Aurora 2

1121 Words
No dia seguinte, embarcamos para o México, sentados na primeira classe do avião, senti que essa viagem poderia sim ser proveitosa e feliz, se eu soubesse manter minha mente aberta. Minha família estava contente, até mesmo Julio que ultimamente estava tão disperso, estava mais falante e contente. - Pai, o que tem de legal no México? - perguntou Théo. - Muita coisa, carinha, mas o papai não teve tempo de pesquisar. - respondeu. - Mamãe, você pesquisou? - Pesquisei sim, meu amor. A mamãe até imprimiu um folheto para você. - disse, tirando-o do casado e entregando a ele. - Legal, mãe! - disse, animado. - Você pensa em tudo, amor. - comentou Julio. - Eu tento. - dei de ombros. Depois de ver e rever o folheto, meu filho adormeceu e acabou dormindo praticamente a viagem toda. Eu, como estava ansiosa, não consegui pregar os olhos, até Julio roncou do meu lado. A viagem durou quase 12 horas, eu estava exausta, por Deus! Eu só queria chegar logo ao hotel, deitar e apagar. Porém, meu pais, já estavam fazendo planos para o jantar, e é claro que eu recusei qualquer oferta que não envolvesse jantar no quarto e cair na em seguida. - Vão vocês, estou muito cansada. Julio, você e o Théo podem ir, eu vou ficar no quarto e descansar um pouco. - Você que sabe, amor, podemos ficar com você. - disse Julio. - Tudo bem, podem ir. Eu vou dormir mesmo. - dei de ombros. Assim, minha família e meus sogros que também tinham vindo, saíram para comer fora, enquanto eu aproveitei para tomar um banho e depois me jogar na cama. Quando Julio e Théo retornaram do jantar, já era hora de dormir, ouvi quando meu marido colocou nosso filho na cama e depois se deitou ao meu lado. No dia seguinte, nos levantamos cedo e tomamos café no hotel com nossa família, eu me sentia mais animada e disposta, acredito que hoje será um ótimo dia. Depois do café, seguimos para admirar as belezas e pontos turísticos da cidade de Guadalajara, o lugar era realmente diferente de todos os lugares onde eu já havia estado, tinha um toque e encanto especial, difícil de descrever. Caminhamos com nossos familiares, admirando tudo ao redor, Théo estava eufórico e sempre se adiantava na frente, o que mantinha Julio e eu sempre correndo atrás dele. Dado momento, ele se soltou de nós e correu para perto de um armazém que parecia abandonado, Júlio foi atrás e eu fiquei esperando por eles, mas algo parecia estar acontecendo, pois estavam demorando a voltar. Caminhei em direção ao armazém e me deparei com uma cena que me fez entrar em pânico: vários homens vestidos de preto e armados, apontavam armas enormes para o meu marido filho, de imediato pensei se tratar de um assalto. - O que está acontecendo? - questionei. - O homem e o garoto viram uma coisa que não deviam. - disse o mais alto, que aparentava ser o chefe dos demais. - O que? Do que estão falando? - Querida... - sussurrou meu marido. - Eles são...são... - Quem são vocês? Olha, não importa, só queremos continuar nosso passeio em paz, ok? Por favor, não aponte essa arma para o meu filho, ele é só uma criança. - Não podemos correr o risco de vocês contarem à polícia o que viram aqui. - continuou o homem. - Eu não vi nada, moço. - Mas eles viram, vocês precisam vir com a gente agora. - disse, se aproximando. - O que?! Para onde? - Aurora, o que está havendo? - droga! Nossa família já havia nos alcançado e nos seguido até ali, agora todos estávamos correndo perigo. - Pronto, agora a festa está completa. Levem todos. - ordenou o homem. - O que? O que pensam que estão fazendo? - disse meu pai, encarando os homens armados. - Se querem dinheiro, podem levar tudo. - Dinheiro não irá resolver os problemas de vocês, meu caro. Os homens nos levaram na mira de suas armas para dentro do armazém, enfileirados, ficamos nos encarando, reféns daqueles homens intimidadores e que pareciam dispostos a tudo. - Quem são esses homens? - perguntei baixinho para Julio. - Você ainda não entendeu, Aurora? São bandidos. - respondeu no mesmo tom. - Bandidos? - sussurrou assustado, o meu filho. - Para com isso, Julio, está assustando o Théo. - repreendi, puxando o meu filho para perto de mim. - Quem são vocês? - perguntei. - Pessoas que vocês certamente não gostariam de ter cruzado. - respondeu o homem alto e que parecia ser o chefe. - Tenha piedade, moço. - suplicou Marta, minha sogra. O resto da minha família teve o bom senso de se manterem calados. - Alejandro, acho melhor ligar para o chefe e ver o que é para fazer com eles. - disse um dos homens. Então esse que estava em nossa frente, não era o chefe? Se não era, então deveria ser o segundo em comando. Mas, afinal, quem eram esses homens? - São mafiosos, bandidos. - disse Julio, lendo meus pensamentos. - Théo correu para perto do armazém e bem na hora que eu o alcancei, presenciei quando eles faziam uma transação com outros bandidos, certamente trocando a mercadoria pelo dinheiro. - sussurrou. - Que tipo de mercadoria? - perguntei. - Sim, vou ligar para para o Enrique. - então esse era o nome do chefe. - Fiquem de olhos neles. - pediu o tal Alejandro. A essa altura, eu já estava completamente arrependida de ter aceitado fazer essa viagem, bem que eu não estava com um bom pressentimento. Nós não deveríamos ter vindo. Alguns minutos se passaram, até a volta de Alejandro. - Meu chefe está a caminho, ele decidirá o que será feito com vocês. - Santo Deus. - rezou minha mãe, ao lado do meu pai. - Quem são vocês? Porque estão nos mantendo reféns? - perguntou meu pai. - Brasileiros... sempre desagradáveis. - cuspiu Alejandro, revirando os olhos. - Acontece que esse daqui e o filho dele, nos pegaram em um momento íntimo, num momento em que ninguém deveria ver ou ouvir nada. - Por favor, eu nem falo a língua de vocês. - suplicou Julio. - Meu filho tem 05 anos, moço. Tenho certeza que ele não entendeu nada do que quer que tenha visto ou ouvido. - falei. - Isso, o chefe irá decidir. - disse por fim. Algum tempo depois, escutamos o barulho de um carro se aproximando, a porta do armazém se abriu e em nossa frente surgiu um homem acompanhado de mais dois capangas, e era simplesmente o homem mais bonito e intimidador que eu já tinha visto na vida.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD