Um Sonho, que Virou Pesadelo

1613 Words
(Alguns Anos Depois) Rebeca cresceu, uma garota linda, amável e que louvava lindamente...Quando mais, nova. Mas, com a adolescência vieram os sonhos, aquele grande desejo de ganhar o mundo e ser modelo. Seus pais por lhe amarem tanto ...acabam cedendo suas vontades, permitindo que Rebeca seguisse ao Rio de Janeiro, onde participaria de uma agência preparatória. Rebeca, já estava distante de casa há muito tempo, isso destruía os corações de seus pais, Agatha apreensiva e Gabriel ansioso por notícias. Gabriel: Irei busca-lá, não é certo...Rebeca, sem nos dar nenhuma notícia! Agatha: Mas, se preferir ficar por lá? Gabriel: Não existe isso, a Rebeca tem dezessete anos...Eu decido, o que é melhor para ela. Agatha: Tudo bem, vá com cuidado...amo você. Gabriel: Também, amo você. - Diz se despedindo de sua esposa, seguindo para o aeroporto, em busca de sua filha. Ao chegar na agência, nada por ali lhe encantou, muitas garotas desnutridas e tristes, foram vistas já em sua entrada pela porta principal. Seguiu até a recepção, onde um jovem de leveza feiminina era o responsável pelo atendimento. Gabriel sorriu, se pondo em frente e escorando seus braços sobre o balcão. Recepcionista: Porque, sorri? Pelo fato de eu ser homossexual? Gabriel: Desculpa, mas não entendi. Recepcionista: É tu mesmo, bonitão! Gabriel: Ah...Obrigada pelo elogio, mas sorri para ti e não de você. Recepcionista: De verdade? Gabriel: Não. Poderia, por favor...Me chamar, a dona desse lugar? Recepcionista: Tem, algo contra mim? Gabriel: Não tô nem aí, se você é gay ou não meu jovem...Cada um da o que tem! Agora, por favor...chame a dona desse lugar! - Exclama irritado e o jovem liga para alguém...surgindo em seguida, uma jovem senhora bem arrumada e elegante. Jussara: Pois não? Gabriel: Sou o pai da Rebeca Sullivan, gostaria de falar com ela. Jussara: Siga-me, por favor. - Ela diz e Gabriel assente, lhe seguindo após se despedir do jovem pedindo desculpas e dizendo que Jesus o amava...O rapaz apenas sorri, em agradecimento. Gabriel subiu as escadas em silêncio com a senhora logo em sua frente...muitas jovens lhe olhavam sorrindo, Gabriel havia se tornado um quarentão bastante conservado, digamos assim...Talvez fosse culpa do amor que mantinha forte por sua esposa. Gabriel: Desculpa, qual o seu nome? - Pergunta a senhora, enquanto os dois entram em uma sala e Gabriel se senta em uma cadeira à frente de Jussara. Jussara: Meu nome, é Jussara Lemos...O que, deseja? Gabriel: Gostaria, que permitisse a saída de minha filha...Para passar, as férias de Julho conosco em casa. Jussara: Será difícil, temos um desfile muito importante...Qual nome de sua filha, mesmo? Gabriel: Rebeca Sullivan Furlani. - A mulher assentiu, observando um enorme livro negro e sorriu para Gabriel o fechando...Após dedilha-lo. Jussara: Pode leva-la, Rebeca não está pronta...Para ser uma modelo. Gabriel: Como não? Agatha: Ela, está gorda! Gabriel: Gorda? Quando vi Rebeca, parecia tão magricela...Até mesmo um pouco doente. Jussara: Talvez grávida, ela anda vomitando todos os dias...Não tenho como segurar todas jovens. - Gabriel se levantou, totalmente transtornado...havia visto sua filha partir aos quinze anos...Agora ela poderia, estar grávida? De nenhuma maneira, aquilo era o que sonhou para sua única garotinha. - Ainda não está bem, siga-me até o quarto de sua filha. - Fala e os dois seguem, em direção aos váriados quartos do corredor. Gabriel, se sentia o pior pai do mundo, por ter permitido que Rebeca seguisse para aquele lugar, era ele o homem da casa, devia ter tomado suas próprias decisões. Chegaram em um quarto, com duas beliches simples, como de alojamentos para trabalhadores rurais. Gabriel havia depositado um bom dinheiro nesse sonho de Rebeca, imaginava um tratamento mais adequado ao preço gasto. Rebeca, não estava no quarto, observaram todo local e ao seguir para fora, ouviram um barulho de uma pessoa vomitando. Gabriel, segue ao banheiro, encontrando sua doce menina ajoelhada, em frente á um vaso sanitário, apenas de calcinha, rodeada por alimentos ainda não consumidos. Seus olhos se encheram de lágrimas, ver sua filha naquela estado, feria seu ser por dentro...O mesmo respira fundo, tirando seu terno e cobrindo a pequena costela e braços de Rebeca...A mesma se encontrava totalmente desnutrida e triste, havia maltratado á si mesma, em busca de aceitação. Gabriel: Vem meu anjo...Vamos embora. - Gabriel fala, pegando Rebeca em seus braços. Rebeca: Papai, o que faz aqui? - Pergunta com os olhos cheios de lágrimas, quase sem forças para dizer. Gabriel: Vim lhe buscar. Rebeca: Mas, tenho que desfilar...Não posso ir embora. Gabriel: Pode sim, Jussara disse que está gorda demais, para esse lugar! - Exclama revoltado com a mulher e pega Rebeca no colo, descendo as escadas em seguida. Rebeca: Minhas roupas, papai. Gabriel: Resolvemos isso, depois...Não, se preocupe. - Diz e o garoto da recepção, surge ao seu lado. Recepcionista: Se o senhor quiser, mando as roupas para o hotel...que ficarão. Gabriel: Eu agradeceria muito, meu rapaz. Recepcionista: Não precisa agradecer, Jesus também te ama muito! - Exclama e Gabriel assente, colocando Rebeca em um carro alugado e seguindo com a mesma para o hotel. Ao chegarem no hotel, Gabriel colocou Rebeca em sua cama e parou para observa-lá, com os olhos ainda marejados pelas lágrimas. Não tinha ideia, de como contar para Agatha o que estava acontecendo, com sua única e tão amada filha. Rebeca estava magra, suja e totalmente mal cuidada, nada do que fora prometido no contrato, havia sido cumprido e isso deixava, Gabriel ainda mais revoltado. Gabriel ligou para Agatha, lhe avisando que já tinha Rebeca em seus braços, fazendo com que Agatha se sentisse menos angustiada. (LIGAÇÃO) - Oi amor - Meu Deus, por que não me ligou antes. Estava, preocupada. - Amor não é Deus, e sim o Biel. - Haha engraçadinho, está tudo bem? - Sim, tirando o fato de eu estar morrendo de saudade do seu sorriso. - Também estou, com saudades meu amor. Como está, a Rebeca? Posso falar, com ela? - Ela está dormindo, cansada de tanto comer! - Mente e Agatha sorri, um pouco desconfiada. - Mas, ela não é modelo? Pode comer, tanto? - Ela não é mais, desistiu...amanhã volto para casa, então conversamos melhor. - Como assim, amor? - Até, amo você. Gabriel seguiu para sala, deitou no sofá e tentou descansar um pouco...Pela situação vista por ele, já imaginava o que Rebeca tinha, mas decidiu que lhe levaria no hospital para ter certeza...afinal, ele era oncologista. {...} No outro dia, o mesmo se levantou e tomou seu banho, após falar com Deus. Colocou uma roupa sport, e seguiu até o quarto para acordar sua filha. Gabriel: Anjo, acorde. - Susurra, acariciando os cabelos de Rebeca, que se levanta bruscamente, voltando se deitar pela tontura que lhe invadiu. Rebeca: Onde estou? Pai...Preciso ir para escola, vou desfilar! - Exclama começando à chorar. Gabriel: Nunca mais voltará para aquele lugar...Aquela mulher, disse que és muito gorda, precisa procurar outro sonho Rebeca! Rebeca: Também acha, que estou gorda? Faço de tudo, mas não consigo emagrecer. - Diz chorando e Gabriel lhe abraça forte, tentando consolar sua filha e tentando ser forte por eles dois. Gabriel: Quer, tomar um banho? Precisamos, ir ao hospital. Rebeca: Sim, mas antes...Quero lhe agradecer, não imaginava o que estava fazendo comigo mesma. Gabriel: Não precisa agradecer, fiz minha obrigação de pai. Agora tome seu banho, precisa de ajuda? Rebeca: Não, consigo ir sozinha...Só me escorar nas paredes. - Fala sorrindo e Gabriel assente. Rebeca estava muito fraca, pela falta de proteína e isso lhe deixava sem forças para se mover normalmente. Gabriel: Lhe espero na cozinha...Para tomarmos o café da manhã. - Diz seguindo para cozinha, onde já havia pedido um café da manhã para os dois. Após tomar banho, Rebeca colocou um moletom e leggin preta, que seu pai havia comprado pela manhã. A mesma sentia seu corpo tremer, apesar do sol que fazia no Rio de Janeiro. Rebeca: Por que, mamãe não veio? - Pergunta, sentada em frente ao seu pai, na mesa do café. Gabriel: Não é fácil para ela, lidar com situações difíceis como essas. Quer, um pouco de leite? Rebeca: Não, estou sem fome. Gabriel: Mas, precisa se alimentar...ligue para sua mãe! Rebeca: Depois eu ligo, não posso comer tanto...Tenho que estar magra, para o desfile do mês que vem. Gabriel: Esqueça, não irá desfilar mais...Rebeca Sullivan, acabou esse sonho idiota! Rebeca: Não é idiota, é o meu sonho! - Exclama revoltada, se levantando em um impulso...caindo logo em seguida, no chão totalmente imóvel. Gabriel: Filha! - Exclama, se dirigindo até a menina. Gabriel segue com Rebeca, para o hospital mais próximo dali...Ele estava muito, preocupado com sua filha e ainda mais angustiado com o que falaria para Agatha, se algo acontecesse com Rebeca. Após alguns minutos, o doutor surge e Gabriel se levanta da cadeira de espera, cumprimentando o mesmo. Gabriel: Então, ela já acordou? Doutor: Sim, teremos que fazer alguns exames. Gabriel: O senhor tem ideia, do que minha filha tem? Doutor: Na verdade, sim. Pelo quadro que vemos, sua filha contraiu o distúrbio chamado "Anorexia nervosa", essa doença causa uma desenfreada obsessão por peso e também pelo que come. Gabriel: Ah meu Deus, mas...Minha filha, tem perigo de morrer? - Pergunta apreensivo, com a resposta que poderia ouvir. Doutor: Felizmente, não...Por sorte, o senhor trouxe ela à tempo de termos formas para cura-lá. Gabriel: Graças à Deus, posso vê-la doutor? Doutor: Claro, vamos juntos...farei algumas perguntas, para sua filha. - Fala e os dois seguem, para o quarto onde Rebeca recebe soro em suas veias. Gabriel olha seu telefone celular, e vê que Gath havia lhe ligado sete vezes...Se sentia mal por não atendê - lá, mas precisava saber o que dizer para sua esposa.
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