01° Dia da Isis.
Isis
Hoje eu passei a manhã na rua com algumas amigas do antigo colégio e eu comprei alguma roupa pra usar no baile de hoje. O meu padrinho, Kako, que também é sub aqui do morro saiu da prisão tem dois dias, e vamos comemorar a volta dele com um baile daqueles. Cheguei em casa era meio dia, e nem meu pai, nem a minha irmã e nem minha mãe estavam. Eles devem está cobrindo horários em seus trabalhos, e a Samantha deve tá na escola ainda, ajudando as tia da limpeza como ela sempre faz. A Cíntia, que é a moça que trabalha aqui em casa, preparou uma lasanha para mim, e eu comi metade, pois eu sou louca por lasanha. Depois tomei um banho, vesti um short e uma blusa, e fui na boca vê meu pai. Ficar em casa é muito ruim, e aqui no morro eu não tenho amigas, pois todas que se aproxima de mim, é por interesse. Cheguei na boca, e já fui comprimentando os vapores, pois todos me tratam com bastante respeito e carinho.
- O coroa tá aqui? - perguntei pro meu bff.
- Tá lá na sala, vendo as paradas pra hoje a noite. - respondeu me dando um beijo na testa. Fernando tem a minha idade, e é aviãozinho. Ele é o meu único amigo aqui no morro, e ele é gay. Como ele veio parar aqui? o pai dele expulsou ele de casa, e eu nao podia deixar ele na mão. Arrumei uma casa aqui no morro pra ele, e ele começou a trabalhar pro meu pai.
- tô indo lá. Beijos. - falei e segui até a sala.
- Yaer minha cria. - papai fala assim que me vê, e logo vem me abraçando e beijando minha testa. - chegou bem? precisa de algo?
- Estou bem, seu terror. Só resolvi dá uma volta. Lá em casa tava solitário demais. A mãe ainda não chegou e a Samantha deve tá na escola e a Cíntia teve que sair mais cedo.
- Tua mãe, inventou de cobrir uma amiga dela lá no hospital, e vai chegar só de noite. E a Tua irmã tá na na escola como sempre- ele fala negando a cabeça. Ele odeia quando elas duas faz isso, passa o dia fora de casa.
- Pai, me dá um cigarr0 aí. - eu falei olhando a mesa com as dr0gas de vender hoje a noite e peguei um cigarro.
- Encosta essa merdA na tua boca pra vê se eu não arrebento essa sua cara, aí. - ele fala todo bravinho e os vapores soltam uma risada escondida. Eu sempre faço essa brincadeira com ele, pois eu acho fofo ele bravinho.
- Pai, mais eu já fumei. Sinto o cheiro disso aqui de longe, e vejo você fumandO sempre também. Isso aqui faz parte da minha vida.
- Tu só fumou, por que eu não vi. Se eu tivesse visto, tinha deixado essa tua carinha vermelha de tapa. Não é por que eu fum0, e vendo que tu tem que usar também não. Quer saber Isis, faz oque tu quiser, tu já é de maior. - ele fala todo bolado e sai da sala e eu vou atrás dele.
- deixa de ser bravinho. Eu usei mais não viciei. Falei isso agora só pra caçar conversa com você. Desculpa. - falei tentando abraçar ele e ele me olha sério.
- Tu é vacilona igual tua mãe, viu. PutA que pariu. - ele fala e eu dou um sorrisinho.
- Olha que a dona Ana Luiza te coloca pra dormir no sofá.
- Isis, eu tô cheio de parada pra resolver. Vai pertubar o juízo do Fernando. - ele fala se sentando na cadeira dele.
- Tô livre pai. Manda trabalho aí pra mim. - Falei pegando um energético no frigobar que tem aqui.
- Vai separar as drogas da entrada com o Gt. E sem gracinha com aqueles arrOmbados lá.
- Beleza. - falei saindo, e indo para o local que os cara tava. Vocês devem tá se perguntando, como é que um paí deixa sua filha está no meio disso né? então, eu sempre gostei de vê o movimento. Eu lembro de quando eu tinha nove anos, e fugia de casa pra subir nas lajes só pra vê a vista que os caras tinha , na hora da invasão. Mais depois minha mãe surtava. Meu pai sabia que eu gostava disso, e andava de moto comigo pra conhecer os pontos, e falava pra mim nunca ir lá. Se eu ouvia? não! sempre que não tinha nada pra fazer, eu ia pras bocas, e ficava jogando com os vapores e assim tenho amizade com todos.
Minha mãe é enfermeira no hospital aqui do morro, e eu trabalho de recepcionista lá às vezes também.Minha irmã e mais quieta que eu! e posso dizer que ela é a calmaria de tudo. Eu amaria ser filha única. Mais amo minha irmã também.
- Olha a princesinha da favela. - um deles que tem birra comigo fala.
- Olha o cara que me ama e não assume.- falei fazendo todas ao redor sorri.
- Tu se acha muito, né garota? - ele fala me olhando putO.
- Vamos parar com essa birrinha aqui, se não vão pensar que a gente se gosta. - falei puxando a cadeira e separando os pacotes. Depois de quase cinco horas hora aqui pela a boca, o meu celular toca e vejo que é a dona Ana Luiza.
- Fala, veia.
- Tu nunca chegou da rua, Isis? Quer morar aí é?
- Mãe, eu cheguei meio dia. Almoçei e vim pra onde o pai. Tô fazendo umas paradas aqui pro baile.
- Tendi. Tem mulher aí? - ela pergunta e eu dou risada. Mesmo depois de quinze anos de casados, eles são loucos de ciúmes um pelo o outro. E o carinho não mudou também não. Os dois são o exemplo de casal que eu quero ser quando encontrar alguém.
- As únicas mulheres aqui, é só eu, a Paola, a Júlia e a Carla. - falei tranquila, pois essas que eu citei são as envolvidas no crime e que fazem entregas lá pra barra.
- Tá bom, então. Vem pra casa descansar pra gente aproveitar o baile. Tua irmã disse que vai dormir na casa daquela amiga dela.
- Vou Jajá. Só vou me despedir do senhor terror e peço pro Fernando me deixar aí.
- Tabom. Tchau vou banhar aqui. - ela fala e desliga na minha cara.
Ando até a sala do meu pai, e entro dando de cara com ele fumando.
- Chaminé, eu já to vazando viu. Tô indo pra nossa goma.
- Filha, eu vi aquela parada lá pra tu. - ele fala e eu abro um sorriso de orelha a orelha.
- Yaer? - falei esperançosa.
- Tua casa já ta no jeito. É só você se mudar. - ele fala e então eu pulo em cima dele dando um abraço apertado.
- Obrigado, Obrigado, Obrigado e Obrigado. Eu te amo demaissssss.
- eu também te amo minha princesa. Toma, vai pra casa descansar- ele fala esticando a chama da moto para mim, e eu pego. - e manda tua mãe ir descansar também, por que se não, quando for duas horas da manhã ela vai ficar me pertubando pra ir embora.
-Ta certo. Te vejo em casa mais tarde. - falei dando um beijo na bochecha dele e saí. Dei tchau para todos e subi na moto indo rumo a goma.
Eu havia conversado alguns dias atrás com os meus pais, sobre comprar uma casinha aqui no morro pra mim. Eu já tenho um apertamento na barra, porém, eu amo aqui, e passo mais tempo aqui também. Então pedi pro meu pai procurar uma casa para mim, e assim ele e a mamãe poderão aproveitar mais.
Não vejo a hora de vê como ela é, e me mudar logo.
Cheguei em casa e já coloquei a moto na garagem. Fui na cozinha, peguei um cacho de uva enorme e subi as escadas.
- Mãe, já cheguei. Vou tomar um banho e tirar um cochilo. - falei na porta do quarto dela.
- Tá bom, filha. Eu já estava cochilando aqui. - ela reclama e eu vou para o meu quarto. Termino de comer minhas uvas enquanto vejo alguns storys no Instagram, e assim que acaba, eu vou tomar um banho e me deito somente de calcinha na cama, e ali eu durmo.
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18/08/22