Capítulo 1

3402 Words
Por Gregory Mais uma vez... frustração. No fundo eu já estava preparado para isso. Nada de gravidez. Casado há 4 anos, venho tentando a todo custo ter um filho. Eu já tinha conseguido quase tudo na vida, exceto meu herdeiro. Casei-me muito cedo aos 21 anos. E desde então vem a espera, sempre com um resultado desolador. Foi somente por isso que resolvi fazer os exames que minha esposa Alexia tanto insistiu. Realmente eu nunca tinha pensado por esse lado. Talvez o problema fosse comigo. Muitas vezes eu cheguei a desconfiar de Alexia. Que talvez ela se prevenisse de alguma forma. Sendo uma atriz de sucesso, provavelmente não desejava se afastar das telas. Mas sua preocupação com minha constante desolação me fez ver o quanto eu estava sendo injusto. Atual presidente de uma das maiores revistas de moda do país, eu me sentia um fracasso completo. E me senti pior ainda no dia seguinte, logo após minha secretária Vivian ter me ligado. — Senhor Collins? Acho que temos um problema. — O que foi dessa vez, Vivian? — A editora do caderno Beauty pediu demissão. Está de mudança para a França. — Assim sem mais nem menos? — Exatamente. Apenas fechou a edição dessa semana. — Vivian, dê um jeito. Eu preciso de alguém a altura dela. Passei os dedos em minha têmpora, prevendo uma dor de cabeça a mais. Pelo jeito não era só minha vida pessoal que resolveu curtir com minha cara. — Talvez ela nos dê uma dica. Talvez conheça alguém que possa nos indicar. — Sim, faça isso. Não estou com cabeça para mais nada. Era só o que me faltava. Acabava de perder a melhor editora de criação da revista. Mas como diriam... nada tão ruim que não possa piorar. Sabendo que eu não teria mais condições de me dedicar ao trabalho nesse dia, arrumei minhas coisas e sai da sala, me despedindo de Vivian ao sair. —Não volto mais hoje, Vivian. Ligue-me se precisar, embora eu não esteja em condições de ser de grande ajuda. Ela me olhou surpresa, mas para o seu próprio bem não disse nada. Sai dali e fui direto para casa. Alexia estava sentada no sofá da sala de estar folheando uma revista e viagens. Sequer ergueu os olhos quando coloquei minha pasta de couro sobre o sofá, me dirigindo imediatamente ao bar. Não sou do tipo que bebe para fugir dos problemas, mas hoje eu realmente precisava de algo. —Chegou cedo, amor. — E você, Alexia? Não tem gravação hoje? Falei, estranhando o fato de estar em casa a essa hora. Geralmente eu chegava primeiro que ela. — Não. Estou livre hoje. — Vou tomar um banho. Falei depois de virar o copo com uísque em uma golada e começando a me afastar, ja tirando a gravata. —Gregory, eu precisava lhe dizer uma coisa...ou melhor mostrar. —Espero que não sejam más notícias, Alexia. Estou farto por hoje. —Sinto muito, querido. Eu a encarei, o corpo paralisado por causa da expressão em seu rosto. Ela me estendeu os resultados do exame que havíamos feito, que comprovariam se eu era fértil ou não. E o resultado me jogou na lama. Sentei-me no sofá sem acreditar no que lia. — É isso mesmo que estou vendo aqui? — Sim, Gregory... infelizmente o problema é com você. Eu não consegui articular uma palavra sequer. Todas as minhas esperanças acabavam de descer pelo ralo. Com as mãos enterradas em meus cabelos, falei a primeira coisa que me veio à cabeça. Minha última esperança. —Tentarei uma adoção. É o que me resta, apenas. A expressão em seu rosto foi de completa incredulidade. Ergui a cabeça buscando o apoio de minha esposa, mas o que eu vi me deixou ainda mais arrasado. Alexia parecia... horrorizada. —Nunca, Gregory... jamais vou ficar tomando conta de um bastardinho qualquer como se fosse meu filho. —Mas será exatamente isso, Alexia. Depois de adotado será nosso filho. —Mas não é meu filho legítimo. Se eu tiver que ter será sangue do meu sangue. Eu não entendia. Ela não percebia que isso era impossível? Como ela conseguia proferir palavras tão cruéis em relação a adoção? —Sabe que isso é impossível. —Impossível para você. Não para mim. Eu não imaginava que ela pudesse ser ainda mais cruel. Mas ela foi ao dizer isso. Meu sangue ferveu e fez a fúria explodir em mim. —Somos um casal, porra. —E daí? Onde fica minha individualidade? É minha vontade, Greg. Ou melhor... minha falta de vontade de adotar uma criança qualquer que sequer sei a procedência. —Você sempre soube que eu queria ter filhos. —Sim, eu sabia. Mas a culpa não é minha se você não tem competência para gerar uma. Eu não quero um filho adotivo. Eu senti como se uma faca me perfurasse, rasgando e me deixando sangrando. Eu olhava para Alexia, linda em sua beleza fria e não conseguia encontrar sentimento bom para impedir que as palavras que estavam presas escapassem de meus lábios. Eu não conhecia mais a mulher com a qual me casei. Com quem eu fui feliz, ou pensei que fosse nos primeiros anos de casamento. —Não há outra saída para nós, Alexia. — O que quer dizer? — Eu quero o divórcio. Talvez eu estivesse agindo precipitadamente, mas eu não suportava mais tantas decepções. E principalmente... não suportaria olhar na cara de Alexia depois de ela ter sido tão insensível a ponto de me chamar de incompetente. — Eu não acredito nisso, Gregory. Quer se separar de mim por causa de um filho? — É muito pouco para você, não é? — Sim... chega a ser ridículo. — Não sei como me enganei tanto com você, Alexia. — Eu me enganei com você, querido. Pensei que me amasse. Agora, olhando para ela... eu me perguntava se algum dia a amei. Fui apaixonado, não nego. Mas amor? Um amor poderia ser quebrado tão facilmente depois daquela briga? Eu acho que não. O amor nos fortalece e não enfraquece como acontecia comigo agora. — Eu pensei que amava..., mas e você? Ama? Chegou a amar um dia? Se me amasse não faria uma única concessão em toda sua droga de vida? Sempre eu, Alexia. Sempre eu abri mão de tudo. Você nunca fez nada por mim. — Eu nunca pedi que abrisse mão de nada. Suspirei, cansado, revoltado, indignado. Realmente ela estava certa. Ela nunca pediu nada. Eu sempre fiz porque achei que seria o certo. E também nunca pedi nada... exceto agora. E como resposta recebia um tiro bem no peito. — Acho melhor não se opor ao divórcio. — Acha que farei isso? Seria um escândalo em minha carreira. Procure seu advogado. Foi assim... sem qualquer emoção. Extremamente fria. Eu me retirei da sala, praticamente me arrastei até nosso quarto, onde peguei algumas roupas. E nessa noite dormi no quarto vago ao lado do nosso. Quando foi que nosso casamento começou a ruir? Não foi apenas a questão da adoção. Se Alexia me amasse, ela teria ao menos cogitado a hipótese de esperarmos mais um pouco. Antes de dormir, liguei para meu advogado, expondo minha situação. Mas suas palavras me puxaram ainda mais para baixo. —Pode tentar, Gregory. Afinal é um homem jovem, bem-sucedido, de boa índole. Mas será muito difícil. Geralmente preferem casais que vivem juntos, bem estruturados... Fechei meus olhos, finalmente deixando minhas lágrimas rolarem. Será que eu não era merecedor disso? Ha tantas pessoas que tem filhos e abandonam, maltratam. E eu, que queria apenas dar meu amor e carinho via obstáculos surgindo de todos os lados. Mas eu tinha que tentar. ***** Nos dois dias que se seguiram à minha discussão com Alexia, dediquei-me a fazer todos os procedimentos que meu advogado informou. Inscrevi-me na fila de adoção e as palavras da assistente social foram as mesmas do meu advogado. Por um momento, pensei que deveria ter entrado na fila de adoção antes de pedir o divórcio. No entanto, eles fariam uma entrevista comigo e com Alexia. Com certeza minha situação seria ainda pior. Permaneci em minha casa, mas parecia morar sozinho. Não vi Alexia nesses dias. Ou ela estava realmente muito ocupada com as filmagens, ou estava me evitando. Deixei minha mente desligar da empresa, deixando tudo a cargo da minha irmã. Dormia mal e me sentia péssimo, jogado ao fundo do poço. Estava amargo e tremendamente irritado. Chorava às vezes e me amaldiçoava por ter me dedicado a um casamento falido. Ainda assim fui trabalhar dias depois. Parecia que tudo acontecia de uma só vez. Cheguei ao meu andar e resmunguei um bom dia para Vivian, indo direto para minha sala. Horas depois, mais irritado do que quando cheguei, sai da minha sala. Felizmente eu contava com uma equipe competente e a nova diretora de criação já fora entrevistada e contratada por minha irmã. Eu precisava falar com ela, dar as boas-vindas e me mostrar um profissional sério. Minha vida pessoal deveria ficar trancada do lado de fora da empresa. No entanto, ao sair pelo corredor, uma distraía mulher sem olhar para onde anda quase me atropelou. Abaixei, resignado para pegar os papeis que foram ao chão. Essa criatura estava me atrasando. Enquanto agachado notei que tinha belas pernas. Balancei a cabeça com o rumo idiota dos meus pensamentos e me levantei. Ela se levantou quase ao mesmo tempo em que eu. Estendi os papéis para ela, olhando pela primeira vez em seu rosto e parei em choque. — Chris? Percorri o corpo de formas perfeitas de cima a baixo. — É você mesma? Ela sorriu não parecendo tão surpresa como eu. — Sou eu mesma, Gregory. Como vai? — Deus! Há quanto tempo não vejo você. Está tão... diferente. Ela sorriu novamente e não me passou despercebido como seu sorriso continuava lindo, parecendo iluminar tudo a sua volta. — Você, ao contrário, não mudou nada. — O que faz aqui? Ela pigarreou antes de responder. — Sou a nova diretora de criação. Brenda me contratou. Então Chris seria minha nova funcionária. Conheci Chris há tempos, na faculdade. Era inteligente, divertida e sempre nos demos bem. Mas depois ela se mudou e nunca mais manteve contato. Confesso que as vezes sentia falta da sua conversa inteligente, sábia. Porém hoje ela estava mudada. Estava mais mulher. Eu sempre a achei bonita, com aqueles longos cabelos e os olhos verdes. E sim, admito que já me senti atraído por ela. Mas agora ela tinha mais curvas, tinha algo de diferente. Estava incrivelmente linda. Eu sorri verdadeiramente feliz pela primeira vez após tantos dias turbulentos. — Acho que os ventos estão mudando de direção. Falei sem pensar. — Como? — Acredito em seu potencial, Chris. E vejo um problema a menos em minha vida. Pelo menos pelo lado profissional Chris resolveria meus problemas. Era competente e daria conta do recado. Mas minha vida pessoal estava um caos. Eu nem sabia por onde começar. Se tentava colar os caquinhos ou se começava do nada. Porém, como eu disse... vida pessoal do lado de fora. Sorri novamente e percebi que não foi forçado como pensei que seria. — Vamos até minha sala? Será bom conversarmos um pouco. Chris me acompanhou estranhamente relutante. Seu perfume levemente floral invadiu minha sala assim que entramos. — Sente- se. Por onde andou esse tempo todo? — Estive em Londres...alguns problemas pessoais. Eu a encarei, olhando em seus olhos. Rapidamente flashes das nossas conversas na faculdade passaram diante dos meus olhos. Ela sempre tinha uma palavra de incentivo, de força. Ainda era assim? — Sei... eu senti sua falta. Nem sei por que disse isso, mas era verdade. As palavras simplesmente escapuliram, entretanto Chris pareceu se assustar um pouco com essa declaração. Mas me surpreendeu também. — Eu também senti sua falta, Gregory. Ou eu deveria dizer senhor Collins? Senti um arrepio estranho percorrer meu corpo, mas neguei balançando a cabeça. — Apenas Gregory. Será bom tê-la por perto. Eu nem fazia ideia do quanto eu tinha razão ao dizer essas palavras Por Chris Eu merecia. Muito bem-feito para mim. Quem mandou aceitar essa droga de emprego? Eu nem gostava de jornais. Meu negócio era o mundo da moda. Mas enfim, morando em Londres eu precisava me sustentar de alguma forma. O problema todo era que eu sou boa no que faço. Tinha ótimas recomendações dos empregos anteriores. Então não conseguia entender porque não conseguia coisa melhor. Talvez fosse coisa do destino. Estava com 25 anos, solteira e sozinha. Só uns namoricos sem importância, mas nada que me deixasse apaixonada, suspirando pelos cantos. Às vezes eu até sentia que minha via era parada demais. A verdade é que eu precisava me reerguer, começar do zero. Tudo o que havia juntado durante esse tempo todo eu gastei com o tratamento de saúde do meu pai. Mas pelo menos valeu a pena. Hoje ele estava plenamente curado. Porem eu tive que adiar por várias vezes meus planos de me casar e ter filhos...e continuar minha carreira. Claro, a doença do meu pai não foi a causa desse adiamento. Como eu poderia pensar em me casar se sequer tinha um relacionamento mais profundo com alguém? Mal o relógio tinha marcado dezoito horas e me preparei para ir embora. Todo dia era assim. Eu contava as horas para voltar para casa. Por isso não posso dizer que sou feliz profissionalmente. Quem gosta do que faz não anseia pelo fim do expediente todos os dias. Eu já estava de pé ao lado da minha mesa quando o maldito telefone tocou. Se a ligação fora direto para minha mesa, obviamente a pessoa queria falar comigo. Meu pai, talvez? —Alô? —Chris? Eu reconheci aquela voz rouca imediatamente. Jamais a esqueceria. — Roberta! Há quanto tempo. Você sumiu.... — Pois é... trabalhando muito. — Está em Nova York ainda? — Por enquanto, Chris. Estou de mudança para a França. Arregalei meus olhos e me sentei. França... um sonho ir para lá e trabalhar em alguma revista de moda. — Nossa... que delícia. Boa sorte para você lá. — Chris, é exatamente por isso que queria falar com você. Tem vontade de voltar a morar aqui em Nova York? Eu tinha? Não sei. Tinha boas lembranças de Nova York, mas estava bem em Londres, apesar do emprego que não me agradava. Mas não era má ideia voltar, dependendo da circunstância. — Depende. Só se tiver uma oferta muito boa. — Estou te oferecendo a chance de tentar a minha vaga de diretora de criação. — Sério? — Sim. Meu chefe está louco atrás de outra pessoa tão competente quanto eu. Eu só consegui pensar em você. — Ah... Roberta, obrigada. Fico feliz que tenha pensado em mim — Acha que pode vir? Ter uma entrevista com ele? — Quando? Acho que consigo sim. Está na Woman, correto? — Não. Estou há muito tempo na Class. Novamente meus olhos ficaram arregalados. Class! Eu seria louca se recusasse. — Não acredito! Na Class, Roberta? — Sim. Você deve conhecer, é claro. — Claro que sim. Quem diria. Eu tentar uma vaga na Class. Talvez fosse o destino mesmo. Se eu ainda tivesse sorte e o presidente da Class continuasse tão gente boa como era antes... Conheci Gregory ainda na faculdade. Nos dávamos bem. Gregory era tão simpático, simples até. Confesso que sempre tive uma queda por ele. Aliás não só eu, mas o mulherio todo. Nada mais natural. Gregory era lindo, um corpo estonteante. Mas infelizmente nunca fui sequer notada, não dessa forma. Gregory namorava Alexia e era odiosamente fiel a ela. Ele se casou pouco tempo depois que eu fui para Londres. Depois de um tempo assumiu a empresa da mãe. Georgia Collins foi uma grande modelo na sua juventude, mas depois que se afastou das passarelas fundou a Class. E há alguns anos passou a presidência ao seu filho. Eu nunca mais o vi pessoalmente. Mas como o poder muda muito as pessoas, talvez ele nem me reconhecesse mais. Combinei com Roberta que em dois dias estaria lá. Eu a conheci no meu primeiro emprego numa pequena revista de moda. Ela também estava começando e nos tornamos amigas. Porém pouco tempo depois, eu me mudei para Londres para ficar junto do meu pai. Foi preciso na época. E ela se lembrou de mim na hora da indicação para a vaga! Isso sim era amizade. Dois dias depois, já de malas, comprei minha passagem. Agindo mais por impulso do que tudo, pedi minha demissão. Mesmo que não conseguisse a vaga na Class, eu não queria mais esse emprego. Despedi- me do meu pai. Ele não precisava mais de mim. Estava muito feliz com sua nova esposa, Diva. No dia marcado para a entrevista eu estava uma pilha de nervos. Caprichei no visual, afinal a Class era muito elegante. E fui recepcionada por uma belíssima secretária. — Bom dia, meu nome é Christine. Tenho uma entrevista com o senhor Collins. — Sinto muito, mas o senhor Collins não vem hoje. Será entrevistada pela senhorita Brenda Collins. Eu já tinha ouvido falar em Brenda Collins. Era irmã de Gregory e morava fora nos nossos tempos de faculdade. Fui encaminhada para a sala dela, que me recebeu com um sorriso largo. Não se parecia com Gregory, exceto os olhos. — Bom dia, Christine. Sente- se por favor. Posso chamá-la de Chris? É mais fácil assim. — Sem problemas. — E por favor me chame apenas de Brenda. Posso ver seu currículo? Estendi meus documentos para ela que olhou tudo com muita curiosidade. Eu retorci minhas mãos sobre o colo em expectativa. De repente desejei muito ser aceita. Eu me sentiria realizada profissionalmente se conseguisse aquele emprego. — Você foi muito bem recomendada por Roberta. — Trabalhamos juntas durante um tempo e nos tornamos grandes amigas. — Seu currículo também é muito bom. Mas essa última empresa em que trabalhou, não tem muito a ver com você. —Não mesmo, mas na época eu precisava de qualquer coisa. Problemas pessoais. — Entendo. Bom, infelizmente meu irmão não está aqui hoje, mas tenho certeza que não vai se opor a minha decisão. Colocou os papéis sobre a mesa e sorriu para mim. Mas eu notei que seu olhar me avaliava com um brilho estranho que não soube decifrar. — Pode começar amanhã? — Quer dizer... a vaga é minha? — Com certeza. Você é tudo o que precisamos, Chris. —Ah...Brenda. Obrigada. Posso começar amanhã, sem dúvida. — Ótimo... e não me decepcione. —Não se arrependerá. Brenda foi comigo me mostrar onde seria minha sala. Era no mesmo andar da sua e da de Gregory. Eu ainda estava meio anestesiada, quase sem acreditar que tinha mesmo conseguido a vaga. —Suponha que está hospedada em algum hotel? —Sim. —Bom, podemos olhar com a Vivian e ela poderá ajudar a encontrar um apartamento legal para você. —Eu agradeço. Embora tenha morado aqui, eu estou há um bom tempo fora, então... —Certo. Vamos até ela então. *** Na noite anterior mal consegui dormir tamanha ansiedade. E hoje ao acordar tomei um longo e relaxante banho, aproveitei o café da manhã do hotel e segui para a Class quarenta minutos antes do horário. Vivian, a simpática secretária que estava me ajudando na procura por um apartamento sorriu ao me ver. — Bom dia, Vivian. — Bom dia, Christine. Seja bem-vinda. — Obrigada. Brenda já chegou? — Ainda não. Mas o senhor Collins já. Talvez depois deva ir até a sala dele. Mas me peça para anunciá-la, sim? —Tudo bem. — Esses papéis são seus. Leia, assine e me devolva. Dirigi-me até minha sala, olhando distraidamente para os papéis em minhas mãos. De repente foi como se eu fosse de encontro a uma parede. Bati com força em algo e os papéis foram ao chão. Abaixei-me para pegá-los e um par de mãos fortes e grandes se juntaram a mim, pegando os papeis. Droga, só poderia ser ele. Estremeci. Levantei-me pronta para pegar os papéis em suas mãos. Ele também se levantou e vi a surpresa em seu rosto. — Chris? Seus olhos me percorreram de cima a baixo. — É você mesmo? Incrivelmente, ele me reconheceu. E meu coração disparou ao perceber que, pelo menos na aparência, ele era o mesmo Gregory por quem fui apaixonada um dia.
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