De Volta Ao Lar

2359 Words
Rebeca: Papai, me desculpe. - Rebeca diz tristonha, ao ver seu pai entrar logo após o doutor Raul. Gabriel: Não precisa pedir desculpas...Não tem culpa, alguma. Rebeca: Tenho sim. Raul: Vamos saber disto, agora. Rebeca: Como assim? Gabriel: Raul lhe fará algumas perguntas, responda com sinceridade filha. Rebeca: Tudo bem. Dr Raul: Fazia alguns exercícios? Quais eram? Rebeca: Corria, de duas à três horas por dia. - Fala e Gabriel sente um nó, formando em sua garganta. Gabriel: Por que isso, Rebeca? Rebeca: As garotas zombavam de mim, diziam que eu estava gorda...Também pensava da mesma forma, só não queria ser diferente delas papai. Gabriel: Você é incrível, não precisa querer ser como as outras pessoas...ser diferente, não é ruim. Dr Raul: Podemos, continuar? Gabriel: Claro, vou para fora. Rebeca: Pai, me perdoa, por favor. Gabriel: Não estou bravo, irei ligar para sua mãe...continue respondendo o doutor. Rebeca: Pode deixar. - Diz e Gabriel beija a testa de Rebeca, seguindo para fora do quarto. Dr Raul: Você, se alimentava corretamente? Rebeca: De frutas, porém vomitava todas elas em seguida. Dr Raul: Entendo. (LIGAÇÃO) - Oi. - Digo. - Tudo bem? - Indaga, de forma ríspida. - Esta brava, comigo? - O que acha, Gabriel? - Desculpa, estava ocupado com tudo...Por isso não atendi. - Ocupado? A Rebeca está bem? Aconteceu algo? - Ela ficará bem. - Diz logo, o que minha filha tem? - Para de me tratar assim, a Rebeca também é minha filha. Fui eu, quem tirou ela daquele lugar horrível. - O que aconteceu?! - Agatha exclama, ela já chorava de nervoso porém não percebia que seu esposo lutava para ser forte e suportar toda dor que também sentia. - Está com, anorexia nervosa. - Ah Senhor, porque deixamos que ela fosse para esse lugar? - Não imagina o quanto estou arrependido. - Ah meu amor, desculpe pela forma que te tratei...Mas é tão difícil, estou tão preocupada com vocês dois. - Queria tanto que estivesse aqui...Preciso do teu abraço. - Quando chegar, prometo lhe abraçar bem forte...Após abraçar a Rebeca, pode ser? - Claro que sim, quero seu colo. - Terá para sempre, te amo amor. - Também, amo você. Tenho que voltar, ela está respondendo algumas perguntas do Doutor. - Tudo bem, me ligue depois...Quero conversar com ela e saber como vocês estão aí. - Pode deixar, patricinha. - Faz tempo, que não me chama assim. - Chamarei, todos os dias agora. - Eu apoio. - Diz e Gabriel sorri, se despedindo e desligando o celular...seguindo para o quarto novamente. Dr Raul: Quanto de altura? Rebeca: Um metro e setenta. Dr Raul: E quarenta quilos, não acha pouco? Gabriel: Acho bem pouco. Dr Raul: Vou prescrever, uma receita com alguns cuidados para ela...com licença. Gabriel: Obrigado, doutor. - Gabriel fala, e o doutor segue para fora do quarto, deixando pai e filha sozinhos. Rebeca: Oi. Gabriel: Se sente, melhor? Rebeca: Acredito, que sim...devo ter engordado, dois quilos ou mais...Só com, este soro. Gabriel: Você merece. Rebeca: Como assim pai? Gabriel: Parar de ser idiota, destruindo à si mesma, uma garota linda com o corpo tão bonito. Então vem você, destruindo tudo que Deus criou...Porque, lhe olham com cara feia! Rebeca: Já pedi perdão, papai. Gabriel: Quando começou, se importar com o que pensam de você? Onde está, aquela garota forte e decidida? Rebeca: Ela morreu, sinto muito não ser a filha preferida...Talvez a Melissa, seja! Gabriel: O que, a Melissa tem haver com isso? Rebeca: Você e a mamãe, sempre preferiram a Melissa, amam a garota forte que supera desafios. Gabriel: Sim, a Melissa superou muitos desafios e eu e sua mãe a amamos muito. Mas você que veio de nós, se não me importasse com você não estaria aqui agora, cuidando de ti. Rebeca: Me perdoa, pai Gabriel: Tem outra pessoa, pra pedir perdão Rebeca. Rebeca: Essa pessoa nem deve lembrar-se mais que eu existo. Gabriel: Mas é claro que Deus lembra de você, ele nunca se esquece de um filho. Dr Raul: Aqui está a dieta, tem que seguir corretamente, para ficar bem...ou se não, pode piorar. - O doutor diz, entregando à Gabriel uma enorme receita. Gabriel: Então, podemos ir? Dr Raul: Podem sim, espero nunca mais vê-los aqui. - Brinca e Gabriel sorri, assim como Rebeca. Após saírem do hospital, Gabriel pegou as roupas de Rebeca com o recepcionista da escola preparatória e guardou em malas, seguindo diretamente ao aeroporto com sua filha. Gabriel não suportava mais, ficar naquele lugar...Ele desejava que Rebeca começasse viver, agora bem longe dali. Gabriel: Filha, liga para tua mãe...Ela deve estar, preocupada. - Gabriel diz antes do embarque do avião, e Rebeca assente fazendo o que seu pai havia dito. LIGAÇÃO - Oi mãe. - Meu Deus, Oi! - Sou eu, Rebeca não Deus. - Fala sorrindo e sua mãe faz o mesmo. - Boba como seu pai, que saudade do seu sorriso meu amor. - Também tenho saudades mãe, já estamos voltando pra casa. - Que bom filha, estou orando por vocês. - Obrigada mãe! - Está melhor? Seu pai contou o que tem. - Tomei soro no hospital, me sinto mais forte apesar da desnutrição. - Imagino querida, seu pai está cuidando de você direitinho? - Sim, mamãe. - Vai cagar, sua anã! - Coisa feia Gabriel, ouvindo a conversa dos outros curioso! - Falei pra ele, que é feio mamãe! - Este aí, não toma jeito. - Dormirei de jeans hoje! - Gabriel exclama mais uma vez. - Respeite, olha nossa filha ai! - O que, está acontecendo? - Rebeca questiona, sem entender. - Tua mãe, sabe muito bem. - Gabriel! Filha, ainda és inocente? - Mãe, que pergunta para fazer perto, do pai! - Desculpa querida, depois você responde. - Também, quero saber! - Gabriel exclama e as duas sorriem. - Mãe, vamos embarcar...Até depois. Amo você! - Está bem, também amo você. - Amoooor, também te amo! - Eu sei, porque também te amo! - Que fofos, vocês dois! Beijos mamãe. - Beijo, amores da minha vida. Rebeca: Estava com saudades, da mamãe. - Rebeca diz ao entrar no avião, e se prepararem para voar. Gabriel: Eu também. Rebeca: O senhor, à ama muito. Gabriel: Sim, ela é minha "pessoa certa". Rebeca: Será que, também encontrarei minha "Pessoa certa"? Gabriel: Se esperar e confiar em Deus, sim, ele dará. Rebeca: Como soube, que era a mamãe? Gabriel: Deus mostrou à ela, o que eu pedia em oração. Rebeca: Nossa, que legal! Conte, para mim. Gabriel: Outra hora, agora vai descansar um pouco. Rebeca: Ah pai... - Choraminga e Gabriel nega. Rebeca adorava ouvir, as histórias de seus pais e apesar do tempo ter passado, nada disso mudara. Gabriel: Ah nada, vamos...dormindo! Rebeca: Esta bem, quando chegarmos...Me chame. - Diz se ajeitando na poltrona e Gabriel assente, pegando sua biblia e começando ler durante o voo. {...} Apesar de irem de avião, Gabriel não conseguiu chegar a tempo do jantar...Rebeca dormiu um pouco mais, no taxi então Gabriel levou a mesma nos braços até dentro de casa, lhe pondo em sua cama...No quarto que esteve lhe esperando, desde quando fora embora. Rebeca: Ãn...papai? Gabriel: Sim, meu amor? - Gabriel diz, parando em frente a porta do quarto da jovem. Rebeca: Não me contará, o sonho? Gabriel: Volte á dormir, amanhã conto. Rebeca: Por favor... Gabriel: Está bem. - Gabriel fala, se sentando em uma poltrona ao lado da cama de Rebeca...começando à contar, sobre como teve certeza de que Agatha, era a mulher da sua vida. Gabriel: Nós estávamos, brigados... Rebeca: Por causa, do quarto. Gabriel: Sim, quem lhe contou? Rebeca: A tia Julia. Gabriel: Meu Deus, Julia é uma fofoqueira. - Fala sorrindo e Rebeca faz o mesmo. Rebeca: Conte, papai. Gabriel: Já havíamos nos acertado no dia anterior, quando fomos arrumar o quarto do meu pai. Disse que a amava e ela fez o mesmo. Comemos um lanche por que ela havia ido em um restaurante fino, com o doutor Marcos. Rebeca: Quem é esse Marcos? Gabriel: Um figurante na nossa história. Rebeca: Ah claro, continue. - Diz achando graça. Gabriel: Fique quieta, ou me perco na história. Rebeca: Desculpe. Gabriel: Fui embora, mas fiquei a noite inteira pensando nela e pedia a Deus que me desse uma confirmação... se Agatha era a pessoa certa para mim, chorava e pedia a Deus. Ao dormir naquela noite, tive um lindo sonho. Rebeca: Que sonho? Gabriel: Vou parar de contar.. Rebeca: Desculpa, já me calei! Gabriel: Sonhei que tínhamos dois filhos, um garoto e uma garota Rebeca: Só falta o garoto. Gabriel: Pois é! Rebeca: Termine. Gabriel: Tive esse sonho, mas não era na verdade o que queria. Sempre pedi à Deus que me desse permissão, já que ela não tinha pai entende? Rebeca: Sim, era como se Deus fosse o pai dela. Gabriel: Sim, ele é o nosso pai! Rebeca: Sei. Gabriel: Eu fui para o hospital feliz por ter tido o sonho, mas parece que faltava alguma coisa. Chego e vejo a Gath conversando com o doutor Marcos, me dá uma vontade de bate nele! Rebeca: Por que? Gabriel: Ele havia tentado, beijar sua mãe a força no dia anterior. Rebeca: Que cachorro! Gabriel: Fui lá pra perto dela e descuti, com o desgraçado. Gath viu que íamos sair no tapa... sabe o que o Marcos falou? Me lembro até hoje. Rebeca: O que, ele falou? Gabriel: Disse que como eu e a Gath éramos primos, não corria o risco de perde-la. Rebeca: E o senhor, disse o que? Gabriel: Não disse nada, foi tua mãe. Rebeca: Ela falou, o que? Agatha: "Olha aqui só pra você saber o Gabriel é meu primo de quinhentesimo grau!" - Agatha fala, se pondo atrás de Gabriel. Rebeca: Quinhentesimo mãe? Isso existe? - Rebeca fala sorrindo e Agatha nega. Agatha: Não sei se existe, mas deu certo. Gabriel: Deu sim, muito certo. Rebeca: Termina de contar pai! Gabriel: Bom vou deixar sua mãe termina de contar, pois estou um caco e preciso de um banho. Agatha: Desculpa, eu acabei dormindo, por isso não abri a casa pra vocês Rebeca: Tudo bem, mãe termina de contar pra mim. Agatha: Pode deixar. - Gath fala e Gabriel sobe as escadas, beijando a testa de suas duas garotas. Gabriel: Boa noite. Agatha: Eu disse ao Gabriel que precisávamos conversar, ele me levou até a ala onde ele trabalhava. Rebeca: Hum, continue mãe. Quando contou, o sonho? Agatha: Quando Gabriel voltou, de um atendimento à uma paciente. Rebeca: O que, sonhou mãe? Agatha: Sonhei que chegava em um lindo jardim, estava em uma carruagem e um cocheiro me ajudava descer, pois eu estava com um vestido enorme. Rebeca: cocheiro? Agatha: Sim aqueles homens, que "pilotam" as carruagens. Rebeca: Entendi. Agatha: Então desci e cheguei até um lindo altar, ao redor havia vários espelhos, quando me olhei estava com um vestido tão lindo era perfeito eu nunca vi nada igual em toda minha vida. Rebeca: Nossa, que legal Agatha: Vi um homem que estava de costas, Jesus se aproximou de mim levando-me até o altar. Rebeca: A senhora viu, o rosto dele? Agatha: Sim, mas, dizem que cada pessoa cria um Jesus diferente em sua mente. O meu era lindo. - Agatha diz sorrindo e Rebeca faz o mesmo. Rebeca: Loiro? Agatha: Nãooo! Moreno, cabelos cacheados, olhos castanho escuro e barba. Rebeca: Hum, Jesus é um gato então. - Brinca e sua mãe concorda, continuando. Agatha: Outro homem se virou e era o seu pai, nossa ele estava maravilhoso com um smoking lindo, que brilhava como seus olhos. Rebeca: deve ter sido maravilhoso. Agatha: Gabriel lavou os meus pais e Jesus nos mostrou o exemplo de seu amor, dando a nós dois a permissão de sermos felizes. Rebeca: Isso é incrível, mãe. O que o papai fez quando contou a ele? Agatha: Ajoelhou-se e começou a chorar, abraçou a minha cintura e disse que era isso o que sempre pediu ao Senhor, que desse permissão para me fazer feliz. Rebeca: Nossa é lindo mesmo, será que um dia acontecerá comigo? Agatha: Claro que sim, no momento certo acontecerá. Rebeca: O que aconteceu, depois? Agatha: Ai já é outra história, vamos deixar para outro dia tá bom Rebeca: Ah... oloco, mãe Agatha: Nada disso, boa noite. - Fala apagando a luz, e saindo do quarto...Mas antes, ouvindo sua filha dizer algo que lhe fez muito feliz. Rebeca: Mãe, eu te amo Agatha: Também amo você, durma bem. Rebeca: A senhora, também. Agatha seguiu para o seu quarto, feliz por ter lembrado do passado com Gabriel e por ter Rebeca novamente em casa. Ao entrar no quarto, encontra seu esposo de toalha...procurando algo, nas gavetas. Agatha: O que, está procurando? Gabriel: Uma cueca. Agatha: Está pelado? - Questiona sorrindo e Gabriel lhe olha, negando. Gabriel: Não, estou de toalha boba! Agatha: Usará, calça jeans? Gabriel: Sim, fica me chamando de curioso! Agatha: Que pena, só porque comprei...Algo para as boas vindas. - Susurra e Gabriel volta procurar, sua roupa íntima perdida. Gabriel: Não gosto disso mesmo. Agatha: Tem certeza? - Pergunta tirando seu roupão, pondo-se à frente de Gabriel com um conjunto de babydols vermelho. O mesmo choraminga sorrindo logo em seguida. Gabriel: Sempre odiei, calça jeans. - Diz se deitando com sua esposa, acariciando cada centimetro de sua amada. Agatha: Amo você. Gabriel: Também, amo muito...Estava com saudades. Agatha: Do que? Gabriel: De tudo, você sempre irá me fascinar. Agatha: Mesmo depois, de tudo cair? Gabriel: A plastica levanta! Agatha: Ei, idiota! Gabriel: Estou brincando, lhe coloco em uma academia para idosas! Agatha: Vou te agredir. Gabriel: Olha, lei José da Penha! Agatha: Vou dormir. Gabriel: Ah não, só um pouquinho... Agatha: Não, boa noite amor...Da um beijo. Gabriel: Não! Agatha: Tudo bem, então. Gabriel: Brincadeira. - Fala puxando Agatha, para mais perto do teu corpo. Agatha: Tão fácil. Gabriel: Para você, sim. - Diz voltando à beijar Agatha, que se sente bem por ter seu esposo denovo em casa...batem na porta e os dois se assustam, levantando-se rapidamente. Gabriel: Quem está, aí? - Gabriel pergunta, seguindo de toalha até a porta e Agatha coloca seu roupão.
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