— Encontrou? – A Rainha Má estava aflita.
Evie fechou os olhos e respirou fundo.
— Benjamin. Herdeiro da coroa de Auradon. Filho da Rainha Bela e do Rei Adam. – Ela olhou para a mão com os olhos lacrimejando.
Benjamin acordou antes de m*l, não ousou levantar, ficou ali, a admirando. m*l parecia estar em paz, Ben sentia ela leve em meio ao seu abraço. Sentia uma calmaria vindo da de cabelo púrpura.
O quarto de m*l estava escuro, mas a pouca claridade que passava por entre as cortinas, ia em direção ao rosto da roxinha. Ben sabia o quanto ela odiava esse tipo de caridade, antes que pudesse pensar em algo para impedir a luz, aquele par de pálpebras se abriu, mesmo no escuro, Ben sentiu que os olhos cor de esmeralda de m*l reluziam, era um brilho único e encantador. O príncipe de Auradon queria acordar todos os dias assim, com m*l sempre ao seu lado.
Ela saiu dos braços dele e se sentou sobre a cama, deslizou as mãos sobre os cabelos, ainda sonolenta.
— Bom dia – Ben desejou, sorrindo.
— m*l dia – m*l bocejou. Ben soltou um risinho ao lembrar das "tradições" da ilha.
Ela coçou os olhos e o olhou — Quem autorizou você a dormir comigo? – Sua voz saiu rouca, lindamente.
Ben agradeceu pela escuridão nesse momento. — Você não se opos... – A menor cruzou os braços.
Os dois foram interrompidos com o barulho de pedras batendo em cheio a janela de seu quarto. m*l se levantou e foi ver quem era, estava cedo demais para tudo e Jay não disse que passaria lá.
Quando a filha da senhora de todo o m*l abriu a janela, viu Jay ali.
— Essa é a hora de buscar o cetro – Jay disse num tom suiciente para ela ouvir. Ela franziu o cenho com tais palavras.
— Rainha Má descobriu quem é o Ben... E seus pais... – Jay disse e engoliu em seco — Evie...
Mal fechou os olhos e respirou fundo.
— Amanhã antes do sol nascer. Todos no porto dos duendes, sem falta. – Havia chama de ódio no reflexo dos seus olhos.
— Mas e o Ben? – Jay interviu.
— Deixa ele comigo. Fique em alerta com as notícias e espero que aquela maldita princesa faça a mãe ficar com a boca calada.
Mal fechou a janela sem prévio aviso.
Ao se virar, m*l viu um Ben tristonho, sentado em sua cama, aquela expressão fez algo apertar dentro de seu peito.
Ela se sentou ao seu lado, entrelaçou seus dedos no dele.
Ele a olhou apressivo.
— Vai dar tudo certo – Sua voz trazia conforto e soou com calmaria.
— Eu tenho medo, Mal... – Ele a olhou nos olhos.
— Dos vilões? – Ela o encarou.
— De ter que ficar longe de você... – Ele secou rápido uma lágrima que escorreu derrepende.
Mal tocou o seu rosto o acariciando.
— Oh... Ben... – Ela sabia o quão estava sendo c***l de brincar com os sentimentos do monarca.
Dessa vez foi a vez de m*l de lhe roubar um beijo, esse foi diferente, assim como todos os outros que eles já deram para ambos, cada beijo era único, com sensações e sabores diferentes.
O beijo era calmo e relaxante, havia um amor ali, mesmo m*l negando, era Ben que ela amava.
Os lábios foram separados pela falta de ar, Ben puxou m*l para o seu colo a abraçando.
— Eu te amo... – Ele sussurrou.
Mal se arrepiou com tais palavras. Ela acariciou os cabelos bagunçados do rapaz.
— Eu vou tomar banho e depois vou buscar uma roupa para você.
— E depois? – Ele levou as mãos para a cintura da garota.
— Vamos para a sua moradia – m*l riu. — Por segurança ficaremos lá.
— E vamos fazer o que lá? – Ben mordiscou os lábios.
— Hum... – m*l fez uma cara pensativa. — O que quiser –mordeu levemente os lábios dele.
— Sério?! – disse surpreso.
— Para de ser s****o, Ben! – m*l riu e saiu de seu colo. Pegou umas roupas e foi para o banheiro.
— Cuidado – o alertou e deu um risinho.
Ben se jogou na cama sorrindo.
Logo ali, na fresta da porta, Malévola os observava, o leal corvo sobre seus ombros.
— Então é ele que é o herdeiro de Auradon... – Malévola falou com desprezo. Malévola riu. — Criança tola, nem todos os meus servos são inúteis como você – Se referiu a própria filha. — Quantas vezes, m*l? Quantas vezes mais vai me envergonhar? — Ela revirou os olhos. Seu plano estavam apenas começando. — É tão mole quanto seu pai. – Logo saiu dali com Diablo resmungando em seu ombro. Mas a senhora das trevas sabia ser paciente.
Ben abriu um pouco a cortina deixando a pouca claridade da ilha entrar no quarto, ele arrumou a cama da garota e esperou sentado sobre a cama enquanto observava o quarto.
Mal saiu do banheiro ajeitando suas luvas sem dedos. Seu cabelo estava úmido, umas mechas grudadas sobre seu rosto. Ben a fitou com o olhar, seus olhos brilhavam, para ele, todos os problemas sumiam quando estava com m*l.
Ben ergueu a mão oferendo a m*l, ela aceitou com receio, sentou em seu colo o encarando.
— Eu preciso ir – sussurrou.
Ele fez bico. — Eu volto logo, manhoso! – Sorriu.
— O que eu faço se Malévola aparecer? – perguntou passando os dedos sobre as mechas da garota.
Ela riu – Corre.
Ele roubou um beijo.
— Atrevido! – Fez bico — Cada vez está mais ousado.
— Aprendi com a melhor – disse beijando o pescoço da garota. Ela torceu os lábios.
Mal se levantou. — Até mais, alteza. – debochou. Ambos deram um sorriso singelo ao outro.
Mal passou em meio ao mercado, ouvia as fofocas necessárias, a notícia sobre o herdeiro da coroa estava ficando sem controle.
Malditos duendes! – pensou m*l.
Correndo entre os becos e as ruas, chegou ao castelo.
Antes de entrar o observou. A brisa do vento refrescou as suas lembranças. Fechou os olhos com as doces memórias.
— Dylan... – sussurrou e uma lágrima escorreu por suas bochechas. Abriu os olhos e secou rapidamente, entrou no castelo com facilidade, m*l e Jay conseguiam invadir qualquer propriedade com facilidade. Coisas desse tipo, faziam parte do seu dia a dia.
Pegou um par de roupas para Ben e o enfiou em sua mochila.
Mal saiu do castelo e fechou a porta, tinha um casaco de Ben em mãos, ele não poderia passar agora de forma clara em meio ao mercado.
— O que está fazendo? – m*l pulou pelo susto, se virou encarando Allison.
A Garota arqueou as sombrancelhas encarando o casaco e logo olhou para m*l, querendo respostas. m*l bufou.
— Jay lhe deu a notícia? – A garota confirmou com a cabeça. — Ele estava comigo, vim buscar um par de roupa pra ele e aproveitei para pegar esse casaco. A notícia sobre ele, está correndo a solta no mercado.
— Pera aí! – Allison arregalou os olhos. – Vocês... Vocês fizeram aquilo?!!
Mal franziu o cenho. Aquilo? Até que se deu conta do que Allison queria dizer.
— Tá ficando louca? – Havia fúria em suas palavras. — Quem você tá pensando que eu sou?!
— Ei, calma! Perguntar não mata...
— Pergunta errada pode custar a sua vida. – Andou e a empurrou para o lado, seguindo reto até o seu destino.
Allison sorriu. Ela gostava de m*l, do seu jeito afrontoso e manipulador, e faria de tudo para não ver a amiga... Machucada...
Allison estava ali, numa cela escura, úmida e fria... Chorava, afinal, sua mãe e ela havia sido capturada por Malévola. Mesmo estando em celas separadas, ela podia ouvir os gritos de dor e desespero da mãe. Allison abraçou os próprios joelhos enquanto chorava, uma pequena garotinha de cabelos roxos entrou ali.
— Por que está chorando? – disse com certa doçura, enquanto se ajoelhava, tentando enxergar o rosto da garotinha que estava escondido pelos seus cabelos escuros.
— Minha mãe... – Allison soluçava pelo choro. — Eu a amo e ela é a minha única família... – Allison chorou mais.
— Olha... Eu meio que também sou sozinha... – A de cabelo roxo abaixou a cabeça — Meu melhor amigo foi embora... Se você quiser ser minha amiga... – A herdeira de Malévola falava baixinho, quase inescutavel.
Allison a encarou, parando de chorar um pouco. Antes que pudesse dizer algo, Malévola e seus capangas abriram a porta com força, o som do metal batendo contra a parede era atordoante.
Mal se levantou rápido e ergueu de imediato a cabeça, mostrando quem era e o poder que tinha.
Os capangas pegaram Allison com força e a levou dali, enquanto a mesma se debatia e pedia ajuda a aquela garotinha, que foi de certa forma boa com ela.
Os capangas a jogaram em outra cela, era mais fria e úmida que a anterior, viu sua mãe ali, em seus últimos momentos de vida, numa poça de seu próprio sangue.
— Mãe! – A pequena gritou correndo até ela.
— Allison... – Sua mãe falava com dificuldade. — Você é bem mais forte do que... Imagina – a voz quase não saia e quando saia, era falha — Fique bem... Eu te amo... Muito... E- – Sentiu o ar faltar.
— Se junte a m*l, ajude e cuide dela... Ela é boa... – Sua mãe fechou os olhos, tentando não se afogar no próprio sangue que escorria de sua boca. — A Mal... Ela é a sua...