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TAQUICARDIA - micro contos de terror

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Para a Medicina, taquicardia é um aumento súbito da frequência cardíaca, para mais de 100 batidas por minuto. Esse aumento pode tanto começar nas câmaras inferiores do coração (ventrículos) quanto nas câmaras superiores (átrios).

Foi pensando nesse arranque de zero a cem, muitas vezes mortal, que escrevi essa série sustos rápidos, no formato de micro contos de terror, que vão de 100 a 250 palavras. Cada capítulo possui quinze micro contos de terror, para seu deleite no desconhecido. Seja do início ao fim dessa leitura ou vice-versa, agarrem seus crucifixos e bons sonhos.

Lutécio Falu

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1ª TEMPORADA
O PALHAÇO Era uma noite sombria e fria em Baton Rouge. Não se via quase nada, devido a um apagão que deixou as luzes dos postes da região do Roselawn Cemetery & Mausoleum na total escuridão. Apenas as casas estavam iluminadas por suas luzes azuladas, mas do lado de fora, nada se via. Um homem, que caminhava distraidamente pela Avenida Tuscaloosa próximo ao cemitério, esbarrou e atravessou uma assombração. Isto porque ao passar pela frente da moradia dos mortos, sentiu o ambiente ao seu redor gelar e sua boca sair um bafo gelado, sem contar que todos na Louisiana eram acostumados a conviver, não apenas com a magia vodu, mas com o sobrenatural em si. Porém, mesmo acostumados com almas penadas, espíritos, demônios e demais assombrações, nem todos estão preparados para passar por esse tipo de experiência. Tanto que assim que uma mão toca seu ombro e, ao olhar para trás não viu ninguém, o homem fugiu assustado, tão branco quanto a camisa que estava vestindo. A assombração, que estava presa naquele lugar devido à morte violenta que sofrera em um acidente de carro, continuava a assustar a todos os que por aquele trecho próximo ao cemitério, ousavam passar, não se sabe se buscando alguém que a encaminhe para a luz, não se sabe se por sadismo ou simplesmente era um eco fantasmagórico daquele acidente. Eram três da manhã e, em uma emissora de televisão local, dessas emissoras americanas pequenas que ninguém dá muito ibope, mas que os seres de vida noturna usufruem bastante, começava um show de horrores que era recorde de audiência no horário. O apresentador, cujo rosto era uma mistura de maquiagem e sangue, como se tivesse acabado de cometer um assassinato, contava histórias de terror que ouvira em suas andanças pelo mundo; histórias da sua juventude, de seus amigos, familiares, pessoas desconhecidas, além de muitas delas terem sido geradas de sua mente insana. Começava naquela hora diabólica o Circo Psicótico e as histórias macabras apresentadas pelo Palhaço Taquicardia: histórias proibidas para todos aqueles e aquelas que têm coração e estômago fracos. Agarre seu crucifixo e aprenda a rezar. PROIBIDO SOM AUTOMOTIVO Jimmy era um jovem mecânico e seu futuro era promissor na oficina de seu avô que ficava em Austin, Texas, até que o homem que lhe ensinara tudo sobre carros, morreu por consequência da idade. Com medo de desenvolver uma depressão, resolveu largar a oficina, entrar no carro herdado pelo avô e viajar pelo país. Dois dias de viagem depois, tinha acabado de parar sua herança num posto de gasolina. O velho opala era um modelo clássico da Chevrolet muito bem conservado e a cor preta do carro, também denunciava o tipo urbano que era. Pediu para o frentista completar o tanque e saiu do carro, sem baixar o volume do som. O rock estradeiro da banda Motorhead cantava solto e alto, através das pequenas bocas de oito polegadas, localizadas em cada porta. De repente um homem chegou perto dele, latindo como um cão raivoso, dizendo que naquele lugar era proibido ouvir aquela música demoníaca. Por isso Jimmy tinha a obrigação, como dono do opala, de desligar o som de seu veículo. Jimmy, calmamente, disse que se o homem pedisse com educação o faria. Mas como ele veio com ignorância, iria deixar o som no volume que estava. Furioso, o homem continuou a berrar, até a paciência de Jimmy se esgotar. Ele então abriu a mala do carro, tirou uma chave de roda sextava, de meio metro, e foi para cima do homem que berrava coisas sobre religião, moral e bons costumes, golpeando-lhe a cabeça várias vezes, até estourar-lhe o crânio, espalhando miolos por todos os lados do posto de gasolina, ao som de "Bad Religion". O NÚMERO 05 A pesquisa era simples para aquele grupo de jovens cientistas: desenvolver uma droga que despertasse o instinto mais primitivo em animais domésticos e frágeis. Para isso, a Universidade de Arkansas comprou as cobaias mais dóceis e frágeis que conseguiram encontrar. Os alunos universitários, assim que entraram no laboratório, estavam afoitos quando os viram dentro da pequena gaiola. Eram cinco ratos brancos, que foram trazidos para a universidade, com o intuito de serem treinados e estudados à vontade. Diferente de seus irmãos acinzentados, os ratos brancos não tinham instinto de sobrevivência e não fugiam diante de predadores. E por serem presas fáceis, o intuito da pesquisa era criar uma droga experimental-estimulante, forte o bastante para despertar neles o instinto de sobrevivência que por natureza, não tinham, transformando-os de presas a predadores. Foram todos numerados e os testes foram começando. A droga ia sendo aplicada, reformulada e aplicada de novo nos ratinhos, que iam sendo descartados aos poucos, pois seus organismos não iam aguentando toda aquela química do mal. Ao final, sobrou apenas um ratinho, o de número cinco. Ele recebera todas as variantes da droga e conseguia, não apenas ser maior e mais forte, mas também desenvolver o instinto de sobrevivência, que a pesquisa tanto almejava, pois sob a influência da mesma, conseguia matar um gato com facilidade e bastante fúria. Um dia, por descuido, um dos alunos deixou o ratinho sair da gaiola, que havia sido reforçada devido ao aumento da força dele. O pequeno animal, com seu instinto predador aflorado ao extremo, avançou na equipe e, como um monstro em miniatura, devorou sozinho o cérebro de sete pessoas. O aluno que deixou o ratinho sair morreu devorado, não conseguiu fugir e deixou a porta do laboratório aberta. O pequeno monstro fugiu e deu cria, cruzando com ratazanas que ia encontrando pelos esgotos, espalhando medo e terror por todo o estado de Arkansas. O DIFERENTE Jimmy abriu os olhos: ainda estava escuro. Seu corpo inteiro doía e sua mente tentava se situar. Mas estava pendurado pelas mãos e a dor de seu peso não ajudava na hora de lembrar alguma coisa, pois dificultava qualquer tipo de pensamento. Quando gritou por ajuda, uma porta se abriu. Um homem de terno e com um tapa-olho no olho direito, fedendo a sangue podre, talvez de boi, frango ou porco, adentra no recinto. Jimmy percebe, pela claridade que entra pela porta, que está dentro de um celeiro, em alguma fazenda qualquer. O homem caolho não se identifica, mas fala cuspindo e berrando. Ele, mesmo sujo de sangue, dá um discurso moralista sobre a cidade ser pacata, temente a Deus e conservadora. Também falou sobre Jimmy se vestir diferente, ouvir música demoníaca e ter matado um morador num posto de gasolina, além de ter desrespeitado a ordem de ir embora dali, sem olhar para trás. O homem caolho começa a bater nele com um chicote de couro para cavalos. A dor o faz se lembrar de tudo e então Jimmy ri. Ri insanamente da mediocridade daqueles velhos decrépitos e mesmo sentindo o sangue na garganta, sabe qual será o destino daquela gente. Ele, que viera avisar aos moradores sobre a chacina que aquele povoado iria sofrer, estava ali sofrendo e rindo várias torturas em nome da moral e dos bons costumes. E enquanto ele era torturado e morto, no mesmo dia, todos daquela pequena cidade, sem exceção, morreram em um violento massacre, organizado pelos moradores da cidade vizinha. ODORES Rick era o mais exorcista dos pastores do país: em seus cultos, milhares de pessoas endemoninhadas eram trazidas e os demônios, muitas vezes legiões, eram exorcizadas, aumentando ainda mais o número de dízimos, igrejas e fiéis daquele homem iluminado. Um dia, no meio de uma de suas fervorosas pregações, sentiu um forte cheiro de algo bastante podre, como se alguém ali entre a multidão tivesse trazido algum animal morto para dentro da igreja matriz onde congregava. Em sua vida, ele nunca tinha sentido o cheiro de enxofre e demorou a associá-lo, pois seus endemoninhados recebiam uma pequena quantia para “permitirem” que o demônio entre em seus corpos e ele possa então exorcizá-los de modo teatral, em frente às câmeras. De repente as luzes da igreja começam a piscar, o ambiente começa a ficar mais gelado e uma jovem cai no chão com os pés e mãos retorcidos iguais a ganchos, pupilas extremamente dilatadas, falando com o pastor com múltiplas vozes, chegando até a gutural. Era uma possessão real. Mas Rick não sabia como lidar com algo do tipo e disse rindo ironicamente a todos ao redor, que se tratava de puro teatro. O demônio possuído na jovem, riu e o desmascarou, mostrando a todos a farsa que ele era. Mas para não perder a pose, Rick mandou que seus ajudantes batessem nela, mandando o demônio sair. A jovem, que por sua força acima do comum, foi contida por quinze homens dos mais fortes naquele meio, apanhou sorrindo, gritando, dizendo que o pacto de sangue está sendo selado. Os ajudantes bateram nela enquanto ela berrava coisas em várias línguas mortas, até a jovem se tornar uma poça de carne, sangue e vísceras. Aquela ação trouxe pânico e acabou amaldiçoando o pastor, a igreja e todos ali presentes, se tornando uma igreja demoníaca, desse dia em diante. A ASSASSINA Jenny se odiava demais. Por isso teve de se matar. A ira de sua própria condição e a raiva por ter sido violentada durante anos, moral, psíquica e fisicamente, fizeram com que uma forte ojeriza surgisse dentro dela, a ponto de tirar a própria vida, pegando a arma de seu marido e dando um tiro na boca, que saiu pela cabeça, espalhando seus miolos pelas paredes de seu quarto. Agora estava ali, caída no chão, sentindo sua vida se esvaindo aos poucos, sem chance alguma de voltar atrás. O estampido fora ouvido pela vizinhança, que vieram correndo presenciar a atitude desesperadora daquela mulher, em busca de liberdade. As pessoas ao redor, vizinhos, parentes e amigos, estavam desesperadas ao encontrá-la sem vida, enquanto ela enfraquecida, gritava a plenos pulmões, que a culpa era deles por eles não terem dado ouvidos aos seus gritos de socorro. Os enfermeiros foram chamados com urgência. Mas ao chegarem, constataram que não podiam fazer nada, a não ser encaminhá-la ao necrotério. E enquanto o corpo de jenny ia sendo carregado até a ambulância, ela ia ficando dentro da casa, pois não queria que ninguém mais passasse pelo que ela passou. Seu marido nunca pode ser acusado de nada, pois do lado de fora de casa, os dois pareciam um casal exemplar que se amavam mais do que tudo. Porém, após o suicídio de Jenny, o medo tomou conta daquele lugar, por causa dela. A alma de Jenny assombrou o marido enquanto vivo e naquela casa permanecesse. SACRIFÍCIOS Steven sempre foi um jovem fervoroso em suas crenças. Mas ao conhecer sua nova vizinha Salem, que pertencia a outra religião diferente da sua, ficou tomado por uma enorme paixão, que era correspondida na mesma intensidade. Um dia, Steven fora convidado pela mesma, para participar de um culto da prosperidade e riqueza. Ele, que nunca acreditou nessas coisas, foi apenas no fogo daquela jovem, linda e bela. Ao chegar, percebeu que os mais ricos da cidade estavam na igreja. O culto começou. Após uma demorada pregação, o pastor disse para que todos depositassem no altar, os cordeiros que iriam ser sacrificados em nome da riqueza e da prosperidade. A jovem Salem pegou uma bolsa que trouxera consigo e convidou seu amado para que fosse com ela até o altar, depositar o cordeiro que seria sacrificado. Este foi tranquilamente com ela, sem saber que ele era quem estava incluído no sacrifício. Na hora em que estavam à frente de toda a igreja, o pastor pediu que os convidados se ajoelhassem e fechassem os olhos, para que o mesmo fizesse uma poderosa oração, para que “a prosperidade e a riqueza em abundância, pudessem chegar a todos os que acreditassem”. Assim que Steven e todos os outros estavam de olhos fechados e de joelhos, os fiéis que desejavam riqueza e prosperidade retiraram de dentro das bolsas, facas afiadíssimas e, ao mesmo tempo, cortaram as gargantas de seus convidados, oferecendo ao verdadeiro deus que eles prestavam culto, o sangue dos cordeiros sacrificados. A INFILTRAÇÃO Ao chegar à capital daquele país, Selma se apresentou através de uma carta de recomendação oriunda de um deputado federal e logo começou a trabalhar como assessora. Porém um dos deputados, chamado Roger avisou-a para tomar cuidado com quem ela conversava ali dentro, pois existiam alienígenas infiltrados dentro do congresso. Assustada, Selma andava pelos corredores desconfiando de todos ao redor, principalmente de Louis, o suplente do deputado, que também sabia dessa informação sobre a existência de alienígenas e já tinha comentado isso com ela, além de chamá-la para sair várias vezes, desde que pisou os pés no parlamento. Ainda desconfiada de tudo e de todos, Selma comenta com o deputado Roger sobre Louis e o mesmo disse com todas as certezas de que o alienígena era o suplente que almejava tirá-lo do cargo e assumir no lugar dele, para então se aproximar do presidente e dominar o mundo. Cética e ao mesmo tempo assustada, Selma ficou sem saber o que fazer e o deputado Roger arquitetou com ela, um plano para desmascarar seu suplente, para que ambos pudessem revelar ao mundo, o alienígena que é. Depois de convidar o suplente do deputado para seu apartamento, a assessora saca uma arma e manda Louis colocar as mãos pra cima. O jovem Louis fica pasmo quando o deputado aparece, também com uma arma na mão e, tanto o deputado quanto a assessora, se transformam em alienígenas bizarros, de pele vermelha, olhos amarelos, sendo um enorme olho amarelo do lado direito e quatro olhos menores do lado esquerdo; duas bocas, três braços, três pernas, quatro dedos em cada membro e falando uma língua incompreensível. Após revelarem suas verdadeiras identidades, com as armas humanas que aprenderam a manusear, os alienígenas executam o Louis sem pena, pois ele era o último humano do parlamento que poderia evitar que os planos de infiltração tenham sucesso. E enquanto o jovem agonizava até a morte, luzes estranhas podia ser vistas no céu, naquela noite. O TEMPLO DA PERDIÇÃO Oscar sempre fora um ateu. Talvez seja por isso que seus parentes mais fervorosos vivessem chamando-o para a igreja o tempo todo, quase todos os dias, como se estivessem programados para isso. Só que sua preguiça de se compromete r, falava sempre mais alto do que sua vontade de acreditar em um ser superior. Um dia, um primo bastante abastado, desses que a família quase nunca via, mas que se deu bem na vida, o convidou para participar de um culto em uma nova igreja que tinha chegad0 na cidade e a grande maioria dos fiéis eram os mais ricos e milionários da cidade. Curioso, Oscar logo se arrumou com as melhores roupas que tinha em seu guarda-roupa e foi. Logo que chegou, viu uma mulher linda, bem vestida, orando fervorosamente e reclamando da falta de homens de verdade em sua vida. Oscar, que estava perto, ouviu toda a prece da jovem que, juntamente com toda a assembleia, orava aos gritos e orações em línguas estranhas. Ela, ao terminar seu momento de intimidade divina, lançou um olhar hipnótico em direção a Oscar e pediu que o jovem a seguisse, sem questionar nada. Tomado pelo poder da sedução, Oscar foi com ela até os fundos da igreja. Lá chegando, entraram numa sala cheia de símbolos satânicos, velas vermelhas e várias outras pessoas, que estavam participando de uma orgia sangrenta, pois os homens metiam nas mulheres como monstros, até os orifícios das mesmas e os falos deles sangrarem, enquanto animais eram sacrificados e o sangue dos mesmos eram derramados em cima dos participantes. Quando pensou em sair daquela sala, Oscar se assustou ainda mais, quando percebeu que já estava sem roupas, sendo chupado pelos empresários mais ricos e poderosos que sua mente podia avistar e metendo nas damas da sociedade ali presentes, oferecendo o sexo, a orgia e tudo o que era relacionado à carne como um sacrifício, em nome de Satã. A ESCRAVA Helen Korschitz era uma mulher alcoólatra: todos os dias tinha que tomar seu trago, sua dose de tequila ou uísque depois do trabalho, como uma oração diária ou uma obrigação. Só que a obrigação tinha hora para começar, mas não tinha limites para acabar. E por causa disso, Helen sempre acabava chegando em casa às quedas. Todos os seus familiares, desde seus filhos até os demais parentes, já estavam bastante preocupados. pois o vício só crescia em sua vida, fazendo muitas vezes com que ela chegasse a vender seu corpo para homens de várias idades e classes sociais, por uma dose de álcool qualquer. E essa atitude dela, estava causando vergonha para toda os que a conheciam. Não tendo mais nenhuma outra opção a não ser o radicalismo, a família de Helen retirou tudo o que continha álcool de dentro de sua casa, para evitar que a mesma não chegasse a beber até mesmo os perfumes. Em menos de uma semana, só existiam sucos e água dentro de casa, como únicos líquidos presentes e liberados. Possessa com aquela situação, gritando e praguejando contra tudo e todos, Helen passou dois dias sem dar uma palavra que fosse com seus parentes, até que numa noite fria de sexta-feira, durante a janta e sem que ninguém percebesse, ela colocou sonífero no café e após a janta, esperou que todos fossem dormir. Foi aí que à meia-noite, calma e silenciosamente e com uma afiadíssima faca, Helen cortou as gargantas de cada um de seus entes queridos, bebendo o sangue deles apenas para suprir sua crise de abstinência. O FANTASMA DA FONTE Todas as vezes que algum jovem rapaz se aproximava da fonte que ficava no meio da praça da cidade de Springfield, ela, cadavérica e usando um vestido de noiva branco, aparecia e perguntava o nome do filho que havia morrido brutalmente. Se o rapaz não soubesse dizer ou falasse o nome errado, ela o jogava dentro da fonte e o matava afogado, sem dar chance alguma de redenção. Assim tem sido a sina daquela ilustre e desconhecida mulher, cuja vida fora de ter noivado séculos atrás e, naquela mesma fonte, ter perguntado ao noivo qual seria o nome do bebê que carregava no ventre, fruto de seu amor pelo homem com o qual achava que iria se casar. Este, por estar de caso com outra mulher, assassinou a noiva com uma punhalada no coração e fugira, deixando para trás, o corpo daquela que declarava o tempo todo para toda a sociedade da época que era sua amada, boiando e fazendo com que o sangue se misturasse à água da fonte, amaldiçoando toda a cidade. Desse dia em diante, ela se tornou uma alma penada e vingativa, matando afogados todos os jovens rapazes que não soubessem dizer o nome do filho. Nome este que ninguém nunca conseguiu adivinhar, mas que a mesma tinha gravado com as próprias unhas na fonte, antes de ter sua vida ceifada: Timothy Johnson Jr. O PRÍNCIPE DAS MOSCAS Stewart tinha tudo o que o dinheiro podia lhe arrumar. Mas nunca estava satisfeito com sua riqueza e sua vida era a de colocar defeito na riqueza dos outros, chamando todos os ricos que conhecia, mas não ostentavam de acordo com suas fortunas, de sovinas. Isso porque podiam ostentar luxos bem mais caros, que suas riquezas podiam custear e não faziam. Um dia, numa reunião de amigos da alta sociedade, o jovem empresário, dono de uma das mais conceituadas lojas de grifes do país, soube que entre os milionários existia um homem capaz de triplicar qualquer herança ou fortuna, mediante um acordo de sociedade. Stewart, que desejava ostentar bem mais do que suas posses lhe permitiam, correu atrás desse homem e, ao encontra-lo, o mesmo logo fez um trato de sociedade, mediante um sacrifício de sangue. Esse sacrifício consistia em matar quem o jovem mais amava. Como Stewart era bastante egocêntrico e narcisista, achava que teria de se matar para realizar o trato e não matar alguém. E com esse orgulho bastante ferido, não cumpriu o trato, muito menos ofereceu o sacrifício de sangue. Um dia, achando que se tratava de um sonho, o jovem empresário acordou com o corpo sendo picado por milhares de aranhas, cuja carne começou a apodrecer rapidamente. Na mesma velocidade em que seu corpo fedia e se desmanchava, surgiram larvas de moscas que começaram a devorar sua carne apodrecida, com Stewart ainda vivo. Stewart, que nada podia fazer a não ser gritar de desespero, foi devorado pelas larvas até o fim, sendo assistido pelo homem que fez o pacto com ele, cuja nuvem de moscas ao redor dele, revelava sua verdadeira face. CADEIA ALIMENTAR Paul Sullivan, um praticante de halterofilismo muito preocupado com o corpo, tinha sido iniciado na arte do canibalismo, por intermédio de uma amiga ativista chamada Lindsay. Ela, que gostava de frequentar lugares onde as minorias se reuniam para melhor escolher as carnes, principalmente albergues onde ninguém notaria o sumiço de algumas pessoas, o convidou para jantar em sua casa e, quando provou a iguaria, gostou tanto que não queria saber mais de outro tipo. Desse dia em diante, Lindsay inseriu Paul nos grupos e movimentos onde as minorias levantavam suas bandeiras e lá os dois escolhiam suas vítimas. Isto porque minorias mortas entravam para as estatísticas e reforçavam ainda mais a visibilidade dos protestos dela na mídia, dando cada vez mais ibope e audiência para os telejornais, com os ativistas gritando nas ruas e apontando possíveis suspeitos, enquanto aquele estranho casal se banqueteava com as mesmas pessoas que juravam defender. Um dia, Paul e Lindsay escolheram comer a carne de alguém exótico: uma mulher trans. Eles então começaram então a frequentar lugares e grupos de ativismo LGBT onde as transexuais se reuniam. E dentre todas que conheceram, escolheram uma bela jovem ruiva chamada Holly e a convidaram para jantar em sua casa. A jovem transexual aceitou e foi animadíssima. Assim que chegou à casa de Lindsay, Holly foi recebida na entrada por Paul e, mal a jovem transexual passou da porta, a mesma golpeada na nuca por Lindsay. Mas a pancada não tinha sido forte o suficiente, fazendo com que a jovem transexual lutasse contra eles dois, desmaiando-os com o mesmo porrete, que Lindsay tinha usado para golpeá-la. Depois de desmaiados, a jovem transexual foi na cozinha da casa deles, pegou uma faca bastante afiada, cortou sem pena as carnes mais macias e suculentas dos corpos dos dois, enquanto vivos. Depois temperou, levou ao forno e, após estarem bem assadas, sentou-se à mesa e comeu sem pressa, enquanto jogava vinagre em cima do casal de canibais e assistia os dois se contorcendo de dor até a morte, por terem suas carnes desossadas de seus corpos. AMOR ETERNO Há muitos dias Memphis vem tendo os mesmos pesadelos: pessoas morrendo de maneira bastante violenta. Nos pesadelos, também aparecia a figura de uma mulher viúva de mais ou menos uns quarenta anos, que tinha se apaixonado por ele, mas que tinha tido uma morte horrível, atropelada em cheio por um automóvel. Ele acordava sempre no meio da noite, assustado, com o corpo todo suado, coração acelerado e não conseguia mais dormir. Aqueles pesadelos eram tão constantes, que estavam sugando suas forças, fazendo-o perder peso, saúde e parecia não ter fim. Num sábado de madrugada, Memphis adormeceu e teve mais um pesadelo. Nele, sentiu a viúva enfiando a mão em seu peito, segurando seu coração e apertando com força, fazendo o mesmo, no plano terreno, morrer dormindo sentado no sofá. Quando saiu do corpo e encontrou a viúva no outro plano, descobriu que ela tinha feito um pacto com o demônio, para que ele fosse dela mesmo após a morte, pois depois que ele tinha se mudado para a casa onde ela tinha morrido e virado alma errante, a viúva, mesmo sendo uma assombração, se apaixonou tanto por ele que fez pacto no plano espiritual, trazendo-o através de um infarto. Memphis morreu assistindo ao último episódio do Circo Psicótico e das histórias assustadoras do Palhaço Taquicardia. E enquanto a alma dele saía do corpo em direção ao inferno, de mãos dadas e acorrentadas à alma da viúva, o palhaço na TV ria insanamente, tão psicótico quanto o Circo do qual fazia parte. xxx

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