CAPÍTULO TRÊS

1084 Words
Instintivamente ela se escondeu atrás da porta, pois seu pijamas era bem revelador além de simples. Mostrando só a cabeça com os cabelos despenteados e o rosto amassado do sofá, ela aguardou o que ele desejava, se xingando por dentro porque sabia que o estava olhando de cima abaixo. Era inevitável. O uniforme o deixava muito sexy e essa palavra era insuficiente para descrevê-lo Ela nunca havia parado para ver um socorrista de resgate com os olhos com que via Kemar agora. Um arrepio lhe subiu pelo corpo e sabia que estava arrepiada, agradecida de estar parcialmente escondida. Deviam ter ficado por tempos sem se falarem e ela percebeu que ela havia gostado do que via, pois também a olhava com um olhar mal disfarçado de desejo, como que só agora a visse de fato e não parecia nada distraído. — Pois não? – Alguém tinha que quebrar o silêncio e ela o fez, já que ele só a olhava e ela devia estar com a maldita boca aberta. — Sim, eu, bem, esqueci a sacola de compras no carro de Sandal, será que poderia pegá-la, se não for incômodo, desculpe o horário, é que estou indo trabalhar e… — Tudo bem, deixe só eu me vestir e desço à garagem. Ela não sabia se fechava a porta na cara dele ou se o convidava para entrar. Ficou por uns segundos sem se decidir e ele sorriu como se soubesse sua indecisão e isso foi o motivo dela decidir dar às costas à ele e caminhar para a sala, deixando a porta aberta e tentando não requebrar enquanto buscava a chave do carro. Sentia os olhos dele em sua bunda, em seu babydoll curto e transparente, agradecendo pelas horas de ginástica dedicadas aos seus glúteos. — É o Kemar? – Perguntou Sandal, esparramada no sofá – Frank já se deitou e vou me deitar também. — Sim, veio buscar a sacola que deixou no carro, pode ir se deitar, vou só entregar a sacola para ele e vou me deitar também. Sandal olhou para a amiga com um largo sorriso de conspiração e Lila a fulminou com o olhar após pegar a chave do carro no aparador, temendo que ela falasse algo e o rapaz ouvisse. — Olá, doutor esquecido – Falou alto Sandal e Kemar respondeu sorrindo: — Olá. Desculpe o horário, vizinha, preciso pegar os biscoitos que comprei. — Sem problemas, boa noite aos dois e divirtam-se. Lila sentiu o rosto corar com a clara provocação da amiga que já se encaminhava para o quarto. Só então Lila percebeu que não havia se trocado e rumava para a porta em trajes menores. Não queria atrasá-lo trocando-se ainda e já era tarde, todos no prédio já deviam estar dormindo, percebeu também, que ele trazia em uma mão um capacete enorme. Encostou a porta ao sair e foram para o elevador em silêncio. Kemar aguardava ao lado dela a chegada do elevador e o rosto dela queimava ainda mais ao perceber mesmo sem olhá-lo que ele a olhava abertamente, com o canto dos olhos ela via que ele estava virado para ela, o capacete grande sendo balançado. Para ter sobre o que falar, ela perguntou: — Trabalha de moto? — Nem sempre. Resolvendo encará-lo, ela viu que os olhos dele a escrutinava, passava por seu corpo e pés descalços. Resistindo ao seu olhar descarado, ela aproveitou para fazer o mesmo e olhar sem reservas para seu corpo e sua bela vestimenta. Ele ficava delicioso naquela farda, que Deus a ajudasse. A farda preta parecia ter sido costurada em seu corpo rijo, a altura dele combinava com a roupa, cada fivela passada na peça, a bota lustrosa, as coxas firmes, mandou uma eletricidade para as partes dela que estavam quase despida naquele diminuto babydoll. Quando seus olhos se cruzaram, Lila notou que ele segurava a respiração, estava tão afetado quanto ela. Pareciam que horas tinham se passado até o elevador chegar. Kemar, ela percebia, estava muito afetado, seus olhos agora estavam na boca dela, desejando-a. Ela virou-se para as portas do elevador, desejando que ele chegasse logo. Não sabia qual assunto mais poderia abordar para disfarçar e não era obrigada a sustentar ou inventar um. Ouviu-o soltar um resmungo, um sorriso baixo. Talvez por saber que ela estava tão afetado quanto ela e isso a deixou irritada. Quem ele pensava que era? — O que foi, o que é engraçado? – Perguntou, escondendo a irritação, dando a voz – ela esperava – um tom de deboche. — Não tinha a visto de pé ainda. Realmente ela estava sentada no carro quando ele o invadiu e permaneceu sentada o tempo todo. — E no que isso é engraçado? – Caramba, será que o elevador estava quebrado?onde estava? — Não dava para perceber como era baixinha. A isso ela se virou para ele, a irritação agora visível. — Oi? — Não me entenda mal, não foi uma ofensa, desculpe. — Não será uma ofensa então eu dizer que mesmo sentada no carro eu percebi que você é enorme, não é? — Não, ofensa alguma, sou alto. — E sou baixa. Dizendo isso como uma criança que tivesse dado a última palavra e ainda não sabendo se isso queria dizer que não se ofendia quanto à sua altura, ela se virou, emburrada para as portas do elevador que, agora ela ouvia os guinchos característicos que anunciavam que estava chegando, mas ouviu quando ele disse baixinho: — Na horizontal tudo se encaixa, não é mesmo? Com a boca seca, ela engoliu e entrou no elevador, seguida por ele que tinha um sorrisinho nos lábios fartos. Os nove andares até a garagem do prédio seriam intermináveis depois da sugestão dos dois na horizontal e estarem sozinhos naquela caixa de aço, não seria fácil depois do comentário dele. Ainda mais com o olhar que ele tinha agora sobre ela, o desejo latente. A química dentro daquele elevador, daria para se cortar com uma faca. Ela de babydoll transparente de seda, o shortinho muito curto, deixava suas coxas à mostra, a parte de cima, com a fina alça, deixava seus seios com pouco ou nada para a imaginação. Lila sentia uma pulsação no baixo ventre, sentia-se quente e não sabia o que poderia dizer, sendo assim, ignorou seu último comentário e passou a assistir os números indicando os andares por que passavam como se fosse um filme de ficção científica muito complicado a qual ela tinha que focar para desvendar o mistério.
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