Henrique pov
Henrique: Eu não posso fazer isso com a Pamela, Thom...
Digo atordoado, caminhando de um lado para o outro.
Henrique: Eu não sei explicar o motivo, mas ela é a única pessoa que eu consigo me sentir confortável para ser eu mesmo, e eu m*l a conheço.
Tudo o que eu tinha dito para a Pamela era verdade, eu abri o meu coração para uma garota desconhecida, é claro que eu planejava ganhar a aposta, mas não fazia parte do plano abrir o meu interior de uma vez, e menos ainda tão rápido.
Thom: Obrigado pela parte que me toca...
Henrique: Não me venha com ciúmes, você sabe que eu confio tudo a você.
Thom: Eu estou brincando... Acho que a afinidade de vocês dois é uma coisa que não se pode negar, mesmo com toda essa antipatia inicial.
Henrique: Quando eu conheci a Pamela a achei insuportável... Só me aproximei para ganhar a coleção de carros, mas você precisava ter visto a forma que ela me ouviu, as palavras que ela me disse...
Thom: Se eu não te conhecesse, diria que está se apaixonando por ela.
Henrique: Claro que não é paixão, só conheço a Pamela há uns três dias.
Thom: Se você acreditasse em vidas passadas eu diria que já existia um elo entre os dois...
Henrique: Não me venha com essas conversas de vida passada... Sabe que eu não gosto disso.
Thom: Tudo bem, mas de qualquer forma não pode negar que existe uma conexão diferente entre a Pamela e você.
Henrique: Não, eu não posso...
Thom: Converse com o Gustavo e desista de tudo, já foi o suficiente o acontecido com a Malu, você não acha?
Henrique: É claro que acho! É um peso que vou levar para o resto da vida.
Thom: Quer repeti-lo com a Pamela? Tente se colocar no lugar da garota, apesar da imensa antipatia que ela tem por você, está cedendo aos poucos, já pensou a decepção que vai ser?
Henrique: Pare de me torturar, Thom!
Thom: Você é o meu melhor amigo e eu quero que abra os olhos! Chega de bancar o eterno adolescente que quer chamar a atenção do pai, você tem vinte e um anos, Henrique, haja como um homem! Faça o que tem que ser feito.
Henrique: Eu vou falar com o Gustavo, vou desistir da aposta e nada vai me fazer mudar de ideia... Vou conquistar a Pamela do meu jeito.
Thom: Mas acabou de dizer que não estava apaixonado por ela... Não acha que " conquistar" já é um pouco demais?
Henrique: Ora, cale a boca!
Digo irritado, caminhando às pressas para fora do meu dormitório, esbarrando com a Camila que estaria logo na porta.
Camila pov
Após separar umas roupas do meu irmão que estariam entre as minhas coisas, levo uma sacola cheia para o seu dormitório. Quando estou prestes a bater na porta o Henrique sai do quarto em disparada, quase me fazendo cair ao chão com tanta pressa.
Camila: Ficou maluco? Aonde vai com tanta agonia?
Henrique: Preciso resolver algo importante, depois conversamos.
Diz o Henrique, sem sequer olhar no meu rosto, continua caminhando às pressas para fora do corredor, sabe-se lá o que vai fazer.
Camila: O que houve com ele?
Pergunto, adentrando o quarto, encontrando apenas o Thom sentado na cama.
Thom: Coisas do Henrique, sabe como ele é impulsivo... Se bem que dessa vez os impulsos dele vão levá-lo a um bom caminho.
As suas últimas palavras o Thom sussurra, como se estivesse mais falando para si mesmo.
Camila: O que quer dizer?
Thom: Nada... Precisa de ajuda com alguma coisa?
Camila: Apenas umas roupas do Henrique que estavam entre as minhas coisas.
Digo, colocando minha grande sacola em cima da cama.
Camila: Como eu sei que o seu amigo é bastante desorganizado, eu mesma vou cuidar disso.
Tomo a iniciativa de jogar as roupas sobre a cama, quando uma das calças do Henrique rola sobre o colchão, e antes que vá de encontro ao chão, tanto eu quanto o Thom a seguramos, e isso resulta no contato de nossas peles, pois nossas mãos se tocam. Nos olhamos por vários segundos, até que o Thom toma a iniciativa de puxar sua mão para longe, afastando-se para o outro lado do quarto.
Camila: Algum problema, Thom?
Thom: Por que existiria algum problema?
O mesmo devolve a minha pergunta com outra pergunta, sem virar de frente para mim. Levo uma de minhas mãos a tocar o seu braço, como o Thom está usando uma camisa de manga curta posso sentir a sua pele, até que novamente ele se desvencilha.
Camila: Thom...
Thom: Camila, acho melhor você ir... Deixe que quando o Henrique voltar eu o ajudo a arrumar.
Camila: Está chateado com alguma coisa que eu fiz?
Thom: Chateado não é a palavra certa...
Camila: Então qual é?
Pergunto, aproximando-me novamente, ficando frente a frente com o melhor amigo do meu irmão, diminuindo consideravelmente a distância entre nossos corpos.
Thom: Você está tornando tudo mais difícil.
Camila: E por que as coisas precisam ser difíceis?
Levo o meu indicador para o seu queixo, elevando-o, fazendo com que ele me olhe nos olhos, não desvio por um segundo.
Camila: Por que as coisas precisam ser tão complicadas, Thom?
Na segunda pergunta, aproximo meus lábios dos seus, ainda sem encosta-los, precisava ver a reação do Thom antes de tomar qualquer decisão que pudesse prejudicar a nossa amizade. Não foi necessário que eu tomasse a iniciativa de nada, o próprio Thom realizou o encontro de nossas bocas, de uma forma urgente, como se ele precisasse daquele toque tanto quanto eu. Suas mãos agarram a minha cintura e conduzem o meu corpo a pressionar o seu, enquanto nossas línguas se exploram de maneira harmoniosa. Sinto o m****o do Thom enrijecer a medida que suas mãos percorrem os milímetros de meu corpo, elas passeiam pelas minhas costas, voltam para a minha cintura, vão para os meus quadris, depois para os braços e sobem para os meus ombros, repousando por último na minha clavícula. Os lábios do Thom caminham da minha boca para o meu pescoço, entrando em contato com a minha pele quente, seguro-o pelos cabelos, com uma das minhas mãos posicionada a sua nuca, preciso voltar a sentir o gosto dos seus lábios, ainda é fora de realidade que isso esteja acontecendo.
Thom: Camila... Não deveríamos fazer isso.
Sussurra o Thom, entre os meus lábios.
Camila: Por que não? Ambos somos maiores de idade.
Thom: Mas você é a...
Camila: Fique quieto, eu sou apenas a Camila, eu tomo minhas próprias decisões.
Digo de forma severa, afastando nossos lábios por poucos segundos, antes de levá-los de encontro um ao outro novamente. Sendo guiado pelo desejo de ambos, o Thom conduz o meu corpo para a sua cama, deitando-me em seu colchão, colocando-se por cima de mim, enquanto continuamos a beijar-nos incansavelmente.
...
Gustavo pov
Estou com a Sara em seu dormitório, ela o divide com a Ariane, que como já sabia de nosso encontro, dormiria hoje com a Camila e a Pamela. Ela está com o corpo deitado em sua cama e eu estou com o meu corpo por cima do seu, deixando-lhe beijos no pescoço.
Sara: Por que não assistimos algum filme?
Gustavo: Depois assistimos o filme que você quiser, mas por favor, pare de falar.
Digo, praticamente implorando, subindo meus lábios para o seu rosto e depois para a sua boca. Sou interrompido por batidas insistentes na porta, eu até tento ignorar, mas a pessoa do outro lado certamente não sabia o significado de não ser literalmente um estraga prazeres.
Gustavo: Avisou as suas amigas que estaria comigo?
Sara: Claro que avisei.
Gustavo: Então quem demonios está quase derrubando a porta?
Irritada, a Sara levanta-se da cama e caminha na direção da porta, abrindo-a, encontrando o Henrique, ela odeia quando eu altero meu tom de voz.
Sara: Viu? Não é nenhuma das minhas amigas, é o seu amigo.
Diz a Sara com um tom nítido de ironia e mau humor na voz, afastando-se da porta.
Gustavo: Henrique...
Digo, trincando os dentes, a minha vontade é de lhe torcer o pescoço. Levo um dos travesseiros para o meu colo, apesar do Henrique não ser i****a, acho melhor disfarçar o que está acontecendo.
Henrique: Desculpa interromper o momento de vocês...
Diz o meu amigo, adentrando o quarto.
Henrique: Mas preciso conversar de algo muito importante com o Gustavo, a sós...
Complementa a sua frase, olhando para a Sara como se ela fosse uma intrusa no seu próprio quarto.
Sara: Bom... Vou tomar outro banho, é o tempo de vocês conversarem... E não precisa se preocupar, nada que vocês tenham a dizer possa me interessar.
Diz a Sara um tanto indiferente, adentrando o banheiro sem demora. m*l sabe ela que o assunto é sobre a sua nova amiga.
Henrique: Tem certeza que não tem perigo dela escutar?
Gustavo: Claro que não, além da Sara ser lerda, ela respeita à privacidade alheia...
Digo a palavra " privacidade" como uma indireta, coisa que o Henrique não soube respeitar.
Henrique: Não venha resmungar, isso foi culpa sua, se não tivesse sido insistente com essa d***a de aposta eu não estaria subindo pelas paredes para resolver isso logo.
Gustavo: Conseguiu domar a ferinha?
Pergunto, com um sorriso malicioso nos lábios.
Gustavo: Você precisa fazer como eu faço com a Sara... Mostrar quem manda, mulher tem que ser assim, homem compreensível demais elas montam.
Henrique: Gustavo, menos, não preciso de conselhos amorosos...
Gustavo: Então que diabos você quer? Fale logo, eu quero muito continuar o que parei.
Henrique: Serei rápido, só vim falar que não vou mais participar de aposta nenhuma, abro a mão da coleção de carros.
Diz o Henrique, caminhando novamente para perto da porta.
Gustavo: De novo com isso? Não me diga que deu ouvidos ao André e ao Thom? Aqueles dois estão mais do lado de lá, do que do lado de cá.
Henrique: Não posso fazer isso com a Pamela, ela não merece ser magoada.
Gustavo: Não me diga que em três dias você descobriu que ela é uma boa moça e...
Henrique: Sim, foi exatamente o que aconteceu, além do mais... Já basta o que fiz com a Malu, não quero magoar outra pessoa.
Diz o Henrique, me cortando.
Gustavo: Eu não acredito nisso... Você está gostando da novata...
Henrique: Claro que não, só a conheço a três dias.
Gustavo: E daí? Está encantado pelo fato de que ela foi a única garota que não caiu no seu colo... Literalmente.
Henrique: Talvez seja isso, apesar de ser um pensamento machista.
Gustavo: Não tem nada a ver com machismo, Henrique, isso é um capricho... A Pamela é novidade, é um desafio, não vai ceder tão rápido, quando você conseguir o que quer, vai deixá-la de canto, igual fez com a Malu.
Henrique: Aproveite o seu encontro, Gustavo, é inútil conversar essas coisas com você, você não entenderia... Não sabe o que é sentir uma conexão diferente com alguém.
Gustavo: Conexão? Pelo amor de Deus, está parecendo o André... O que essa Pamela fez de tão especial? Ouviu suas choradeiras? Te deu alguns foras?
Henrique: Gustavo... Vá ao d***o, é só isso que eu tenho a dizer.
Diz o Henrique suas últimas palavras, antes de deixar o dormitório da Sara, batendo a porta atrás de si.