— Uma alma solitária pode ser mais rica em histórias do que uma multidão. Emily sentia-se imóvel em seu quarto sem portas e janelas, paredes brancas, imaculadamente estéreis. Aquele ambiente ecoava um vazio de emoções, o silêncio serpenteando sua cama vazia e frios lençóis. Nas fotos ela sorria, é verdade. Mas em seu quarto, a garota feliz chorava. Por isso, decidiu desnudar-se do véu de falsas alegrias que vestia diante das lentes. Deixou o celular de lado e pegou papel e caneta. Será que ainda conseguiria escrever, voltar aos métodos dos seus ancestrais? Então, Emily escreveu. Simplesmente, escreveu. Derramou naqueles papéis muito mais do que as lágrimas que manchavam a tinta da caneta. Também derramou seus mais secretos sentimentos, sem vergonha, sem culpa. Não havia necessidade de