Capítulo 2

3610 Words
Por Chris Eu estava trabalhando num ritmo alucinante. Duas semanas se passaram desde meu primeiro dia na Class. Trabalhava exaustivamente e devo dizer que estava amando aquilo tudo. Não importa o quão cansativo, mas estou fazendo o que gosto, por isso não vinha mais para o trabalho contando as horas para voltar para casa. Depois do meu primeiro encontro com Gregory eu o vi apenas mais duas vezes. Estava apressado, carrancudo e mal nos falamos. Pelo menos não tinha reclamado do meu trabalho e isso já era um bom sinal. Foi extremamente simpático em nosso primeiro encontro, além de continuar lindo como sempre. E para minha tristeza percebi que ele ainda mexia comigo como na época da faculdade. Claro, eu me chutei mentalmente, afinal, até onde eu sabia, Gregory continuava casado com a exuberante Alexia. —Toc...toc Olhei para porta ao ouvir a voz em tom jocoso e vi Brenda sorrindo. —Entre Brenda. —Parecia estar longe. Sonhando com o namorado? Eu ri e rolei meus olhos. —Pensando em como está sendo bom trabalhar aqui. —Jura? Ah...que bom que está gostando. O ambiente é bem agradável para se trabalhar. —Realmente. Bem diferente de onde eu vim. Quer dizer, o ambiente não era ruim, mas eu estava fazendo algo que não me agradava, então já viu, não é? —Isso é horrível. Mas aqui você está fazendo o que gosta, então o clima fica ainda melhor. Exceto, é claro, quando Gregory está de mau humor. —Não o tenho visto ultimamente. Brenda suspirou parecendo preocupada e ao mesmo tempo desolada. —Gregory não vem passando uma fase muito boa. Está sofrendo... —Algum problema grave? —Problemas pessoais. Pelo menos o divórcio está para sair. Foi como se eu tivesse levado uma bofetada, me fazendo arregalar os olhos, observando Brenda como se ela tivesse duas cabeças. Tudo isso porque aquela notícia era totalmente inesperada. —Ele vai se divorciar da Alexia? —Sim. —Mas por que? Sempre foi tão apaixonado por ela. —Talvez esse tenha sido o erro dele. Mas outra hora te conto. —Falou rapidamente e mudou de assunto. – Que tal almoçarmos juntas? —Seria ótimo. Admito que odeio ir para restaurante sozinha. —Vou pegar minha bolsa e então iremos. Enquanto Brenda ia até sua sala pegar a bolsa, eu ajeitei minha mesa, peguei minha bolsa e me encontrei com ela no corredor. Convidamos Vivian, mas ela estava ocupada demais com um relatório que teria que entregar ao Gregory com urgência. Segui com Brenda até um restaurante requintado. Por sorte minha, o salário que recebi adiantado foi mais que suficiente para comprar roupas novas e elegantes. Enquanto aguardávamos nosso pedido, Brenda me contava sobre Gregory. —Esse é o maior motivo de sua infelicidade. O fato de não poder ter filhos. Eu ainda estava chocada em saber que Gregory era estéril. E me sentia um pouco mal por estar conversando sobre isso com Brenda. Quer dizer, era um assunto pessoal. Não deveríamos estar conversando sobre isso como se falássemos sobre o clima, não é? Mas minha curiosidade falava mais alto e eu não conseguia colocar uma pedra sobre aquele assunto. —Nunca imaginei que Alexia fosse tão fria. E Gregory sem poder ter filhos é tão estranho. Ele é tão másculo, viril. Embora isso não tenha nada a ver. Brenda riu. —Concordo com você. Se não fosse meu irmão, não o deixaria escapar por nada. Senti meu rosto esquentar e percebi o olhar de Brenda queimando sobre mim. Por que ela sempre me olhava como se quisesse descobrir alguma coisa? Felizmente nosso almoço chegou e esquecemos o assunto Gregory. —Está se lembrando da reunião hoje? —Sim. As dezessete horas. —Espero que Gregory não se estenda muito. Já tinha marcado com Clive quando ele decidiu essa reunião hoje. E no humor que está, é melhor nem retrucar. —Sabe o assunto da reunião? —Nossa festa de confraternização. Disse simplesmente, enquanto apreciava sua salada. Estranhei o fato de eu precisar estar presente para tratar desse assunto. —Mas por que eu tenho que estar presente? —Roberta sempre esteve. Gregory achou melhor continuar assim, ou melhor, ele não disse isso exatamente, mas imaginei que é o que ele gostaria. Bom, eu não ia reclamar, afinal não era tão fora do meu horário. Apesar de ser sexta feira, eu realmente não tinha nada para fazer. Mas também não queria ficar até tarde na Class. Queria tomar um belo banho e ver algum filme na Tv. Eu me mudei há uma semana para um belo apartamento, que aliás estava adorando. Bairro tranquilo, bonito e seguro. Era tudo o que eu precisava. —Não tem namorado, Chris? Brenda falou de repente me assustando um pouco. —Não. Estou sozinha ultimamente. —Você e Gregory se conheceram na faculdade, não é? —Sim. Sempre nos demos muito bem. —Realmente vocês dois combinam em muita coisa. Brenda não entrou em detalhes e eu também não perguntei. Mas eu sentia que ela estava sondando alguma coisa..., mas o que? Uma hora depois voltamos para o trabalho e encontramos Vivian afoita, as bochechas rubras talvez por estar correndo de um lado a outro. —O chefe hoje está com a macaca. Reclamou de tudo o que fiz até agora. E procurou por você, Brenda. —Estava em meu horário de almoço e ele sabe disso. —Bom, eu vou para minha sala. Não quero ser alvo dele hoje. Vivian e Brenda riram. Eu não me importaria em levar uma bronca dele, apenas pelo prazer de poder ver seu belo rosto novamente. Enquanto seguia para minha sala não pude deixar de pensar no que Brenda me contou sobre Gregory. Quem diria... estéril. E a vaca da Alexia se recusou a adotar um filho. Eu não pensaria duas vezes em fazer isso para um homem como ele. Claro, não somente por ele, afinal eu também queria um filho e não me importava se não fosse biológico. Não era tudo uma questão de ter uma conversa civilizada? Eu faria isso, com certeza. Bom, mas eu nunca tive a sorte de ele sequer me olhar com desejo. Ele só tinha olhos para Alexia e todos comentavam sobre como ele era louco por ela. Afastei meus pensamentos e me pus a trabalhar. Não era bom ficar suspirando pelo meu chefe, principalmente um que era casado e passava por uma crise. Eu não acreditava que aquela história de divórcio se concretizaria. Trabalhei arduamente e no final da tarde estava fechando a edição da próxima semana. Isso com certeza deixaria Brenda feliz. Olhei o relógio e só então percebi como o tempo passou rápido. Faltavam apenas dez minutos para as cinco da tarde. Arrumei minhas coisas e estava saindo para a sala de Gregory quando encontrei com Brenda. —Vamos lá. —O humor dele melhorou? —Um pouco. Não está tão assustador hoje. Ela deu um sorriso debochado e entrou na sala dele. —Estamos prontas, Gregory. Ele estava sentado atrás de sua mesa, o notebook aberto a sua frente. Ergueu os olhos quando entramos. Quase não consegui segurar um suspiro. La estava ele, lindo vestido naquele terno escuro com gravata vermelha. —Vamos começar logo. Não quero prendê-las muito em plena sexta-feira. Ele falou e se levantou, para somente então voltar seus olhos para mim. —Tudo bem, Chris? —Estou bem. Como vai, Gregory? – Correndo um pouco. Mal ti vi nos últimos dias. Ele deu um sorriso que me deixou sem fala e com o coração disparado. Apenas sorri de volta e o acompanhei até uma outra mesa, onde Brenda já estava. Eu me sentei ao lado dela e assim Gregory ficou de frente para mim. —Brenda já te falou sobre o assunto da reunião? —Sim. A confraternização. —Isso mesmo. Roberta sempre participou das reuniões, não achei justo que ficasse de fora. —Sim, obrigada. —Não sou muito dado a essas festas, Chris. Mas eu gosto de deixar meus funcionários satisfeitos. Acho que é uma forma de mostrar a eles a minha satisfação com o trabalho deles. —Sim. Entendo. É o momento de reunião de todos, porque no dia a dia, por mais que estejamos juntos no mesmo ambiente... estamos aqui para trabalhar. Eu nem sei como consegui dizer tudo isso sem gaguejar. Gregory falava comigo sem desviar os olhos dos meus, me fazendo tremer só com esse olhar. Era patético. —Já pensou em algo, Brenda? —Ah, Gregory... a do ano passado foi tão boa. Poderíamos seguir os mesmos moldes. —Também acho. Entretanto penso em fazer em um local diferente. —Aonde, por exemplo? —Contava com as duas para isso. Brenda me passou o que foi feito na festa anterior. Nunca tinha ouvido falar de uma festa assim para os funcionários de uma empresa. A Class realmente sabia valorizá-los. —E quando será essa confraternização? —Daqui a duas semanas. Gregory sempre faz quatro semanas antes do Natal. Não disfarcei meu espanto. Era pouco tempo para fazer algo do jeito que Brenda disse que queria. —Mas dará tempo? Pela primeira vez nesse dia eu vi o sorriso deslumbrante de Gregory. Não aquele sorriso quase tímido como das outras vezes. Esse era largo, mostrando todos os seus alvos dentes perfeitamente alinhados. Um sorriso de tirar o fôlego que alcançava seus olhos. —Não conhece Brenda, Chris. Acho que você terá dias atribulados pela frente. Brenda sorria e eu retribui. Eu não fazia nada ao chegar em casa mesmo. Às vezes assistia a um filme, ouvia música e só. Seria bom para me distrair um pouco. —Mas Chris... se você achar que será cansativo para você, basta dizer. Sei que ainda tem o fechamento da edição da próxima semana. —Quanto a isso não, Gregory. Eu fiz o fechamento da edição hoje... ou quase. Só falta a aprovação de vocês. Ele e Brenda arregalaram os olhos. —Mesmo? —Sim. Está aqui comigo. Querem dar uma olhada? Gregory me encarou durante um bom tempo. Estendi os papéis para ele que estava com a testa franzida. Brenda se arrastou até ele para ver os papéis. Eu comecei a torcer minhas mãos no colo, nervosamente. E se não estivesse tão bom quanto o trabalho de Roberta? Não sei se estava preparada para uma crítica negativa logo de cara. Mas depois de alguns minutos, Brenda deu um sorriso. —Sabia que não me decepcionaria, Chris. Não segurei um suspiro de puro alívio. Mas ainda faltava Gregory. Ele agora estava mais reclinado na cadeira, a caneta na ponta dos lábios. Mordi meus lábios com força, os olhos vidrados nele. Droga, como eu queria saber o que se passava na cabeça dele! Por fim, ele se debruçou um pouco mais sobre mesa e segurou minhas mãos. —Devo confessar que me surpreendi. Está muito melhor do que esperava. Parabéns. Senti meu rosto em chamas e respondi envergonhada —Obrigada. —Viu, Gregory? Não é só você que sabe contratar funcionários. Ele desviou o olhar encarando a irmã com a sobrancelha arqueada, mas a expressão em seu rosto era suave. —Lembre-me de mandar um presente para Roberta em agradecimento. Obviamente meu ego inflou. Receber um elogio assim de Brenda, e de quebra, de Gregory também era o máximo. Felizmente ele retomou a conversa sobre detalhes da confraternização me tirando daquele momento constrangedor. É fato que não sou muito boa recebendo elogios. Passava um pouco das seis e meia quando ele nos dispensou. Eu me levantei rapidamente, assustada com a forma com que meu coração batia meio descompassado. —Espere um instante, Chris. Brenda também parou e olhou de Gregory para mim. Tenho certeza de que ela deve ter notado minha respiração acelerada. Jesus... o que estava acontecendo comigo? Para minha sorte ela apenas deu de ombros e se despediu. —Bom fim de semana, Chris. A gente se vê, Gregory. Vai em casa nesse fim de semana, não é? —Como sempre. —Ótimo. Até lá então. Esperei que Brenda saísse, ainda com o coração aos pulos. O que Gregory queria falar comigo? Ele terminou de guardar uns papéis e só então voltou a me olhar e a falar comigo. —O que fará hoje? —Como? Perguntei meio aturdida e ele riu, em seguida pontuando cada palavra como se eu tivesse algum problema de compreensão. —O que. Você. Fará. Hoje. À noite? —Na... nada. —Gaguejei e quis me matar. — Apenas ficar em casa. —Não tem ninguém esperando por você? —Não. Eu moro sozinha. —Sei... Mas seu namorado não a está esperando para algum programa? Ok... eu não sou tão ingênua assim. E também não sou convencida, mas estava bem óbvio que ele procurava saber se eu tinha alguém. —Eu não tenho namorado. —Ótimo. Então... poderíamos sair juntos. O que acha? Tentei manter a calma. Só rezava para que Gregory não tivesse uma audição um pouco bastante apurada. Ele com certeza ouviria meu coração disparado. —Eu e você? Ele riu novamente. Definitivamente eu parecia uma boba. —Sim, Chris. Sabe que sempre nos demos bem. Eu gostava de conversar com você. —Eu também gostava muito. Bom... aonde e a que horas iremos? Ele deu um sorriso largo, visivelmente satisfeito com minha aceitação. —As oito e meia está bom para você? —Perfeito. —Eu te pego em casa então. —Estarei esperando. Antes de me despedir passei meu endereço para ele. Quando sai da Class eu estava hiperventilado, a mente girando sem conseguir pensar direito. Ele estava certo quando disse que sempre nos demos bem. Às vezes nossas conversas eram longas e produtivas. Mas é claro que ele nunca soube o quanto eu me sentia atraída por ele. Talvez até soubesse, afinal ele arrastava uma multidão de mulheres por onde passava. Mas óbvio, nenhuma delas teve sucesso exceto Alexia. E eu ainda me perguntava como ela teve a coragem de fazer aquele homem infeliz. Cheguei em casa meia hora depois e assim tive tempo de tomar um longo banho e me vestir com paciência. Eu não sabia onde iríamos, mas vindo de Gregory deveria ser algum lugar elegante. Escolhi um vestido curto, tomara que caia, sandálias de salto alto e deixei meus cabelos soltos. Às oito e meia em ponto o porteiro informou que Gregory esperava por mim. Autorizei sua entrada e quando abri a porta, prendi meu fôlego. Gregory ficaria perfeito se usasse qualquer pedaço de pano, eu não tinha dúvida quanto a isso. Os primeiros botões da camisa azul estavam entreabertos e eu podia ver perfeitamente os músculos do peito dele. —Olá. Seu olhar percorreu meu corpo, detendo-se em minhas pernas desnudas. Senti o calor daquele olhar se espalhar por todo o meu corpo. —Está linda. —Obrigada. —Podemos ir? —Sim. Já estou pronta. Seguimos em silêncio até seu carro. Ele abriu a porta, como o cavalheiro que era e depois deu a volta e antes de dar a partida ligou o som. Meus olhos foram atraídos para ele que sorriu. —Adoro essa música. —Eu também. É da nossa época da faculdade. —É verdade, Gregory. Ela esteve no auge por um bom tempo. Ah... — Suspirei saudosa. — Era uma época boa. —Época em que achávamos que todos os nossos sonhos eram possíveis. Eu me calei. Podia imaginar a que ele se referia. Como eu previ, ele me levou a um elegante restaurante. —Posso sugerir o pedido? —Confio em você. Ele fez o pedido e enquanto aguardávamos, bebemos um vinho tinto seco. —Você é cliente assíduo daqui? Perguntei depois de notar como ele foi bem recepcionado, de forma quase íntima pelo maître. —Costumava vir muito quando... quando estava casado. —Por que se refere ao passado? Você ainda está casado. —Por pouco tempo. —Serei invasiva se perguntar o que houve? Sempre foi tão apaixonado por Alexia. Deixou muita mulher sofrendo quando se casou com ela. Ele sorriu, mas era um sorriso triste que dessa vez não alcançou seus olhos. —Não quero atrapalhar sua noite falando sobre coisas chatas. Instintivamente coloquei minha mão sobre a dele e Gregory me encarou. Eu queria arrancar aquela tristeza dos seus olhos. Queria e seria capaz de qualquer coisa para vê-lo sempre sorrindo. —Como você disse, sempre nos demos bem. Acho que se me chamou para sair, talvez precise desabafar. Eu não me importo em ouvi- lo. Gregory me olhou por longos minutos. Eu sustentei seu olhar aparentando serenidade, mas por dentro meu coração batia tão forte que quase me deixava sem fôlego. —Realmente fui muito apaixonado por Alexia. Eu fazia de tudo por ela, Chris. Mas só depois de muito tempo eu entendi que o amor é bem diferente da paixão. Hoje eu vejo que não a amava. E mesmo que amasse... em um relacionamento o amor não é tudo. É fundamental, mas não é tudo. Faltava em Alexia muita coisa que eu não percebia antes, como cumplicidade, amizade, respeito. —Não era o que parecia quando víamos vocês juntos. —Alexia só pensava em si. Em sua carreira. Acho que no fundo nunca me amou. Eu era importante na sua carreira. Uma estrela na mídia tinha que ser casada com um homem rico e bonito. Era apenas isso o que eu era para ela. —Duvido muito. Talvez ela goste, mas do jeito dela. Que mulher não se apaixonaria por você? Arrependi-me imediatamente das minhas palavras. Primeiro porque eu não tinha nada que tentar defender Alexia. E depois ele poderia pensar coisas. Mas para minha surpresa ele sorriu. —Você nunca se apaixonou por mim. E Alexia também não. Apesar do que não posso colocar as duas no mesmo pacote. Alexia só ama a si mesma. Eu nunca me apaixonei por ele...Ah Gregory... se você soubesse. —Garanto que ainda vai encontrar uma pessoa que mereça você. E que o faça feliz. —Sinceramente, Chris? Eu duvido. E no momento nem estou pensando nisso. Apenas balancei a cabeça. Ele mudou de assunto quando nosso pedido chegou. —E você? Nunca quis se casar, ter filhos? —Sempre quis. Mas não encontrei a pessoa certa. — Ainda. —Sim, ainda. Também eu nem tive tempo para isso. Meu pai adoeceu e eu tive que ralar muito para conseguir pagar o tratamento dele. —O que aconteceu com ele? —Câncer. Mas graças a Deus já está curado. —Deve ter sido uma barra para você. —Realmente. Mas eu fiz o que era certo, afinal de contas era meu pai que precisava de mim. Uma coisa que sempre gostei em Gregory é que ele conversava olhando nos olhos. Não era como muitos homens que olhava para todos os lados, exceto o rosto da companheira. —E como ele está agora? —Encontrou uma nova companheira. Está feliz. —E você continuou solteira... Eu ri. —Sim. Daqui a pouco viro uma tia velha e caduca. Ele riu também, balançando a cabeça em discordância. —Ainda está jovem. Logo aparece alguém que se interesse por você. Se é que já não existe. —Não que eu saiba. Continuamos conversando enquanto jantávamos. A conversa com Gregory fluía de forma natural e agradável. Ele não falou mais sobre seu casamento fracassado e ouso dizer que a esposa nem estava nos seus pensamentos. —Nem vi o tempo passar. —Por isso que eu disse que era bom conversar com você. Eu me esqueço dos coisas ruins. Eu não sei quantas vezes mais meu coração ia disparar enquanto conversava com ele. Isso era preocupante. —Fico feliz por isso. As onze e meia da noite Gregory me deixou à porta do meu apartamento. —Quer entrar? Tomar um café? —Aceito o convite uma outra hora. Está tarde e sei que você terá uma semana difícil com Brenda. —Devo temer? Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás, mas imediatamente colocou a mão sobre a boca olhando para os lados. —Esqueci dos vizinhos. Mas quanto a Brenda... é para temer mesmo. Eu não sei como minhas pernas não cederam no momento em que ele segurou minhas mãos levando ambas aos lábios. Um rastro de fogo queimou minha pele e mordi meus lábios. —Obrigado pela noite. Era tudo o que eu precisava. —Estarei aqui sempre que precisar Gregory. —Obrigado por isso. Tenha a certeza de que sempre estarei por você também. Boa noite, Chris. —Boa noite. Esperei enquanto ele caminhava até o elevador. Mas na metade do caminho ele parou e voltou. —O que foi? —Não quer ir comigo a casa dos meus pais nesse fim de semana? —Eu? —Sim. Vai ser divertido. Quando Brenda e David se juntam só sai besteira. Não... não. Minha mente gritava que seria mais seguro recusar. —Bom, acho que... eles não ficarão bravos? —Claro que não. Eu te pego amanhã às nove. —Tudo bem, então. Inferno! Eu precisava me controlar ou estaria perdida. Que capacidade era essa que ele tinha de me desestabilizar tanto? Gregory segurou meu rosto e minha garganta ficou seca, o coração batendo com tanta violência que me deixou momentaneamente sem ar. Aproximou-se mais, me fazendo sentir seu cheiro delicioso e por pouco não fechei os olhos. Deu-me um beijo na bochecha. —Obrigado mais uma vez. Dessa vez ele se foi. E eu fiquei ainda parada à porta muito tempo depois que ele partiu. Droga. Estava óbvio que eu tinha que ficar um pouco afastada dele. Ou eu corria o sério risco de me apaixonar por ele... de novo.
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