Era uma vez um sonho

1622 Words
— Encontrou? – A Rainha Má estava aflita. Evie fechou os olhos e respirou fundo. — Benjamin. Herdeiro da coroa de Auradon. Filho da Rainha Bela e do Rei Adam. – Ela olhou para a mão com os olhos lacrimejando. Benjamin acordou antes de m*l, não ousou levantar, ficou ali, a admirando. m*l parecia estar em paz, Ben sentia ela leve em meio ao seu abraço. Sentia uma calmaria vindo da de cabelo púrpura. O quarto de m*l estava escuro, mas a pouca claridade que passava por entre as cortinas, ia em direção ao rosto da roxinha. Ben sabia o quanto ela odiava esse tipo de caridade, antes que pudesse pensar em algo para impedir a luz, aquele par de pálpebras se abriu, mesmo no escuro, Ben sentiu que os olhos cor de esmeralda de m*l reluziam, era um brilho único e encantador. O príncipe de Auradon queria acordar todos os dias assim, com m*l sempre ao seu lado. Ela saiu dos braços dele e se sentou sobre a cama, deslizou as mãos sobre os cabelos, ainda sonolenta. — Bom dia – Ben desejou, sorrindo. — m*l dia – m*l bocejou. Ben soltou um risinho ao lembrar das "tradições" da ilha. Ela coçou os olhos e o olhou — Quem autorizou você a dormir comigo? – Sua voz saiu rouca, lindamente. Ben agradeceu pela escuridão nesse momento. — Você não se opos... – A menor cruzou os braços. Os dois foram interrompidos com o barulho de pedras batendo em cheio a janela de seu quarto. m*l se levantou e foi ver quem era, estava cedo demais para tudo e Jay não disse que passaria lá. Quando a filha da senhora de todo o m*l abriu a janela, viu Jay ali. — Essa é a hora de buscar o cetro – Jay disse num tom suiciente para ela ouvir. Ela franziu o cenho com tais palavras. — Rainha Má descobriu quem é o Ben... E seus pais... – Jay disse e engoliu em seco — Evie... Mal fechou os olhos e respirou fundo. — Amanhã antes do sol nascer. Todos no porto dos duendes, sem falta. – Havia chama de ódio no reflexo dos seus olhos. — Mas e o Ben? – Jay interviu. — Deixa ele comigo. Fique em alerta com as notícias e espero que aquela maldita princesa faça a mãe ficar com a boca calada. Mal fechou a janela sem prévio aviso. Ao se virar, m*l viu um Ben tristonho, sentado em sua cama, aquela expressão fez algo apertar dentro de seu peito. Ela se sentou ao seu lado, entrelaçou seus dedos no dele. Ele a olhou apressivo. — Vai dar tudo certo – Sua voz trazia conforto e soou com calmaria. — Eu tenho medo, Mal... – Ele a olhou nos olhos. — Dos vilões? – Ela o encarou. — De ter que ficar longe de você... – Ele secou rápido uma lágrima que escorreu derrepende. Mal tocou o seu rosto o acariciando. — Oh... Ben... – Ela sabia o quão estava sendo c***l de brincar com os sentimentos do monarca. Dessa vez foi a vez de m*l de lhe roubar um beijo, esse foi diferente, assim como todos os outros que eles já deram para ambos, cada beijo era único, com sensações e sabores diferentes. O beijo era calmo e relaxante, havia um amor ali, mesmo m*l negando, era Ben que ela amava. Os lábios foram separados pela falta de ar, Ben puxou m*l para o seu colo a abraçando. — Eu te amo... – Ele sussurrou. Mal se arrepiou com tais palavras. Ela acariciou os cabelos bagunçados do rapaz. — Eu vou tomar banho e depois vou buscar uma roupa para você. — E depois? – Ele levou as mãos para a cintura da garota. — Vamos para a sua moradia – m*l riu. — Por segurança ficaremos lá. — E vamos fazer o que lá? – Ben mordiscou os lábios. — Hum... – m*l fez uma cara pensativa. — O que quiser –mordeu levemente os lábios dele. — Sério?! – disse surpreso. — Para de ser s****o, Ben! – m*l riu e saiu de seu colo. Pegou umas roupas e foi para o banheiro. — Cuidado – o alertou e deu um risinho. Ben se jogou na cama sorrindo. Logo ali, na fresta da porta, Malévola os observava, o leal corvo sobre seus ombros. — Então é ele que é o herdeiro de Auradon... – Malévola falou com desprezo. Malévola riu. — Criança tola, nem todos os meus servos são inúteis como você – Se referiu a própria filha. — Quantas vezes, m*l? Quantas vezes mais vai me envergonhar? — Ela revirou os olhos. Seu plano estavam apenas começando. — É tão mole quanto seu pai. – Logo saiu dali com Diablo resmungando em seu ombro. Mas a senhora das trevas sabia ser paciente. Ben abriu um pouco a cortina deixando a pouca claridade da ilha entrar no quarto, ele arrumou a cama da garota e esperou sentado sobre a cama enquanto observava o quarto. Mal saiu do banheiro ajeitando suas luvas sem dedos. Seu cabelo estava úmido, umas mechas grudadas sobre seu rosto. Ben a fitou com o olhar, seus olhos brilhavam, para ele, todos os problemas sumiam quando estava com m*l. Ben ergueu a mão oferendo a m*l, ela aceitou com receio, sentou em seu colo o encarando. — Eu preciso ir – sussurrou. Ele fez bico. — Eu volto logo, manhoso! – Sorriu. — O que eu faço se Malévola aparecer? – perguntou passando os dedos sobre as mechas da garota. Ela riu – Corre. Ele roubou um beijo. — Atrevido! – Fez bico — Cada vez está mais ousado. — Aprendi com a melhor – disse beijando o pescoço da garota. Ela torceu os lábios. Mal se levantou. — Até mais, alteza. – debochou. Ambos deram um sorriso singelo ao outro. Mal passou em meio ao mercado, ouvia as fofocas necessárias, a notícia sobre o herdeiro da coroa estava ficando sem controle. Malditos duendes! – pensou m*l. Correndo entre os becos e as ruas, chegou ao castelo. Antes de entrar o observou. A brisa do vento refrescou as suas lembranças. Fechou os olhos com as doces memórias. — Dylan... – sussurrou e uma lágrima escorreu por suas bochechas. Abriu os olhos e secou rapidamente, entrou no castelo com facilidade, m*l e Jay conseguiam invadir qualquer propriedade com facilidade. Coisas desse tipo, faziam parte do seu dia a dia. Pegou um par de roupas para Ben e o enfiou em sua mochila. Mal saiu do castelo e fechou a porta, tinha um casaco de Ben em mãos, ele não poderia passar agora de forma clara em meio ao mercado. — O que está fazendo? – m*l pulou pelo susto, se virou encarando Allison. A Garota arqueou as sombrancelhas encarando o casaco e logo olhou para m*l, querendo respostas. m*l bufou. — Jay lhe deu a notícia? – A garota confirmou com a cabeça. — Ele estava comigo, vim buscar um par de roupa pra ele e aproveitei para pegar esse casaco. A notícia sobre ele, está correndo a solta no mercado. — Pera aí! – Allison arregalou os olhos. – Vocês... Vocês fizeram aquilo?!! Mal franziu o cenho. Aquilo? Até que se deu conta do que Allison queria dizer. — Tá ficando louca? – Havia fúria em suas palavras. — Quem você tá pensando que eu sou?! — Ei, calma! Perguntar não mata... — Pergunta errada pode custar a sua vida. – Andou e a empurrou para o lado, seguindo reto até o seu destino. Allison sorriu. Ela gostava de m*l, do seu jeito afrontoso e manipulador, e faria de tudo para não ver a amiga... Machucada... Allison estava ali, numa cela escura, úmida e fria... Chorava, afinal, sua mãe e ela havia sido capturada por Malévola. Mesmo estando em celas separadas, ela podia ouvir os gritos de dor e desespero da mãe. Allison abraçou os próprios joelhos enquanto chorava, uma pequena garotinha de cabelos roxos entrou ali. — Por que está chorando? – disse com certa doçura, enquanto se ajoelhava, tentando enxergar o rosto da garotinha que estava escondido pelos seus cabelos escuros. — Minha mãe... – Allison soluçava pelo choro. — Eu a amo e ela é a minha única família... – Allison chorou mais. — Olha... Eu meio que também sou sozinha... – A de cabelo roxo abaixou a cabeça — Meu melhor amigo foi embora... Se você quiser ser minha amiga... – A herdeira de Malévola falava baixinho, quase inescutavel. Allison a encarou, parando de chorar um pouco. Antes que pudesse dizer algo, Malévola e seus capangas abriram a porta com força, o som do metal batendo contra a parede era atordoante. Mal se levantou rápido e ergueu de imediato a cabeça, mostrando quem era e o poder que tinha. Os capangas pegaram Allison com força e a levou dali, enquanto a mesma se debatia e pedia ajuda a aquela garotinha, que foi de certa forma boa com ela. Os capangas a jogaram em outra cela, era mais fria e úmida que a anterior, viu sua mãe ali, em seus últimos momentos de vida, numa poça de seu próprio sangue. — Mãe! – A pequena gritou correndo até ela. — Allison... – Sua mãe falava com dificuldade. — Você é bem mais forte do que... Imagina – a voz quase não saia e quando saia, era falha — Fique bem... Eu te amo... Muito... E- – Sentiu o ar faltar. — Se junte a m*l, ajude e cuide dela... Ela é boa... – Sua mãe fechou os olhos, tentando não se afogar no próprio sangue que escorria de sua boca. — A Mal... Ela é a sua...
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD