CAPÍTULO QUATRO

997 Words
Começava ali uma amizade sólida com toda a família, e o rapaz curtia a cada dia e semana que se reuniam. Em um fim de semana, seus pais também visitaram a família Castro, a família de Giulia. Foram conversas maravilhosas, sobre tudo. Giulia não falava mais de Sato, e Samuel queria muito saber se seu coração ainda pertencia  ao rapaz. Em um feriado prolongado, estavam os dois em uma praia artificial, que ficava entre a cidade dos dois. Era um local arborizado, rico em árvores e diversas formas de diversão em família. Faziam churrasco, seus pais e o de sua mais nova amiga. As irmãs de Giulia, se esbaldavam na tirolesa, e m*l saiam, davam a volta e entravam novamente na fila. O sol estava escaldante e seus pais cuidavam da churrasqueira. O casal, estavam sentados em uma toalha grande embaixo de uma árvore, quando Giulia retirou de uma bolsa um esmalte e, sentada, se pôs a passar nos dedos dos pés. Uma cor clara, ela passava tranquilamente e Samuel ensaiava uma forma de abordar o assunto Satto. —  Acho que já o conheço bem –  soltou a jovem, entretida a pintar as unhas, como se já estivessem falando sobre esse assunto. —  Sério? –  respondeu o rapaz, o que não era uma pergunta, mas ele não sabia o que dizer. Tomou o pincel do esmalte de sua mão e passou a pintar- lhe os dedos. —  Há quanto tempo nos conhecemos? –  indagou ela, recostando na árvore as costas, enquanto olhava o rapaz pincelar com muita atenção seus dedos. —  Creio que faz uns três meses. —  Você deve saber exatamente quantos meses, quantos dias e talvez até quantas horas nos conhecemos –  sentenciou ela. —  O que quer dizer com isso? —  Eu gostaria que você me dissesse. Você não me acha i****a o suficiente para pensar que após eu ir á sua igreja um dia, e depois disso, você ir á minha. Depois, uma vez por semana e ainda conhecer minha família, me dar os ombros e os ouvidos enquanto eu chorava por Sato. Você me seguiu até aquela sorveteria. O que quer de mim, Samuel? —  Você errou em uma coisa –  respondeu-lhe o rapaz, agora tenso devolvendo-lhe o esmalte. —  Eu não a segui, foi uma coincidência. Sim, eu me aproximei de você e de sua família. Fiquei fascinado por você desde a primeira vez que a vi adentrando a igreja. Quando você cantou, eu fiquei extasiado. Não sei o que você espera que eu diga. Ficaram em silêncio por alguns minutos. Cada um pensando no que o outro pensava, até que a moça cortou o silêncio: —  Não posso te dar o que deseja, Samuel, sinto muito. —  Você não sabe o que desejo. —  Olhe para você, sentado em uma praia, em um feriado prolongado, com a sua e a minha família. Minhas irmãs são terríveis e cheias de energia. Deve ter algo melhor para se fazer do que pintar minhas unhas. Dizendo isso, ela se levantou irritada e ele se pôs a segui-la de perto, sem saber o motivo de sua irritação. —  Sim, eu estou apaixonado por você! Ela soltou um suspiro, misturado a um sorriso de resignação. Como se não quisesse ouvir aquilo. —  Você ainda o ama. - Questionou-a. —  Samuel, eu sei quando devo desistir, não foi a vontade de Deus e aceito isso. Sugiro que você faça o mesmo. Não sou uma pessoa para você. —  Você não me respondeu o que perguntei. —  Não te devo nada. –  Ela o olhava agora, muito próxima e sua voz era meio que contida, apesar de baixa, parecia que ela gritava. —  Te disse que não foi a vontade Dele, então não me interessa mais esse assunto. Não devo a você nenhuma explicação sobre nada, principalmente sobre meus sentimentos. Nunca te prometi nada. O vi na igreja tentando fingir que não era por mim que estava ali. Você me viu chorando por outro homem e ainda assim está aqui? A impotência que ele sentiu, o deixou fraco. Ela o expulsou de sua vida, sem sequer lhe dar uma chance. Sua vontade era sair dali. Reunir o pouco de dignidade que lhe restava e ir embora. Mas, ao olhar para seus pais e os dela, se sentiu m*l. Eles riam e se divertiam às gargalhadas. Sua mãe e a de Giulia, seguravam um prato descartável nas mãos, contendo carnes e pão de alho. As irmãs, pulavam na fila para irem mais uma vez à tirolesa. Não era só ele, todos estavam se dando bem e felizes e o motivo era ela. Ele quem os apresentara. —  Eu amo você, Giulia. –  Disse-lhe, soturno —  Eu a amo como nunca imaginei amar alguém e não escolhi te amar. Aconteceu. E não consigo parar de pensar em você, por mais que tenha tentado. —  Não sou inteligente, nem sequer fiz faculdade, porque não quis, eu não suporto ficar presa em uma sala, ainda mais tendo passado mais de uma década de minha vida estudando. Sou ansiosa demais, nem sei se meu QI  é abaixo da média, não sou o que você pensa, meu amigo. O país está cheio de mulheres que dariam tudo para serem amadas por você. Não quero que sofra, mas não tenho nada para lhe oferecer. Sinto muito mesmo não sentir o mesmo por você, não poder retribuir, se houvesse como decidir a quem amar, juro que escolheria você, mas não é assim que funciona, não é? Ela o olhava com tristeza no olhar. Sabia que se afeiçoara a ele, mas não da forma que ele gostaria, não da forma como ele a amava. Ela se afastou dele e o evitou pelo resto do dia, m*l se despediu quando foram embora. Isso o arrasou. Ela devia estar apaixonada ainda, e como lutar contra isso? Não se julgava capaz de seu amor. Não tinha noção de que seu dia era mais feliz quando ele estava perto dela.
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