Os vilões não nascem, são criados

1635 Words
m*l caminhava com glamour em cima dos muros, passando por pequenas frestas se finalmente descendo a escada de alguma varanda. Caminhou no meio da rua até o local secreto, onde libertava toda a sua ira e peso. Nunca contou a ninguém sobre aquele lugar, era dela por direito. O sol conseguia bater naquela região, o terreno era fértil e lotado de flores. O cheiro de inúmeras tulipas invadiu as narinas de m*l quando o vento bateu, conseguindo até mesmo derrubar algumas folhagens no mar. — O que deseja, monarca? — m*l perguntou ainda de olhos fechados, esticou seus braços para trás, fazendo a jaqueta descer um pouco, oferecia para que o príncipe retirasse-a e foi isso que ele fez. — Espero que mantenha este lugar em segredo, só nós sabemos dele. — ela se virou assim que ele tirou sua jaqueta, m*l usava uma regata cavada, o vento brincava com seus cabelos. — Por que me trouxe aqui? — perguntou, ele brincava com o anel de fera, estava sem graça pelo acontecido, pois ela o havia mostrado um lugar tão seu e privado. Era como se ela compartilhasse sua válvula de escape com ele. Ben olhou o castelo que podia ser visto cruzando o oceano. Aquele era o seu verdadeiro lar. Sentia falta dos pais, mas nem isso fez com que desejasse voltar. Não sem m*l. Mal pegou sua jaqueta que estava apoiada nos braços de Ben. — Ei! — m*l dava um meio sorriso à medida que a claridade cobria o seu rosto, seus olhos verdes reluziram. m*l parecia tão em paz consigo mesma. — Deita! — ordenou e entregou sua jaqueta para que ele fizesse de travesseiro. Ele o fez. m*l deitou em cima dele, com as pernas entre as dele e a cabeça apoiada em seu peitoral, com a mão acariciava seu peito, como se pudesse senti-lo nu, como aquela noite que passou no Castelo de Dy — no castelo qual ele está hospedado. — Ben — ela ergueu a cabeça, o chamando — Até onde iria por mim? Digo, que limite você iria fazer algo por mim? — ele sorriu de canto ao ver as covinhas dela à mostra. — Tornaria o impossível, possível, por você. — m*l sentiu o toque da mão do herdeiro de Auradon em seu rosto. Ela segurou sua mão. — Você iria comigo em busca do cetro de minha mãe na Fortaleza Proibida? — ele concordou. — Me levaria a Auradon? — a pergunta foi mais séria do que a anterior. — Eu vou levar — m*l surpreendeu-se por um momento pela total certeza do garoto. — m*l, seja minha rainha, namore comigo? — ela se sentou saindo de cima dele, assustada. — Ben… eu… — ela sentiu inúmeras gotas de lágrimas percorrerem seu rosto. Estava claro, m*l, filha da Malévola, era fraca.Era como seu pai. Não honrava o sangue que carregava, não honrava o local decrépito em que pisava e nem a "g****e" que comandava. Ben puxou m*l para seu colo, ela encostou o rosto em seu pescoço enquanto sentia o abraço do rapaz. — Ben… — ela chorava mais, tentava falar, mas não conseguia, ele fazia cafuné nela para tentar acalma-lá. — m*l… tá tudo bem… — Eu te amo Ben, será que não entende? Mas eu não posso, não posso amar. Ben, sentimentos são fracos, eu sou fraca, como meu pai, eu- Ben a calou com um beijo caloroso, ao c****r os lábios doces dela, sentia as partículas de lágrimas. Ele separou seus lábios do dela, segurou leve seu queixo e sussurrou: — Sabe que desistiria de qualquer coisa por você? — ela afirmou com a cabeça sem tirar o olhar de seus lábios. — Desiste desses pensamentos e seja minha? — sussurrou a última palavra em seu ouvido, isso fez ela se arrepiar. — Si-sim… — disse quando sentiu os lábios do rapaz beijando o seu pescoço, ela deitou a cabeça pra trás, se deliciando do momento. A noite já havia chegado e m*l dormia abraçada em Ben em meio as tulipas. Enquanto acariciava os cabelos da menina, pensava em algumas coisas. — m*l… — ele a chamou, a mesma se revirou um pouco, fazendo manha. — Hum…? — Quer que eu te leve pra casa? — ela se agarrou mais a ele. — Uhum — confirmou, sem abrir os olhos. Ele se levantou com ela no colo, os braços da garota estavam bem envolvidos em volta de seu pescoço. Ben não quis acordá-la, m*l estava exausta demais, teve um dia cheio. Ele a vestiu com o seu moletom, não ligava de passar frio, só não queria ver a garota doente. Sabe, alguns diriam que aquela imagem era a prova de que tudo era possível, mas para alguns, eram apenas dois adolescentes vivendo sua vida. Ben andava entre becos e ruas escuras com m*l dormindo em seu colo, tomava bastante cuidado para não cair ou trombar em algo. Foi impedido de andar ao ouvir seu nome ser chamado. Virou se para trás, era Allison. — Uou — sorriu. — Vocês são mesmo um casal incrível — ela se aproximou, vestia uma capa que cobria metade de seu rosto, por pouco Ben não a reconheceu. — Você acha, é? — Ben deslizou uma das mãos pelo cabelo de m*l quando a mesma se remexeu sonolenta. — São fofos. — ela encarou Ben, séria — Você foi "convocado" — ela fez aspas com a mão — Para a busca do cetro olho de dragão? Ele confirmou. — m*l me chamou pra ir. — Imagino que você vai então… — ela parecia temer a busca — Tome cuidado, vai ser um jogo muito arriscado e perigoso. Muitos foram para a Floresta Proibida e simplesmente sumiram, nunca mais voltaram ou foram vistos. — ela encarou os olhos de Ben — É o que diz a lenda. Apesar de não ser nenhum conto de fadas, lendas foram criadas... — ...para serem aprendidas — disseram em uníssono. — Boa sorte. — Allison desejou e sumiu nas sombras logo em seguida. Logo que chegou no Castelo de Barganha, Ben parou em frente a ele, admirando os detalhes. A cor cinza cobria o céu, os sons de trovões eram ouvidos por qualquer um que habitava aquela ilha. Uma grande tempestade estava por vir. — Tem alguém lá? — perguntou para m*l e deu-lhe uma cutucada. — Não… — ouviu a resposta baixa. Ele entrou pela porta da frente e com pequenas instruções chegou no quarto da garota. Parecia que o cômodo estava mais gélido que o lado de fora, Ben se arrepiou ainda mais. Ele deitou a garota na cama, ela hesitou em soltar ele de imediato, mas logo se virou contra ele, abraçando a si mesma para se esquentar. Ele buscou uma coberta para cobri-la, achou, mas não saberia se a esquentaria o suficiente, o tecido era fino demais, poderia até ser considerado um lençol. Pegou os dois que encontrou e a cobriu, após tirar suas botas. A garoa caia ao lado de fora do castelo, molhava quase toda a ilha, era comum noites tempestuosas. O príncipe não ligava de se molhar com a chuva ou de pegar friagem, mas odiaria ficar doente e ter que voltar para Auradon, a terra das serenidade onde quase nunca se viam tempestades. — m*l… — ele chamava novamente a de cabelo púrpura. — Posso dormir aqui? — Dorme no chão se quiser — foi fria. m*l odiava ser acordada a todo momento. — Mas tá frio… — ele entendeu o recado com o silêncio da garota. Um dia compreenderia as mudanças de humor da roxinha. Ele pegou um travesseiro livre e se deitou no chão, mesmo fechando os olhos, não conseguiu dormir, abriu os olhos após várias reviradas no chão frio. Observou alguns cantos do quarto, gotas de chuva invadiam o quarto e ocupava um pedaço do chão. Ben viu a garota tremer, ele se levantou e foi até ela, não se importou com o que ela disse, tirou o tênis e deitou ao lado dela e a abraçou, puxando-a para esquenta-la e se esquentar com o calor dos corpos. — Ben — resmungou, mas ela não lutou contra ele, pelo contrário, se agarrou ainda mais no rapaz. Evie não contou que viu o quase beijo de Harry e Alisson, aquilo afetou e muito a princesa da ilha. Ela teria que esquecer o filho de Tremaine de vez! Tinha que conquistar Ben, mas ele parece estar tão encantando em m*l… — Evie! — sua mãe a chamou, quase gritando — O que tanto pensa que não se concentra na lição? — Evie suspirou fundo. — Mãe… — Evie apoiou o rosto em uma mão — Eu acho que amo o Harry Tremaine — suspirou segurando o choro. — Evie… — Rainha Má se sentou na cadeira ao seu lado e segurou firme as mãos da filha. — O seu lugar é ao lado de um príncipe, um monarca de Auradon. Sabe que eu não ligo de você sair ou brincar com alguns garotos, contando que saiba os devidos limites. Mas amar alguém daqui dessa forma… — Mãe… Tem um príncipe aqui na ilha. — O QUÊ?! — Não sabemos ainda de quem ele é filho, só sabemos que é um monarca de Auradon — Evie falava e Rainha Má ouvia com atenção. Sua mãe pediu um momento e foi até a estante pegando uma revista dos herdeiros de Auradon. Ela entregou à filha. Os olhares estavam num cruzamento perigoso, Evie folheou e não demorou a achar. "n******e ser verdade", pensava Evie. Ben é o herdeiro da coroa de Auradon, está destinado a governar o país em pouco tempo. Os pensamentos da princesa da ilha estava acelerado, a boca entreaberta pela notícia que recebeu. Estava em dúvida entre contar e não contar.
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