Uma nova união

2101 Palavras
Tom não lembrava bem da última vez que chorou na vida. Com certeza fazia muito tempo, provavelmente ele era criança. Dessa vez, ele não conseguiu controlar a vontade. Tom chorou de desespero, de medo, de confusão… Sofia não existia, Sofia, na verdade, era Júlia Santiago, a moça que ele precisava acabar com a vida. Foi aí que ele se deu conta… Ele precisava matar a mulher que amava. Indignado com a peça que o destino pregou nele, Tom disferiu um golpe forte contra a parede. Com certeza Eugênio estaria ocupado demais para se preocupar com a decoração da casa nos próximos dias. Tom não tinha escapatória, ele precisava matar Júlia e honrar a sua família. Ele precisava dar para Eugênio Santiago um motivo para chorar. Ele saiu do banheiro decidido a voltar para a festa e seguir com o seu plano principal, quando inesperadamente cruzou com a Júlia no corredor. Soraia estava logo atrás. — Por Deus, Thomás, me deixa te explicar… — Você mentiu para mim.— Acusou Tom. De fato, ele se sentia traído e enganado e tudo o que queria era tirar satisfações sobre a mentira que a Sofia, que não era Sofia, contou para ele. Mas ele também estava mentindo tanto quanto ela. — Por necessidade. Eu precisei inventar a Sofia para ter acesso na fábrica, meu pai não podia sonhar que eu ia lá ou me trancaria a chaves. — Mas depois você parou de frequentar a fábrica. Até costumava fazer trabalhos voluntários em um colégio. — Você era um funcionário do meu pai, eu não podia correr esse risco. Eu me apaixonei por você desde o primeiro dia em que te vi, mas ainda não te conhecia. Depois, foi ficando cada vez mais difícil contar a verdade, eu não sabia qual seria a sua reação. Tom respirou fundo e levou suas mãos as têmporas, a cabeça dele parecia que ia explodir. — Por favor, tenta me entender…— Suplicou Júlia. — Você não sabe na situação que nos colocou.— disse Tom, desesperado. — Sim, eu sei. — Não, Sofia, você não sabe! Digo… Júlia. Você não sabe quem eu sou, não sabe o meu verdadeiro propósito nessa porcaria de cidade. — Vocês não podem conversar no meio do corredor. Se alguém sobe aqui, o escândalo vai abafar a banca.— Interferiu Soraia. Sem dizer nada, Júlia adentrou um dos quartos de hóspedes que tinham do outro lado do corredor, arrastando Tom com ela. — Qual é o seu propósito nessa cidade? Imaginei que fosse ter um bom emprego, fazer uma carreira… Imaginei que estivesse abrindo mão disso por mim, para fugir comigo. Eu nunca te escondi que estava prometida a outro homem. — Mas jamais imaginei que esse outro homem fosse o filho do prefeito. — E o que isso muda, afinal? — Isso muda muita coisa!— Explodiu Tom, já não aguentando esconder a verdade.— Isso muda quem você é, isso muda o nosso destino. — Eu ainda sou a mesma pessoa, Thomás.— Júlia deu um passo para a frente, ficando mais próxima dele.— Eu não inventei nada ou criei nada, eu abri o meu coração para você. Contei meus sonhos, meus medos… Eu só não te contei o meu nome verdadeiro por medo. Eu pretendia falar tudo hoje, quando já estivéssemos longe daqui. Quando eu finalmente deixasse a vida da Júlia Santiago para trás. — O seu nome faz toda a diferença, Júlia. O seu nome é uma pequena parte do que você é, mas que faz toda a diferença. — Eu não estou entendendo aonde você quer chegar, Thomás. — O meu nome é Tomásio Messina. Isso diz alguma coisa para você? Júlia arregalou os olhos assim que ouviu o sobrenome dele. Messina… A vida inteira Júlia escondeu histórias horrendas de sua família, histórias trágicas de morte cujo sobrenome dessa outra família estava envolvido. — Como não poderia dizer?— Júlia deu um passo para trás, assustada.— Eu cresci ouvindo coisas horríveis sobre vocês. Céus, agora tudo faz sentido… Esse é o seu verdadeiro propósito, não é? Você estava infiltrado na fábrica do meu pai para se vingar da minha família. — Para chegar até você, Júlia. Você era o meu propósito aqui em Aventine. — Seja mais claro, por favor. — A minha missão aqui na cidade é encomendar a sua alma. Assustada, Júlia levou as duas mãos á boca, lágrimas já escorriam de seus olhos. — Por desgraça eu me apaixonei por você desde o primeiro dia em que te vi, porque não fazia ideia de quem você era. Por isso o seu nome faz tanta diferença… Se a Sofia se chamasse Maria, Theresa, Joana… O que fosse, nada iria interferir no meu plano de entregar a minha encomenda e fugir com você para bem longe daqui. Mas tudo muda quando você, a mulher que eu amo, é a encomenda. — Você é um bandido… Você é um bandido como toda a sua família.— Júlia precisou se apoiar na escrivaninha, suas pernas estavam perdendo as forças. — Há anos eu estava afastado dos negócios da família. De fato, sou advogado, tenho o meu próprio escritório em Fiorenza. Precisei voltar para assumir a missão no lugar do meu irmão, que teve que se afastar dos negócios da família. — Como pode chamar esses crimes de “ negócios de família”? — Eu concordo com você, mas as coisas não são diferentes para a sua família. Os Messina, há gerações, traficam ouro e prata. Os Santiago, há gerações, traficam pedras preciosas. Por que acha do interesse de seu pai em te casar com o filho do prefeito? Assim, ele pode regularizar os negócios dele, mas continuará sem pagar impostos ao governo. — Não…— Júlia murmurou. — O seu sogro aspira ser governador, mas ele já é muito amigo do governador. — Para, para de falar.— Júlia levou as duas mãos aos ouvidos.— Meu Deus, isso só pode ser um pesadelo… — O seu noivo é um criminoso da p.ior espécie Júlia… Ele quer se casar com você para ser um dos herdeiros da fábrica do seu pai. — Eu já desconfiava disso. O meu casamento com o Rodrigo é um casamento por interesses, como a maioria dos casamentos que ainda existem em nosso século!— Explodiu Júlia. — O que você não sabe, é que o Rodrigo procurou o meu primo Francisco para se aliar com os Messina. Depois de casar com você, ele pretende criar uma nova guerra e dizimar os homens Santiago, para assim, ele herdar sozinho os negócios e a fortuna do Eugênio. Júlia empalideceu ao pensar nessa hipótese. O seu coração acelerou diante do susto e do medo. Ela nunca gostou do Rodrigo, sempre desprezou os pensamentos e as atitudes dele, mas nunca imaginou que o homem pudesse ser capaz de ir tão longe na ambição. — Não importa… De qualquer forma, ele não vai se casar com você.— Com a mão trêmula, Tom puxou o revólver da cintura e o apontou para o coração da Júlia. — Thomás… Thomás…— ela tentou suplicar por sua vida. — Essa vai ser a atitude mais difícil que eu vou precisar tomar em toda a minha vida. Mesmo sabendo quem você é, Júlia, eu não consigo arrancar o que eu sinto por você. Eu não consigo deixar de te amar, mas eu não posso simplesmente fingir que a nossa realidade não existe. — Eu também não consigo deixar de te amar mesmo sabendo que eu nasci destinada a te odiar. Laços de sangue nos unem por mais de uma geração inteira. Muitos dos seus mataram muitos dos meus, e vice-versa. Nós não precisamos repetir esse ciclo vicioso de sangue derramado. — Eu vim aqui para vingar o sangue que a sua família derramou da minha durante todas essas gerações, não tem como esquecer. Não tem como esquecer do dia que o seu pai matou o meu pai. Júlia se aproximou com cautela, mesmo com o cano do revólver apontado para ela. Ela segurou o objeto e o pressionou contra o seu coração. — Você vai ter que decidir, Tomásio. Ou você puxa esse gatilho e me dá um tiro no coração ou você me beija e esquece… Esquece que nascemos para odiarmos um ao outro. O dedo trêmulo do Tom ainda tocava o gatilho, mas ele nunca esteve decidido a puxá-lo. — Eu te amo, Tomásio.— Murmurou Júlia, seus olhos fixos nos olhos dele. Tom tinha certeza que estava ouvindo o próprio coração bater. Que espécie de feitiço aquela mulher tinha lançado sobre ele? Algo em seu interior gritava para que ele não estragasse a própria vida dessa forma, mas outro lado dizia que ele precisava cumprir com a sua palavra. O que pesaria mais naquele momento? Ele afastou o revólver do coração dela e o pressionou na têmpora da mesma. Júlia estava apavorada com a possibilidade da arma disparar, mas ainda assim, ela tinha certeza que Tom não teria coragem de machucá-la. De repente, em um ato súbito, Tom abaixou a arma e a soltou, antes de puxar Júlia pela cintura para beijá-la. Os lábios se encontraram com intensidade, as línguas se buscaram com ainda mais desejo que no início. As mãos do Tomásio passeavam pelas costas estreitas e desceram até a cintura esguia, pressionando-a para que pudesse puxar a garota contra si. Uma das mãos de Júlia segurou a nuca do rapaz. Involuntariamente ela ficou na ponta dos pés, seus s.eios pressionaram o tórax masculino enquanto a outra mão deslizava pelo abdômen bem definido que estava coberto pelo traje de festa. Tom a ergueu no colo, invadindo a barra da saia do vestido da garota para segurar as coxas grossas e depois, a deitando sobre o colchão da cama de casal. Ele depositou beijos por uma das pernas, antes de subir para o joelho e depois para uma das coxas. Júlia arfou ao experimentar o morno dos lábios dele em sua pele. Ela afastou os joelhos quando o homem começou a beijar a parte interna de suas coxas grossas e subiu para as virilhas. Com os olhos fechados, Júlia quase não conseguiu respirar quando sentiu o morno da boca do Tom em sua carne macia. Primeiro, ele chupou as dobras quentes devagar, depois, introduziu a língua o mais profundo que conseguiu e executou movimentos circulares por toda a região sensível e rosada. Tom brincou por volta da pequena protuberância que ficava escondida, estimulando por muitas vezes o caminho para o ápice dela. A provocava descendo até a limitação final da i.ntimidade da mulher e depois subia, repetindo todo os movimentos anteriores. Júlia explodiu na boca dele pouco tempo depois, quando Tom usou da ajuda de seu indicador para massageá-la internamente. Ainda ofegante, com as pernas trêmulas de desejo, Júlia o puxou pela gravata para cima de si. Tom agarrou as duas coxas grossas da moça, invadindo a barra da saia do vestido dela para apalpar a pele. Tom estava no meio das pernas dela, mantendo as duas erguidas enquanto desesperadamente tentava abrir as próprias calças para sentir o calor dela. — Maldita seja, eu não consigo deixar de te amar.— Murmurou Tom, introduzindo pouco a pouco o seu m****o grande e duro na entrada estreita dela. A carne macia de Júlia pulsava e apertava o órgão dele dentro de si. — O que significa que você não vai conseguir me matar.— Murmurou a garota, seus lábios roçando sobre o lóbulo da orelha dele. Ela mordiscou a ponta da orelha do Tom, o que o incentivou a intensificar a estocada. Ele precisou beijá-la para abafar os gemidos da moça e também os próprios gemidos, os dois chegaram no ápice juntos. Com uma última emperrada, após alguns minutos, Tom explodiu a sua semente dentro dela. Deitados sobre a cama de hóspedes, Júlia e Tom se entreolharam com curiosidade. Por mais que existisse a sensação de que se conheciam por mais de uma vida inteira, ao mesmo tempo, parecia que estavam se olhando pela primeira vez. — E agora? O que faremos?— Perguntou Júlia. — Eu não queria ter que pensar nisso agora.— Tom fechou os olhos. — Precisamos pensar, Tomásio.— Júlia tocou o nariz dele com o dela.— Eu não sou a Sofia e você não é o Thomás. Não podemos fingir que nossas famílias não se matam há inúmeras gerações. — O que está sugerindo? — Que nós dois nos juntemos para acabar com a guerra. Que fiquemos em Aventine e evitemos um novo pleito entre os Messina e os Santiago.
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