05° Capitulo

1254 Words
ALEJANDRO MUÑOZ Entrei no apartamento cedido por Nick e fui direto à prateleira de bebidas para aplacar a adrenalina louca que corria em minhas veias. Nicholas me olhava de longe como se eu estivesse ficando louco. Provavelmente, eu estava mesmo. Retirar-me daquele quarto foi a coisa mais difícil que fiz. Não poderia deixar o casamento acontecer. Sabia que estava sendo irracional ao agir assim, entretanto me encontrava à beira de um ataque de loucura. Precisava arrumar um jeito de convencê-la, antes do “sim”, a fugir comigo. Ir até sua casa foi uma tática perigosa, e tinha noção da minha imprudência, dado que seu pai podia ter me colocado para correr. Pior seria se encontrasse o babaca pomposo do seu atual noivo. As coisas, talvez, iriam sair do controle e terminar em um banho de sangue. Pensei em tantas formas de dizer que a queria comigo, e lá, frente a frente com ela novamente, não fiz nem metade do que devia ter feito. Que p***a acontecia comigo quando a via? Conseguia pensar em todas as estratégias para um ataque ao inimigo, era impiedoso, implacável e temido, porém bastava alguns segundos cara a cara com ela para me desestruturar, esquecer as coisas ao meu redor e fazer tudo errado. Tornava-me um inconsequente e não me lembrava de agir com cautela. Tanto me orgulhava de ser sensato para, então, diplomacia se tornar a última coisa que se passava pela minha mente. Giovanna me desestabilizava por completo. — Não preciso dizer que foi um ato arriscado ir à casa dela sozinho. Certo? — Eu sei. É que fazia muitos dias sem vê-la, sem tocá-la, Nicholas. — Cara, pegue ela e vamos embora! — sugeriu impaciente. — Quero convencê-la a ir comigo, por livre e espontânea vontade. Quero que ela me escolha. — Apontei para mim mesmo. — E acha que, depois de tantos anos, depois de piscar, em um passe de mágica, a garota vai se descobrir apaixonada por você? -Rangi os dentes e apertei a ponta do nariz, segurando minha raiva. Ninguém precisava me lembrar da quantidade de rejeições que levei dela. Contudo, ela tinha se entregado a mim e me confiado seu corpo. Deveria ser considerada uma sugestão de que sentia algo por mim, não é? Eu a vi como me olhou na sua casa e não estava inventando nada. — Acha que se ela amasse Miguel teria entregado sua pureza a mim por qual motivo? — Não tinha lógica. Algo não estava batendo. — Para te torturar? Mostrar a você o gostinho daquilo que nunca irá ter? Vai saber o que se passa na cabeça dessa garota mimada! — Pare de falar dela como se a conhecesse, p***a! — explodi minha cólera. — Eu não imaginei nada daquilo. O modo que seu corpo reagiu ao meu toque parecia implorar para que eu a tomasse em seu quarto. Como ela passou muito tempo se enganando, fantasiando algo irreal com outra pessoa, é normal que esteja confusa. E eu estou disposto a ajudá-la a se reencontrar. — Acho que não está se ouvindo. É ridículo achar que ela quer que lute por ela. A garota está te manipulando, brincando com você. — n**o-me a acreditar nisso e vou pagar para ver. Eu estaria lá para Giovanna e precisava ter certeza de que todas as minhas chances tinham acabado, para seguir em frente. Não podia ser possível eu ter entendido errado aquele seu apelo oculto pela minha proteção. — Fodidas merdas essas que vocês se enfiam por conta de bocetas do c*****o! Eu ri. Ele era a voz da razão, e por isso o trouxe comigo, para me manter são. — Tenho que conferir se tem chance de ela estar grávida. E se não tiver, quero ter certeza se a decisão que tomou é certa. Se ao menos eu vê-los juntos hoje, poderei assistir ao modo como se tratam quando estão perto. Quero verificar se tudo que ela fez foi somente por impulso ou um pedido de socorro, desespero. No fundo, eu já sabia que Giovanna não era impulsiva e sentia que ela necessitava de mim. Queria saber da boca dela, para a livrar da enrascada onde se meteu. Mas, para tomar partido de vez, tinha que entender o que estava acontecendo. — Você quer ser rejeitado e humilhado em público? Só pode ter ficado louco. Vamos lá, fazer do seu jeito! Espero que esteja certo. Porque se não estiver, irmão, vai me prometer que deixará essa história para lá logo. Senão terei que fazer as coisas do meu jeito.- Semicerrei os olhos para ele. — Já tenho um plano de emergência; não preciso dos seus. — Qual seria? — Cruzou os braços descontraidamente. — Vou ter que a sequestrar. — falei a verdade. Seus olhos se alargaram. — Vai usar aquele plano absurdo que comentou quando éramos crianças? — Se ela continuar fazendo coisas estúpidas, sim, irei tomar medidas drásticas. — Ao menos foi essa a condição que papai me disse que poderia me fazer usar tal estratégia. Nicholas abriu um sorriso gigante e bateu palmas. — Como sonhei com o dia em que nós iríamos f***r gostoso com a p***a dessa máfia! Deixe-me explodir alguns prédios! Vai ser épico. — Sem bombas, Nicholas! — neguei seu pedido. — Pelo menos uma dúzia de soldados você vai me deixar matar, c*****o! — É negociável. — Ah, delícia! Eu poderia ter um orgasmo só de ouvir isso. — comentou rindo. Não respondi, porque seria exatamente assim. Nós iríamos f***r com tudo se chegássemos ao extremo, e o que mais me deixava assustado era que eu não estava dando a mínima para as consequências. Giovanna teria que tomar a decisão certa, ou eu iria ter que decidir por ela. GIOVANNA HERNANDEZ — Como está linda! — Minha futura sogra me cumprimentou. — Parece que foi ontem que te vi nascer, e em breve dará a honra de ser minha nora, mãe dos meus futuros netos. — Segurei o ganido de desprezo. — E, que bebês lindos eles terão! Não é, Henrique? — Com toda a certeza serão. -Apertei seu braço, fazendo-o tremer e segurar o riso. Ele estava ajudando a me provocar de propósito. Eu não iria dizer que não fazia questão de contribuir com a nova geração de homens ruins da sua família, já que ela parecia animada com a questão. Depois de tantas más notícias, não seria eu a portadora de mais uma. — Obrigada, senhora Tornelli! — Agradeci o elogio. — Nada de “senhora”! — Balançou a mão, dispensando minhas falas. — Pode me chamar de mamma. — Ela já tem uma mamma, Gracie. Eles nem casaram e já que roubar meu posto? — mamãe se aproximou de nós, brincando. O que ajudou a descontrair o clima pesado. — Oh! Estávamos falando exatamente sobre nossos netos. — ela gracejou. Minha mãe puxou assunto com ela, pedindo-a para compartilhar suas teorias de como eles seriam. — Salva pelo gongo! — Papai falou com a cara de tacho dele notando meu desconforto sobre o assunto. Miguel, meu noivo abriu a boca para conversar comigo, porém meu pai o cortou. Acho que minha atitude lhe acendeu um alerta, e ele está tentando não me estressar para não acabar fazendo besteira. Quase deixei a taça cair quando Alejandro apareceu em minha visão, trajando um terno preto e uma camiseta branca, e com os cabelos castanhos perfeitamente penteados para trás, deixando-o perigosamente gostoso, junto com todas as tatuagens das mãos e pescoço sobressaindo da roupa.
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