Aurora 4

931 Words
Eu já estava cansada de gritar, minha garganta estava doendo e eu já estava sem forças. Eu só queria sair daqui e ver o meu filho, mas isso tudo parece um grande pesadelo. Agora a pouco, uma moça trouxe um vestido e colocou sobre a cama, perguntei se ela tinha a chave do quarto e ela disse que o Enrique tinha aberto para ela entrar, mas assim que ela saísse ele voltaria para trancar a porta, e foi o que ele fez. - Quero que vista esse vestido para jantarmos juntos. Mandei preparar um jantar de boas vindas para você. - disse, assim que sua empregada deixou o quarto. - Não estou com fome. Você pretende mesmo me manter presa aqui? Até quando? - É só até você se acostumar, minha querida. - Eu quero ver o meu filho. - exigi. - Você precisa entender que a vida que você levava antes acabou, sua vida agora é aqui e comigo, preciosa. - Você acha que pode ter tudo, não é? - disse, ficando frente a ele - Só porque é um bandido. - sua expressão endureceu, Enrique endireitou a postura e deu um passo em minha direção. - Se vista, que logo virei buscá-la, mas por favor, tome um banho antes. Desgraçado! Enrique saiu do quarto e me trancou novamente, não me dei ao trabalho de gritar dessa vez, eu estava exausta e precisando mesmo de um banho. Me despi e entrei no banheiro luxuoso da suíte, era lindo, como tudo na casa, mas isso não me impressionava, pois eu nasci rica. Enchi a banheira e entrei, sentindo a água quente massagear todo o meu corpo, estava uma delícia. Se eu fechasse os olhos, poderia imaginar que estava de volta à minha casa, tomando banho na minha própria banheira. No entanto, eu estava aqui, presa nesse mausoléu, onde só Deus sabe como chegar. Sai da banheira, me enrolei no roupão e segui para o quarto. O vestido era longo e vermelho, o decote era profundo. No chão, havia um par de sapatos de saltos da mesma cor. A contragosto, coloquei o vestido sem lingerie, acho que ele se esqueceu desse detalhe. Me senti totalmente exposta sem nada por baixo, talvez essa tenha sido mesmo a sua intenção, mas se ele pensa que vou ceder ao desejo dele por mim, está muito enganado. Já pronta, me sentei na cama para esperá-lo, isso tudo parecia a p***a de uma piada de m*l gosto. Minutos depois, ele chegou, estava vestido de terno e gravata, sua beleza era marcante, mas não mais me impressionava. - Você está deslumbrante. - disse, me observando. Não respondi. - Vamos, a comida já está na mesa. - ele ofereceu seu braço e para não irritá-lo, aceitei. Saímos do quarto e entramos na sala de jantar, onde algumas funcionárias estavam posicionadas para nos servir. Ele puxou a cadeira da cabeceira para mim e me sentei, em seguida ele se sentou na outra extremidade da mesa. Suas funcionárias começaram a nos servir, a comida era típica do México, tudo parecia delicioso, mas eu não estava com fome. - Bom apetite. - disse ele, começando a comer. Coloquei uma garfada na boca, o sabor era bom, mas a vontade de comer era mínima. - Coma um pouco, senão ficará fraca. - Como se você estivesse preocupado com isso. - É claro que me preocupo com você, Aurora. Você será minha esposa. - Como é?! Não serei nada sua, vou sair daqui e voltar para o Brasil, ou você pensa que minha família irá me abandonar aqui? - Mesmo que eles contatassem a polícia, o que eu acho que eles sabiamente não irão fazer, ninguém jamais te encontraria aqui, querida, ninguém, acredite em mim. Engoli em seco com a possibilidade dele estar certo. - Agora se esforce e coma um pouco, não pode dormir de barriga vazia. Me forcei a engolir um pouco da comida, na verdade, estava com medo do que viria depois do jantar. - Se já acabou, podemos ir para o quarto. - disse ele, ficando de pé. Enrique puxou a cadeira para que eu me levantasse e depois me conduziu de volta para o quarto. Meu coração batia acelerado no peito, eu estava com medo de ser forçada a ter relações com ele. Depois que entramos, ele fechou a porta atrás de nós. O quarto estava escuro, pude ouvir somente sua respiração no meu pescoço, minhas mãos estavam tremendo sem que eu pudesse controlar. - Você é a mulher que sempre desejei. - disse, afastando meu cabelo do ombro. - É linda, é perfeita. - Enrique deslizou uma das mãos sobre o meu braço nu, me causando arrepios. Sua mão encontrou meu rosto, onde exerceu uma leve pressão. - O que pretende fazer? - perguntei, amedrontada. - Eu desejo você, Aurora. - disse, fitando meus olhos. - Mas eu não pretendo ceder aos seus desejos. O que irá fazer? Me violentar? Como se tivesse levado um tapa, ele se afastou. - Nunca precisei abrir mão desse tipo de recurso para ter mulher alguma na minha cama, minha querida, e essa não será a primeira vez. - disse, irritado. - Contudo, eu tenho paciência, sei que vai implorar para ser fodida por mim. Durma bem. Enrique se dirigiu a porta e parou por um instante, depois seguiu sem trancá-la. Com certeza deve ter se dado conta de que eu não posso escapar desse lugar, eu seria morta se tentasse tal coisa, essa noite pelo menos. Mas eu não pretendo passar o resto dos meus dias aqui, longe do meu filho.
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