Cinderela se Apaixonou pelo Seu Valentão

Capítulo 9

　　Ponto de Vista do Tyler

　　"Onde você esteve?" Maxine perguntou quando nos encontramos no corredor.

　　"Fui ao banheiro." Menti. Odeio mentir para ela.

　　"Já falou com o Sr. Clark sobre suas notas?"

　　"Ainda não. Talvez amanhã." Respondi. "Vamos para casa?" Perguntei, colocando meu braço sobre seus ombros.

　　"Sim, claro." Ela sorriu, envolvendo minha cintura enquanto caminhávamos até o estacionamento.

　　Deixei Maxine em frente à sua casa antes de ir para a minha. Ela me pediu para ficar um pouco — disse que tinha algo a dizer —, mas não estava com disposição. Só queria meu quarto e descanso.

　　"Como foi a escola?" Minha mãe perguntou da cozinha ao me ver entrar.

　　"Normal." Respondi brevemente, jogando a mochila no chão e me jogando no sofá, apoiando a cabeça no encosto.

　　"Vi a mãe do Justin hoje. Ela disse que ele reprovou em Química. E você, querido? Passou?" Minha mãe aproximou-se, sentando no sofá em frente. Colocou um prato de cupcakes e suco de laranja na mesa.

　　"Claro! A prova estava difícil, mas passei." Disse, mordendo um cupcake.

　　Vi-a sorrir. "Estou tão orgulhosa, Tyler. Você é inteligente como seu pai."

　　Inteligente? Duvido. Se ela soubesse...

　　"Ah, e ela também me contou sobre um garoto da sua escola que engravidou a namorada. É verdade?" Franzi a testa. Não gostava de vê-la fofocando. Sabia que ela não era assim.

　　"Sim, é de outra turma."

　　Ela suspirou. "Tenha cuidado, filho. Sei o quanto ama a Maxine, mas nada de sexo antes do casamento. São jovens demais para ser pais. Foque nos estudos primeiro. Aprenda com minha experiência. Eu tinha dezessete quando tive você... não foi fácil—"

　　"Mãe!" A interrompi.

　　"Sim?" Ela ergueu uma sobrancelha.

　　"Na verdade, tenho algo para te contar."

　　O silêncio pairou. "O que é?"

　　"Promete que não vai ficar chateada? E não conta para o pai."

　　"Meu Deus!" Ela levantou-se, andando pela sala enquanto a observava tentando se acalmar. Ainda bem que ela é saudável. "Tudo bem, me conta, filho." Disse, sentando-se novamente.

　　"Fiz algo r**m, mãe. Decepcionei você e o pai." Disse, com a cabeça baixa.

　　"Oh, querido. Por que fez isso?" Ela quase chorava.

　　"Não sei. Fui um idiota." Disse, puxando o cabelo de frustração.

　　"Seu pai vai ficar muito chateado." Meus olhos se arregalaram. "Mas vou fazê-lo entender."

　　"Sério?" Meu rosto iluminou-se. Ela me ajudaria a contar para o pai. "Obrigado, mãe! Você é a melhor!" Levantei e a abracei.

　　"Então, é a Maxine?" Ela perguntou, e eu franzi a testa, afastando-me.

　　"Não, mãe, não é a Maxine."

　　"O quê?" Ela me empurrou, e caí no chão. "Então quem é? Me conta! Meus Deus, Tyler! Como vou contar isso para a Jackie? Como pode partir o coração da filha dela?"

　　"Mãe?"

　　"O quê?" Ela perguntou, com os olhos arregalados.

　　"Do que está falando? Não estou entendendo!"

　　"Me diga, quem é a garota?"

　　"Que garota?"

　　"A que você engravidou, se não é a Maxine?"

　　"O quê? Não engravidei ninguém, meu Deus!" Disse, levantando-me do carpete e sentando novamente. "Você não fez isso?"

　　"Claro que não! Só reprovei em três matérias, e o Chris sugeriu que eu arrumasse um tutor. O que acha disso?"

　　"É só isso? Não engravidou ninguém?" Ela perguntou novamente, e eu balancei a cabeça. Ela suspirou aliviada e, desta vez, foi ela quem me abraçou. "Oh, graças a Deus. Pensei que tivesse feito algo terrível. Que bom que só reprovou em três matérias." E então, percebendo o que eu dissera, afastou-se e me empurrou. "O quê, Tyler? Três matérias? Meu Deus!"

　　Estava estudando no quarto quando recebi uma mensagem de Maxine. "Abre a janela, amor." Olhei para a janela — as persianas estavam fechadas, como sempre à noite. Sabia o que veria ao abri-las. Lá estava Maxine, acenando para mim em seu pijama fofo.

　　Fui até a janela e levantei as persianas. Estava certa. Ela usava um pijama rosa e dançava sobre a cama. Soprou beijos para mim assim que nossos olhos se encontraram.

　　Liguei para ela, e atendeu imediatamente. "Oi." Ela sorriu. "Está ocupado?"

　　"Nem tanto. Sentiu minha falta?" Sorri de volta, vendo-a sentar na cama, de frente para mim.

　　"Sim." Ela sorriu, mas a expressão logo desapareceu.

　　"Algum problema?" Perguntei, e ela assentiu.

　　"Preciso te contar uma coisa, Tyler." Disse suavemente.

　　"O que é? E por que está me contando pelo telefone? Podia ter me dito antes." Falei, franzindo a testa.

　　"Tentei, mas você estava tão pensativo... Parecia que algo o incomodava. Convidiei-o para entrar, mas disse que estava cansado." Ela fez beicinho. Senti-me m*l por ter sido insensível.

　　"Desculpe, é que—" Suspirei. Não conseguia contar meus problemas. Não queria preocupá-la. "O que quer me contar?"

　　"Entrei na competição de dança de salão na Alemanha." Sussurrou, mas ouvi perfeitamente.

　　"O que você disse?" Quase gritei. Não acreditava no que ouvira.

　　"Você me ouviu, Tyler. Vou semana que vem."

　　"Já conversamos sobre isso, Maxine!" Gritei ao telefone, olhando para ela pela janela. "Você não vai!"

　　"Sabe que é meu sonho participar de uma competição grande assim, Tyler. Por favor... Quero seu apoio desta vez." Seus olhos suplicavam.

　　"Não!" E, com isso, desliguei o telefone e fechei as persianas, bloqueando-a do lado de fora.