A queda de Diana.

5000 Palavras
Stefano: Com um aperto infernal no coração, a deixei na George Washington e fui para o carro, Willian não sai do meu pé então quero fazer com que esse tempo passe logo, sinceramente não sei se vou conseguir ficar tranquilo estando longe dela, ainda mais sendo obrigado a cortar os laços que temos, isso só piora tudo. Eu sei que ele só quer me usar como uma carta na manga caso seja necessário, a única coisa que não entendo é porque a Diana seria um problema para ele ou até mesmo para mim, eu espero poder descobrir isso um dia... Viajando em meus pensamentos começo a me lembrar daquela conversa com o Willian. A pouco tempo atrás... “- Queria me ver? - Pergunto. - Quero falar com você a respeito da Diana, sabe que eu me preocupo com vocês dois, não é? - Meu pai responde com uma voz cínica. - Vá direto ao ponto, me diz o que você quer? - Pergunto novamente. - Você não se preocupa com nada além de si mesmo e agora vem com essa? - Quero... Te oferecer uma ajuda, uma saída talvez, gostaria muito que você viesse comigo e cumprisse com seus deveres... Você é da família assim como eu... - Essa baboseira de novo não... - Retruco interrompendo-o e em seguida reviro os olhos. - Então ao menos escute o que eu tenho para te falar... Posso te ajudar a proteger a moça. - Com essas palavras ele consegue enfim, a minha atenção. - Mas você terá que cumprir seus deveres, sabe bem de quais eu estou falando. - Afirma me desanimando em seguida. - O que você quer dizer com ajudar? - Pergunto curioso. - Quero oferecer a ela segurança, para livrá-la do irmão psicótico e ajudá-la a ter uma boa vida não deixando faltar nada a ela. - Ouço isso, mas não acredito que ele queira ajudar de verdade. - E se eu recusar? - Aí eu a mat**ei na sua frente... - Eu não farei nada do que você quer desista disso de uma vez! Você não entende que eu não me vejo fazendo essas coisas? Não me vejo brincando com a vida das pessoas... Não tenho coragem para mac**car nem um inseto... - Não criei você para ter que ouvir isso, faça o que eu estou mandando ou perderá a menina para sempre! - Aumenta o tom de voz para mim, o que consegue me deixar com raiva. - Você decide o destino dela... - Toque num fio de cabelo dela e eu me m*to, já que quer tanto me levar para esse lugar, eu vou querer saber o que fará sem mim para ser o seu cordeiro de sac***ício. - O interrompo. - Você não tem mais o Luca, por isso que está no meu pé desde que eu completei a p***a da maior idade! - Finalizo a conversa sem esperar resposta e me retiro da sala.” - Meu filho... - Me chama tirando dos meus pensamentos. - Melhor não me chamar assim... Você perdeu esse direito. - Bufo e não tiro os olhos da janela do carro. Me despeço da Diana pela última vez. - Stefano, não fale assim com seu pai! - Minha mãe interrompe meus pensamentos tentando passar pano para ele. - Digam os dois, o que mais querem de mim? Estou fazendo o que me pediram, eu tirei a Diana do seu caminho, se é que ela representa algum problema e agora você está me prendendo aqui para que? Se você quer me torturar me avisa de uma vez. - Digo irritado. Sinto o telefone vibrar, pela quantidade de mensagens suponho que possa ser ela, eu não consigo parar de pensar nela e como ela vai se sentir quando se tocar que não irá mais receber respostas. Eu devia ter contado, independente do que pudesse me acontecer, eu devia no mínimo ter saído depois de contar a ela e não ser esse filho da p**a saindo assim. Sou um cretino por ter aceitado essa loucura. O caminho está sendo um completo tédio... Literalmente sem nada para fazer, não posso tocar no meu celular, se não, eu não vou aguentar e vou respondê-la. Máfia... Só mais uma baboseira que Willian inventou para me colocar no bolso dele, não quero entrar para esse mundo porque sei que não vai ter volta, mas que escolha eu tenho? Eu não me vejo machucando pessoas, não me vejo manipulando pessoas, não consigo ferir alguém, estou curioso para saber o que ele vai fazer para mudar a minha cabeça. Só o que me resta saber, é se algum dia vou conseguir reencontrar a Diana outra vez. Estou tão desligado do mundo a minha volta que nem percebi que já chegamos no aeroporto. - Filho, tá tudo bem? - Minha mãe pergunta preocupada. - Estou ótimo mãe! Não tá vendo como estou contente? - Mais respeito com sua mãe moleque! - Grita me interrompendo. Não segurei a minha raiva ao agarrá-lo pela gola de sua camisa, jogando-o contra a porta do carro e apertando seu pescoço. - Escuta aqui seu ve*me! Para de me incomodar, eu já estou fazendo o que você quer, DIGA O QUE MAIS EU TENHO QUE FAZER PARA FICAR EM PAZ!? - Pergunto gritando mais alto. - Tá... Tá! Nós te deixaremos em paz! - Fala ofegante. - Filho para tá sufocando ele! - Sinto meu braço ser agarrado pela minha mãe, mas não dou atenção. - Ótimo! Sai do carro sem nem pegar as malas, percebi que Luca estava a nossa espera, mas apenas o ignoro passando reto, sem dar a mínima para a presença dele, só o que consegui ouvir depois de entrar no avião, foi Willian pedindo mais um soco da minha mãe. Comecei a fingir um cochilo para tentar no mínimo ter uma viagem tranquila, estou muito preocupado com a Diana e não consigo tirá-la da minha cabeça, o que será que ela está fazendo agora? Será que um dia ela vai me perdoar quando se tocar que não posso retornar suas mensagens? Espero que nesse voo para Itália eu consiga pensar melhor. - Oi. - Luca se senta do meu lado. - Eu sei que você está fingindo cara! - Afirma dando um tapinha no meu ombro. - O que você quer? Não estou com paciência para nada... - Posso te ensinar tudo que eu sei. - Diz me interrompendo. - Para te ajudar contra... Eventuais "brigas"... Eu sei o que está pensando, sei que você está querendo m*tar o Willian pelo o que ele te fez e eu posso te ajudar com isso se quiser... Claro, estou te dando um passe livre para arrebentar ele quando quiser, mas não quero que você vire um deg***rado como eu. - Diz sorridente. Luca serviu no exercito, mas por conta do Willian ele se aposentou cedo, simplesmente ele não permitiu que Luca voltasse para servir o país. Desde que voltou, ele aprendeu muita coisa, sabe brigar usando diferentes estilos de luta, é faixa preta é 3 modalidades que eu consigo me lembrar, já o restante é demais para minha cabeça. Eu me lembro que ele se metia em brigas de rua só para entender o que se passava na cabeça dos valentões do bairro... O que aconteceu de verdade para ele se voltar contra o Willian também, foi ele ser "vendido", para uma "máfia" rival por conta de uma dívida que o Willian tinha com aquelas pessoas e pela gravidade do problema parecia ser coisa grande... Eu não sei ao certo o que houve porque, pelo o que o Luca me disse, esse pessoal ainda tem raiva do Willian, mesmo depois dele ter pago a dívida com a vida do próprio filho... A parte engraçada disso tudo é que meu irmão ficou pior, ele é um baita de um deg***rado e essas pessoas deixaram que ele descontasse sua raiva em quem cruzasse o caminho dele, diferente de mim, ele mete a po**ada nos outros sem piedade. - Ainda está ai? Terra chamando maninho. - Acordo de um transe ao ouvir sua voz e ver a sombra de sua mão passando sobre meu rosto. - Você decidiu ou me dirá depois? - Pergunta. - Eu topo. - Digo sem pensar duas vezes. - Maravilha! Só vou te pedir 1 dia, assim que pousarmos eu preciso resolver umas coisas e assim que eu acabar irei para casa para conversar com você. - Afirma. - Eu só queria te fazer mais uma pergunta, posso fazer alguma coisa para ajudar vocês? - Pergunta aflito. - Não pode fazer nada! - Willian entra na conversa sem ser convidado. - Eu falei com ele, você não vai querer me ver irritado aqui dentro. - Ouço a provocação do Luca e sinto medo de sua voz. - Deixa, deixa, conversamos em casa. - Interrompo-o, antes que eles possam brigar aqui dentro, embora, o Willian mereça uma boa surra, eu não quero que aconteça aqui nesse avião que nem está no chão ainda. Após o meu pedido Luca se acomoda na poltrona e fecha os olhos para dormir, permaneci encarando o Willian que ainda está nos olhando, mas também me acomodei para poder dormir. Diana: O primeiro dia de aula foi complicado, tentei fazer amizade com uma moça, a Maria, ela tem a minha idade, é uma ruiva sardenta bem bonita, sei que ela curte outra fruta, só pela quantidade de indiretas que recebi dela, chegou a me perguntar se teria alguma chance comigo e eu lamentei muito por decepcioná-la, fiquei tão envergonhada que deixei escapar um "princesa" para ela, com certeza foi por isso que ela se encantou. A semana passou muito rápido e nada de mensagens do Stefano, tento evitar pensar em besteira que talvez tenha acontecido na viagem, mas isso não sai da minha cabeça, é a única coisa que consigo pensar para ele não me retornar. [...] Não tenho notícias do Stefano já faz 1 mês, não respondeu nenhuma das minhas mensagens, não retornou minhas ligações, eu não consigo entender o motivo disso, pergunto-me todos os dias se fiz alguma coisa para isso estar acontecendo. Ando tentando criar coragem para enfrentar meus medos estando sozinha, mas parece que está mais difícil, morro de medo de acabar esbarrando no Thomas por aí e isso está me deixando par**oica com tudo. Estou recebendo ligações da minha mãe todos os dias, parece que eles descobriram que estou sem proteção e querem voltar a transformar a minha vida num inf**no de novo, óbvio que não vou dar nenhuma brecha, mas se resolverem vir até aqui, será difícil para me esconder. Nas aulas estou ficando mais tranquila, pois graças a ajuda dos professores consigo me concentrar mais, sem os joguinhos emocionais da minha mãe e sem o controle do Thomas, não terei problemas com essa faculdade, eu espero... Graças a Deus, hoje é sexta-feira, estou andando por aí feito um zumbi desde cedo, a noite passada não foi nada boa para mim, quase não dormi por conta do barulho vindo do quarto ao lado, agora só quero me deitar na cama e dormir o fim de semana todo. Voltando para o quarto depois de uma manhã cansativa, vi que todos foram para o lago onde aconteceria uma festa hoje, na qual eu recusei tantos pedidos que nem consigo contar, de qualquer forma poderei dormir em paz eu acho... De repente sinto um frio na espinha quando vejo a minha porta aberta e a chave na minha mão, engulo a seco quando penso quem pode estar ai dentro, mas se for alguém da escola explicará o motivo de ter uma chave reserva, estou rezando para que seja uma faxineira... As coisas estão todas no lugar, não tem nada faltando, porém, assim que jogo minha bolsa na cama, me assusto ao ouvir a batida da porta e me deparar com o Thomas no reflexo do espelho. Por que Deus? Por que dessa vez não é algo da minha cabeça? - Estive pensando que você não voltaria para cá hoje... - Fala enquanto tranca a porta. - O que faz aqui Thomas? Quem te deixou entrar? - Pergunto tentando esconder o medo que estou sentindo. - Vim te colocar no seu lugar Diana. Acha que me esqueci do t**a que você me deu? Por que não me dá outro igual sua va**a!? - Grita batendo em meu rosto. Esse t**a foi tão forte que me deixou atordoada, não tenho forças para enfrentá-lo, a pouca coragem que tive para respondê-lo, o deixou ainda mais nervoso, ele nunca gostou de ser contrariado. Com uma dor de cabeça insup***ável, tento levantar o rosto, mas sou pega pelos cabelos e arremessada na cama. - Thomas por favor para. - Peço implorando a Deus que alguém apareça enquanto tento fazer o s**gue do meu nariz parar. - Vou parar quando eu quiser e vai ser pior se você gritar. Ele começou a desferir socos contra a minha barriga, socos que ficam mais fortes a todo momento, a medida que comecei a ficar sem ar ele subiu para o meu rosto, com t**as fortes e mais socos que tiraram parte da minha audição, muito tonta, consigo sentir que meu ouvido direito está quase acabado, mas ele não para... Num impulso para tentar sair desse inf**no, consigo pegar um vaso do lado da minha cama e o acerto em cheio, tirando ele de cima de mim, deixando livre o caminho até a porta. Enquanto ele se contorce com dor no chão, tento correr até a porta, ignorando toda a dor que estou sentindo, mas para me fe**ar mais ainda, sou puxada de volta para o chão e novamente ele volta para cima de mim. - MA**ITA! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME FERIR!? - Grita. - Eu te imploro Thomas, me deixa ir por favor. - Você lembra do que eu te disse naquele hospital, não é? Eu detestei a forma como ele te tocou e agora eu vou te fazer pagar por ter deixado acontecer... - EU NÃO DEIXEI, ELE QUE ME TOCOU! - Solto um grito desesperado em meio a tantas lágrimas. Meu rosto está cortado, consigo sentir por conta do choro que cai sobre esse corte. - É feio mentir irmãzinha. Vou te ensinar a nunca mais fazer isso de novo. [...] Stefano: Não consigo acreditar que já se passou 1 mês... Ela parou de me mandar mensagens depois de perceber que não receberia retorno algum... Luca tem me ensinado muitas coisas, Willian o detesta quando está comigo, mas ele só ignora e continua me ajudando, ele meio que virou meu mestre. Estou na varanda olhando para o céu estrelado enquanto viajo em meus pensamentos, do nada algo me traz de volta para a Terra, meu coração está apertado, minha respiração está ofegante e o aperto se intensifica quando olho a foto da Diana no papel de parede do meu celular... Preciso ligar para ela, quero saber se está tudo bem, mas como farei para ligar sem ser pego? Esse pitbull maluco no meu pé tem me limitado a muitas coisas. Marcos é o novo segurança que o Willian me deu, não tenho ideia do motivo, agradeço muito por ele ser tranquilo, os últimos o Luca os dispensou... Andei até a porta do meu quarto, infelizmente não estou sozinho, ele com certeza percebeu que estou nervoso. - Pode me dar licença por favor? Preciso tomar banho. - Sim senhor, estarei lá fora caso precise de mim. - Como se pudesse acontecer algum desastre natural vindo de um banheiro... Tranquei a porta e pulei a janela, estou me afastando o máximo que posso da casa para ninguém me ver, disco o telefone dela desesperadamente, fiquei par**oico depois de ver um pedido de ajuda vindo dela, mas infelizmente por ligação eu não tenho resposta, parece que ela mesma não está deixando o telefone tocar. Tentei mandar inúmeras mensagens, mas também não tenho nenhuma resposta, o aperto no meu peito se intensifica ainda mais quando ela me retorna, dizendo que não quer falar comigo, decido então, voltar para casa, porém, a insegurança não sai da minha cabeça, peguei uma camiseta, vesti uma calça de moletom e sai a procura do cão de guarda. - Marcos, meu pai tá em casa? Preciso falar com ele. - Pergunto. - Está no escritório senhor, gostaria que eu o chamasse... - NÃO! Quer dizer, não precisa, eu vou até lá. - O interrompo. Preciso tentar, talvez se ele me deixar ir até lá, conseguirei descobrir o que houve, essa ma**ita consciência pesada tá me deixando louco... Vou tentar pedir e se ele recusar, eu irei do mesmo jeito, f*****e as ameaças dele... Cheguei na porta da sala e escutei barulhos nada agradáveis, me vem em mente o que tá acontecendo, mas entro sem me importar com nada que eu possa acabar vendo... Eu não queria ver meus pais se pegando, mas vamos lá né, os chamo repetidas vezes, faço barulhos, bato na mesa e nada de ser notado, então talvez assim dê certo... Jogo um vaso da minha mãe no chão e assim consigo a atenção que eu queria. - Mas o que é isso!? O que faz aqui filho? - Pergunta toda assustada. - Não consegui desgrudar vocês de nenhuma maneira convencional... - Digo dando de ombros. - Me deixem ir ver a Diana por favor, alguma coisa aconteceu a ela e não consigo contato. - Peço, fazendo a pergunta para os dois, para ver se Willian não recusa. Minha mãe se levantou para juntar os cacos do vaso quebrado, deixando Willian com a cara toda suja de batom me olhando com raiva. Já estou esperando um NÃO como resposta, mas dessa vez, estou louco para caçar uma briga. - Deixo, mas com uma condição... - Farei qualquer coisa. - Falo sem pensar. - Começará a cumprir o seu dever com a nossa família. - Era isso que eu não queria, mas para vê-la eu farei qualquer coisa. - Eu aceito! - Afirmo. - Perfeito! Comprarei uma passagem para você ir amanhã... - Eu preciso ir hoje, por favor pai! - Peço interrompendo-o. Dá para ver como estou desesperado, até o chamei de pai, só quero ir o quanto antes. - Ok, ok, sem estresse... Vou ligar para o meu amigo, verei se ele pode te levar agora, enquanto isso vá arrumar suas coisas, te darei 3 dias, vá, resolva o que precisa e se despeça dela de uma vez, não terá outra chance. - Balanço a cabeça freneticamente, recebo permissão para sair da sala e saio correndo para o quarto para arrumar uma mala pequena. Meu celular não para de tocar e está cheio de mensagens dela. “Preciso de ajuda” “Foi sua culpa” “Eu preciso da sua ajuda” Ainda continua sem atender as minhas ligações e também não responde as minhas mensagens, estou com medo. As mesmas mensagens se repetem, o que me faz pensar que não é ela quem está fazendo isso, não é ela que tá mandando essas coisas, eu sei que não é, minha mãe entra no quarto e me pega em uma crise. - Filho, o que houve? Você está pálido. - Minhas mãos estão tremendo, não consigo falar, apenas passo o celular para ela ver. - Stefano, você já está indo para vê-la, assim que chegar lá verá que não aconteceu nada, eu espero... Willian, me dá a bombinha de asma dele... Está aí na gaveta... Aqui está filho, tem que se controlar, se aconteceu alguma coisa, ela vai precisar de você. - Ela acabou de falar não houve nada... - Isso mesmo, você tem que estar 100% para ela, agora vai, Marcos irá com você. Sem dar nenhuma palavra peguei minhas coisas e fui para o carro, a viagem vai ser bem longa. Eu tentei dormir, mas não consegui pregar os olhos. Nós chegamos em Washington bem cedo, ainda está amanhecendo, o Marcos queria tomar café, porém, estou apressado, pedi para me levar para universidade logo, depois ele pode ficar numa padaria o tempo que quiser que eu não vou me importar. Logo na entrada da universidade, percebo que algo está acontecendo, a movimentação de pessoas, viaturas da polícia e uma ambulância que acabou de sair às pressas daqui, me deixa muito nervoso... Sinto meu peito doer novamente então saio do carro e começo a correr em direção ao dormitório da Diana, a aglomeração que vejo na porta do quarto dela me deixa ainda pior... - Oi, sabe o que aconteceu aqui? - Pergunto desesperado. - Uma jovem foi atacada, sinto muito rapaz, mas estamos trabalhando. - Responde o policial que está parado na porta. - Você! - Chamo o rapaz aleatório no meio desse monte de gente. - Sabe quem é a jovem que foi atacada? - Não tenho ideia, acharam muito estranho ela não aparecer nas aulas, então mandaram procurá-la, só isso que eu sei. P***a! Assim dificulta minha situação, ninguém sabe me dizer o que houve aqui e o meu desespero para saber da Diana só aumenta. “É tudo culpa minha” Depois da manhã conturbada, vim para um hotel e estou olhando para o teto a algumas horas enquanto espero Marcos aparecer com alguma notícia, me sinto culpado, muito culpado, mas essa culpa está se transformando em ód*o, meu corpo está fervendo e num surto começo a quebrar tudo no quarto enquanto minha mente é inundada por pensamentos r*ins. “Ela não vai me perdoar” “Eu a perdi para sempre” “Eu me od**o” “Ela se foi e a culpa disso é sua!” - NÃO! NÃO É CULPA MINHA! - Grito pensando que estou sozinho. - Mas o que você está fazendo Stefano!? - Marcos me pergunta entrando no quarto se desviando de um quadro que joguei na direção dele. - Fazendo bagunça não tá vendo!? - Respondo enquanto derrubo os quadros da parede. - Vamos embora daqui antes que percebam... - Encoste em mim e eu arrancarei suas mãos! - O choro me consome aos poucos, mas não consigo parar de quebrar as coisas. - Eu sou o responsável pelo o que aconteceu com ela! A M**TE DELA FOI CULPA MINHA! - Venha, vamos para casa... [...] Diana: Acordo no chão com muita dor, meu rosto está difícil de ser reconhecido, meu corpo está muito mac**cado, quase não consigo abrir os olhos, minha audição ainda está comprometida, ouço muito pouco de um ouvido, eu não consigo me sentar e também não tenho ideia de quanto tempo estou assim, eu quero mo**er... Tento buscar o meu celular pelo quarto todo destruído, mas não o encontro, com certeza o Thomas o levou... Pego um caco de vidro no chão e sem pensar r**go meus pulsos, vejo o s**gue jorrar, mas não sinto nenhuma dor, pois a vida já me esgotou, sem gritar, porque segundo o Thomas não é legal gritar, observo mentalmente como eu perdi tudo diante dos meus olhos, deixei a minha felicidade escapar por entre meus dedos, agora, sinto que com todo o s**gue que estou perdendo rápido, finalmente vou me livrar desse so***mento. “Sempre irei te amar Stefano” - Meu Deus! Chamem uma ambulância rápido! - Ouço um estrondo na porta e uma voz histérica se aproximando de mim. - Diana, Diana por favor não fecha os olhos! Me*da! “A luz está ficando mais distante de mim, eu imploro, me deixa mo**er dessa vez por favor! Não tenta me salvar, Deus estou delirando...” Dias mais tarde... Acordo após sentir um desconforto no meu braço, mesmo com a luz me incomodando, consigo ver um médico aplicando alguma coisa na minha veia, algo que parece fazer minha dor de cabeça piorar... Entro em desespero ao me lembrar do que aconteceu, mas outro médico percebe e corre até mim com um comprimido na mão, dizendo que isso vai me acalmar, os cortes atingiram meus tendões, por isso não consigo sentir minhas mãos direito... Depois do coitado do médico ter que me dar o comprimido na boca, eu rapidamente sinto meu corpo adormecer e o sono toma conta de mim outra vez. Não sei mais se estou dormindo ou não, ouço vozes, vejo pessoas, mas não consigo ver o rosto delas, é como se eu estivesse revivendo um acontecimento antigo. De repente, essas pessoas sem rosto começam a rir de mim, tapo meus ouvidos para dar fim a um barulho inf**nal, porém, uma voz conhecida me leva para o quarto onde fui espa***da e vio****ada pela última vez... - NÃO! - Grito assustando o médico que aparentemente está me acompanhando. - Não deixa ele me pegar de novo por favor! Por favor! - Calma, calma! Isso foi só um sonho! Ninguém vai te pegar. - Respondeu me dando um abraço. - Tá tudo bem Diana, você está segura aqui. - Mentira, é o que todos dizem, mas eu nunca estarei segura enquanto o Thomas estiver vivo! - Grito alterada. - Esse indivíduo já está preso. - Fala com uma voz firme. - Mentiroso! - Retruco histérica. - Não estou mentindo, devido as provas que encontraram na cena do crime e tudo que passamos para a polícia, ele ficará preso por um bom tempo. O Thomas preso? Isso não está entrando na minha cabeça, mas se for verdade, eu finalmente estou... Livre? O médico não para de fazer exames em mim, mesmo ainda estando muito mac**cada, não paro de pensar na possibilidade de sumir daqui, não quero nunca mais ter que voltar para cá. Os dias estão passando muito rápido e só o que tenho para reclamar é que a comida desse lugar é ho**ível... Por que a comida de hospital sempre tem que ser r*im? Por causa do e*****o, os exames não me dão um pingo de paz, confesso que sinto um pouco de medo por talvez ter acontecido algo mais sério comigo, porém... Pensamento positivo pelo menos uma vez na vida. Jonathan, o médico que está me acompanhando desde que cheguei aqui, sempre se aborrece me examinando, segundo ele, saber que o responsável por isso é o meu irmão, o deixa muito nervoso. Estou ansiosa para voltar a estudar, quero pedir uma transferência para outra faculdade e o Jonathan disse que o hospital poderá me ajudar quanto a isso. O acompanhamento com a psicóloga Claudia e a irmã Dulce também está sendo de grande ajuda para mim, sinto que não estou mais lutando sozinha, inclusive, achei que veria as duas hoje, mas foi Jonathan que apareceu com uma outra médica que não conheço. Percebi que nesse tempo que estou aqui, meus s***s estão diferentes, é como se estivessem crescendo, como estamos no fim do mês, também notei que minha menstruação não desceu, estou sentindo náuseas e cólicas abdominais, porém, o que está me preocupando mesmo é o atraso menstrual, espero que eles tenham alguma coisa boa para me falar. - Então John, sabe me falar porque ainda estou tão doente? - Pergunto esperançosa e com um sorriso largo no rosto. Embora eu esteja feliz e esperando alguma notícia boa, percebo que o John não está feliz da mesma forma, ele está de cabeça baixa, quase não olhou para mim desde que entrou, a outra moça também parece estar triste com algo, Deus lá vem bomba... - Eu não consigo... Conta você, desculpa Diana. - John responde triste e vira as costas. - Mas o que aconteceu? - Pergunto. - Diana... Me*da! Realmente é difícil te dizer uma coisa dessas ainda mais sabendo o que você passou. - Meu Deus me diz logo, tá me assustando! - Você está gravida. - Meu sorriso foi destruído em segundos... - O... Que? Isso não pode ser verdade... Entrei novamente num transe... Perdida em meus pensamentos, com medo, sem forças outra vez, começo a chorar desesperada... Estou me afogando, não tenho força para dizer nada, novamente sou encurralada por essa m**dita vida onde eu sempre penso que nada pode piorar, porém, sempre piora, sempre o mundo cai sobre mim e agora... Finalmente o Thomas conseguiu me m*tar. Num impulso, r**go os curativos e começo a me mac**car com as minhas próprias unhas, tentando fazer que as feridas dos meus pulsos voltem a san***r, mas depois de conseguir o que quero, sou barrada por vários médicos. Vendo a minha reação e o que fiz, aplicam em mim um sedativo que dessa vez, parece ser bem forte, meu corpo está ficando mole, pelo visto não vou demorar para desmaiar. - Me m*ta pelo amor de Deus John, me m*ta... - Durma, vamos conversar quando estiver mais calma. - Se não... Fizer... Farei eu... - Sem forças para continuar, eles finalmente me derrubam. No dia seguinte... Acordo com uma dor de cabeça inf**nal, mas dessa vez, estou amarrada na maca, meus pulsos estão com curativos novos, meus braços bem presos e isso está me incomodando, não vão me deixar sair daqui desse jeito. Jonathan entra na sala com remédios nas mãos, estou me sentindo tão para baixo que nem tenho vontade de chamá-lo, porém, a outra médica que me deu a notícia desastrosa entra na sala também, mas ela vem até mim com uma prancheta nas mãos. - Você acordou! Desculpe por mandar te prender, mas você demorou muito para parar de se debater. Sem dizer uma palavra, permaneci encarando a moça, que não tem culpa nenhuma dessa des***ça, porém, não consigo segurar, a vontade que tenho de me m*tar nesse exato momento, a deixo falando sozinha, pedindo, implorando a Deus que me deixem em paz. A única notícia boa que me trouxeram é que serei transferida para uma faculdade da Itália, porém, entrarei no meio do semestre por conta dessa m**dita gravidez, lá serei acompanhada por outros médicos, mas isso é o de menos, antes eu queria ser transferida para tentar mudar a minha vida, agora já não me importo mais, se algo me acontecer no caminho para lá, só me deixará mais feliz de finalmente poder conhecer o meu criador.
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