Vilões não amam

1546 Words
A filha da Malévola acordou com o barulho de pedras sendo arremessadas no vidro de sua janela, como se logo aquele vidro se quebraria com os choques das pedras contra eles. Se levantou irritada e marchou até a própria, abriu a janela vendo os amigos ali em baixo, ela fez um sinal com as mãos e expressões no rosto para que eles falassem o que queriam com ela. m*l já estava com problemas demais para ter paciência de lidar com Malévola reclamando e reclamando com ela. Os amigos fizeram sinal para ela descer. m*l fez sinal com a mão para que eles esperassem. Mal se trocou rapidamente, pegou sua mochila e desceu pela sacada. — O que vocês estão fazendo aqui tão cedo?! — m*l bocejou e se lembrou do que tinha combinado com Jay. Mas não era possível ele já ter contado para todo o mundo. — Esqueci de falar sobre um trabalho que todos temos que fazer. — Jay revirou os olhos, estava claro que ele realmente estava sendo obrigado àquilo. — Bom, você e o Ben faltaram no mesmo dia — Evie sorriu, um sorriso tão astuto quanto sedutor. m*l semicerrou os olhos, encarando a azulada. — Então — disse Alisson. — Precisamos avisar o Auradoniano. — Todos olharam para a filha da Malévola — Que foi? — perguntou a de cabelo roxo, confusa. — Você sabe onde ele mora? — perguntou Carlos. m*l bufou. — Sei — disse revirando os olhos. — Eu disse — Evie sorriu vitoriosa. — Então vamos? — perguntou Carlos. — Vamos! — reclamou m*l. Eles chegaram no castelo, Jay olhou de canto para m*l, ele sabia sobre a história de Dylan. — Então, o que a gente faz? Grita chamando o nome dele? — Carlos perguntou. Alisson deu de ombros. — BEN!!! — ela gritou. Minutos depois a visão de um príncipe sonolento, com os cabelos bagunçados de um jeito sedutor e sem camisa, dando vista a um abdômen definido, apareceu na sacada daquele castelo. Evie tendo como vista um príncipe daquela maneira, acabou mordendo levemente o canto dos lábios. Ben coçou os olhos e olhou para o g***o de adolescentes. — Se arruma e desce aqui, tem trabalho pra fazer em Dragon Hall! — gritou Alisson. Ben fez sinal para eles esperarem. Minutos depois… — Que isso, Ben! Demorou mais que a m*l para se arrumar! — reclamou a de cabelos castanhos. A escola estava morta como uma cidade fantasma naquela manhã de sábado. Apenas uma equipe de duendes estava lá para limpar os corredores e aparar a grama dos túmulos. Os seis jovens vilões adentraram o campus obscuro. Os corredores estavam cobertos de hera que parecia se multiplicar a cada segundo, esgueirando-se por retratos de vilões cujos nomes ninguém mais lembrava. Evie podia jurar que os olhos deles os seguiam enquanto o g***o passava. Mal e Ben encaravam os demais, chegaram cedo demais. Eles encontraram o Doutor Facilier em sua mesa, observando uma bola de cristal. — Ora, se não é a minha aluna menos favorita — disse ele ao ver m*l. — Evie — ele confirmou com a cabeça, a de vestes azuis levantou a cabeça. — Então… — iniciou Jay — Chegamos cedo demais. — Sim — Doutor F. praticamente revirou os olhos. — Esses professores são tão incompetentes que nem ensinam vocês a chegarem atrasados e sim che- — Consegue dar um jeito logo? — m*l estava sem paciência. Ele pensou e pensou. — Consigo, afinal, sou o diretor disso — ele esticou os braços e apontou para toda a sua sala. — Precisamos entrar na biblioteca proibida — avisou m*l, cruzando os braços — No Ateneu. — Ah, mas existe um motivo para se chamar biblioteca proibida: os alunos estão proibidos de entrar — disse ele com ar severo. Mal pulou na mesa do Doutor Facilier, tão folgada quanto o gato Lúcifer de Tremaine. — Então, sobre isso… — disse ela, tirando do bolso da jaqueta um pacote de cartas de tarô. — Ingresso? O Doutor F. pegou algumas cartas e as segurou contra a luz de sua luminária. — Os Arcanos Maiores. Impressionante. — ele colocou o tarô no bolso e observou os quatro alunos à sua frente. — O que exatamente querem procurar na biblioteca? Mal deitou a cabeça e fez um bico, que até podia ser considerado fofo, por ser filha da Senhora das Trevas. — Vamos saber quando encontrarmos — todos dali sorriram maleficamente, menos o garoto de Auradon que não entendia a regra daquele jogo. A aranha gigante que guardava a porta se moveu tão dócil como um gato quando Doutor Facilier acariciou sua barriga. A porta para a Biblioteca dos Segredos Proibidos se abriu com um ruído baixo e o diretor os conduziu. Estantes cheias e vacilantes abrigavam livros esfarrapados, úmidos e de capa de couro, cobertos com uma poeira de 20 anos de idade, assim como provetas e frascos cheios de líquidos e poções estranhas. Enquanto o Doutor Facilier passava pelos corredores sombrios, movendo-se pelas fileiras de prateleiras e murmurando baixinho, eles só conseguiam enxergar a luz fraca de sua vela, que lançava suas sombras pelas paredes do local. — É melhor nos separarmos, assim podemos acabar logo com isso. — falou m*l, mais soando como uma ordem do que uma proposta. — Carlos e Evie podem vasculhar o laboratório de química, Harry e eu o ateliê de artes, Jay pode dar uma olhada nas tumbas enquanto você e Ben ficam aqui — propôs Alisson. Mal somente confirmou com a cabeça enquanto encarava o nada. Após deixarem o Doutor Facilier em seu escritório, Evie seguiu Carlos até o laboratório de química. O pensamento da de cabelo azul focava em Harry e Alisson sozinhos. Ela sabia que a garota o amava, Evie não queria perder o garoto e afinal, ela era bonita, sem nenhum defeito. Uma típica princesa Auradoniana. Quem não amaria? E tudo que Evie queria, ela conseguia. Alisson era somente uma pedra com musgo em meio a ela e Harry. — Evie… está tudo bem? — Evie revirou os olhos, vendo uma expressão de preocupação na face do amigo. — Já faz um bom tempo que você está sentada só mexendo nesses tubos… — ela apenas confirmou com a cabeça, antes de fechar a gaveta, viu um frasco que tinha um papel colado escrito em latim, sorrindo vitoriosa pegou-o e colocou em sua bolsa. — Já volto! — disse saindo da sala, deixando um Carlos confuso, ele negou com a cabeça com um risinho sobre os lábios e voltou a folhear os papéis que estavam na caixa em sua frente. Harry e Alisson procuravam alguma pista no ateliê de artes, ou como diria o professor, a sala de artefatos mágicos. — Harry, posso te perguntar uma coisa? — disse Alisson abrindo uma gaveta que continha purpurina e folhas secas. — Claro — ele abria os armários da parede. — Você gosta da Evie? — ele franziu o cenho com aquela pergunta tão repentina. — Claro — ele se virou olhando para Alisson — Ela é minha amiga. Por quê? — voltou a encarar as folhagens. — Eu quis dizer, se você ama ela…? Harry não entendia o porquê daquela conversa. Amar é um sentimento extremamente forte para uma ilha repleta de vilões. — Por que o interesse? Ciúmes? — ele sorriu de canto. — Claro que não, não somos nada pra eu ter algo do tipo com você. — ela foi fria, mas realmente nenhum deles tinha nada além do d****o de vingança. Vilões não amam, vilões não tem amigos, apenas lacaios. A única coisa que importa para os filhos dos vilões era o orgulho de uma força maior, o orgulho de seus próprios pais... — O que exatamente estamos procurando? — perguntou Ben olhando entre os livros nas prateleiras. — Alguma pista. — disse m*l subindo em uma cômoda e mexendo numa velha prateleira ali em cima. — E como sabemos se é uma pista se não sabemos o que realmente procuramos? — ele olhou para m*l. — Só procurar alguma coisa que pareça uma pista — m*l abriu um livro e encontrou um mapa. — Achei! — disse se virando. Ben conseguiu pegar ela antes que atingisse o chão, ele prensou seu corpo na estante e o livro deslizou sob os dedos de m*l, caindo no chão. — Eu avisei pra ter cuidado! — Ben sussurrou. — Eu não sigo ordens suas — m*l o respondeu. — Devia, meus avisos poderiam salvar sua vida — m*l soltou um risinho. — Você não manda em mim, eu mando em você. — Não manda não. — Mando sim! — Prove! — ordenou m*l aproximando o seu rosto de Ben. — Já disse que você não manda em mim. — Você é uma garota teimosa — m*l sorriu — E malvada — m*l acariciou os cabelos de Ben. — Por que acha essas coisas? — sussurrou. — Você me provoca… — sussurrou de volta. — Eu não sei do que está falando. — Você sabe sim… — m*l aproximou seus lábios de Ben. — Seja sincero, principezinho, eu que mando em você! — m*l deslizou sua mão pelo rosto do rapaz. — Beije-me — ordenou m*l. E foi isso que Benjamin fez, a beijou.
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