Episódio 17

1144 Words
Bota Fora Comunidade, Eu nem tive minha alma de volta ao corpo e já estou zonza de tantas informações, o morro hoje resolveu amanhecer naqueles piques limpeza total. A patroa pelo visto estava de olho em muita gente, prova disso que geral subiu o morro acorrentado um atrás do outro sendo puxado por uma moto, ou eles andavam rápidos ou eram arrastados, os curiosos de plantão vulgo eu ficamos nas janelas observando a cena, alguns tinha os braços e joelhos ralados devidos as quedas, a patroa estava com toda a sua pose fortemente armada em frente ao seu QG, após todos subirem ela permaneceu ali e com o olhar fixo na entrada do morro como se esperasse por alguém. Não demorou muito um carro subir, e para minha surpresa a tal namoradinha afrontosa do Eduardo desceu amarrada e parecia que havia tomado umas pancadas, assim que ela viu a patroa começou a gritar, mas o melhor foi belo tapa que ela levou do segurança da patroa, essa que apenas riu e virou as costas. P olhar perverso da patroa me deu arrepios, principalmente ao que ela me olhava como se soubesse que eu sou eu, a mulher tem uma presença indecifrável e eu queria muito saber o que estar acontecendo naquele galpão no final da comunidade, foi ouvido tiros e muitos gritos mas ninguém ousou ir até lá. Eduardo sumiu do posto, dizem que ele está no galpão ma so que ele faz lá, será que ele traiu a patroa, será que ele não é de todo ingênuo como todos nós pensávamos? Eram tantas perguntas que eu não sabia mais o que pensar. Mas o que arrancava gargalhadas era a vó da patroa, mesmo todo esse caos ela estava andando por ai com a sua bela latinha na mão, afrontando os vapores e tirando onda com os moradores fazendo geral gargalhar. Mas de uma coisa eu tenho certeza, ninguém vai sair vivo daquele galpão isso eu tenho certeza. Já era por volta de meio dia e o querido DJ chegou, e foi direto para o galpão, eu estava em estase de curiosidade, e não estava suportando a sensação de não saber a fofoca inteira. Dada a isso eu tomei a melhor, ou a pior decisão, fui andando até o galpão pelo lado oposto para não ser vista, eu queria vomitar e gritar ao mesmo tempo, era muito sangue que tinha ali, e havia cobras também, aonde Eduardo estava havia uma poça enorme de sangue e ele estava mais pálido que a minha cara, vi com clareza seu avó ao seu lado envolto também de uma poça de sangue, mas ele não se mexia mais, Eduardo ainda mexia os olhos e bem pouco a mão, quando sua namorada entro ficou desesperada, mas logo tomou um tiro na perna que a fez cai bem ao lado de uma cobra, essa que enrolou no seu pescoço de imediato. Milena chegou logo depois, carregava um rastelo e parecia bem afiado, o barulho era irritando, mas o sorriso que ela carregava era vingativo, ela estava vingando algo, e ouvi com clareza quando ela disse que Eduardo mais seu avó traíram o comando, e que seu avó matou o avó dela e o pai do Eduardo, era insano pensar que ele fez tudo isso pelo simples fato de ter sido rejeitado a mais de vinte anos atrás. Sim gente, a dona cervejinha rejeitou o velho e ele ficou magoado, eu não sei lidar com a rejeição mas, planejar uma vingança por mais de vinte anos é o auge de uma doença, e o final foi triste pois já era esperado, Milena tem um amor incondicional pela sua vó e ele tentou fazer m*l a ela, então nada mais justo. Observei a tal namorada dizer muitos insultos a Milena, e acabou confessando que queria ver ela morta, e que se não fosse por ela seria pelo seu pai, pelo que entendi era um miliciano e louco para pegar a Milena, ela riu e mandou que gravassem a filha do sujeito amarrada gritando desesperada, mas tudo se fez silêncio quando Milena bateu o rastelo no tórax dela fincando os ganchos em seu corpo fazendo jorrar sangue. Milena com toda sua frieza apareceu em frente a câmera de cara limpa e sem nenhuma proteção e sorriu como eu nunca vi antes, e disse a seguinte frase. O proximo vai ser você. Certamente o morro será invadido, e claramente ela sabe de todos os riscos, e quando DJ subiu não demorou para entrar muitos ônibus e de lá descer um exército, eu não conseguia contar, muitos homens e mulheres também fortemente armados, certamente isso aqui iria ser palco para uma zona de guerra. As outras pessoas que estavam ali pelo que entendi eram X9 e todos morreram com um tiro na testa, Eduardo já não se aguentava mais e apenas ia respirando cada vez mais fraco se deixando levar, mas Milena não permitiria que ele fosse sozinho, ela apenas destravou um fuzil e da testa a virilia ela o partiu ao meio de tanto buraco o corpo se partiu, desculpem galera mas eu não consegui mais ver, sai as pressas vomitando pelo caminho, não sei como ela consegue ficar lá sem ao menos se sentir enjoada. Era quase 3 da madrugada quando fogos foram lançados, e juntos com eles muitas bombas, Milena estava realmente preparada, a polícia atirava em meio a fumaça sem saber em qual direção certa apontar, muitos vapores sobre as lajes com armamento pesado, era uma sequencia estrondosa, eles miravam para baixo e atiravam ao mesmo tempo, havia muitos corpos no chão e não haviam conseguido nem pasar pela 1 barricada ainda, eu podia morrer mas eu estava de cantinho observando toda a movimentação, e ver a Milena em ação era de mais para os meus olhos. A mulher manja de todas as artimanhas, de longe eu vi Dj descendo sem medo algum de ser atingido, ele realmente morreria por ela e isso poi a prova que o que ele sente por ela não é apenas caso de fim de baile. O confronto só teve uma trégua as 3 da tarde, quando quem subia não existia mais, helicóptero sobrevoava sem parar, mas dois deles foram derrubados, eu nunca imaginei que Milena teria tanta munição e gás para enfrentar um confronto tão intenso dessa forma, mas eu que jamais vou contra a irá dela sou da paz. Nenhum morador ousou sair de casa, e a sirene de toque de recolher tocava sem parar, quando era assim era um aviso, ninguém na rua a bala ia cantar por mais um bom tempo ainda, e não se sabe quando poderíamos sair, ou quando tudo isso iria acabar, e nem qual lado iria ganhar. Mas de uma coisa eu tinha certeza, Milena só iria parar quando parasse de respirar. Ela iria até o fim, literalmente.
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