que eu aceito. — Sorrio com a resposta e tiro do bolso uma caixinha de veludo azul claro, que havia a aliança com um diamante enorme. Coloco-o em seu dedo anelar esquerdo, a puxo para perto de mim e nos beijamos.

Nem notamos que as pessoas que estavam ali, nos aplaudiam. Sorrimos, paguei a conta e saímos do restaurante. Antes de chegarmos no carro, fomos parados pelos jornalistas que estavam ali na frente.

— Boa noite senhor Carvalho é verdade que o senhor está noivo ? — Olho pra Babi que balança a cabeça em positivo em resposta:

— É a mais pura verdade. Na realidade, eu estava namorando há pouco mais de seis meses, e hoje, decidi pedir a mulher da minha vida em casamento e ela aceitou. — Sorrio pra Babi.

— Desejo toda felicidade do mundo para vocês, e antes de vocês irem, quando teremos um herdeiro ? — Engulo seco e Babi responde no meu lugar:

— Daqui alguns anos. Leonardo e eu temos muitos planos e sonhos. Ter filho é um deles, mas não por agora. No momento certo, nosso pequeno Carvalho virá. — Ela responde, me deixando completamente embasbacado.

Tiramos algumas fotos, que amanhã estará na primeira página nos sites e nos principais canais de fofoca de Seattle. Acenamos para os fofoqueiros, e entramos no carro. André assumiu a direção do Audi e fomos em direção ao apartamento de Babi. Não demorou muito até chegarmos no endereço dela.

— Está entregue, senhorita Mendes.

— Obrigada pela noite agradável, senhor Carvalho. O jantar na casa de seus pais, será que horas ? — Ela me pergunta

— Será ás oito e meia da noite. Eu mando André ou Luke vir te buscar. — Pisco pra ela, que cora.

— Obrigada pela noite e pela compahia, Leonardo. Nos vemos amanhã. — Afirmo com a cabeça e a puxo para um selinho. Ela sorri, sai do carro e rapidamente entra em seu apartamento. André me olha pelo retrovisor e diz:

— Senhor Carvalho, reze para eu me enganar, mas acredito que o senhor esteja se apaixonando pela senhorita Mendes. — Olho pra ele e digo:

— Eu diria que estou fascinado por ela. Barbara é incrível. É uma mulher admirável. — Encerro e seguimos até meu apartamento sem silêncio.

Assim que chegamos no enorme edíficio, do qual eu moro, desço do carro, vou para o elevador, digito o código da minha cobertura e espero alguns minutos até chegar lá.

Logo que chego no meu apartamento, corro pro quarto, tiro a roupa e coloco no cesto. Tomo um banho, somente para refrescar, visto uma calça de moletom e uma camiseta. Me deito, e antes do sono vir, fico pensando em Babi No quanto ela é incrível, guerreira e esforçada. Em meio á tantos pensamentos, eu logo me entrego ao sono.