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Destinados por acaso

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Julia é aluna do primeiro ano do mestrado em Literatura. Aplicada e focada em seu crescimento profissional, mantém sua mente voltada inteiramente para os estudos. De origem humilde, vê na educação uma forma de transformar sua vida. No entanto, tudo muda quando em seu primeiro dia de aula da disciplina de Literatura Brasileira, ela conhece o estonteante professor que ministrará a matéria durante o primeiro ano do curso. Amor à primeira vista, atração imediata ou apenas um fetiche? Julia não consegue compreender o efeito que esse homem causa sobre ela, apenas que, a cada dia que passa, fica cada vez mais difícil ignorar esse sentimento. Será que algo mais poderá surgir a partir dessa fascinação que ele parece exercer sobre ela?

"Destinados por acaso 2", disponível!

Hey, pessoal! Querem viver a experiência de ler o livro curtindo a trilha sonora? Então clica no link e aproveite a playlist que eu preparei para vocês!!! Disponível gratuitamente no Spotify ?

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Que dia!
Julia Sempre detesto quando os dias amanhecem chuvosos. Se já é difícil levantar da cama em dias ensolarados, imagina então, quando além de chuvoso, o dia está frio e úmido. Me espreguiço na cama, ainda debaixo das cobertas, tentando reunir forças para me levantar. O despertador sob o criado-mudo, marca 06h30 da manhã. Minha primeira aula é às 07h30. Como podem perceber, tenho uma hora para levantar da cama, tomar banho, me arrumar, comer alguma coisa que me sustente até a hora do almoço e ir para a aula. Tudo isso, sem contar todo o trajeto que preciso percorrer para chegar até a universidade, que para a minha má sorte, fica bem longe da minha casa. Estou no primeiro ano do Mestrado em Literatura, na mesma Universidade onde fiz minha graduação em Letras. Com a titulação de mestre, tenho grandes chances de ser efetivada na editora onde trabalho como estagiária a um ano. Graças a esse estágio, consigo pagar minhas contas e continuar morando em São Francisco. No início, quando me mudei para cá, precisei contar com a ajuda dos meus pais para me manter. Minha família não é rica, donos de um café no interior do Tennessee, sempre fizeram de tudo para que eu e meu irmão tivéssemos a oportunidade de estudar, já que eles não conseguiram, pois precisaram trabalhar desde muito jovens. Sou imensamente grata a eles por tudo o que fizeram e fazem por mim. Um dia, tenho certeza, irei poder retribuí-los em dobro. Com muito esforço, consigo levantar da cama. Acordar cedo é um sacrifício que faço pelo bem do meu futuro. Quem dera o dia começasse ao meio-dia, assim eu poderia dormir até mais tarde. Está certo: Até bem mais tarde. Dou mais uma olhada para a minha cama que me parece tão convidativa, mais do que em qualquer hora do dia e não resisto: Me jogo novamente sobre ela. Ah! Como é deliciosa! Eu poderia ficar aqui o dia todo. Não! Foco! Uma voz acusatória na minha cabeça, ecoa: "Você precisa se levantar e tomar um banho. Seu futuro depende somente e inteiramente de você. Pense no apartamento lindo que você terá, as roupas, sapatos e bolsas que poderá comprar. Sem falar nas viagens que poderá fazer". Essa voz sabe ser bem persuasiva às vezes. Contarei até três. No três, eu me levanto e dessa vez será para valer. 1. 2. 3. Corro para o banheiro e me jogo debaixo do chuveiro sem olhar para trás. Deixo a água levar toda a preguiça que habita em mim. O banho foi revigorante, mas o meu cabelo, para variar, decidiu não colaborar. Mas, acho que um coque alto é suficiente  para que eu consiga chegar apresentável ao shopping. Sim, foi isso mesmo que você acabou de ler. Irei tomar café no shopping porque esqueci de fazer compras e minha geladeira está tão vazia quanto o meu estômago nesse momento. Faço uma nota mental para me lembrar de passar no supermercado no fim do dia. Pego minha bolsa e saio. Quando estou quase chegando à portaria, me lembro que esqueci de pegar o bendito guarda-chuva. Não está chovendo forte, mas não quero chegar ensopada ao meu destino. Bufo de raiva e subo novamente os três andares de escada. Moro em um pequeno apartamento em um prédio simples. Este, não possui elevador, somente escada, o que faz com que minhas pernas fiquem definidas e torneadas mesmo sem  que essa seja a minha intenção, pelo menos economizo com a academia. Quando me mudei para cá, o único apartamento vago ficava no terceiro andar, então não tive escolha senão me acostumar a subir e descer escadas todos os dias.  ― Bom dia, Seu João. ― Cumprimento o porteiro do prédio. O Seu João trabalha no edifício há mais de vinte anos. Sempre muito prestativo, frequentemente se oferece para me ajudar a carregar as sacolas de compras até o meu apartamento. O que sou grata. ― Bom dia, senhorita Julia. Hoje o dia está chuvoso. ― comenta ele. ― Está do jeito que eu não gosto, Seu João. ― Brinco. ― Quem sabe o sol não resolve dar as caras no período da tarde. ― diz ele bem humorado. ― Estou torcendo pra que isso aconteça. Tenha um bom dia, Seu João. ― Igualmente, Senhorita. O vento ameaça arrancar as roupas do meu corpo, "Que dia". Penso, desanimada. A caminhada até o ponto de ônibus mais próximo, não é longa. Mas, costuma ser bem mais fácil quando não preciso ficar lutando para manter o guarda-chuva sob minha cabeça. O vento, intempestivo, está tentando despregar a tela que reveste meu guarda-chuva. As pessoas que passam por mim, me encaram como se eu fosse louca, é fácil julgar quando a sombrinha delas não é uma merda. Desisto de tentar fazer com que ela fique parada em cima da minha cabeça. Com sorte, o ônibus chegará na hora certa. Então, como se fosse um último desafio, uma última tentativa de me humilhar ainda mais, ela revira totalmente para cima. As pessoas ao meu redor, começam a rir de mim, mas não é com isso que estou preocupada. Minhas roupas estão ficando completamente  molhadas, o que me deixa ainda mais irritada com toda essa situação. Num acesso de fúria, eu começo a bater o guarda-chuva contra a calçada o mais forte que consigo, até que ele fique em pedaços e jogo o que restou dentro de uma lixeira próxima. Só então, me dou conta do que acabei de fazer, as pessoas agora me olham boquiabertas, como se eu fosse realmente louca. Eu as encaro nos olhos, para que tenham certeza disso. ― O que foi? ― pergunto irritada ― Nunca viram alguém  quebrando um guarda-chuva antes? ― Na chuva é a primeira vez. ― me responde um homem alto, que estava passando e viu toda a cena.  O encaro por alguns segundos, um pouco atrapalhada e desnorteada com a vergonha que acabei de passar em público. Na minha rápida avaliação do desconhecido,  percebo que o homem é incrivelmente bonito, seus cabelos castanho escuro quase preto, são grossos quase ondulados, seus olhos são de uma cor de verde que eu nunca havia visto antes. Sua voz me desperta do encantamento  que acabei de entrar: ― Aqui. Pode ficar com o meu. O meu carro está logo ali perto, não vou precisar dele. ― fala ele, me oferecendo seu guarda-chuva. Abro a boca surpresa. Ele vai mesmo ajudar uma estranha? Não é todo dia que a gente ganha alguma coisa sem segundas pretensões. Aprendi com a minha mãe, a sempre desconfiar quando alguém faz algo, parecendo não querer nada em troca. Porque sempre, sempre querem. Mas, se esse era o caso desse lindo estranho, eu não sabia. Mas logo iria descobrir. ― Obrigada. Não vai mesmo precisar? ― pergunto. Ele balança a cabeça em negativa. ― Só tome conta dele, tá? Ele está comigo há muitos anos. Não gostaria de ver pedaços dele espalhados por aí. ― diz divertido, como se achasse graça na situação. E de fato, achava. Eu sorrio com timidez e concordo. ― Tudo bem. Eu vou cuidar dele. Obrigada novamente. Ele acena e se afasta. Me deixando com a sensação de que essa não será a última vez  que nos veremos. Danilo São 06:30 da manhã. O despertador ao lado da cama me acordou do mesmo sonho de novo. Mas desta vez, eu pude ver a cor dos olhos da desconhecida que vem permeando os meus sonhos a mais de um ano. Sempre sonho com uma mulher, embora ela nunca me deixe ver seu rosto. No sonho, ela fica repetindo para que eu deixe de segui-la, mas eu não paro e continuo indo atrás dela. Essa noite, porém, foi diferente. Pude ver claramente a cor de seus olhos e constatei que são de uma linda cor de mel. Não faço ideia do que esses sonhos significam, mas tenho certeza de que eles querem me passar uma mensagem. Me levanto assim que o despertador toca, nunca fui de ficar enrolando na cama, a não ser, é claro, quando era criança. Escovo os dentes ao mesmo tempo em que abro o chuveiro para um banho rápido. A água fria ajuda a tirar o sono que ainda resta em mim. Hoje o dia vai ser longo, irei iniciar a disciplina de Literatura Brasileira no primeiro ano do mestrado da universidade onde leciono a quase dois anos. Apesar de estar nessa profissão há um bom tempo, visto que comecei a ministrar aulas desde que terminei a graduação em Letras. Espero que corra tudo bem e que os alunos sejam dedicados, é tudo o que posso desejar. Na verdade, os alunos costumam ser bem mais esforçados na Pós-Graduação do que na Graduação em si. Eu nem deveria me preocupar. Mas sabe como é: sempre tem aquele aluno. Ou aquela aluna que gosta de dar em cima do professor, constrangendo não só a mim, como também aos outros alunos que não são dados a esse tipo de liberdade. Olho no relógio pendurado na parede da cozinha, são quase 07:00. Lembro que preciso passar em uma livraria que fica em um bairro que não é próximo daqui e nem da universidade. Gosto desta livraria porque os livros são bons e os preços são acessíveis. Visto uma camiseta, calças jeans e um blazer. Seco meu cabelo de qualquer jeito com uma toalha. Passo em frente ao espelho e vejo que minha barba está crescendo. Droga! Meu aparelho de barbear estragou e preciso comprar outro. Vou ter que resolver isso agora mesmo de manhã. Vou precisar correr. Tomo um café rápido preparado na cafeteira, pego minha mochila e guarda-chuva e corro para o elevador. Hoje o dia está chuvoso e um pouco frio, eu particularmente gosto de dias assim. Possuem um ar sombrio e misterioso, como o clima costuma ser nos livros de suspense. Desço até a garagem do prédio, onde o meu carro está estacionado. Graças a esse emprego na Universidade de São Francisco, eu consegui comprar um carro e deixar de andar de transporte público, o que confesso, era um sonho antigo. Porém, eu ainda moro nesse prédio que apesar de ser razoável, não é tão bom assim em comparação aos apartamentos do centro da cidade. Mas sou grato por tudo o que consegui. Minha família nunca foi humilde, apesar de não sermos ricos. Meus pais são donos de uma pequena fábrica de tecidos ao leste da cidade. Desde o início, contei com o total apoio deles para perseguir os meus sonhos, e aqui estou eu: independente, com uma carreira promissora e dono da minha vida. É mais do que eu poderia desejar. Sigo em direção a livraria, tomo cuidado para não exceder o limite de velocidade, nunca levei uma multa e não gostaria de levar. Não fica bem para alguém que ocupa o cargo que eu ocupo. Eu sou professor, devo dar o exemplo. A chuva dá uma leve engrossada no caminho, depois de comprar o livro que preciso, saio rapidamente da livraria, pois ainda preciso passar no shopping e comprar o bendito barbeador. Ainda bem que me lembrei de pegar o guarda-chuva, caso contrário iria chegar todo amassado no trabalho. No caminho até meu carro, passo em frente a um ponto de ônibus que por sinal está cheio de gente. Me recordo de quando era estudante e necessitava me transportar de ônibus, por ser mais barato. Eram tempos difíceis com certeza. Me deparo com uma cena um tanto engraçada: Uma moça está batendo o próprio guarda-chuva com tudo sob a calçada, até que o coitado fique em pedaços. Depois disso, ela pega o que restou e joga dentro de uma lixeira. As pessoas presentes a encaram boquiabertas e ela os encara de volta. Não sei o que a levou a fazer isso contra o pobre guarda-chuva, mas é no mínimo curioso e divertido. De repente ela se exaspera contra os olhares de todas aquelas pessoas e pergunta furiosa se eles nunca tinham visto alguém quebrar um guarda-chuva antes. Eu acho graça naquilo e decido me intrometer: ― Na chuva é a primeira vez. ― digo, tentando não deixar transparecer que estou me divertindo muito com a situação. Contudo, ela parece ficar constrangida de repente e sinto um pouco de pena dela. Suas roupas estão começando a ficar completamente molhadas. Sem pensar ofereço meu guarda-chuva para ela, afinal o meu carro não está muito longe, se eu correr não vou me molhar tanto. Ela precisa mais dele do que eu nesse momento, já estive no lugar dela e sei como é. Seu olhar de gratidão salva o meu dia, percebo que ela ficou aliviada por não ter que chegar encharcada onde é que ela esteja indo. Ela me agradece e eu sigo em direção ao meu carro, com a impressão de que algo nela me é familiar.

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