Segredos.

4999 Palavras
Stefano: Acordei hoje com baita dor de cabeça e o dia m*l começou... Tomei uma ducha fria para despertar, em seguida vim fazer a barba, estive tão desanimado por esses dias que até me esqueci que não posso ficar parecendo um mendigo, a barba estava por fazer e o meu cabelo tá enorme. Dava pra resolver isso hoje, que era para ser meu dia de folga, mas infelizmente não vai rolar. Fiquei extremamente decepcionado quando vi os pedidos do Monte Carlo, aparentemente eles precisam de mim, sabe-se lá para que... Sei que até o fim do dia eu vou acabar decidindo mandar o Carter, como sempre faço, detesto lugares lotados. - Bom dia senhor. - E falando dele... Bancando o desastrado, acabei me cortando sem querer. - Me desculpe, não quis atrapalhar. - Bom dia Carter... Relaxa tá tudo bem, mas e quanto a você? Aconteceu alguma coisa para vir até o meu quarto? - Pergunto curioso. - Seu pai está lá embaixo... - Reviro os olhos ao ouvir que ele tá aqui tão cedo. - Ele quer falar a respeito de ontem, posso dizer que já está descendo? - Argh, m***a isso arde... - Retruco limpando o sangue do meu rosto. - O Willian você pode mandar se f***r! - Falo alterado. - Eu posso? - Pergunta. - Eu gostaria muito de fazer isso... - Por isso eu gosto de você, sempre leva tudo que eu digo a sério. - Respondo sorridente. - Eu já vou descer. Assim que a porta é fechada, eu pego a toalha, limpo meu rosto depois de terminar a barba, pego um moletom e vou até a cozinha, preciso de café, hoje vai ser um dia cheio... - Não tem nada melhor para fazer? - Pergunto ao pôr os pés na cozinha. - Bom dia para você também... Quando vai cortar esse cabelo? - Quando você deixar de ser inconveniente. - Respondo enquanto coloco meu café. Meu cabelo está quase passando da minha b***a, mas isso não é da conta de ninguém, detesto que me encham o saco por isso. - O que veio fazer aqui? - Quero saber o que aconteceu ontem, por que deu errado? - Pergunta me fazendo bufar de r***a. Ele sabe que eu od**o questionamentos. E já faço as m***as que ele me pede, para ainda ter que aturar gente enchendo a p***a do meu s**o... - Mas não deu errado, eles aceitaram e até pagaram adiantado, pelo visto seus lacaios não te disseram... - Eles pagaram adiantado mesmo, afinal, depois do estrago que você fez, quem não pagaria, não é? - Pergunta me interrompendo e acrescenta: - Isso não se trata deles avisarem Stefano, se trata dos meus empregados m****rem sempre que cruzam o seu caminho! Eu mandei mais pessoas com você e nem assim conseguiram te segurar... Como conseguiu m***r três dos meus estando sozinho? - Para com isso, fingir que se importa não combina com você, diz o que veio fazer aqui de verdade, sei que veio aqui por outra coisa e não só para me questionar, sabe que eu od**o isso. - Afirmo enquanto bebo um gole do café. - Quero que você pare de m***r eles ou... - Ou o que? Você vai me fazer parar? Deixo você sonhar que um dia vai conseguir... - O interrompo me segurando para não socar a cara dele. - Me diz logo o que você quer vai, me poupa da sua presença. - Ontem eu percebi que umas coisas sumiram da minha sala, gostaria de saber se você tem algo a ver. - Afirma. - Está falando disso? - Mostro a pasta de arquivos da qual ele pergunta. - Vai dizer o que ia fazer com essas fotos? Queria me ameaçar usando a Diana? Por que tem fotos dela com você? - O encho de perguntas sem dar tempo para respostas. - Eu não te devo satisfações garoto, me dê isso! - Pede se levantando da cadeira. - Estou impressionado com a sua valentia Willian, parabéns! Mas eu lamento te informar que na minha casa você me deve sim! Não vai me dizer que aquele acordo era uma mentira todo esse tempo, não é? - Pergunto debochando. - Por que se for... Eu farei você se arrepender do dia em que nasceu. - Faço sinal para os meus homens segurarem ele. - O que é isso!? Me larguem, eu pago a p***a do salário de vocês! - Ordena bancando o dono do mundo. - Não, eu pago o salário deles e o seu também... Agora eu vou te perguntar outra vez, o que essas fotos estavam fazendo nas suas coisas? Responda enquanto eu ainda tenho paciência. - Peço com uma faca muito próxima de seu pescoço. - Eu pretendia te ameaçar com ela. - Afirma com uma voz cínica. - Você por um acaso sabe onde ela está? - Pergunta com um ma***to sorriso cerrado que chama a minha atenção. Eu gostaria muito de ter tido contado com ela, mas fiz o que ele me mandou para evitar perdê-la. Já que essa situação se transformou num jogo, eu vou entrar nisso, vamos ver quem é o mais cínico: - Toma cuidado com as suas atitudes velho, eu posso estar do seu lado te ouvindo e você não tem ideia. - Aviso-o sorrindo maliciosamente. - Vai embora, se está tentando me provocar não vai dar certo. - Peço já dando as costas para ele. - O que? O que você quis dizer com isso? Volta aqui garoto! - Grita me fazendo perder a paciência. - SEU IMPRESTÁVEL EU MANDEI VOCÊ SUMIR DA MINHA CASA! - Me viro gritando ainda mais alto, acertando-lhe um soco em seu rosto fazendo-o ficar de joelhos para mim. - Vocês dois, por gentileza, tirem isso daqui e limpem o chão depois. - Peço e saio a caminho do meu escritório. Talvez assim ele entenda de uma vez que me ameaçar e tentar me fazer de ot***o não vai rolar, o tempo que ele podia fazer isso já foi. Meu escritório tá cheio de coisas para terminar, tem uns dias que os pedidos de venda de armas e drogas não param de crescer, por causa disso, não tenho tido muito tempo para respirar... Como de costume, alguns negociantes pedem para me ver pessoalmente, não sei porque pedem tanto isso, meu rosto não tem nada demais e eu detesto ter que sair de casa só para tratar desse tipo de coisa, no mínimo me chama para uma festa para que eu possa fica chapado a noite toda. Sinto que estou parecendo uma bateria de carro, tomei tanto café forte que nem sei onde arranjei estômago para isso, a parte boa é que estou terminando tudo isso e consegui organizar toda essa bagunça. Ainda tenho visitas para essa semana, liguei e cancelei todas, pelo menos por essa semana eu não posso, quero descobrir o que o Willian está tramando. Pego-me imaginando a m***a que ele tá pensando... Eu sei que ele não queria apenas me ameaçar, tenho certeza que não, o que me tá fe****do com a minha mente é ter pelo menos umas quinze fotos diferentes da Diana naquela pasta e todas parecem ter sido tiradas recentemente. Ando pensando muito no que fez ela se mudar para cá, justo para essa cidade, só de pensar que o Willian está querendo me provocar usando-a como isca me deixa p**o da vida. Infelizmente, alguém me tira dos meus pensamentos quando bate na minha porta. - Entra. - Digo revirando os olhos. - Olá querido. - Oi Anna, meu pai não quis te comer hoje? - Pergunto, sem tirar os olhos do meu trabalho. - Grosso, não tenho falado com seu pai há semanas, tenho uma notícia boa para você... Eu serei direta, dei uma pesquisada e encontrei uma moça chamada Diana Peterson aqui na Itália. - Fala com uma voz séria. - Onde ela mora? - Pergunto sem vacilar - Algumas quadras daqui, vou deixar o endereço dela para você. Sei que a Anna nunca passa informação sem pedir algo em troca, já sei bem o que ela quer de mim, mas eu sempre pergunto para não arrumar problemas. Eu não vou negar, gosto muito da presença da Anna, mesmo ela se vendendo para mim e todos os caras dessa organização... Ela é perigosa, carismática, gentil, muito linda, tem um corpo do c*****o e aqueles m*****os olhos castanhos que me deixam hipnotizado toda vez que ela chega muito perto... Sei que ela cai de amores por mim, mas sabe que eu não quero nada sério, pelo menos não agora. Eu sei que é a minha Diana, mas não posso mostrar que fiquei feliz com isso, a única coisa que pode me dar problema, é o contato do Willian com a Anna, mas dessa vez, nada vai me atrapalhar. - Então Anna, o que você quer? - Me faço de desentendido. - Voltarei aqui hoje à noite gatinho. - Responde com um lindo sorriso malicioso. - Ei, só me liga antes de aparecer. - Peço dando uma piscadinha. - Pode deixar. - Retribui me dando um selinho. Volto a pensar naquele dia que não encontrei a Diana na faculdade e me entristeço quando lembro daquelas mensagens. Tenho vontade de saber se era ela que me enviou ou não, mas se eu a visse na minha frente agora, não teria coragem de perguntar. Eu sei que aconteceu alguma coisa com ela e uma parte de mim se culpa por causa disso, não tive tempo nem para procurá-la aquele dia. Ouço batidas na porta novamente e começo a me questionar se poderei ter um pouco de paz hoje... - Entra! - Peço. - Senhor, preciso te mostrar uma coisa. - Carter entra, corre até minha mesa e me dá uma pasta. - Mas que p***a é essa!? - O questiono com r***a depois de ver a cara do Thomas estampada na ficha. - Alguns contatos me disseram que seu pai pagou a fiança desse individuo, ainda vou descobrir o real motivo por trás disso, mas não era ele quem abusava da própria irmã? - Pergunta. A cada palavra que ouço fico mais nervoso. - Repita isso, quer dizer que esse ser deplorável foi preso e o MEU PAI PAGOU A P***A DA FIANÇA DELE!? - Grito socando a mesa e me levantando da cadeira. - Há também alguns boatos nas ruas, que ele vem oferecendo dinheiro a gangues da cidade para que sequestrem a sua garota, eu ia passar o endereço dela, mas vi Anna saindo daqui, a pouco tempo... - Carter me faça um favor, leva isso até a Diana para mim, certifique-se de que ela recebeu, me entendeu!? - O interrompo dando a ele um cartão. Avisará que estou indo atrás dela. - Considere feito senhor! Logo que ele sai, começo a andar de um lado para o outro, sentindo meu sangue ferver, sei que não posso fazer nada de cabeça quente, porém, estou tentando juntar as peças, se Willian estiver envolvido com o Thomas, quer dizer que ele não cumpriu com nada do nosso acordo? P***a! Eu preciso de mais provas para jogá-lo contra a parede, mas se isso for verdade, eu vou m*****o com as minhas próprias mãos, farei isso bem devagar, para que ele sofra e me implore para m***er. Estou sentindo meu peito doer, como da última vez que tentei entrar em contato com a Diana... Tem gente atrás dela, eu sei disso, não posso deixá-la de novo. Pensando em inúmeras besteiras, pego a chave do carro, o endereço dela e vou até a minha garagem, se eu der sorte, ninguém tentará nada contra ela até eu chegar. Diana: O tempo passou tão rápido... Aquela criança faria 1 aninho daqui quatro meses... Mesmo sendo filha de um e*****o, ela não teve culpa de nada, Deus apenas não quis que ela sofresse aqui e a levou para perto dele. Ainda sonho com ela todas as noites, as vezes sonhos, as vezes pesadelos, eu queria ter deixado ela em um orfanato, para que ela pudesse ter tido a chance de encontrar uma família de verdade, mas isso não foi possível. Se não fosse a Lúcia, minha melhor amiga, eu já não estaria mais aqui para contar... Mesmo me culpando por tudo que houve, venho tentando pensar positivo, pela primeira vez na minha vida, tem dado certo. Stefano também nunca saiu da minha cabeça, algo em mim sabia que ele não voltaria, mas eu ainda tentei ser otimista... Ele simplesmente sumiu, chegou um momento em que eu só cansei de esperar, tentei me dedicar aos meus estudos para esquecê-lo, mas essa foi a tarefa mais difícil que eu tive que cumprir. Graças a Deus, aqui na Itália é muito tranquilo, quer dizer... Pelo menos no bairro que moro com a Lúcia é bem tranquilo... Estamos quase nos despedindo de outro ano, por isso tenho mais tempo livre, assim não preciso me jogar de cabeça nos livros o tempo todo e graças a melhora das minhas notas, eu posso manter a minha cabeça ocupada com outras coisas para que os problemas me deixem em paz. Os pesadelos não me deixaram dormir muito bem na noite passada, então decidi levantar e me preparar para fazer uma boa caminhada, a manhã está perfeita para andar bastante. Fiz um café bem forte para acordar, e lógico que se eu não dormir, os outros também não dormem, chamei minha amiga para me fazer companhia: - Lúcia por favor! Só vamos fazer uma caminhada, não vamos para uma festa. - Falo tentando apressá-la. - Dá um desconto vai, você me acordou cedo num sábado. - Resmunga a velha gaga enquanto desce as escadas. Por um momento, me lembrei do Stefano, naquele dia do passeio da mãe dele, que passamos praticamente varados, sem dormir nada a noite toda. - Deixa de ser preguiçosa e vamos logo. - Peço me segurando para não rir, a cara de preguiça dela é muito fofa. - Vai ir na festa comigo hoje né? Tem um cara lá que tá doido para te conhecer. - Diz se fazendo de boba. Ela sabe muito bem que eu não quero nada com ninguém. - Não Lúcia, obrigada, você sabe que não quero nenhuma dor de cabeça... - Se não for comigo eu voltarei para minha cama. - Me interrompe fazendo chantagem. - Poxa Diana, se tem que sair um pouco de casa, por favor, faz isso por mim vai! - Diz fazendo biquinho para mim. - Que coisa Lúcia, assim não vale! Eu vou, mas quero que me deixe em paz depois disso. - Digo forçando a voz mais firme que consigo. - Eu te amo amiga! "Sei..." - Agora dá para ser mais rápida aí? Quero sair ainda hoje. - Peço, implorando a Deus que ela se apresse. O milagre de tirá-la de casa aconteceu, mas eu já estava perdendo a vontade de sair. Estamos indo até a praça, não é muito longe daqui, mas com a preguiça da Lúcia, parece que é do outro lado da cidade. Confesso que estou curiosa para saber quem é o cara da tal festa, mas não perguntei nada, ao invés de falar sobre ele, preferi falar de besteiras da faculdade, fomos o caminho todo rindo feito duas loucas. Distraída com a conversa, esbarro sem querer em um cara enorme na minha frente. Pude ver que ele estava falando no celular e acho que eu o interrompi, devo estar parecendo um pimentão... Deus me deixa sair daqui por favor! - Perdão... Foi sem querer. - Falo sem graça. Sinto um calafrio percorrer pelo meu corpo, que se intensifica, quando o homem se vira e me olha nos olhos. - Tudo bem. - Disse o estranho que permaneceu me encarando. - Desculpa, mas, eu te conheço? - Pergunto pensativa, esse homem me lembra alguém. Ele é bem alto, tem olhos verdes, lábios carnudos, longos cabelos castanhos bem escuros e que chegam na sua b***a, é a primeira vez que vejo um homem com tanto cabelo. Está vestindo um conjunto de moletom cinza, pique instrutor de academia... E que instrutor hein... O moletom realça bem seu peitoral, dá para notar de longe que ele tem o corpo bem definido, as mangas da blusa estão arregaçadas, me deixando ver as mãos e parte dos braços tatuados, mas isso não era para ser relevante... Afinal que m***a eu tenho na cabeça? Estou mordendo o lábio e nem conheço esse homem, preciso criar vergonha na cara com urgência, a s*****za da Lúcia está me contaminando... - Não, acho que não. - Responde me tirando do transe. - Eu sou Diana, muito prazer. - Me apresento toda sem graça. - Eu sou... - Amiga, podemos ir pra casa? - Ela chegou interrompendo e arqueando a sobrancelha tentando me mostrar alguma coisa. - Oi moço bonito, desculpa atrapalhar a conversa de vocês. - Foi um prazer senhor estranho, mas eu preciso ir. “M***A LÚCIA EU TE OD**O! ELE IA SE APRESENTAR E VOCÊ ATRAPALHOU! - O prazer foi todo meu. - Responde dando um beijo em minha mão e se afastando até sumir de vista. Pensei que estivesse tudo de boa, mas de uma hora para outra, a Lúcia tagarela sumiu e isso me deixou preocupada... De repente a sensação de ser observada toma conta de mim e com medo, olho ao redor tentando achar alguém, tentando não me desesperar, mas infelizmente, não encontro nada na qual eu possa apontar o dedo. - Tá vendo aquele cara encapuzado do outro lado do parque? A um tempo que estou olhando, vi que ele não tirou os olhos de você. - Fala tentando mostrá-lo sem chamar atenção. - Vamos embora Diana. O cara está usando roupas pretas e um capuz para tentar não mostrar o rosto, num dia quente... De qualquer maneira, eu não tenho ideia de quem possa ser, não conheço muita gente aqui. - Por favor se aquieta, ir embora para ele seguir a gente até em casa? Só fica calma, ele não vai fazer nada para nós duas num lugar como esse, assim espero. - Peço, embora eu já esteja me arrependendo. Mesmo estando receosa ela aceita e me puxa para um banco. Passamos longos minutos conversando, só para deixar o indivíduo se aproximar mais de nós, eu quero saber o que ele quer e finalmente, ele se aproxima. - Diana Peterson? - Pergunta o estranho. “P***a, como esse cara sabe meu nome?” - Quem deseja saber? - Respondo forçando uma voz firme. - Abra isso em sua casa. - Diz me dando um cartão carimbado a cera. Observo atentamente o carimbo e quando percebo de quem pode ser, sinto a tristeza me consumindo. - Mas quem é você!? - Grito, questionando-o, mas é muito tarde, o sujeito sumiu no meio das pessoas no parque. Lúcia percebeu o meu desanimo e pediu um táxi para nos levar para casa, sinceramente, eu perdi o ânimo até para andar. Se esse bilhete for de quem estou pensando, meus pesadelos irão me assombrar de novo. - Afinal como esse cara te conhece? - Viajando em meus pensamentos, nem consegui ouvir o que Lúcia disse. - Acorda Diana! - Quem é o cara da festa? - Pergunto, já imaginando a resposta. - O nome dele é Luca... Luca Ferraz. Ouvir o nome do irmão do Stefano, fez as lágrimas caírem a força... Choro como uma criança pedindo o colo dos pais. Eu não quis contar nada para Lúcia sobre a família Ferraz e com isso, o caminho para casa foi um completo silêncio... Ainda não acredito que depois de tanta m***a que já aconteceu na minha vida, ele resolve aparecer agora... Eu não o culpo, deve ter algum motivo importante, mas sinto muita r***a dele por ter me abandonado quando eu mais precisei. - Quer fazer uma noite só nossa? - Pergunta Lúcia, tentando me animar. - Vou até o mercado comprar umas coisas, posso trazer pipocas e aqueles doces horríveis que você gosta, o que acha? - Pode ser, faz tempo que não nos divertimos juntas. - Respondo baixinho. - Ei, qual é? Não fica assim, amanhã você vai acordar e ver que tudo foi um sonho, não tem um cara do seu passado querendo vir atrás de você. - Ela fala de um jeito tão doce. - Prometo que não vou demorar, até daqui a pouco. - Até. Subi para o quarto, pego minhas coisas, enquanto a banheira está enchendo e me joguei nela. A água ficou bem quente, eu queria tentar tirar essa tensão do meu corpo, só não sei o que deu em mim, as lágrimas começaram a cair novamente, e eu não sei explicar o porquê, espero que seja só cansaço mesmo... Acabei perdendo a noção do tempo na banheira, eu realmente estou muito cansada e quase dormindo na água mesmo, mas desperto ao escutar um barulho vindo do quarto, espero que Lúcia tenha encontrado o caminho de casa, disse que não ia demorar, porém, já tem um tempo que ela foi. Pego a toalha para sair do banheiro, mas novamente escuto barulhos no corredor, passos rápidos, como se alguém estivesse correndo aqui dentro. De repente as luzes se apagam e eu tive a certeza que não é a minha amiga, com o celular na mão, acendo a lanterna, disco o telefone da Lúcia para saber dela, mas a mesma não me atende, então decido sair do banheiro: - Lúcia? - Engulo a seco ao sentir mãos ásperas passeando pelos meus braços. - Faça o que eu mandar e não irá se ferir... - Não esperei terminar de falar, me viro e acerto um chute no meio das pernas do sujeito. “O c*****o que eu vou fazer o que você quer!” - Vai pro i*****o! - Grito e bato a porta enquanto ele se contorce de dor. - Va******a! Abre essa porta! Você decide gracinha! Se não sair desse quarto eu vou m***r a sua amiguinha! O meu azar é tanto, que a Lúcia chegou justo agora, ouvi o barulho da garagem se abrindo. P***a o que eu vou fazer agora? Não posso deixar aquele cara machucar a Lúcia e a p***a do meu celular caiu no corredor quando me assustei... Os barulhos do sujeito cessaram e eu decidi abrir a porta. A sorte é que meu celular ainda está no mesmo lugar, corro para pegá-lo e me tranco no quarto novamente. Com medo, começo a dar passos para trás, mas paro ao bater em alguém... Decido então, me virar para ver se estou fe****a ou não e me deparo com o cara do parque, o que eu pensei ser um instrutor de academia. - Você... - Eu vou ajudar a sua amiga, fica quieta e não sai desse quarto. - Pede. Sem resposta, o homem sai do quarto e vai atrás da Lúcia. Comecei a pensar na morte da bezerra e sem querer, pisei em alguma coisa que me fez soltar um gemido de dor. De repente, senti um baque na minha cabeça, como se alguém tivesse me dado um soco muito forte por trás, a minha visão está se distorcendo, cai no chão com muita dor e só me dei conta do que aconteceu, quando vi o sujeito que eu chutei as bolas passando as mãos em mim. Tento tirar as mãos dele de cima de mim, mas não tenho força para muita coisa, sei que não vou demorar muito para apagar... Stefano: Assim que sai do quarto, vim até a cozinha para procurar a amiga, mas não a encontrei, ainda não vi o f****o do Henrique também e isso está me deixando incomodado, será que ele foi embora? Segui a voz de uma mulher que estava vindo da garagem e para chamar a atenção dela, fiz barulho derrubando umas coisas no chão: - Diana? Amiga? - Pergunta vindo na minha direção. - Está tudo bem com você? - C*****O! Que susto cara! Eu... Estou bem sim, mas por que? Eu ia responder, mas um barulho alto vindo do andar de cima me alertou, aquele i****a não foi embora. - Fica aqui por favor. - Peço. Ando até a cozinha onde deixei o meu taco de baseball e me dirijo ao quarto da Diana. Assim que subi as escadas, tive uma visão do i*****o na Terra, o Henrique com o m****o para fora, usando a mão da Diana que está desacordada, para fazer movimentos... Caminho tranquilo para dentro do quarto, m*u consigo controlar a minha própria respiração e para alertá-lo que eu tive o desprazer de ver essa cena de m***a, chego fazendo uma tacada de mestre bem no meio do ouvido. Com toda força que eu usei, consegui arremessá-lo para longe da Diana. - Stefano... - Fala com a mão no ouvido que está sangrando. - Se divertindo? - Pergunto me engasgando na própria saliva. - PERGUNTEI SE VOCÊ ESTAVA SE DIVERTINDO P***A!? - Grito acertando dessa vez seu rosto. - Espera... Para por favor... Com certeza vai abrir essa boca imunda para dizer besteiras como sempre faz, mas não dessa vez, estou com a p***a do meu sangue fervendo! Não consigo me segurar e continuo batendo nele sem parar. Acabo me irritando e jogando o taco no chão, para continuar com as mãos. Socos e chutes, no peito, nos braços, pernas, no rosto, até escutar os primeiros estalos de ossos quebrados, achei forças até pra tirar a mandíbula dele do lugar no soco. - O que estava querendo fazer com ela? - Pergunto esperando a resposta. - Fala! - Seu... Pai... Está oferecendo dinheiro... - F*****e o meu pai! Eu quero saber o que você ia fazer a ela? - Pergunto impaciente. Antes de obter resposta, vejo-o tossindo muito, cospe dentes quebrados e força uma a******a do olho esquerdo, o outro está parecendo que foi picado por uma abelha de tão inchado. - Eu já... Vou m***er mesmo... Não vai ser preciso falar... Eu queria fazer... Você já sabe o que é... Não sabia que ela estava ligada a você... Eu não teria vindo... Se soubesse... - Quer saber Henrique? Vou usar você como um lembrete, o que acha? Vem cá. - Pego o garoto quase m***o e o prendo na ponta de gancho que segurava roupas das duas meninas. - E quanto a você menina? Vai ficar me olhando e não vai ajudar a sua amiga? - Pergunto para a outra moça, eu percebi que ela estava me olhando já tinha um tempo, mas permaneci calado. Henrique já não estava respirando com facilidade, agora, m*u consigo ouvir seus batimentos, estão bem fracos, isso vai acabar logo. Uma parte de mim está se sentindo h*****el por não ter conseguido salvar esse garoto... Não era segredo para ninguém que o Willian só o jogaria na cova mais rápido. Dá garota eu não recebi nenhuma resposta, então sai do quarto com a Diana nos braços, meu celular avisou que o Carter já estava a minha espera. - E ele? - Pergunta com a voz trêmula. - M***o. - Retruco. Desço as escadas e a coloco no sofá, com certeza é coisa da minha cabeça, mas quase não escuto a respiração dela... Carter não demora a aparecer na sala me chamando: - A outra garota também vai senhor? - O que? Vou aonde? Onde vocês acham que vão levar a minha amiga? - Pergunta descendo as escadas. - Eu já chamei uma ambulância... - Me escuta p***a! - Interrompo pegando-a pelo braço. - Vai entrar naquele carro agora, se não vou te dar a p***a de um fim pior do que aquele que você acabou de ver! - Grito. - Senhor calma, essa moça não tem nada a ver... - Acha que eu me importo!? Eu tô cagando se ela tem ou não tem nada a ver! Leva essa menina para m***a do carro para ontem! - Ordeno dando um soco na mesa. Não consigo parar de pensar em bobagens, também não ignorei a m***a que o Henrique estava fazendo antes de se m***r. Eu sei que ele já m***eu, mas essas porcarias não saem da minha cabeça. Subo as escadas e o cadáver continua no mesmo lugar, mas para provocar, tiro uma foto do que sobrou, para enviar para o Willian mais tarde, espero que ele goste. - Já podemos ir senhor? - Carter pergunta. - E a sua garota está bem, mas a coronhada que ela levou foi muito forte, talvez ela acorde ainda hoje. - Vamos embora daqui. Na sala, pego Diana em meus braços e a levo para o carro... Falando em carro, deixei o meu na esquina daqui, depois preciso mandar alguém para buscá-lo. A outra garota não disse uma palavra, mas também não tirou os olhos de mim. Ela nem sabe quem eu sou e com certeza, pensa que eu sou o responsável por bater na Diana. Mandei tudo pra casa do c*****o quando me apresentei, fui grosseiro e um p**a de um escroto, mas se não fosse assim, ela não iria me obedecer. - Qual o seu nome mocinha? - Pergunto tentando puxar conversa. - Lúcia e o seu? - Stefano, o que você é dela? - Faço outra pergunta e ela nem olha para mim. - Aí, relaxa, eu fui um f*********a, mas não estava no meu juízo perfeito, não precisa ter medo de mim. - Peço. - Amiga... Não sabia que ela era envolvida com o Demônio da Itália. - Responde ainda de cabeça baixa. - Ótimo! Entrei nessa organização de m***a pra virar estrela de cinema. - Retruco impaciente. - Vai m***r a gente? - Pergunta, dessa vez me olhando nos olhos. - Menina, se essa fosse a minha intenção, as duas não sairiam daquela casa. - Digo, fazendo um esforço enorme para controlar o ar que sai do meu peito. - Carter! Agiliza ai! - Sempre esqueço da droga da bomba de asma, nunca lembro de colocar aquela m***a no bolso e acaba nisso, eu todo f****o com falta de ar.
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