CAPÍTULO SEIS

1084 Palavras
“ Olá, Kemar aqui. Tudo bem? ” Foi assim que ele começou a conversa e nem seria necessário ter se apresentado, a foto dele de perfil – linda, em um local ao ar livre, usando a bendita farda –, mostrava-o todo sorridente, ela reparou que na foto não dava para ver a cor âmbar de seus olhos e seus dentes eram muito bonitos. Branquíssimos e uma de suas presas, era encavalada em cima do dente do lado, deixando a assimetria linda, esse detalhe, dava ao sorriso dele um diferencial que se fosse de outro jeito, não ficaria tão bonito. Vendo pela foto, dava para observá-lo melhor, já que nem teve muito tempo. “ Muito bem, e você? ” “ Espero não tê-la acordado.” “ Estava acordada, acabei de tomar banho.” “ Tive que tomar aqui também” Sentindo-se corar, Lila se lembrou o motivo do banho dos dois, o dele no trabalho para retirar, como disse Sandal, o cheiro de sexo. “ Bem, clichês à parte, gostaria de perguntar se tem namorado. Antes tarde do que nunca, perguntar, não é?” – foi Kemar quem perguntou. “ Ia lhe perguntar o mesmo.” “ Ha ha ha, foi meio frenético e esquecemos desse detalhe, mas fico aliviado de saber que não está namorando.” “ Obrigada por perguntar, mesmo que só depois, e você, tem namorada? ” “ Não teria feito o que fizemos se tivesse uma.” Lila gostou da resposta dele. Era um rapaz fiel. Ao mesmo tempo, se sentiu estranha ao saber que se ele tivesse uma namorada, nem a olharia ou cogitaria transarem. Sabia que era ridículo querer que ele a desejasse se tivesse uma namorada, mas tudo estava mesmo estranho. Ele estava teclando, dera a última palavra e ela não soube o que responder sobre isso. “ Se tivesse uma namorada, com certeza teria terminado antes de termos algo, me entende? ” Foi com alívio que ela leu essa mensagem. Recostou-se no travesseiro relaxada e com um sorriso bobo no rosto. “ Creio que eu também.” “ O que foi aquilo? ” Ela sabia ao que ele se referia e também já havia se perguntado a mesma coisa. “ Realmente não sei, mas posso voltar ao clichê? ” “ Claro.” “ Pois bem, isso nunca me aconteceu antes.” “ Ha ha ha “ Foi a resposta dele, em seguida passou a escrever e Lila sorria enquanto esperava. Kemar demorou mais dessa vez escrevendo e ela parecia uma adolescente novamente, esperando o que o garoto iria dizer. “ Lila, faço suas as minhas palavras, ou seria, faço meu o seu clichê? Comigo também nunca havia acontecido algo assim, essa química, essa vontade de beijar, de possuir alguém a qualquer custo, creio que nem quando era um garotinho cheio de hormônios.” Lila estava tão aliviada e mais relaxada, que resolveu ser sincera com ele, já que tinha a******a. “ Kemar, pensei que, sei lá, fui impulsiva. Queria dizer que não costumo ser assim, acho que é isso.” “ Não estou aí, mas imagino que tenha ficado grilada, não fique, ok? Imagino que tenha se arrependido e sinto muito não ter ficado para conversarmos mais, mas por favor, não se recrimine por ter sido espontânea, para mim foi ótimo. Uma experiência sensacional.” Lila se sentiu inundada de alívio, não sabia o motivo de ter ficado encucada de ele pensar que ela era uma v***a. Sandal tinha razão ao dizer que não devia se recriminar por ter transado com alguém por vontade própria. Vida que seguia, não era assim? Na prática, ela sabia que era. “ Oi.” – Kemar a chamou. “ Ainda se sentindo culpada? Não sou muito bom em me expressar e posso ter estragado ainda mais.” “ Não, gostei do que falou e me sinto agora menos safada, he he he.” “ Que m*l há em ser safada no sexo? Você é fantástica, além de uma mulher linda, é quente e sabe explorar seu lado s****l. Podemos recomeçar? Acho que assim por mensagem, não estou conseguindo ser claro e não quero que me bloqueie e suma. O que acha de nos encontramos, olho no olho, já que não estamos namorando e conversamos, começar com mais roupas?” “ Você estava com roupa o suficiente.” “Caramba, só pioro a situação, por favor, vamos marcar de nos encontrarmos, tomar ou comer algo, pode ser? Você sabe mais de mim do que eu de você.” “ Não sei muito sobre você ainda.” “ Mas sabe onde moro, que gosto de biscoitos, que gosto de carro e moto esportivos, que sou distraído, que trabalho como Socorrista, não compareço às reuniões de condomínio, o que mais? ” Lila pensou em acrescentar à lista dele que ficava delicioso de farda, que o cheiro dele era maravilhoso, que ele tinha uma pegada fenomenal, que curtia a posição de quatro, como ela, que gritava quando gozava, que gostava de dar tapas na b***a e morder o pescoço. Pensar sobre isso, deixou-a novamente úmida e ela cruzou as pernas. “ Está bem, quando pretende marcar? Ficarei na casa de Sandal esse mês todo, pelo menos na maioria dos dias desse mês.” “ O que acha de amanhã à noite? Podemos sair para comer algo no jantar, pode ser em meu apartamento, se você preferir.” “ Não, prefiro sair mesmo, se estiver bem para você.” Ela sabia que se estivesse sozinha com ele, os dois no apartamento, coisas poderiam acontecer. “ Ótimo, anda de moto ou prefere irmos de carro?” “ Adoro motos, mas preferia sair de saia.” “ Hum.” “ Nada disso, engraçadinho, comprei uma saia e estou doida para estreá-la, só isso.” “ Eu não disse nada.” “ Mas pensou, que eu sei.” “ Não vou mentir para você, pensei e tenho pensado mais do que o normal, é só o que tenho feito, desde que a vi me olhando no carro, com um meio sorriso nos seus lindos lábios.” Pronto, nem por mensagens ela conseguia deixar de ficar excitada conversando com ele. “ Lila, vou começar a trabalhar agora, nos vemos amanhã às vinte horas? Podemos nos encontrar no estacionamento nesse horário? ” “ Não, sem estacionamento dessa vez, seu pervertido. Te encontro lá fora às vinte horas, boa noite e bom trabalho.” Ela colocou o celular na mesa de cabeceira novamente, apagou as luzes dos abajures e deitou, sorrindo.
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