The other lupus

1935 Palavras
Ren havia avisado sua mãe que apenas um dos seus amigos iria até em casa para conhece-la, mesmo assim ela não desanimou. Fez algumas mini empadas de frango, preparou pizza e ainda fez um bolo de chocolate com calda. Estava inspirada para conseguir fazer essas delicias em pouco menos de duas horas. Deixou a mesa preparada, afinal o filho havia lhe enviado uma mensagem que chegaria em poucos minutos. Era primeira vez que receberia algum amigo de escola do seu filho, então se sentia ansiosa e queria que tudo saísse na mais perfeita ordem. Mas havia um fator que a incomodava. Quando chegou em casa mais cedo, havia notado que outro alfa havia entrado em sua casa e isso a deixou perturbada, se perguntando quem poderia ter sido. Porém tinha uma certa ideia, já que sentiu um odor similar em seu filho. Tinha um pressentimento estranho só de pensar nisso, mesmo que ainda não tivesse um motivo plausível para tal estranhamento. Escutou a porta da casa sendo aberta e automaticamente deduziu ser o Ren, então correu para a entrada e assim que viu ele o abraçou. - Bem vindo de volta, Ren! – soou animada – Me conta tudo! Você se divertiu? Fala tudo para... mamãe. – a animação se esvaiu quando notou quem estava o acompanhando. Pela troca de olhares que tiveram, Kyoko soube dizer – Lúpus. – soou baixo. - Mãe! Está me abraçando forte demais, não consigo respirar. – dizia tentando se desvencilhar do abraço. A alfa o soltou. - Me desculpa filho. Eu acabei me empolgando. – disse focando o olhar no alfa logo atrás – Então quem é esse? Um dos seus amigos da escola? - É. Aquele que eu comentei sobre ter se transferido... – dizia estranhando a troca de olhar entre os dois – A senhora se lembra? – a alfa assentiu. - Não muito. Quase nunca fala sobre as coisas comigo... De qualquer maneira, corre na cozinha e verifica se eu deixei alguma boca do fogão ligada por favor, enquanto isso eu conheço o seu amigo. - Mas... - Aproveita para ver se o restante das empadas assaram. Ren achou sua mãe um pouco séria, então apenas seguiu com o que ela pediu. Kyoko foi para fora da casa e encostou a porta para que pudesse falar com o alfa sem que Ren ouvisse a conversa. - Quando Ren me disse que um amigo viria, não achei que esse amigo fosse ser um alfa lúpus. Não, na verdade eu deveria ter pensado nessa possibilidade. – dizia séria – Por acaso alguém te enviou para rondar ele? Damian viu as orbes da alfa tomarem uma tonalidade vermelha. Havia notado que ela era uma alfa lúpus, mas não achou que fosse receber a hostilidade dela desta forma. Porém, a sua última frase lhe chamou a atenção. - Eu não sabia que a senhora também era uma lúpus, peço desculpas se eu fui muito invasivo com o Ren. – dizia mantendo a sua postura – Mas estou curioso. Por que pensar que eu fui enviado para rondá-lo? Ele está em perigo por acaso? – questionou vendo a mais velha dispersar a sua aura e suspirar em seguida. - Esqueça o que eu falei. – pediu – O Ren não sabe sobre mim, então apenas não comente nada sobre isso com ele. - Por que ele não pode saber? – questionou e Kyoko viu os olhos do alfa passarem brevemente para o dourado. Além disso, notou a preocupação do outro. - Dois padrões oculares... Você por acaso- - Mãe! – Ren advertiu a mãe ao abrir a porta – Por acaso a senhora quer fazer o Damian c******r aí fora? Entrem logo, está muito frio! - Está tudo bem, Ren. – o alfa falou – Sua mãe só estava verificando se eu não era uma má pessoa. Mas ela já confirmou que eu não sou, certo, senhora Nakamura? – ao fazer tal questionamento, a alfa franziu o cenho e mostrou um sorriso forçado em seguida. – Aliás, ela agradeceu pela torta também. - Exatamente. – seguiu a conversa – Damian parece ser um jovem muito... especial. - Está certo... De qualquer maneira, entrem logo. Damian passaria pela alfa sem dizer nada, mas parou rapidamente ao lado dela. Em sua mente precisava deixar claro que de fato não era uma pessoa r**m. - Eu não sei o porquê a senhora está escondendo segredos do Ren, mas quero que saiba que as minhas intenções com o seu filho são as melhores. Porque ele foi a única pessoa que me aceitou e aceita como eu sou, por esse motivo eu quero o bem dele. - Nós conversaremos melhor sobre isso em outro momento – falou a alfa pegando a caixa com a torta – Vamos entrar antes que o Ren fique ainda mais bravo comigo. Damian deixou a mais velha entrar, mas não pode deixar de achar a situação um tanto engraçada. Pelo que havia notado, Ren, era quem estava no topo da hierarquia daquela casa, já que sua mãe parecia ter um coração mole com o que se relacionava ao filho. Mas ainda assim, o que ela havia dito mais cedo o deixou em alerta. No tempo que se passou, Kyoko se surpreendeu com o quanto Ren não parava de falar sobre a sua semana na escola, claro que Damian estava envolvido na maioria das situações. Apesar dos alfas terem trocado algumas farpas quando se viram, eles perceberam que tinham algo em comum, apreciar a animação do ômega. - Queria que falasse mais sobre os dias na escola como agora... – Kyoko falou com uma voz melancólica – Você nunca comenta muito sobre isso, só diz que “foi legal”, ou então “o de sempre”, mas o que diabos isso significa? Por esse motivo eu acabo ficando preocupada. - Mãe... - Eu posso garantir a senhora que o Ren terá um ótimo ensino médio. – dizia Damian – Eu farei com que ele se divirta bastante. O Chris e a Hana também farão com que os dias dele sejam sempre divertidos. - É mesmo? Fico aliviada de saber que o meu filho conseguiu ótimos amigos. – a alfa mostrou um sorriso mínimo – Mas quem diria, não é mesmo? Eu não sabia que o dono da KG tinha um filho, ainda mais com a mesma idade que o Ren. Por que não me disse isso antes querido? - Por que de repente a senhora parece estar tão interessada em mim? Por acaso conhece o meu pai? – questionou vendo a expressão da alfa ficar um tanto séria – Acertei? - Como ela não conheceria? – Ren falou – Ela vive falando dessa marca. Minha mãe acha as coisas muito bonitas, parece obcecada. – dizia voltando a comer o seu bolo de chocolate. - É mesmo? Pelo visto meu pai é bem famoso... – soou sarcástico. - Ren! – a mãe do ômega advertiu e suspirou em seguida – Não é legal ficar expondo a sua mãe desse jeito sabia? E eu não estou obcecada, só falo que irei te dar algo dessa marca de presente, apenas isso. – tentou se explicar. Damian ainda continuava curioso, sentia que não devia ser só isso. Ela poderia ter negado logo de cara com a pergunta feita anteriormente. - Estou cheio. – declarou Ren – A senhora exagerou na comida, mas como sempre estava uma delicia! - Diz estar cheio, mas comeu três fatias do bolo, mais de três pedaços de pizza e também as empadas. – dizia Kyoko – As vezes penso que tem um buraco n***o no lugar do seu estômago, sabia? Ao dizer isso, viu o alfa se preocupar em limpar o canto da boca de Ren com o próprio polegar e ficou surpresa quando viu a expressão no rosto do próprio filho. Com o cotovelo sobre a mesa, descansou a cabeça em uma das mãos e ficou analisando os dois. Parecia que de repente Kyoko não estava mais presente. Era um mundinho só do Damian e do Ren. - Não precisava ter feito isso. – o ômega falou envergonhado – Eu mesmo poderia ter limpado. – dizia olhando para o alfa – Não sei o porquê comeu o bolo, você disse que não gosta de doces. O canto da sua boca também está sujo... - Então limpe para mim, Ren. – pediu e o outro o fez com toda a delicadeza – Aliás, eu disse que não gostava muito, ainda mais pela manhã. Mas está de tarde e sua mãe se esforçou fazendo ele, então obviamente eu não podia deixar de comer ao menos uma fatia, não acha? – questionou próximo do ômega. - Vocês... Estão namorando? – a alfa foi direta, chamando a atenção dos dois que a olharam surpresos – Do jeito que estão agindo agora parecem estar. - Nós deveríamos então? – o alfa rebateu apenas para saber qual seria a reação dos dois. Ren ficou com o rosto ruborizado, tanto que até abaixou a cabeça e se encolheu na cadeira, enquanto Kyoko, acabou perdendo um pouco do seu autocontrole e deixou seus olhos tomarem a cor vermelha por alguns instantes. Só faltou rosnar para demonstrar a discordância sobre esse assunto. - Você tem muita coragem, não é jovem Damian? Dizer uma coisa dessas com tanta tranquilidade na minha frente. Se estivesse na minha época, com certeza já teria sido expulso da minha casa, mas como agora os tempos são outros... - Exatamente. Que bom que a senhora é uma pessoa compreensiva e de mente aberta. Se minha mãe estivesse viva, com certeza eu iria querer que ela se parecesse um pouco com a senhora. – disse com a intenção de provocar a alfa, mas acabou surtindo um outro efeito. Kyoko que tinha uma expressão de desaprovação para o outro alfa, mudou para uma de estranheza. - Sua mãe faleceu? – perguntou. Damian acabou sendo pego de surpresa. Ele percebeu que havia cometido um erro ao comentar sobre isso, porque Kyoko, não sabia que os seus pais verdadeiros haviam falecido. Sem saída, ele precisou pensar em uma resposta que o tirasse daquela situação, mas nada lhe veio a mente. Porém naquela mesa tinha uma pessoa que sabia um pouco da sua verdade. - Delfim! – soou o ômega como se tivesse descoberto um grande segredo. Os alfas olharam para ele sem entender. - Delfim? – Kyoko repetiu confusa. - Na peça do teatro a historia contava sobre dois lobos e um deles tinha os olhos da mesma cor que a flor delfim. Eu me lembrei agora que a cor dessa flor é roxa. Que coincidência, não acham? – riu meio nervoso – Esse lobo era amado pelos outros animais da floresta, mas ao contrário de mim que aparentemente tenho a cor dos olhos parecidas, sou visto como alguém estranho. Ainda mais por causa do meu cabelo. - Não diga uma coisa dessas Ren! – a mais velha o advertiu – Você é u- - Especial. – Damian a cortou – O seu cabelo e os seus olhos te tornam único. Eu já te disse isso várias vezes, o quão eu te acho bonito por ter essas características. A sua mãe com certeza deve te dizer isso desde pequeno, e as mães nunca mentem, certo? – dito isso direcionou o olhar para mais velha que ficou sem saber o que dizer – Então por favor Ren, não faça uma comparação dessas nunca mais, está bem? As pessoas que gostam de você não ficam contentes ao ouvir de você essas coisas. - É como ele disse, filho.
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